Magic Insurgence: The Rift - Interativa escrita por Rul3r


Capítulo 2
The Wonder Black Coffe


Notas iniciais do capítulo

Primeiro. Adicionei as informações que havia colocado no capitulo 2 ao um, então ele deixa de existir e a história começa oficialmente nesse capitulo.
Segundo, eu gostaria muuuuito que se apressassem com as fichas, estou esperando faz um tempinho já, e fiz esse capítulo menor apenas para introduzir Mirai na história, e chamar mais leitores. Além de demonstrar um pouco da minha nova forma de escrita. Enfim, boa leitura.

Aviso básico de linguagem e violência.



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As cidades grandes parecem ter um certo prazer em mostrar a irrelevância humana perante aos números. Ao caminhar entre aquele turbilhão de pessoas que há nos momentos mais agitados, se parar para olhar ao redor perceberá que não é diferente deles. Rostos sem nome, sem destino ou qualquer coisa que importe. Pode parecer um sentimento esmagador inicialmente, mas é fácil se distrair e esquecer dele.

Entre aquelas milhares de pessoas murmurando em seus telefones, andando em diversas direções, entre os enormes arranha-céus e carros barulhentos, entre a fumaça tóxica emitida por eles, no meio de toda aquela grandeza, estava alguém que apenas podia ser descrito como minusculo. Ou minuscula.

A jovem Mirai se destacava por alguns motivos, nada extraordinário, mas no meio de Nova Iorque poderia se dizer que não era tão comum. Com um metro e sessenta parecia ainda menor do que deveria graças a enorme altura dos outros ao seu redor, não era exatamente magra, mas estava perto disso. A pele não era branca também, mas nem escura o suficiente para ser parda, parecia apenas bronzeada. As suas outras características entregavam um pouco de sua descendência asiática, os longos e lisos cabelos negros chegavam a parecer tintados de tão escuros iam até metade das costas, e seus olhos castanhos estreitos e puxados. A camiseta amarela que usava também destoava um pouco das cores escuras e cinzentas ao seu redor, o jeans azul colava em seu corpo evidenciando um pouco de suas coxas que eram meio grossas. Em seu pescoço era possível ver uma tatuagem escrita em uma fonte curvada e sofisticada as palavras "if you dream on it, you can do it". Uma pequena mensagem de esperança que certamente podia motivar muitos que a vissem, se tivessem o tempo de olhar para baixo e ver a mulher de vinte e dois anos ali.

Tirou um papel de seu bolso na calça e leu mais uma vez para se certificar do endereço. "72 Saint Carley, Coffe Wonder Black". Olhou para frente para encontrar a placa no cruzamento que dizia o nome da rua, com um pouco de dificuldade graças as pessoas em seu caminho, indicando que devia dobrar a direta.

Assim que dobrou pareceu sair do centro da cidade em segundos, o movimento diminuiu a menos de um terço do que era antes e os prédios suntuosos começaram a diminuir e ficar menos chamativos, mais semelhantes a alojamentos de periferias americanas. Mirai mantinha os olhos nas entradas dos estabelecimentos identificados para encontrar o que buscava, e viu no fim da rua. Acelerou seus pequenos passos para chegar lá rapidamente e se certificou que estava tudo certo olhando ao redor, já estava anoitecendo e assim que chegou a frente do local as luzes se acenderam, quase assustando ela pela coincidência.

O Wonder Black era um pequeno coffe shop, não tinha nada muito chamativo sobre o local. A tabela de preços na frende indicava que faltava clientes ou qualidade nos produtos dele. Havia decorações pretas na porta de vidro, com o nome do local estampado nela. Abriu a porta e entrou, fazendo o sino acima dela tocar para avisar que havia chegado. Dentro era um local climatizado, um pouco frio se comparado ao lado de fora. Mesas redondas estavam espalhadas com duplas e quartetos de cadeiras por todo o pequeno espaço, duas pessoas estavam conversando num canto, enquanto um trio de amigos estavam sentados nas cadeiras na frente do balcão. A mulher que os atendia parecia extremamente incomodada pelas risadas altas e gritos que davam. Outro homem caminhava até a dupla no canto levando seus pedidos.

— Olá... eu vim falar com a... Anne. — Sua voz delicada e suave saiu um pouco baixa, enquanto ela apoiava as mãos no balcão e a mulher que atendia os jovens veio até ela.

— Como é? — A voz dela parecia o contrário, grave e grossa. Quase bruta. Os cabelos loiros e ondulados dela estavam amarrados em um rabo de cavalo. Parecia ser bem jovem também, a mesma idade de Mirai. Usava um uniforme de trabalho que era apenas o avental preto, mas por baixo era possível ver a camisa branca e colada que acentuava suas curvas na cintura e o peito... avantajado. Sua pele era bem clara e os olhos azuis e brilhantes.

— Falar com a Anne. — Mirai respondeu se esforçando para elevar o tom de sua voz, mas saiu quase igual ao anterior. A atendente apenas a olhou, esperando que falasse mais alto, a asiática respirou fundo, mas quando estava prestes a falar sentiu algo apertar seu braço e ouviu as risadas dos garotos que estavam próximos a ela.

— Adoro as japas. Ainda mais novinhas como você. — O que parecia ser o mais velho dos três a apertava seu braço com uma força exagerada, ela tentou puxá-lo mas ele era fisicamente mais forte. Pensou em fazer aquele negócio, mas as pessoas ao redor...

A atendente pulou o balcão em segundos, agarrou o braço do homem, o fazendo soltar Mirai, que recuou e colocou uma mão sobre a marca vermelha que havia ficado no seu.

— Me solta, sua vagabunda machorra! — Ele falou enquanto puxou com força seu pulso da mão da loira. — Agora eu vou te dar o que merece. — Ele levantou sua mão e sussurrou algo, Mirai não ouviu, mas pela leitura dos lábios dele conseguiu identificar o que ele falou. Sentiu o mana se acumulando na mão dele, que começou a emitir um brilho muito fraco. Ela se preparou também, levou a mão atrás das costas oculta da atendente e o homem e sussurrou algumas palavras também.

— Acho que estamos um pouco exaltados demais. — O homem que servia o casal no canto havia misteriosamente aparecido atrás do que estava prestes a atacá-las com uma magia. Segurava a mão dele por trás, no pulso, o impedindo de completar seu movimento. Mirai interrompeu o seu, e deixou o mana que juntou em sua mão escapar para não realizar a magia. — E sempre sobra pro Joe aqui limpar a sujeira da Anne. Então acho melhor não deixá-la sujar. — Ele era alto, mas da mesma altura da loira, um metro e oitenta provavelmente. Parecia mais velho, cerca de vinte e seis anos. Tinha cabelo castanho e curto, um pouco bagunçado. Olhos da mesma cor que o cabelo, usava o mesmo "uniforme" que a mulher, e por baixo dele uma camisa rosa e uma calça jeans.

— Parece que a bichinha também vai entrar na briga. — Outro do trio se levantou e bateu suas mãos, como se as limpasse preparando-se para algo. Mirai preparou sua mana novamente, enquanto sentia a de Joe se acumular em seus pés. O terceiro se levantou também, mantinha um sorriso debochado em seu rosto.

Não precisaram de um sinal para iniciar. Assim que o segundo homem do trio começou a realizar um encantamento, Joe soltou o braço do primeiro e chegou até ele em menos de um segundo. Mirai mal viu ele se mover, tamanha velocidade que havia usado para se aproximar. Saltou e colocou seus dois pés para frente, um famoso chute alto voador. Atingiu ele no peito e o estrondo foi ouvido pelo ambiente todo, graças a combinação de velocidade e força o homem foi jogado metros para trás e caiu no chão sem conseguir respirar direito.

Aqua, audierit a me! — Mirai entonou as palavras em latim com força, como se fosse uma ordem de algum tipo. A torneira que ficava do outro lado do balcão explodiu, mas ninguém deu atenção aquilo. A água que começou a vazar ficou estática no ar, até Mirai apontar para o outro homem do grupo deles, o terceiro. Obedecendo ao comando dela, o liquido avançou contra ele com tamanha velocidade que o impacto o empurrou até a parede.

O primeiro, que havia agarrado Mirai, ficou apenas observando seus amigos serem derrubados em segundos, boquiaberto começou a gaguejar e dar passos para trás. Podia sentir facilmente a quantia de mana que Anne estava colocando em seu punho, e mal viu ele chegando em seu rosto. O soco foi tão forte que um dente saltou de sua boca enquanto seu corpo virava no ar e caia no chão, espirrando um pouco de sangue no piso do local.

Poucos segundos depois os três estavam saindo, apoiando ao colega que havia sido atingido por Anne.

— Voltem sempre. — Joe ainda falou enquanto o trio saia pela porta sem olhar para trás. O casal no canto retornou a beber seu café como se nada tivesse acontecido.

Sem dúvidas aqueles caras eram o tipo de pessoa que Mirai mais desprezava. Não era exatamente violenta, mas ter dado uma pequena surra neles havia feito aquele dia valer a pena.

— Desculpe o transtorno. Mas cara... eles estavam pedindo. — Joe estava retirando seu avental, e após dobrá-lo, colocou em uma gaveta atrás doo balcão, junto com o de Anne. O casal se despediu deles enquanto saiam, e a loira foi até a porta mudar a placa de "aberto" para "fechado", enquanto trancava a porta e descia as cortinas. Já estava noite, e o movimento fora do estabelecimento era quase nulo.

— Acha que eles podem contatar a Sociedade? — Anne puxou uma cadeira e sentou-se, enquanto dirigia a questão a Joe.

— Duvido. E falarem que iniciaram uma briga usando magia? — Joe pegou uma vassoura do canto, e começou a limpar o local enquanto conversava com Anne.

Mirai deixou seu coração parar por um momento. Eles eram magos da Sociedade, de onde ela era uma foragida há um bom tempo já. Se a reconhecessem, estaria entregando a posição daquele esconderijo dos Insurgentes e sua, mas o argumento de Joe serviu de alivio, e fazia sentido.

— E você deve ser Mirai Nishikawa Williams, certo? — Anne virou os olhos desinteressados para a mulher, que respondeu com um aceno positivo enquanto desviava seu olhar, evitando contato visual prolongado. — Nos disseram que vai trabalhar conosco por alguns dias.

— Isso mesmo. — Ela cruzou as mãos na frente de seu corpo, olhando para baixo.

— Seja bem vinda ao nosso grupo então. — Joe continuava a limpeza e falava sem olhar para ela, o que era de certa forma um alivio, já que era tímida demais para agir normalmente com eles.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse capítulo demonstra como lido com as cenas, então sugestões, criticas e elogios são uma boa ideia pra eu saber como estou me saindo.
Aliás, peço mais uma vez. Se puderem fazer as fichas logo, seria ótimo. Não quero apressar ninguém demais, mas é isso.
aliás, logo teremos uma bela capa oficial, e também pretendo postar no wattpad, mas só posso fazer isso após autorização de todos que estiverem envolvidos.

Beijo no coração, até mais.