Pride and Passion escrita por oicarool


Capítulo 7
Capítulo 7




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Darcy não esteve no jornal no dia seguinte, e por isso foi com absolutamente nenhum espanto que Elisabeta saudou Susana, quando a encontrou aguardando o jantar na mansão dos Williamson. Conteve o ímpeto de revirar os olhos ou fazer qualquer comentário jocoso. Já beirava o ridículo a insistência da sócia de Julieta em passar o maior tempo possível perto de Darcy.

Podia ver o incômodo de Lorde Williamson e Charlotte. Para a sorte de Susana, o sangue nobre e a educação os impediam de maiores comentários. E Darcy... bem, Darcy parecia quase se divertir com toda a situação, principalmente quando Elisabeta estava presente. Buscava seu olhar à toda fala de Susana, toda vez em que ela insistia em tocá-lo.

E Elisabeta tentava não ficar desconfortável. Depois da noite anterior era quase uma ironia do destino ter que presenciar tal cena. É claro que nenhum deles havia conversado sobre o acontecido, e Elisabeta suspeitava que nem iriam. Mas Darcy gostava de ter sua atenção, tanto quanto ela gostava de ter a dele.

As noites pós jantar, quando todos os Williamson estavam reunidos, eram passadas na sala de estar, preferencialmente com algum deles, ou Elisabeta, mostrando suas habilidades no piano. Por isso os três moradores da casa estranharam quando Lorde Williamson sugeriu que fossem para a biblioteca.

Mas, tão logo o mais velho escolheu um livro, sentando-se confortavelmente em sua poltrona preferida, e o abriu no mais absoluto silêncio, Elisabeta e Charlotte contiveram a risada, ainda que tenham trocado um olhar cúmplice. Lorde Williamson logo sugeriu que um pouco de leitura faria bem à todos, para a reclamação de Susana.

Susana, porém, não contestaria o Lorde, e por isso sentou-se ao lado de Darcy no sofá, fingindo interesse no livro mais próximo. Foi quase uma hora depois que Archiebald levantou-se, anunciando que iria para seus aposentos, pois precisava descansar. Lançou um longo olhar para Susana, antes de despedir-se de Elisabeta e de seus filhos.

Elisabeta estava prestes a acompanha-lo, mas recebeu um olhar de socorro de Charlotte, e por isso permaneceu no mesmo lugar. Tão logo o Lorde saiu da biblioteca, Susana bufou, incomodada, reiniciando sua tagarelice.

— Ora, meus queridos, que tal agora um pouco de música, uma bebida? Darcy, você toca piano tão bem, eu adoraria ouvir suas habilidades.

Darcy mexeu-se, um pouco desconfortável, como se procurasse uma forma de negar o pedido.

— Eu acho que está um pouco tarde, Susana. – Charlotte disse, com a sobrancelha erguida. – Todos nós gostaríamos de descansar.

Elisabeta escondeu um sorriso, mantendo a expressão neutra, mas quase vibrou ao ver a expressão desapontada de Susana.

— Minha querida, acho que você tem razão. As horas não passam quando estou perto de pessoas tão interessantes. Darcy, meu querido, amanhã temos mais uma reunião, não esqueça.

E com mais meia dúzia de palavras, Susana despediu-se de Charlotte, e com desdém, de Elisabeta. Darcy a acompanhou até a porta e tão logo Elisabeta e Charlotte ouviram a porta da frente se fechar, não contiveram o riso. E foi assim que Darcy encontrou as duas, minutos depois.

— Charlotte, precisava ser tão rude? – Darcy questionou, sentando-se novamente no mesmo lugar.

— Rude, eu? – a mais nova se defendeu.

— Pois eu não a achei rude, Charlotte. – Elisabeta sorriu. – É muito deselegante permanecer por longos períodos na casa das pessoas, especialmente sem ser convidada.

— Susana é o braço direito de Julieta. – Darcy revirou os olhos. – Eu não posso expulsá-la daqui.

— Mas poderia parar de trazê-la. – Charlotte reclamou. – Darcy, ela chega no café da manhã e vai embora quando estamos prestes a dormir.

— Que exagero, minha irmã. – Darcy cruzou os braços.

— Não é um exagero. – Elisabeta retirou novamente os olhos do livro, para envolver-se na conversa dos dois.

— Darcy, você está proibido de se envolver com a Susana. – Charlotte decretou, fazendo Elisabeta rir.

— Por que eu me envolveria com Susana? – ele reclamou, olhando para Elisabeta rapidamente.

— Irmão, você deve ter notado os interesses excessivos de Susana. – a mais nova dos Williamson levantou-se, de repente, imitando a voz de Susana. – Darcy, meu querido, que dentes brancos.

— Darcy, você é tão inteligente. – Elisabeta também a imitou, fazendo Charlotte gargalhar.

— Darcy, será que eu poderia lamber o chão que você pisa? Eu adoraria. – Charlotte se aproximou de Darcy, tocando seu braço da maneira exagerada que Susana fazia.

— É tão interessante vê-lo bocejar, Darcy. Tenho certeza que nunca antes vi um bocejo tão bonito.

— Vocês são duas exageradas. – Darcy não evitou o riso. – Não pode ser assim.

— É exatamente assim. – Charlotte afirmou.

— Exatamente. – Elisabeta falou pausadamente.

— E é por causa disso que eu nunca aceitarei Susana como minha cunhada. E você precisa parar de passar tanto tempo com ela.

— Eu estou trabalhando com Susana, Charlotte.

— Isso não significa dormir com ela, Darcy. – a mais nova cruzou os braços, com um olhar acusador.

— Dormir com... de onde você tirou essa ideia? – o olhar dele fugiu para Elisabeta, que havia voltado à seu livro.

— Você não esteve em casa na outra noite. Com quem estava, Darcy?

— Era só o que me faltava, Charlotte. – Darcy riu. – Eu não lhe devo satisfações.

— Deve, sim. O que diria se eu resolvesse passar a noite fora de casa? Ou até mesmo Elisabeta?

À menção de Elisabeta passar a noite fora de casa, Darcy bufou.

— Eu estava com Camilo, filho de Julieta. E não com Susana, ou qualquer outra mulher. – ele defendeu-se, pela segunda vez em dois dias.

— É bom que saiba, Darcy, que precisara escolher muito bem minha cunhada. – Charlotte sorriu de forma angelical.

— É mesmo? – Darcy manteve o sorriso nos lábios.

— Sim, você passou a vida inteira dizendo que só se casaria se encontrasse uma moça que reunisse todas as qualidades importantes. Inteligente, bonita, dona do próprio nariz, que soubesse regras de etiqueta, que fosse culta. E eu não vou aceitar menos do que isso.

O assunto chamou a atenção de Elisabeta, que encarou Darcy com uma expressão de curiosidade. Era evidente que ela reunia todas as qualidades que Darcy procurava, e os dois sabiam disso.

— Pois para que saiba, no momento em que eu encontrar uma mulher com tantas qualidades, a senhorita vai saber. – ele piscou discretamente para Elisabeta, assim que Charlotte se distraiu.

— Irmão, colado em Susana é que você não conhecerá ninguém. E deve inclusive ficar mais atento. Eu conheço muitas mulheres que reúnem tantas qualidades. Inclusive Elisabeta. – Charlotte sorriu.

Mas Elisabeta engoliu em seco, travando no lugar. Olhou para os dois irmãos procurando palavras, e Darcy já tinha um sorriso convencido no rosto.

— Meu Deus, Charlotte. E eu que pensei que você estava começando a gostar de mim. – deu de ombros, com um sorriso irônico.

— Só estou sugerindo. – Charlotte disse, inocentemente. – Irmão, tome cuidado com Susana. – ela pediu.

— Charlotte, você não precisa se preocupar com Susana. Eu não tenho nenhum interesse nela.

— Fico mais tranquila. Você esteve distraído nos últimos dias, me preocupei que pudesse estar desenvolvendo algum tipo de sentimento por aquela mulher.

Elisabeta novamente deixou seus ouvidos atentos à conversa.

— São assuntos muito mais complexos os que me distraem. – lançou um discreto olhar para Elisabeta. – Você não precisa se preocupar.

— Mas eu quero saber se estivermos com problemas. Eu quero ajuda-lo, Darcy.

— Não há problema algum. – ele sorriu tranquilo, levantando-se.

Puxou a irmã para um abraço cuidadoso, que fez o coração de Elisabeta bater mais rápido. Beijou a testa da irmã, que aproveitou a deixa para despedir-se, desejando boa noite aos dois. Darcy sentou-se novamente, mais relaxado dessa vez, seus olhos em Elisabeta.

— Eu sinto que você e minha irmã estão armando um complô. – ele ergueu a sobrancelha.

— Sua irmã é inteligente, Darcy. Não se deixa enganar por palavras doces e sorrisos falsos. – Elisabeta tirou seus olhos do livro, retornando segundos depois.

— Assim como você. – Darcy sorriu abertamente.

— Como eu. – ela também sorriu.

Os dois ficaram em silêncio, Darcy puxou novamente seu livro, tentando concentrar-se nas palavras. A energia em volta deles já começava a ficar diferente, a expectativa e a tensão dominando o ar. Elisabeta repetia os parágrafos, cada vez mais consciente da presença dele, de estar sozinha com ele.

— Essa cadeira não parece confortável. – Darcy comentou, casualmente. – Você deveria sentar-se aqui. – apontou para o lugar vago no sofá.

— Deveria? – ela ergueu a sobrancelha.

— Você terá mais espaço. – ele disse, simplesmente, voltando para sua leitura.

Elisabeta sorriu, trocando de lugar sem dizer nenhuma palavra, sentando-se na ponta oposta do sofá, ainda longe de Darcy. Os dois tentaram ler por mais alguns minutos, antes de Darcy interrompê-los de novo.

— Seu livro parece interessante. – ele sentou-se mais perto dela, invadindo seu espaço, retirando o livro das mãos dela.

— É bastante interessante. – Elisabeta confirmou, tentando pegar o objeto de volta.

Mas Darcy o segurou um pouco mais longe do corpo, fazendo com que Elisabeta precisasse se aproximar ainda mais para alcançar. Suas pernas já estavam em contato, a lateral do corpo dos dois colidindo, tornando-os conscientes do calor que sentiam.

— Acho que já li. – Darcy sorriu, entregando o livro para ela.

Elisabeta tentou voltar para a leitura, mas a mão de Darcy rapidamente caiu para sua coxa, com um aperto leve.

— Darcy! – ela chamou sua atenção.

— O que foi? – ele fingiu inocência, sem retirar a mão do local, apertando-a novamente.

Darcy inclinou seu corpo levemente, ficando um pouco mais de frente para Elisabeta. Seu livro já estava esquecido ao lado do corpo, e ele retirou novamente o dela, abruptamente. Antes que Elisabeta pudesse protestar, Darcy se aproximou, apoiando a testa na lateral da cabeça dela, sua boca quase encostando na orelha. Ela sentiu um arrepio instantâneo.

— Eu posso te contar a história. – ele sussurrou, apertando ainda mais a coxa de Elisabeta.

— Eu gosto do ato... – ela sorriu, maliciosa. – Da leitura, quero dizer.

— Eu também gosto. – Darcy mordeu de leve a orelha dela. – O cheio de um livro novo. – ele disse, aproximando o nariz do pescoço de Elisabeta e puxando profundamente o ar.

Elisabeta engoliu em seco, sua mão buscando a perna dele, querendo algum tipo de contato. E foi a abertura que ele precisava, a mão que estava na perna dela subindo por seu corpo, demorando-se em locais estratégicos, até chegar aos cabelos de Elisabeta. A outra mão ocupou seu lugar no corpo dela, segurando seu ombro, e descendo até um dos seios.

— Gosto da textura de um livro em minhas mãos. – disse beijando o pescoço de Elisabeta, sua mão acariciando o seio dela em um ritmo constante.

Ela parecia incapaz de responder, imobilizada naquelas carícias, no desejo que tomava seu corpo, na vontade de que Darcy tomasse seus lábios. Mas ele a surpreendeu quando a segurou nos braços, mudando suas posições, inclinando-se no sofá, com Elisabeta por cima dele.

Viu-se presa naqueles braços fortes, uma das pernas dele entre as suas, seu rosto próximo ao dele, enquanto ele sorria de lado, sabendo exatamente o efeito que tinha nela. Mas não satisfeito, Darcy puxou sua perna, fazendo com que Elisabeta deixasse uma de cada lado de seu corpo. No sofá pequeno, ele sentou-se novamente, e quando Elisabeta acomodou-se, sentiu toda a extensão dele em seu centro.

Elisabeta movimentou-se quase sem perceber, arrancando um gemido baixo dele. A boca de Darcy alcançou o colo dela, em um beijo molhado, enquanto as mãos dele cravavam em suas coxas, puxando o vestido para cima, tentando diminuir as barreiras. As mãos dela foram para os cabelos de Darcy, o puxando para ela.

Darcy novamente passeou pelo corpo dela, sua mão voltando para seu seio, puxando seu vestido para baixo, tentando expor qualquer pele. Sorriu ao não encontrar muita resistência, abocanhando um mamilo sem dificuldade, fazendo com que ela se mexesse novamente contra ele.

Sugou com força, a medida que a respiração dela acelerava. A outra mão estava na coxa de Elisa, por baixo de seu vestido, e ele subiu um pouco, quase encostando seu polegar no local que implorava por seu toque. Sem resistir mais, Elisabeta o puxou com força, a mão de Darcy tomando o lugar de sua boca no seio dela, um sorriso provocativo nos lábios.

Então ela juntou suas bocas em um gemido, a língua procurando a dele, Darcy finalmente tocando seu centro em um toque firme. A outra mão foi para sua cintura, a puxando contra sua ereção, em um movimento descontrolado. Foi um beijo desajeitado, a medida que o movimento de seus quadris aumentava.

Elisabeta viu-se torcendo para que Darcy tentasse seguir em frente, tentasse tirar mais suas roupas, tocá-la de forma mais livre. Porque a medida que o toque de sua mão, e a pressão de seus quadris a empurravam ainda mais para um prazer descontrolado, percebeu que, se ele quisesse, se entregaria a ele. Ali, na biblioteca de seu protetor, com uma porta aberta. E foi a loucura daquele pensamento que a jogou do abismo, e com um gemido mais alto do que devia, ela segurou-se nele, enquanto seu corpo se derretia.

E ele se movimentou um pouco mais, quase descrente que era capaz de chegar ao prazer daquela forma. Era um adolescente da última vez que alguns beijos e toques foram suficientes para contentá-lo. Mas quando Elisabeta gemeu em seu ouvido, entregando seu prazer à ele, não pode resistir. Sentiu a explosão de seu corpo, pelo mero contato dela, em meio a tantas camadas de tecido, que rapidamente ficaram úmidas.

Ela o encarou, fingindo inocência, depositando um beijo em seus lábios, antes de levantar-se. E como de costume, no café da manhã do outro dia os dois estavam impecáveis, fingindo não ter qualquer intimidade, enquanto ansiavam por mais algum momento roubado.


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