POV Edward

No dia seguinte quando acordei já mais descansado  parece que finalmente caiu a ficha, Bella havia sofrido um acidente e agora está em coma em uma UTI, foi naquele momento em quanto eu tomava banho que um desespero me dominou e eu comecei a chorar feito uma criança, a unica mulher que eu já amei e ainda amo está internada em estado grave em um hospital, não se sabe quando e nem se ela vai acordar e eu fiquei com a missão mais difícil de todas, contar a minha filha de apenas cinco anos que a mãe dela sofreu um acidente e está no hospital, meu Deus como eu vou explicar isso para uma criança de cinco anos, sem traumatiza-la ou assusta-la?

Tive que fazer um esforço imenso para me acalmar e parar de chorar, quando consegui terminei meu banho, me sequei e coloquei uma roupa, então quando finalmente tive a certeza que estava calmo o suficiente fui ao quarto de minha filha acorda-la para termos essa tão difícil conversa, entrei em seu quarto com cuidado e fui andando devagar até a sua cama, então me sentei ao seu lado e passei a mão em seu cabelo que já havia crescido bastante.

—Clarinha? Acorda filha.-Eu a chamei com a voz baixa.-Acorda que tá na hora princesa.- Então ela se virou e me olhou.-Bom dia filha!

—Bom dia papai! E a mamãe? Ela dormiu aqui também papai?-Ela me perguntou e eu precisei me controlar para não começar a chorar na sua frente.

—Bom princesa, primeiro se levanta dessa cama, vamos fazer a sua higiene matinal, depois trocar de roupa e descer para tomar o café da manhã, tudo bem?-Falei desconversando.

—Tudo bem papai!-Ela me respondeu animada e eu me senti pior ainda porque em poucos minutos eu lhe darei uma noticia que vai acabar com a sua animação.

—Após ajuda-la a fazer a sua higiene matinal e trocar a roupa nos descemos para a sala de jantar onde o café da manhã já estava servido, coloquei a Clarinha sentada em uma cadeira e me sentei ao seu lado para ajuda-la a se servir, tomamos o café da manhã com a Clarinha falando animadamente sobre a escola, foi então que ela se tocou que não estava com o seu uniforme.

—Papai, por que eu não estou de uniforme?-Ela me perguntou.

—Você não vai a aula hoje princesa, o papai precisa ter uma conversa séria com você, mas primeiro vamos terminar o café.-Expliquei a ela que ficou quita e assentiu concordando, eu não conseguia parar de pensar na Bella, será que será que ela vai acordar, ou será que vai ficar com alguma sequela? Eu não quero nem pensar se ela não acordar.

Terminamos de tomar o café da manhã, então eu me levantei da mesa peguei a Clarinha no colo e a levei até a sala de estar, a sentei no sofá e me sentei ao seu lado,

—Clarinha o papai precisa ter uma conversa séria com você e eu preciso que você me escute, tudo bem?- Ela apenas assentiu concordando.

—Ontem quando a mamãe estava voltando para casa ela sofreu um acidente de carro.-Quando eu falei isso vi que seus olhos se encheram de lagrimas, mas ela não falou nada, apenas continuou me escutando.-E agora ela está internada no hospital e ela está bem, dodói,-Terminei sem saber oque falar, foi então que minha filha caiu em um choro desesperado, me partiu o coração ver minha filha desse jeito.

—Mas ela vai ficar bem papai?-Como eu queria responder a sua pergunta, como eu queria dizer que sim, que a Bella vai ficar bem.

—Olha filha eu não sei.-Achei melhor ser sincero com ela.-A mamãe está dormindo agora e os médicos não sabem dizer quando ela vai acordar, ela precisa dormir bastante agora para ela se recuperar do acidente e quando o corpo dela tiver recuperado ela vai acordar e só ai que os médicos vão poder dizer se ela vai ficar boa.- Eu tentei explicar da forma menos confusa o possível para ela, então ela me abraçou e voltou a chorar.

—Mas e se ela me deixar papai? Se a mamãe for embora eu vou ficar sozinha.-

—Clara olha para mim, em primeiro lugar você não vai ficar sozinha nunca, se acontecer algo com a sua mãe eu vou cuidar de você, eu estarei sempre ao seu lado, em segundo lugar, não pense assim princesa, a sua mãe vai sair dessa, ela é uma mulher forte e logo ela estará boa e em casa cuidando de você, tá bom princesa?- Perguntei e ela fez que sim com a cabeça, então eu a peguei no colo ela deitou a cabecinha no meu ombro e voltou a chorar, me doí ver a minha filha assim e não poder fazer nada para aliviar o seu sofrimento e pensar na Bella em coma naquele hospital e não saber se ela vai voltar para mim, para a nossa filha, para a vida que ela lutou tão bravamente para conquistar faz com que eu me sinta pior, eu queria tanto estar naquele hospital com ela agora segurando a sua mão e implorando para ela continuar sendo a guerreira que ela sempre foi e lutar pela vida dela, mas nesse momento minha filha precisa de mim, oque me consola e saber que os pais dela estão lá com ela.

Após longos minutos sentado com Clarinha em meu colo chorando ela olha para mim, passa as mãos em seu olhos para secar as lagrimas e me pergunta.

—Papai, eu posso ir com você ver a mamãe?-

—Filha você até pode ir ao hospital, mas não pode entrar para vera a sua mãe.-

—Por favor papai, eu quero ver a mamãe! Me deixa ir junto, eu prometo que eu fico quietinha, por favorzinho-Ela tentou argumentar, como é difícil dizer não a ela, principalmente quando ela me pede dessa forma.

—Princesa não pode.-Falei tentando ser firme.-A mamãe não está em um quarto normal, ela está em um lugar chamado chamado UTI, que é para pessoas que estão em um estado mais grave, para ajuda-las a se recuperar mais rápido e na UTI não pode entrar crianças, principalmente você que está se recuperando de uma leucemia.-Tentei explicar de uma forma mais simples para que ela entendesse melhor.

—Mas papai eu quero cuidar da mamãe, quando eu estava no hospital com o meu sangue dodói, a mamãe ficou lá o tempo todo cuidando de mim, ela me dava comida e água sempre que eu pedia, segurava a minha mãozinha quando a tia Tânia, furava o meu bracinho para colocar o remédio, no meu sangue e quando a minha barriguinha doía ela ficava lá comigo e me abraçava até a dor passar, então agora que a mamãe está dodói é a minha vez de cuidar dela.-Clarinha me explicou o seu ponto de vista e eu me emocionei com todo o carinho e devoção que ela tem para com a sua mãe, mas infelizmente as coisas não são tão simples quanto ela acha que é e eu não podia leva-la para ver a Bella.

—Princesa olha aqui, a sua mãe agora está em um hospital cheio de médicos para cuidarem dela, você não precisa se preocupar com nada disso agora, até porque a Vovó Renne e o vovô Charlie estão lá com ela agora cuidando dela e tem mais os médicos que não vão deixar que nada de mal aconteça a ela, quando a mamãe melhorar e voltar para casa ai sim você vai poder cuidar dela, mas agora ela está em um lugar que não é bom para você, quando ela acordar e for transferida para um quarto eu vou falar com o medico para ver se ele libera eu levar você para ver a sua mãe, mas agora não pode filha, tubo bem?-Eu expliquei tudo isso para ela segurando o desespero que me consumia por dentro, afinal eu também queria poder cuidar da Bella nesse momento, mas infelizmente não ha nada que eu poça fazer, a não ser rezar para que ela fique bem.

—Tudo bem.-Ela me respondeu e voltou a chorar desesperadamente e eu sem saber oque fazer voltei a pega-la no colo para consola-la me segurando para não chorar na frente dela, afinal ela já está abalada e preocupada pelo acidente da mãe, não precisa também se preocupar comigo.

—Clarinha, agora o papai vai levar você lá para a casa da vovó Esme para ela cuidar de você enquanto eu vou ao hospital ver a sua mãe, ta bom?-

—Eu não vou poder ficar com você?- Ela me perguntou voltando a secar os olhos.

—Eu já te expliquei que não da meu amorzinho, amanha eu pego você e te levo para o hospital para você ficar um pouco com os seus avós, mas hoje você vai para a casa da vovó Esme e ela vai cuidar de você.

—Então tá bom.-

Levei ela para o seu quarto lhe dei banho e fiz uma pequena mala com algumas roupas e brinquedos para ela ficar alguns dias na casa de meus pais, então a peguei no colo e a levei até o meu carro, então a sentei em sua cadeirinha no banco de trás prendi bem o cinto para ela não cai, deixei a mochila do seu lado e então assumi o meu lugar no banco do motorista, o caminho até a casa de meus pais foi silencioso, Clarinha está tão preocupada com a sua mãe, durante todo o caminho eu fiquei de olho nela pelo retrovisor e sempre que eu a olhava ela estava chorando, me parte o coração vê-la desse jeito.

Ao chegar na casa de minha mãe estacionei o carro de qualquer jeito em frente a porta, sai do carro e dei a volta para tirar a Clarinha de sua cadeirinha, após soltar o cinto eu a peguei no colo depois peguei a mochila com as suas coisas e fui andando em direção a porta da casa em que cresci e já fui entrando sem bater na porta e logo minha mãe apareceu com uma expressão preocupada no rosto e ao ver minha filha chorando em meu colo sua preocupação pareceu aumentar, então ela se aproximou de mim pegou Clarinha de meu colo e a abraçou forte e minha filha só chorou mais ainda.

—Wou meu amorzinho não chore, a sua mãe vai ficar bem- Tentou tranquiliza-la.

—Eu tenho medo vovó, medo que a mamãe vá embora e me deixe sozinha, como eu vou ficar sem a minha mãezinha para me contar historinha vovó?-Falou Clarinha chorando cada vez mais.

—Não fale assim Clarinha, a sua mãe vai sair dessa.-Minha mãe falou mas antes me olhou com o olhar preocupado, então eu me aproximei delas e olhei sério para minha filha.

—Clarinha, oque o papai te falou? A sua mãe vai sair dessa, logo logo ela vai melhorar e vai sair do hospital e vai estar aqui para cuidar de você, para te levar e escola e para te contar historinha, não precisa ter medo princesa, não fique pensando nessas coisas que eu tenho certeza que a tua mãe não iria gostar de te ver assim.- Ela apenas assentiu confirmando com a cabeça e ficou quieta, então ela deitou no ombro de minha mãe que ficou embalando ela até dormir, então ela levou a Clarinha para o quarto dela e logo depois voltou a sala de estar, se sentou a minha frente e me olhou por longos minutos antes de falar.

—É de partir o coração ver a Clarinha desse jeito.-

—Ela está muito preocupada com a Bella, já é a segunda vez que ela fala que vai ficar sozinha caso aconteça o pior com a Bella.-

—Meu filho é natural ela ter medo, até os quatro anos a Bella foi a unica família que essa criança conheceu, até então era só as duas e a Bella tem sido o porto seguro dela, foi a Bella que esteve com ela em todos os momentos que ela se lembra, que a consolou em cada pesadelo, que a ensinou a andar a falar, a Bella mais do que mãe é a melhor amiga da Clarinha é natural ela ter esse medo, enquanto a Bella não acordar você precisará ter muita paciência com ela, até ela entender que agora ela tem um pai que também vai cuidar dela.

Após essa pequena conversa com a minha mãe eu fui ao hospital ver a Bella, mas as palavras da dona Esme não saiam de minha cabeça, durante todos esses anos a Bella se dedicou a criar a nossa filha e mesmo sozinha ela fez um excelente trabalho, Clarinha é uma menina maravilhosa e por tudo que elas passaram juntas ela é muito apegada a mãe, eu tenho que mostrar a minha filha que agora ela também tem um pai, que ela vai poder contar comigo sempre que ela precisar e que ela nunca estará sozinha, pois eu quero participar de sua criação, hoje tudo que eu mais quero é que a Bella melhore e que futuramente ela me de uma segunda chance para que juntos nós dois possamos criar a nossa filha.