Múltiplos universos, uma possibilidade. escrita por Stefani Holmes


Capítulo 3
II Ato.


Notas iniciais do capítulo

“Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me sentiria mais parte do universo.” – BRONTË, Emily.



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Ele teve que pensar rápido, precisava descobrir mais sobre o que acabou de acontecer, se propagou junto à rota da nebulosa – não teve muitas opções –, acabou se descolando um pouco mais para um planeta que estava próximo, entoando em ondas que aos poucos perdia força não fosse a sorte de ter o ar repleto de gases. Ela ainda conseguiu ouvir o eco que se afastava aos poucos. Tentou ainda seguir o rumo do som. Ao menos sabia onde aquela entoação havia se alocado.

De longe o planeta tinha uma cor azul com algum misto de vermelho, verde e marrom, aos poucos que o som se aproximava, conseguia ganhas novamente força com tantos materiais que ali se encontravam. Em questão de instantes ele era um com o som que os ventos intensos faziam nas folhas de vegetações rasteiras, ele era intenso como a lava que era expelida por jatos de vulcões, era um com a correnteza que adentrava e levava parte de outros sedimentos como a própria relva. Aos poucos recuperou a energia que tinha se perdido no caminho, revigorado.

Tentou falar como em poucos instantes atrás ele havia conseguido, não que soubesse realmente o significado da palavra falar ou se realmente tudo aquilo tinha acontecido em poucos instantes, o tempo “sempre” é relativo. Mas seu esforço era em vão, o curioso é que se o motivo fosse apenas a existência de luz no meio, ele já teria conseguido emitir qualquer palavra. Aquele planeta era bem iluminado pelo que pareceu ser uma estrela que futuramente chamariam pelo nome de sol. Continuou tentando falar, seu esforço era algo notável para um fenômeno, no entanto, seu esforço só fez com que tudo naquele planeta ficasse ainda mais sonoro.

A luz rapidamente chegou naquele planeta, mas atravessou o campo de gases que cercavam a terra com muita dificuldade, sua força foi se dissipando por tudo, ora gases ficavam mais aquecidos que outros, ora a pressão atmosférica lhe empurrava para outra área, ora nuvens de inúmeros tons de cinza prendiam sua energia e assim ficou se fragmentando até que finalmente atingiu o solo, quase um pequeno feixe de luz. Procurou pelo som, tarefa difícil, tudo ali era repleto de uma sonoridade estonteante que mais uma vez a luz ficou estática, admiranda, apesar de que aquele planeta ter uma aparência “agressiva”.

Resolveu continuar procurando, e percorreu para lá e para cá, sem querer “tocou” na sombra de uma enorme rocha e sua luz se perdeu mais um pouco, teve que continuar sua busca desviando de locais com pouca luminosidade. Encontrou um caminho em que a onda mecânica do som estava mais intensa e seguiu o mais rápido que pôde. Até que encontrou à beira do oceano uma espécie de concha, era espiralada e em tons azulado e cinza. O som que aquele objeto fazia! Igualava-se ao próprio som que o mar agitado emitia quando as ondas quebravam nas encostas. Ela teve que tocar o objeto. Nesse toque, como da primeira vez que as duas ondas se encostaram, os dois caíram sobre a areia atordoados, sem saber o que aconteceu.

— Você! O que é você? Como me encontrou? – Ele cuspiu as palavras para a forma à sua frente, então se deu conta que seu corpo estava estranho, um pouco mais concentrado numa porção do espaço, isso era inesperado para um som. Piscou enquanto erguia os braços. – O que é isso? Que sensação é essa? –

Ela tocou o próprio rosto, olhou para as próprias mãos e parecia que seu corpo de luz havia ganhado uma forma, era brilhante, um tom amarelado incandescente. – Não sei ao certo. – Balbuciou sem jeito. – Mas sinto agora como se minha existência só fizesse sentido se estivermos juntos.


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