Projeto Doppelgänger escrita por Heringer II


Capítulo 7
Relatório de Michaelson Wright: desativação


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penúltimo capítulo, pessoal. Sejam atenciosos, pois grandes segredos serão revelados.

Espero que gostem! ^^



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Susie já havia passado a porta do hospital quando Hannah interveio na situação.

— O que você pensa que está fazendo? — perguntou, olhando fixamente nos olhos da amiga.

— Hannah, por favor, não tente me impedir.

— Susie, você está muito debilitada! E estamos falando de dois homens com capacidades sobrehumanas! Se você for, tenha certeza de que não voltará viva.

Decidi entrar na conversa também.

— Escute o que a Hannah está falando, Susie. Eu entendo que esteja com medo e queira parar aqueles ciborgues. Mas sozinha não conseguirá fazer nada além de arriscar sua vida.

Susie olhou para mim e depois encarou Hannah. Com um suspiro, ela voltou para dentro do hospital.

— Vocês têm razão. — disse Susie. — Mas não podemos simplesmente ficar aqui parados esperando que algum milagre caia do céu. Precisamos agir o quanto antes.

— Infelizmente, não há nada que possamos fazer, Susie. — eu disse. — O exército já tentou pará-los! O exército! E não conseguiram nada. Desta vez não estamos lidando com hackers que ficam o dia todo sentado no computador. São ciborgues armados até os dentes!

— Eu sei! Mas eles estão se aproximando do ponto de encontro que é o Condado de Arlington, a menos que as bombas PEM dentro deles sejam desativadas... — Susie parou, como se estivesse raciocinando sobre o que acabara de falar.

— O que foi, Susie? — Hannah perguntou.

— Hannah, existe alguma forma de desativar as bombas PEM externamente?

— Até onde eu saiba, não...

— Tem certeza? Normalmente essas bombas sempre possuem algum comando externo, algo do tipo...

— Não essas que foram colocadas nos ciborgues, elas estão ligadas diretamente com os sistemas nervosos deles. Praticamente, a única forma de desativá-las seria "matando" os ciborgues.

— Então, podemos perder as esperanças. — entrei novamente na conversa. — Se eles resistiram às armas do exército, pode-se dizer que não temos acesso a nada que possa detê-los, não é?

— Na verdade, tem uma informação que apenas as pessoas envolvidas no Projeto Doppelgänger sabem. — Hannah me respondeu.

— O quê? Que informação? — perguntou Susie.

— Na parte de trás dos pescoços deles.

— O que quer dizer?

— Quando começamos a transformá-los em ciborgues, sabíamos que os riscos seriam grandes. Por isso, criamos um mecanismo de segurança. Deixamos uma parte do corpo sem o revestimento de grafeno, para caso fosse necessário, matarmos o ciborgue que representasse um grande perigo.

— Nesse caso, para os dois ciborgues. — Susie comentou.

— E essa parte do corpo que está sem o revestimento de grafeno é a parte de trás do pescoço? — perguntei.

— Exatamente. Só precisamos atirar lá.

— Ei, vejam isso! — gritou a enfermeira, chamando nossa atenção para a manchete do jornal.

Ficamos assustados quando vimos o que a manchete dizia: "os dois gêmeos se encontram agora no território do Condado de Arlington".

— Eles estão perto. — disse Susie. — Precisamos agir imediatamente.

— Vamos nos preocupar só com um. — eu sugeri. — Se um morrer, não haverá motivos para o outro gêmeo ativar a bomba.

— Errado. — Hannah me disse. — Mesmo que um morra, o outro continuará provocando estragos.

— Então o que você sugere?

— Você e Susie vão até a zona norte do condado, onde o experimento 10 se localiza. Eu irei até a zona sul, onde está o experimento 11.

— Tem certeza de que quer ir sozinha, Hannah? — Susie perguntou. — Você mesma disse que encarar esses ciborgues sem ajuda é perigoso demais.

— Para você, que teve ferimentos mais sérios. Quanto a mim, deixa que eu me viro sozinha.

Susie olhou para a enfermeira.

— Qual a conta do hospital? — perguntou.

— Quer saber? — disse a enfermeira. — Não precisam pagar.

Susie deu um sorriso cansado e agradeceu a enfermeira. Tiramos a roupa hospitalar e nos dirigimos à rua, que estava muito agitada, com vários veículos militares se dirigindo a Arlington. Paramos o primeiro táxi que passou.

— Para onde? — perguntou o taxista.

— Condado de Arlington. — eu respondi.

— Está maluco? Não vou me arriscar! Parece que está havendo um ataque terrorista por lá. Se quiserem ir, vão por conta própria.

O taxista foi embora, deixando nós três sozinhos.

— E agora? — perguntou Susie. — Se formos a pé nunca chegaremos a tempo.

Um buggy militar cruza a esquina e vem na nossa direção. Hannah instintivamente corre e para na frente do caminho por onde o veículo passaria.

— Senhorita, saia do caminho. — disse o militar que pilotava o buggy. — Estou com pressa!

— Está indo para Arlington? — Hannah perguntou.

— Lógico que sim.

— Por favor, precisa nos levar até lá.

— Sinto muito, senhorita. Mas acredito que o ideal para vocês seja manter-se distante da...

A fala do militar é interrompida por Hannah mostrando seu crachá.

— Você é Hannah Harper? — perguntou o militar, assustado.

— Afirmativo.

— Então... — olhou para nós. — Vocês dois devem ser Susie Byron e Michaelson Wright.

— Exatamente. — respondi.

— Mas como é possível? Há poucos minutos atrás recebemos a notícia de que vocês estavam mortos.

— Quem disse isso? — perguntou Susie.

— O general Frederick Green.

— O general Green disse isso? — Hannah perguntou.

— Sim. Vocês não caíram de um avião?

— Caímos sim, mas sobrevivemos à queda, estávamos sobrevoando o...

— Com licença? — Susie os interrompeu. — Se esqueceram do nosso propósito?

— Susie tem razão. — disse Hannah. — Por favor, precisa nos dar uma carona ao Condado de Arlington.

— O que querem por lá?

— Sabemos um meio de desativar os ciborgues.

— O exército já tentou e até agora, nada.

— Eu ajudei na construção desses ciborgues. Eu sei como pará-los.

Diante das súplicas de Hannah, o soldado deixou que entrássemos no buggy. Imediatamente nos conduziu ao Condado de Arlington.

Enquanto seguíamos viagem, Susie carregava seu revólver, enquanto Hannah explicava toda a situação para o motorista.

Após cerca de 30 minutos de estrada, entramos finalmente no condado. A primeira coisa que nos chamou a atenção foi, justamente, uma explosão.

— Isso foi um deles? — perguntei.

— Provavelmente foi alguma bomba do exército jogada contra ele. — o soldado respondeu.

— De nada adiantará se não acertarem atrás do pescoço. — disse Hannah. — Susie, Michaelson, vocês descem aqui.

— Ok. — respondeu Susie.

— Lembre-se do plano. Sua arma está carregada?

— Está sim.

— Atrás do pescoço. Lembrem-se. Atrás do pescoço.

Em seguida, Hannah fez sinal para o motorista, que a levou para a zona sul de Arlington, onde o outro gêmeo estava atacando.

Eu e Susie corremos em direção à rua do outro lado, onde o experimento 10 estava atacando.

As dezenas de soldados disparavam incansavelmente, mas o ciborgue reagia aos tiros como se fossem um pouco de poeira batendo no seu peito.

Quando nos aproximamos um pouco mais, um dos sargentos impediu nossa passagem.

— Sinto muito, aqui é perigoso para civis ficarem.

— Por favor, nos deixe passar! — Susie implorou. — Nós sabemos o que fazer para parar ele.

— Sinto muito, são ordens de segurança. Enquanto a área estiver sob ataque, a aproximação de civis é proibida.

— Tudo bem. — disse Susie. — Vamos, Mike.

— Mas, Susie...

— Você ouviu o sargento. — em seguida, ela deu uma piscadela de olho para mim.

Nos viramos, fingindo que íamos embora. Quando o sargento se virou para voltar à frente da batalha, Susie lhe deu uma rasteira, derrubando-o no chão.

— Ah! Por que você...? — disse o sargento, irritado.

— Me desculpe. — Susie falou. — Mas você vai me agradecer depois.

Corremos em direção à linha que os soldados formavam.

— Não deixem que eles ultrapassem a linha! — falou o sargento, ainda no chão.

A barreira de soldados conseguiu me impedir, mas não agarraram Susie.

— Às vezes eu acho que eu sou o homem da relação. — disse ela, ao me ver capturado.

— Péssima hora para piadinhas, Susie. Péssima hora!

O ciborgue se aproximava lentamente, a passos robóticos, de Susie. Implantado na parte superior de sua mão havia o que parecia ser um cano de revólver, por onde ele começou a disparar contra ela.

Com um pouco de dificuldade, ela conseguiu desviar-se dos tiros do experimento 11, que continuava se aproximando dela, mantendo a sincronia dos passos e a feição.

— Atirem! — o sargento deu a ordem, se levantando.

— Mas a civil ainda está lá! — disse um dos soldados.

O ciborgue chegou perto de Susie, que agarrou com força seus braços.

— Para salvar várias vidas, vale a perda de uma. — o sargento respondeu.

— Susie! — eu gritei, desesperado.

Os soldados estavam relutantes em atirar no ciborgue, pois sabiam que uma dos projéteis acertar Susie era quase certeza absoluta.

— Atirem! Agora!

Ainda receosos, os soldados dispararam.

Ao ouvir o barulho dos rifles SCAR 5.56, Susie imediatamente fez um movimento ainda segurando os braços do experimento 10, se posicionando atrás dele e fazendo-o virar de costas para os soldados. O propósito era usar o seu corpo com pele de grafeno como escudo, mas conseguiu um feito ainda maior.

Uma das balas atingiu justamente a parte de trás do pescoço do gêmeo Jimmy Owens.

De repente, toda a movimentação do experimento 10 parou e ele ficou estático como um manequim. Caiu no chão logo em seguida.

Ao ver a cena, os soldados baixaram a arma e o sargento ficou surpreso. Saí de perto deles e me aproximei de Susie.

— Você está bem? — perguntei.

— Estou. Temos que encontrar Hannah.

Quando íamos embora, o ciborgue começou a pronunciar estranhas palavras.

— Missão... fracassada... — disse, e enfim se desligou.


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Notas finais do capítulo

Que missão seria essa?

Espero que tenham gostado. ^^ ♡
Até o próximo! O/



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