Avatar:A Lenda dos Gêmeos/Livro 1-avatares escrita por Barilinho


Capítulo 11
Capítulo 11- tudo é relativo


Notas iniciais do capítulo

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  - Faz já muito tempo que eles não mandam notícias. Tenho medo de terem encontrado encrenca e estarem em problemas agora. 

  - Mas o que você esperava que acontecesse? - disse Meelo. - Jinora, você mandou dois jovens de treze anos e um louco de catorze em uma jornada avatar. E, não querendo botar pressão, você diz que temos que parar esses duplos dominadores o mais rápido possível. Quer dizer, eles têm que se virar, cuidar de si, aprender os elementos e ainda parar um bando de delinquentes. O que você esperava?

  - Não digo que o plano era perfeito, Meelo. Mas eu esperava algum espécie de reporte por parte de Noxer. Sabe, eu confio nesse menino, diferente de todos vocês. Mas ele nem pra fazer um sinal de projeção, nem ao menos meditou desde que saiu! Eu sei disso! Fora que, faz uns dias o hall dos avatares no espiritual teve um tremor muito forte, e agora está impossível entrar no mundo espiritual em geral. Se ao menos eu pudesse entrar... Poderia talvez localizar eles e perguntar se precisam de ajuda ou algo assim!

  Era visível a preocupação da monja. Ela estava preocupada, no entanto, com algo mais além da visão e entendimento de seu irmão, e apenas precisava desabafar um pouco. A pobre coitada não podia saber que houve algo no hall porque ela não podia entrar lá. Ela não é uma avatar, mesmo com todo seu gabarito. Jinora estava preocupada como uma mãe, não como uma monja nem nada do tipo. Era uma ligação emocional, e disso estava começando a afetar suas tarefas cotidianas. Já não comia nem dormia direito pensando nos jovens avatares, logo sua saúde e integridade física seriam afetados por isso, e quando isso acontecesse, a casa ia cair.

  - E aí Meelo? Teve sucesso? Eu já estou tentando convencê-la há dias, e não consigo. Se ao menos sua irmã fosse menos teimosa... - Kai, o marido da monja entra no recinto falando com um tom de desistência. Seu semblante era de cansado, porém satisfeito.- Jinora, acredito que você vai se animar um pouco com isso. Amin está em condições de conversar.

 Ao passo que Rohan se transformou no chefe de polícia do ar, Kai se focou na inteligência da coisa. Ele cuidava de crimes mais hediondos, coisas um pouco mais secretas e que exigissem menos visibilidade. Não era por panelinha não, mas toda a segurança, saúde e economia do ar e de Cidade República em geral ( e isso acarreta boa parte de todas as nações, menos a nação do fogo) estava nas mãos dessa família. Estava tudo sob o comando deles pois cada um se mostrava mais e mais capaz em suas funções a cada dia, e que eram dignos de seus cargos.

Jinora voltou sua atenção na hora pro marido. Ela enfim poderia falar com o primeiro duplo dominador, e descobrir o motivo de tudo isso. Recolheu suas coisas, fez sinal para Meelo acompanhá-la, e seguiu o marido.

Kai os levou para as catacumbas do templo da ilha, sede da guarda do ar. Atualmente, Jinora e seu marido viviam em Cidade República na parte do continente, já que o templo foi transformado em sede da polícia. Mas, por ter vivido lá muitos anos, eles conhecem cada centímetro do lugar. Fizeram algumas reformas básicas, mas nada de essencial.

Kai foi abrindo porta atrás de porta para chegar enfim ao prisioneiro. O semblante do dobrador era normalmente leve e engraçado, com seu moicano grisalho balançando quase sempre que falasse, mas hoje ele tinha um ar a mais de preocupação, e, notavelmente, um grande alívio que lhe passou, como se tivesse removido um pesado fardo de seus ombros. Sendo natural do reino da terra, Kai era uma pessoa centrada, sempre focado em seu objetivo, e muito teimoso.

Entram na sala abruptamente os quatro: Jinora, o marido, seu irmão Meelo e um guarda que acompanhava. Era uma sala redonda com pouca iluminação, as paredes cobertas ou feitas de alguma espécie de metal em espiral, feita de uma maneira que permitia bastante a entrada do ar. Ao lado do investigado, estavam os que eram encarregados de fazer o trabalho sujo, de fazer as pessoas falarem e passarem as informações. Graças a eles, muitos ataques foram evitados. Porque aparentemente, não são apenas questões financeiras ou étnicas os problemas. Não são apenas ladrões de banco, ou pessoas querendo tirar certos dominadores de seus postos. Temos também aqueles que querem derrubar o governo, aqueles que querem destituir o avatar, aqueles que estão por questões territoriais... Enfim. A vida em Cidade República é bem agitada.

Dentre os investigadores, estava um rosto conhecido da família. Era Lee, filho de Jinora, dobrador de terra. Ele era durão, uma pessoa focada no trabalho tanto quanto sua mãe. Mas, saindo daquela sala, ele era a pessoa mais gentil que se poderia conhecer.

Jinora teve quatro filhos, cada um com um elemento, uma característica e uma peculiaridade. A mais velha, Kanna, dobra a água, e não se meteu em questões governamentais. Ela preferiu dedicar sua vida a natureza, trabalhando no resgate e salvação de animais. É uma pessoa super volátil, estando sempre tensa e satisfeita ao mesmo tempo. Depois vem Lee, o dobrador de terra. Ele entrou de cabeça nas questões governamentais, tanto que é o segundo homem no comando de operações secretas da polícia do ar. É uma pessoa focada, o que significa que, no trabalho ele está de corpo e alma, e nem tente trazer outro assunto a tona. O mesmo acontece em casa, pois está de corpo e alma com a família. A terceira se chama Flay. Uma maga do fogo. A moça é uma exímia lutadora, bate um pau em muito soldado por aí, e finge ser singela e delicada. Ela se faz de sonsa e sensível, quando por dentro é uma guerreira. Trabalha como secretária do prefeito de Cidade República justamente por isso, porque disfarça. E por fim, mas não menos importante, temos a quarta filha, a única dobradora do ar. Se chama Sukki, e ainda está estudando para se tornar uma guarda do ar. Ela tem uma falta de senso de humor horrível, não sabe fazer piadas, mas é muito inteligente. Uma característica em comum de todos eles, incluindo seus pais, é que todos eles são muito leais às causas que servem.

  - Pela última vez. Eu quero que você se comporte direito na presença da Jinora. Eu vou estar aqui atrás. Se eu ouvir uma pontinha de desrespeito....

  - Lee, eu aprecio sua preocupação, mas acredito que suas advertências não surtirão efeito, pois não é com ele que eu vou falar. - Jinora deixa o recado se movendo para trás do filho.

  - Não?- perguntam em um único tom todos os outros presentes na sala.

  Jinora pede que o filho se afaste, e ele toma um posição lateral, por segurança. Jinora se aproxima de Amin, e começa uma série de toques por seu corpo. 

Ao terminar, antes mesmo que ele pudesse começar a rir do procedimento espiritual, o corpo de Amin fui "possuído". Ele recebeu alguma coisa no seu corpo, e toda sua aura ficou azul escuro, e seu corpo tremia muito. Todos os presentes estavam preocupados ou se preparando para atacar, quando repentinamente ele para. A aura azul se completa com os olhos azuis e brilhantes. Jinora acalma os outros, e então começa:

  - Apresente-se.

  Uma voz diferente da de Amin toma conta do corpo e responde:

  - Me desculpe, mas eu não tenho que me reportar para uma mortal insolente, ainda mais por ser uma dobradora de ar. Por que não vai tomar conta da cozinha?

  - Ótimo! Pela arrogância e elemento, posso presumir que você seja o avatar Kuruk. É uma honra estar em sua presença.

  - você sabe quem eu sou?

  - Você acabou de confirmar. - ela diz com aquele sorriso maroto de sempre.

  Kuruk parece bastante desconcertado com a piadinha da monja. E parte logo pra agressão:

  - É sim, velhinha. Eu sou Kuruk, o rei dos mares. Então eu acho bom você já ir me soltando. Aliás, vá soltando esse corpo pra eu poder seguir minha missão.

  - Talvez não começamos direito. - Diz Jinora com toda a calma do mundo. Ela puxa uma cadeira, e segue.- Me chamo Jinora, sou neta do avatar Aang. Apresente-se!

  - Me chamo avatar Kuruk, sou reencarnação da avatar Yangchen e antecessor da avatar Kyoshi. 

  - Bem melhor. Me conte, o que você faz aqui no mundo material? O que aconteceu com o hall dos avatares no mundo espiritual?

  - Korra cagou tudo, vim consertar.

  - Que? Explica direito.

  - Quando Korra estava por morrer, ela veio ao hall e foi julgada. Decidiu-se que sua sequência avatar (Kyoshi, Rokku, Aang e Korra) havia sido a pior de todas, e que ela não reencarnaria. Ela pegou e desceu para um outro corpo. Quando isso aconteceu, eu tive que assumir as coisas, fazer certo dessa vez, não cometer os erros que cometi no passado. Então, peguei e desci, e escolhi esse corpo bonitão. Posso ir agora?

  - Daqui a pouco. Mas, diga-me, apenas você desceu?

  - Como eu saberei quem mais desceu? Tá legal coroa. Me libera porque eu tenho um mundo pra cuidar e outros dois elementos pra ensinar a esse idiota.

  Todos ali na sala estavam estatelados. Não conseguiam associar o fato deles estarem falando com uma encarnação antiga de um outro avatar. Todos ali conheceram Korra, e estavam familiarizados a sua simpatia e leveza. Mas Kuruk era arrogante, grosso. Quase insuportável. Era de se estranhar que a pessoa não menos durona, porém bem mais gentil era uma conhecida de todos os presentes.

  - Antes eu quero saber uma coisa. Não sei como está o seu controle sobre o corpo que habita agora, mas saiba que ele quase feriu um inocente usando a sua dobra. Então, não me resta opções senão que mantê-los sob observação. Quero que você me explique como funciona o seu controle sobre o corpo em que se encontra.

  - Olha aqui, ô coroa. Eu não sei como funciona. Mas eu sei q se você não parar de encher a paciência, eu entro no meu "estado avatar" e acabo com com a raça de vocês.

  - Eu acho que você não entendeu bem a parte do respeito... - disse Lee, apertando os anéis de pedra que prendiam as pernas do interrogado. - Essa mulher, além de minha mãe, é provavelmente a pessoa mais importante que exista no mundo hoje me dia, e todos no mundo respeitam minha mãe demais. Então, você que é de outros tempos, possa talvez não entender como funciona, mas eu já te disse pra cuidar dos seus modos!

  - Olha só, temos então um negócio familiar aqui... Que interessante. Não queria ofender sua mamãezinha, meu amor. Mas vejam só como o mundo ficou.... Uma monja do ar é a pessoa mais importante do mundo, e não o avatar... Você vê? Korra deixou o mundo de cabeça para baixo, e eu desci aqui para resolver isso. Será que vocês não vêem isso? Vocês são cegos ou algo parecido? O equilíbrio está errado, e não tem como vocês fazerem nada, seu sopros. Piú!- fulminou Kuruk pelo corpo de Amin, terminando a frase cuspindo no chão.

  Lee e o guarda fizeram menção de agredí-lo, mas Kai não permitiu. Ele, que conhecia a esposa há muitos e muitos anos, sabia que ela viu além das palavras ríspidas do prisioneiro. Ele, mais do que ninguém entendeu que a mulher estava pensando em algo muito grave, algo que seu filho não pôde ver.

  - Muito bem- Jinora se recupera - Lee, por favor meu filho, leve ele para cela da cidade. Não quero ele na ilha. Quanto a você, avatar Kuruk, quero que entenda um coisa. Nós já temos um avatar, e não precisamos de mais um. Então, com todo respeito ao senhor, o senhor vai acatar as ordens de uma velha caduca do ar, sim. A propósito, ouvi que Yangchen também se arrependeu de ter te escolhido. Então, independente de você confiar nas escolhas de Korra ou não, essas escolhas são as escolhas de Raava, e essas escolhas vão prevalecer até o último suspiro do avatar. Pode levá-lo.- Jinora termina a frase com determinação, virando bruscamente e ficando de costas para o interrogado.

  - Não, espera! Você não entende! Não é que questiono as decisões de Korra, monja. Como bem deve saber, o avatar tem uma linhagem a zelar. Se ele morrer em estado avatar, o avatar nunca mais vai reencarnar, e aí sim o mundo estaria completamente cagado! Não questiono o juízo do escolhido de Korra, e sim sua capacidade de sobreviver!

  - Nem me darei o trabalho de virar para falar. Suas preocupações já não são mais tão relevantes, uma vez que Korra perdeu a linhagem em sua batalha com Vaatu, e ela nunca mais pôde ter acesso a habilidades e sabedorias de nenhum de vocês. E fez tudo o que fez pois esteve agindo sozinha. Com toda certeza cometeu erros, mas por estar desacompanhada! E mais. Korra passou quase a vida inteira depois disso estudando e aprendendo de tudo, não porque queria. Todos sabem o quanto ela odiava aprender. Mas sim para poder fornecer conhecimento e experiência para os próximos avatares, e já que ela perdeu a conexão, se sentiu na obrigação de substituir, ainda que parcialmente, os acervo de conhecimentos dos seus antecessores. Então, não tem com que se preocupar, Kuruk. Lee, tira ele daqui agora.

  - Nao, espere, não é isso deixe-me explicar melhoooooor...- sua voz foi minguando a medida que os guardas afastavam sua cadeira pra cela.

 

 

 

Enquanto isso, nossos heróis tem problemas mais, digamos, "quentes". 

 Sozin ardia em chamas azuis, a uma altitude de mais de vinte metros do chão. E quanto mais ele tentava apagar as chamas, mais ardentes e fortes elas ficavam. 

Nox tentou de todas as maneiras possíveis apagar o fogo, mas em vão, pois o ar apenas intensificava as chamas. E isso só deixava Sozin mais nervoso, e assim o fogo ficava mais forte.

A mendiga estava apavorada, não conseguindo nem se mover, e acabou ficando de espectadora de tudo aquilo, estatelada pelo medo. Quanto mais perdiam o controle da situação, mais vidrada ela ficava.

"Luan, me ajude" sibilou Sozin. Lágrimas escorriam dos seus olhos. O que possivelmente passava na cabeça do príncipe do fogo naquele momento era: "Eu realmente sou a aberração que sempre disseram que eu sou, represento um perigo para todos aqueles que me rodeiam. Eu tenho que me controlar para não ferir mais ninguém. Mais ninguém, pois mesmo não me lembrando exatamente, eu provavelmente matei minha mãe e minhas irmãs." Toda essa bagunça em sua cabeça não ajudava em nada o incêndio.

  - Luan, é uma boa entrar no estado avatar agora.- Noxer comenta.

  - Fala com ela! Eu estava desmaiado na última. E isso não é assim não!- Luan diz com tanto desespero quanto seu amigo em chamas.

  - Lena, algo pra nos ajudar?

  - Não, não vejo como apagar esse fogo! Ele não pode morrer com tanto calor? Digo, se eu jogar lava em cima dele, será que ele redirecionaria o fogo dele para se defender e deixaria de estar em chamas?

  - Lena, isso pode apenas piorar a situação- diz Luan. - Mas você acabou de me dar uma ideia! Fogo não existe sem oxigênio. Temos que apenas sufocar a combustão!

  - E como você pretende fazer isso?- Noxer estava desacreditado que não era ele quem teve a ideia do plano.

  - Toda arena de duelo tem uma base de metal, que cobre ela toda. Posso remover a camada de terra por cima, e com o metal debaixo nós cobrimos ele por completo. E aí Noxer, você vai esvaziar a bola de todo ar possível, até que o fogo se apague!

  - Mas aí ele vai desmaiar! Se o fogo se apaga sem ar, ele também vai ficar sem ar e pode morrer!- Lena expressou suas preocupações com o bem estar do monarca.

  - FAÇAM ALGUMA COISA, SOCORRO! ME AJUDEM!!!- Sozin tirou as preocupações de Lena sozinho, com seu grito desesperado.

  Luan se aproxima da arena, firma os pés ao lado dela, e começa a erguer com os antebraços e punhos fechados toda a terra que cobria a estrutura da arena, na esperança que aquela arena não fosse diferente das outras, e não foi decepcionado. Ao chegar no metal, Luan apoiou seus dedos para sentir toda a extensão daquele enorme pedaço, e tentar pelo menos sentir toda a terra ali presente. Ele era um mestre em dobrar quantidades pequenas de metal, mas aquilo ali ele nunca tinha feito.

 Uma pontinha de medo passava por sua cabeça. Será que conseguiria? Aonde estaria o menino destemido de Gaoling naquela hora? Por que a incerteza lhe estava incomodando? Ele não era assim, nunca hesitou! O que diriam seus amigos se o vissem relutante assim? Mas logo essas sensações passaram, quando Lena gritou desesperada para acelerar o irmão. 

Ele ergueu a placa de metal o mais alto que podia, mas ainda assim era baixo comparado a altura que o príncipe estava. Noxer logo entendeu a deixa, pegou impulso e pulou mais alto que Sozin. Lá de cima, ele deu um chute de ar no príncipe, fazendo com que ele descesse o suficiente para que Luan pudesse envolvê-lo com a placa. 

Luan então dobrou com toda sua força o metal, para envolvê-lo ao máximo, de uma maneira que ele ficasse envolvido por uma bola. Assim que terminou de fazer a forma, Noxer chegou o mais rápido possível e exterminou todo o ar de dentro daquela esfera metálica, por todos os poros que existissem naquele metal. O esforço era visível do rosto dos dois meninos, e a preocupação no da menina. E a apreensão era geral, quase palpável.

Depois de feita a solda (Sozin gerando calor e Luan juntando o metal) e extinguido o ar presente na esfera, eles esperaram. Tinham que esperar, pois se o metal continuasse a esquentar, derreteria em algum momento, e seria como se nada tivesse acontecido. Em contrapartida, não havia oxigênio ali dentro pra combustão continuar, então não havia como chegar a esse ponto. O que também simbolizava que Sozin estaria ficando sem ar.

A esfera ia ficando mais e mais vermelha, e Noxer entra em desespero:

  - Esse louco vai derreter o metal, não adiantou nada tudo o que fizemos!

  - Calma. Vamos esperar! Alguma coisa vai acontecer, e só então agiremos - Luan deixou sua superioridade no caso bem clara.

  E Luan tinha razão. Mesmo tendo ficado muito quente e vermelho, o metal não cedeu, e , com o oxigênio acabado ali dentro, o fogo deixou de existir e deixou de esquentar o metal. Sem oxigênio, era evidente que Sozin desmaiasse em algum momento. Depois de alguns segundos, se escutou um baque oco de dentro da esfera, algo desmontando de sua estrutura.

  - ABRAM ESSA PORCARIA!- gritou Lena. Ela estava visivelmente preocupada.

  Luan abriu, ao passo que Nox esfriou o metal ao máximo. Os dois entraram na esfera e encontraram o menino desacordado e encolhido no centro da esfera. Eles o trouxeram para fora e o deitaram no chão. A lua iluminava a cena plena e imponente, como se garantisse o resultado dos problemas.

Por ter demorado tanto para reagir, os três se preocuparam demais. Nox começou a inflar e desinflar o pulmão do príncipe, arqueando seu peito como uma respiração. Em poucos instantes, Sozin recobrou sozinho sua respiração, e ficou muito arfante ao deitar-se outra vez de cara pra cima. 

Naquele momento ele viu a cara de cansaço e preocupação de seus amigos.Viu como, aqueles que lhe acolheram de braços abertos há poucos dias, acabaram de sofrer muito por um problema que não é deles. Refletiu e viu, que eles, estavam se sentindo com medo, não por subjulgá-lo mal, e sim por terem presenciado algo terrível, e que não sabiam explicar.

  - Sozin! Graças a Deus você está bem, estávamos tão preocupados e...- Lena verbalizou o alívio de todos ali, mas Sozin interrompeu-a.

  - Vão embora.

  - O que você disse?

  - Vão embora já! Eu sou um monstro! Saiam já daqui!!

  Os gritos do príncipe assustaram a todos eles, e de imediato se afastaram dele. Com Sozin afastando-os cada vez mais, eles realmente quiseram ir embora. Ir embora não só de lá, mas de toda a vida deles até então. Queriam voltar no tempo, pra bem antes do momento onde toda a bagunça começou, antes mesmo dos três terem se conhecido, antes mesmo de sonharem com a revelação da mestra Jinora, e viver suas vidas como antes o faziam.

Mas não podemos voltar no tempo. Não podemos voltar pra padaria do papai, pra escola e pro campeonato, e nem pro templo do ar escondendo-se na biblioteca. Isso aqui é a vida real, e a vida real é dura e difícil, nunca se enganem.

E na vida real, tinha um delinquente juvenil nos mandando ir embora. Quem somos nós pra contestar?

 - Mas Sozin... Por favor, deixa a a gente te ajudar... Não fique aqui sozinho... Por favor...- Lena se engasgava com suas próprias palavras e o choro.

  - NÃO! Saiam já daqui!- ele cortou todo o emocional da situação e nos expulsou de lá.

  Subimos no bisão, agora já mais calmo, e começamos a voar. Para onde eu não sei, mas se vamos embora é porque temos que nos afastar daqui. Talvez tudo que ele precise seja um pouco de silêncio para se acalmar, ou quem sabe refletir.

Só sei que estamos sem um mestre do fogo, no meio do nada, e com o objetivo de chegar a Cidade Arena o mais cedo possível.

 

 


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