Sangue e Poder escrita por Berserker


Capítulo 1
Sanguis


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic, fui influenciado por um amigo a escrever, então desculpe se não estiver bom ou se tiver algum erro. Aceito críticas e dicas, espero que se divirta. :)



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Já havia colocado o uniforme e estava terminando o café da manhã, a semana de provas se aproximava e Louis não queria perder nenhuma aula. Seus pais, tinham saído para trabalhar a alguns minutos e, como sempre, Louis ficava sozinho em casa.

Mudara para Chartam a pouco mais de 6 meses, mas não tinha feito nenhum amigo ainda, por isso passava o dia sozinho. O fato de não ter amigos, proporcionava a ele muito tempo livre, que ele gastava lendo livros. Lia todos os tipos, mas sempre gostou mais das tragédias. Comprava-os em uma livraria perto de sua casa, não fazia questão de conhecer a cidade, por isso conhecia apenas o que ele julgava ser necessário. Não tinha nenhum amigo, mas tinha inimigos. Steve, um estudante mais velho e maior que Louis e todo o resto da classe. Sempre chegava atrasado e com o uniforme desarrumado. Desde o início do ano letivo, Steve sempre perseguia os alunos mais novos, mas em específico, Louis.

Era aula de Educação Física, estavam na quadra da escola e o professor deixou os alunos jogando queima (apesar de jogarem praticamente sem regra nenhuma, apenas queriam acertar a bola um nos outros) enquanto tentava flertar com a professora de filosofia.

Jason, um dos amigos (capangas) de Steve, aproveitou que ele estava amarrando os sapatos e jogou a bola com toda a força nas costas do aluno mais velho. Com os sapatos desamarrados mesmo, o brutamontes se levantou com a fúria de um touro. Procurava quem havia jogado a bola. Jason, foi tomado por um sentimento de medo e, no desespero, apontou para Louis que jogava a bola calmamente para cima.

Steve não quis nem saber se era verdade ou o que ele estava fazendo, apenas queria descontar sua raiva em alguém. Gritou um "Filho da puta" e foi se aproximando de Louis com passos rápidos, mas não correndo. Mas, quando estava chegando perto, o professor apareceu e não deixou que o valentão fizesse algo. Demonstrou algum alívio em ver o chão da quadra limpo, apesar de sua cara triste, indicando que não conseguira uma acompanhante.

O professor ficou o resto da aula observando o jogo de queima (que agora tinha regras), portanto, Steve não se atreveu a tentar bater em Louis de novo, mas ficava sempre o encarando com um olhar ameaçador e sempre tentava acertá-lo com a bola, apesar de sempre errar.

No final das aulas, Steve olhou para Louis como uma águia olha sua presa. O pobre-coitado entendeu o recado, o grandão queria bater nele. Sem pensar duas vezes, Louis se levantou e saiu correndo da sala e da escola, mas quando olhou ao redor, percebeu que os capangas de Steve aguardavam na rua que ia para sua casa. Por sorte (ou muito azar), não havia nenhum "guarda" para o outro lado e Louis conseguiu escapar, mas os amigos do brutamontes continuaram correndo atrás dele.

Nessa fuga desesperada, ele correu alguns quarteirões, mas já se cansara. Estava passando em uma rua que não conhecia, haviam várias mercearias e lojas naquela rua, então Louis pensou em se esconder em uma delas e esperar.

Entrou em uma loja, mas só depois de alguns segundos lá dentro, percebeu que era uma livraria, que não havia nenhum cliente ou vendedor lá dentro. Depois de algum tempo lá dentro e sem saber se era seguro ou não sair, Louis começou a procurar um livro para ler. Todos pareciam normais, exceto por um, "Sanguis". Era o único livro de capa preta na prateleira que Louis olhava. Ele sentia como se o objeto o chamasse para lê-lo.

Pegou o livro e colocou sobre uma mesa empoeirada de madeira. Na capa do livro, havia um pentagrama e embaixo escrito seu nome. Louis abriu o livro, que apesar de ser não tão grande, tinha a capa pesada. Na capa, pelo lado de dentro, havia vários nomes escritos, provavelmente de antigos proprietários. George, Safira, Kenzo, etc. A primeira página havia apenas um desenho de uma espada que ocupava a folha inteira, percebia-se no cabo, as letras K.P., provavelmente as iniciais do nome de alguém. Na segunda página começavam os textos.

"Sou Sanguis, o livro do poder, se está determinado a pagar um preço pelo fim de seus problemas, apenas me feche e diga em voz alta 'Eu aceito'."

Louis ficou confuso com aquilo, e achou que era apenas alguma brincadeira para passar vergonha em público. Mas não havia ninguém com ele. "E se não for uma brincadeira", ele pensou. Depois de algum tempo observando os desenhos da próxima página do livro, o fechou e disse "Eu aceito".

Quando disse isso, não conseguiu pensar em mais nada, apagou em um sono profundo. Acordou em uma sala escura, onde não conseguia enxergar as paredes.

—Finalmente acordou! – Uma voz misteriosa e rouca disse isso, como se estivesse na cabeça de Louis.

—Quem é você... e onde estou? – Gritou Louis, assustado.

—Sou Klaus e você está no meu tapete hahaha.

—Onde você? – O humano procurava Klaus, mas não conseguia enxergar muito longe. Depois de falar isso sentiu algo como um sopro atrás dele.

Ao olhar para trás, Louis viu uma figura um pouco mais alta que ele, encurvada, tinha uma calda pontuda como uma flecha e os olhos, apesar de negros, brilhavam nas sombras, a uns 4 metros de distância, da qual não se atrevera a chegar perto.

—Estou aqui. – Disse Klaus com a voz menos rouca agora.

—O que é você? – Louis, mais assustado que nunca, perguntou.

—Sou o criador do Sanguis e sou um demônio.

—Certo, Louis, isso é apenas um pesadelo. Você vai acordar e vai estar tudo bem. – O humano procurava se acalmar, mas o sentimento de medo não lhe abandonava.

—Isso não é um sonho. Você sabe por que está aqui? Porque você quis isso. Você aceitou a proposta do Sanguis e veio parar no submundo, mais especificamente, na minha casa. Sorte a sua, poderia ter caído em uma floresta ou em um poço cheio de demônios famintos.

—Ou seja, eu sou seu jantar?

—Hahaha. Nem todos os demônios sentem fome. 

—Então por que você me trouxe aqui?

—Como eu disse, você veio porque quis, porque queria se livrar de seus problemas.

—Acho que meus problemas nunca foram tão grandes quanto agora.

—Não pense assim, humano. Eu estou aqui apenas para ajudá-lo. Está vendo essa espada? – Klaus puxou uma espada prateada de uma bainha dourada em sua cintura. – Essa é Semper, a espada do poder dos demônios. Seus problemas são com Steve, não é? Acha que um pouco de poder iria resolver o problema? Hahaha

—O que você quer dizer? Que eu posso usar essa espada e matar todos que me perturbarem? Eu poderia fazer isso com qualquer arma!

—Semper não é uma espada para isso. Se você sacrificar um humano com essa espada, poderes te impedem de acontecer problemas. E quanto mais humanos você matar, mais eficientes são os poderes – Klaus tossiu – Você realmente acha que eu iria criar um livro para falar de qualquer espada? Hahaha

—E por que eu mataria alguém? Isso pode me dar um problema maior que qualquer outro.

—Se esse é o problema, eu resolvo. – Pegou uma tocha e iluminou uma das paredes. Lá haviam vários espelhos que, após um tempo, começaram a mostrar os alunos que perseguiam Louis. – Qual você quer sacrificar?

Louis nunca quis matar ninguém, mas sentia tanta raiva daquele que o acusara injustamente e o colocara naquele lugar.

—Jason – Louis disse lentamente, porém com a voz firme.

Num piscar de olhos Jason apareceu na sala escura. Estava sem entender nada e olhava para os lados desesperadamente.

—Tem mais medo Steve furioso ou do que vê agora? Seu Filho da puta – Gritou Louis com uma raiva queimando em seus olhos.

—Você fez isso? Seu Merda, vou quebrar sua cara! – Ainda um pouco atordoado, Jason respondeu.

—Vamos lá, Louis, mate-o e receba sua recompensa. – Disse o demônio jogando a espada perto do pé do humano.

Ao pegar a espada Louis sentiu seus cabelos loiros de arrepiarem, nunca havia pegado numa arma e agora estava prestes a matar um humano. Depois de alguns segundos olhando para suas mãos segurando Semper, percebeu que estava ficando pálido.

Jason deu um grito e saiu correndo em direção de Louis sem perceber que ele estava armado. Louis sentiu, de repente, uma calma e sem pensar duas vezes deu cinco passos à frente e esperou Jason vir. Quando o garoto viu que o outro estava armado, parou por um tempo, mas continuou. Louis cortou a cabeça de Jason fora que voou pela sala até onde não conseguia ver por causa da escuridão.

—Muito bem! Hahaha. Acho que foi um dos mais rápidos que vi nesses mil e duzentos anos – Disse Klaus se aproximando

Agora Louis percebia melhor como era o ser que queria ajudá-lo. O corpo do demônio era cinza e vestia apenas uma calça marrom. Tinha os pés como os de um dragão. Seu peito era de uma cor mais clara e estava escrito K.P. onde deveria ser o coração humano. Tinha um focinho como de um lobo e seus dentes eram muito brancos.

—Basta apenas esperar seus poderes, jovem humano. A partir de agora, vou acompanhá-lo até sua morte, ser o seu guia, acho que posso dizer desse modo. – Sorriu e bateu três palmas. Imediatamente, Louis apareceu em seu quarto, frente ao espelho, onde conseguiu ver os olhos negros de Klaus observando-o por alguns segundos atrás dele. – Se quiser me perguntar algo apenas abra o livro e escreva sua pergunta em uma das páginas em branco – Klaus agora falava dentro de sua mente.

Louis sem entender muito bem o que havia acontecido, apenas abriu a janela e ao perceber que já era noite, se jogou na cama e chorou até dormir.


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Notas finais do capítulo

Há referências nos nomes dos personagens a alguns livros/mangás que gosto :P
Obrigado por ler. Vou tentar postar mais com uma certa frequência. :)