Múltiplos universos, uma possibilidade. escrita por Stefani Holmes


Capítulo 2
I Ato.


Notas iniciais do capítulo

“Você não sabe a energia que reside no silêncio” – KAFKA, Franz.



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Era silencioso, calmo e até mesmo confortante, mas quando se vive sozinho por muito tempo, tentemos a criar ilusões, nossas mentes se acumulam a um ponto abissal. Então percebeu que surpreendentemente podia ter esses tipos de pensamentos, talvez o costume da tranquilidade a inquietou ao ponto de ganhar lucidez. Mesmo assim, só era pensamento, luz e cor, era a contrariedade em meio àquele mar de estrelas e satélites aparentemente mórbidos. Os anos se passavam, assistiu as mudanças de tudo e de todos e suas ideias continuavam apenas em sua consciência, então percebeu que existiam outras pluralidades e as admirou, meteoros, buracos negros, buracos brancos, buracos de minhoca, outras galáxias.

Ela era apenas uma aurora límpida e algumas vezes ela sentia emoções de súbito ao conseguir ouvir um ruído sutil no meio de toda aquela calma, o vácuo era mais frequente, no entanto. Ficava ansiosa para a próxima vibração aleatória, mas nada realmente vinha quando ela estava esperando, e é bem sabido que o som no espaço parece um enorme absurdo. Continuou apenas emitindo seu fulgor para tudo em sua volta, aquecendo o máximo que podia, mas não conseguindo em si uma resposta que acalmasse sua ruminação.

Já ele, era melodioso, cheio de intensidade e caloroso, era cercado por matérias que o faziam se propagar cada vez mais, mais e mais. Sempre buscou alcançar pontos sublimes, mas não percebia que o meio nem sempre o ajudava, ou simplesmente não se importava se o meio lhe daria ou não o suporte, só queria seguir o próprio rumo, à sua maneira. Oras, mas algo sempre faltava, um limite insistente que não se permitia ser ultrapassado.

Ele só queria ser bom naquilo que mais prezava: a harmonia do conjunto da matéria, o som. Esbaldava-se em sua própria existência melódica e terna que nem sempre agradava a todos, e que pior, por vezes respondiam com o mais duro silêncio.

Certa vez, depois de tanto tempo ainda sem nem saberem da existência um do outro, o acaso os aproximou. Uma nebulosa entrou na rota entre estes estranhos seres, desses dois fenômenos. A luz apenas fez seu trabalho rotineiro, realizou a alvorada sob o pó das nuvens e fez uma cor púrpura tão bela que prendeu a atenção do distante som. Ele, quem queria alcançar uma sinfonia cósmica, driblaria qualquer obstáculo que sempre lhe opusessem. Foi então que se concentrou em um sopro, um assobio forte o suficiente para se dispersar no ar e se reproduzir na poeira cósmica. Ecoou mais longe do que o que sempre alcançou, sem esperar nada em troca: Mais uma vez, fez apenas o que mais prezava.

O encontro daqueles dois fenômenos foi um estrondo que surpreendeu a ambos e lhes prendeu a atenção por todo o momento. Era inesperado. Ele sempre viu a luz emitida dos locais onde estava, mas dessa vez pode sentir o calor que ela emanava com maior intensidade; No que diz respeito a ela, tinha consciência da existência do som através de meios externos, mas não tinha noção que essa colisão poderia assumir tamanha proporção em si.

— O que é isso? – O som questionou, o espanto de ouvir o entoar da própria voz o petrificou.

— O que? – A mente da luz vibrou. – Mas como isso é possível? – Falavam e se entendiam em poucos momentos. Eles eram ondas de natureza distinta, mas juntos se propagaram magnificamente. Infelizmente, o evento cósmico tão sonhado por ambos aos poucos foi terminando com as nuvens que se dissipavam e eles tiveram que se afastar aos poucos. O silêncio incomodou, que ausência de energia inconveniente! Foi apenas um breve espaço de tempo que o cosmos os revelou. Como iriam realizar aquele encontro mais uma vez?


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