Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 20
Capítulo 20 - The Ministry of Magic




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Capítulo 20 - The Ministry of Magic 



CAMILLA SCHMIDT




Apesar da ansiedade, a semana de exames estava indo bem, quero dizer, tirando os acontecimentos desconcertantes como Umbridge expulsando Hagrid de sua cabana em meio a um exame, as coisas pareciam finalmente estar dando certo.

Ah, claro que eu saí do N.O.M. de História da Magia me sentindo um zero a esquerda, mas o meu exame em Poções e Transfiguração com certeza compensava aquela sensação de derrota, tinha de aceitar que eu não poderia ser extremamente boa em tudo.

— Espero não ficar tão ansiosa quanto você e o resto do pessoal ano que vem. — Gina disse com um suspiro enquanto nós andávamos ao lado de Luna.

— Acho que não tem como evitar, — disse com um sorriso triste — são os exames que vão ajudar a definir a nossa carreira...Mas se você precisar de ajuda ano que vem, é só avisar.

— Olhe, parece a voz do Harry. — Luna disse abrindo uma porta.

Entramos na sala encontrando Harry - que parecia estar furioso -, discutindo com Rony e Hermione.

— Oi, do quê vocês estão falando? — Gina perguntou timidamente, contudo Harry apenas respondeu “nada” secamente.

Aparentemente ele tinha visto Vold-...Você-Sabe-Quem capturar Sirius, e queria a todo custo ir até o Ministério da Magia sozinho tentar salvá-lo.

— Hermione está certa, — eu me pronunciei em voz baixa, com medo que ele se voltasse furioso comigo — se Snape estava te dando aulas de Oclumência, então era para não entrarem na sua mente. Você-Sabe-Quem pode muito bem ter implantado uma ilusão na sua mente.

Harry me deu um olhar tão feio, que eu engoli em seco e fiquei quieta o resto da discussão.

Logo, com a ajuda de Hermione e Gina, elaboramos um plano para fazer com que Harry conseguisse se comunicar com Sirius pela lareira de Umbridge, fiquei bem chocada em perceber que aquela era a segunda vez, quando Hermione disse que Harry tinha falado com ele durante a fuga dos gêmeos Weasley. Estava começando a ficar preocupada com a impulsividade de Harry.

Mal tive muito tempo de pensar e Harry já tinha sumido de vista.

— Certo, nós três iremos afastar os estudantes desse corredor, é só dizer que jogaram gás garroteante. Se perguntarem alguma coisa digam que é invisível e inodoro, deixa as pessoas inconscientes.  — Gina disse apressada e eu apenas assenti, sentido meu corpo tremer de nervosismo.

Tinha prometido a minha mãe que eu estava em segurança, e lá estava eu, me colocando em perigo e desafiando todas as regras da escola.

Mas eu não podia negar que era divertido.

Com algum esforço, conseguimos afastar os alunos do corredor, estava tudo dando certo, até que a imagem da Brigada Inquisitorial vindo na minha direção colocou o plano por água abaixo.

— O que pensam que estão fazendo? — Emília Bulstrode perguntou olhando para mim e para Gina.

— Gás garroteante, — respondi cruzando os braços — se eu fosse vocês, daria o fora daqui. A não ser é claro, que queiram ficar desacordados por um bom tempo.

Troquei olhares com Gina pelo canto do olho, rezando para que a garota acreditasse em mim. Assim que olhei para a garota, vi Malfoy parado atrás dela, ele parecia bem decepcionado comigo.

— Se nós não desmaiamos ainda, então temos tempo para levar vocês até a Umbridge. 

— É, isso é um blefe barato.

Engoli em seco.

Expelliarmus! — Goyle exclamou antes que eu e Gina conseguíssemos alcançar nossas varinhas.

Fomos levadas até a sala da Umbridge da pior maneira possível, sentia que Goyle iria me sufocar e me largar morta ali no meio do corredor mesmo. O que eu temia aconteceu, Umbridge tinha pego Harry na lareira.

Eu nunca imaginei que fosse ser expulsa de Hogwarts por ter ajudado um amigo, mas me parecia um bom motivo. O motivo parecia ser melhor ainda quando eu olhava para o rosto furioso de Umbridge, olhando pelo lado bom da coisa, eu não teria que ter aula com ela nunca mais.

Mamãe ficaria furiosa, mas tenho certeza de que ela entenderia…

— Draco, por favor, chame o Professor Snape. — Umbridge sorriu para o Malfoy que assentiu, saindo do escritório da velha segurando a varinha de Harry com um sorriso maldoso no rosto.

Arg, não pude deixar de ficar furiosa ao olhar para a expressão zombeteira no rosto dele, me sentia idiota por ter deixado que…

A sala ficou no mais completo silêncio, ora ou outra eu tentava me debater nos braços de Goyle mas falhava miseravelmente - ele era um brutamonte!

— Você queria me ver, senhora? — Snape entrou na sala ao lado de Malfoy, diferente do garoto que sorria cantando vitória, Snape não demonstrava uma sequer expressão em seu rosto. Eu suspeitava que ele também odiava Umbridge, quero dizer, quem que não detestava aquela mulher?

Tenho certeza de que se a Brigada Inquisitorial não fosse tão privilegiada, eles também a odiariam. Aquela mulher era um demônio.

Umbridge pediu que Snape providenciasse a poção da verdade, e eu quase murchei, ia ser o fim. Se ela descobrisse que estávamos tentando se comunicar com Sirius Black, ela iria nos associar com os comensais da morte...Eu não queria nem imaginar nessa probabilidade.

Fiquei surpresa quando o Professor Snape disse que não tinha mais veritaserum em seu estoque, o que enfureceu Umbridge de tal maneira…

— Ele pegou Almofadinhas no lugar em que está escondido! — Harry gritou para Snape antes que ele se retirasse da sala.

Dolores ficou inquieta, questionando para Snape sobre o que era Almofadinhas, mas ele apenas alegou que Harry estava falando baboseiras e a deixou sozinha na sala de aula, completamente irada.

— Bem Potter, você me deixou sem saída, terei que usar a maldição Cruciatus.

Entrei em choque, tentando me libertar dos braços de Goyle, o que só me fez sentir mais dor, sabia que meus braços iriam ficar roxos depois daquilo.

— Harry, nós precisamos contar para ela… — Hermione começou a chorar escondendo o rosto com as mãos.

Estremeci, não eles não podiam contar, nós iriamos ser incriminados…

Como éramos todos menores de idade, certamente não iríamos para Azkaban, mas com certeza iriamos ficar presos o resto da vida no Hospital St. Mungus

— Ora, ora, ora, a senhorita sabe-tudo vai nos dar algumas respostas. — Umbridge sorriu.

— Não — minha voz quase rasgou a minha garganta, a mulher me ignorou completamente, me dando apenas um olhar de desprezo.

Fiquei olhando para Hermione chocada demais para acreditar, ela ia contar mesmo? Todos os nossos esforços tinham sido...em vão?

— Bem, ele estava tentando falar com o Professor Dumbledore. — Hermione disse soluçando, imediatamente eu parei de me debater. Estava surpresa demais, e muito incomodada com a aquela cena.

Umbridge tentava a todo custo tirar as respostas de Hermione enquanto os membros da Brigada pareciam sorrir contentes.

Fiquei estática, Hermione estava mentindo, ela tinha um plano. Era arriscado, mas era um plano.

— Me leve até essa arma. — Umbridge ordenou, saíndo da sala na companhia de Hermione e Harry.

Olhei para o restante do pessoal, e pude perceber que nenhum deles parecia estar disposto a ficar mais tempo ali nas mãos da Brigada Inquisitorial.

— Você vai me matar de sufocamento desse jeito! É-Eu preciso de ar! — falei para Goyle fingindo estar com falta de ar, o garoto olhou para os outros Sonserinos e me soltou. Caí no chão, me apoiando em minhas próprias mãos tentando recuperar o meu “fôlego”, e em um movimento rápido peguei a minha varinha que estava na mão dele — Petrificus Totalus!

Goyle caiu feito um saco de batata no chão.

Quando me virei para os outros, eu percebi que eles tinham se aproveitado da distração e lutavam tentando recuperar suas varinhas.

Estupefaça.

Desviei o feitiço me escondendo atrás da mesa de Umbridge, me levantei rapidamente e apontei a minha varinha para Emília que tentava atacar Neville, antes que eu pudesse fazer alguma coisa ele exclamou.

Impedimenta.

Sorri surpresa com o feitiço do garoto, e acabei sendo estuporada sem querer. Bati o meu queixo com força na cadeira do escritório, sentindo o gosto de sangue em minha boca.

Expelliarmus. — ouvi Rony exclamar.

Me levantei cautelosamente, sentindo um pouco de dor e olhei ao redor.

— Parece que demos conta de todos eles. — murmurei limpando o sangue na barra da camiseta.

— Sim, Gina foi incrível! — Rony exclamou surpreso com o feito da irmã.

— O que vocês estão esperando? — Neville indagou — Temos que ir ajudar Harry e Hermione. Vamos, acho que os vi indo para a Floresta Proibida.

E então nós fomos correndo em disparada até a Floresta Proibida, com sorte, não trombamos com nenhum professor que fosse nos parar. Quando já estávamos fora do castelo eu parei um pouco, ofegante demais, sentindo meu pulmão queimar.

Assim que encontramos Harry e Hermione, Rony começou a tagarelar comentando a luta que tivemos no escritório de Umbridge, dizendo o quão incrível foi a azaração que a irmã acertou em Malfoy (eu queria ter visto isso de perto). Os dois então explicaram rapidamente que levaram Umbridge para os centauros, e que alguém chamado Grope tinha os auxiliado.

— Quem é Grope? — Luna perguntou e eu acabei erguendo a sobrancelha, também curiosa.

— Irmão caçula do Hagrid. — Rony respondeu — Não importa agora...Harry o que você descobriu no fogo?

Harry contou que o elfo doméstico de Sirius, o Monstro, tinha dito que ele estava no Departamento de Mistérios e com sorte não voltaria de lá. Contudo ele estava nervoso, não sabia como iria para Londres.

— Bem, nós vamos voar, não vamos? — Luna perguntou, o que começou uma enorme discussão sobre quem iria e quem deixaria de ir. Acabei ficando em silêncio que nem Gina, nunca tinha visto Harry tão nervoso como naquele dia, ele estava decididamente estranho.

Passou-se um bom momento de discussão, agora sobre como iríamos voar.

— Oras, de testrálios. — Luna respondeu irritada, como se fosse óbvio.








(...)




— Uhm, — murmurei quando finalmente tínhamos chegado em Londres — essa foi a pior coisa que eu já fiz depois de andar de Nôitibus

Fiz uma careta, tentando ao máximo não vomitar, e senti alguma coisa se aquecendo no meu pescoço, como pensei que fosse o meu desconforto por ter voado em seres invisíveis acabei ignorando. 

— Bem vindos ao Ministério da Magia, por favor diga o seu nome e o que quer.

Harry, que era o mais impaciente de nós, disse nossos nomes e falou que estávamos resgatando alguém. Colocamos nossos respectivos crachás.

— O Ministério os deseja uma boa noite.

Entramos em um elevador, e não pude  deixar de admitir que enquanto nós andávamos pelo Ministério pensei que as coisas estavam fáceis demais. Não havia nenhum segurança por perto.

— Departamento de Mistérios. — Harry anunciou e logo estávamos de frente para uma porta. 

— Vamos lá.

Andei em passos lentos, mal acreditando que eu tinha quebrado todo o protocolo da escola em um dia só. Acho que uma expulsão seria o menor dos meus problemas. O que meu pai iria pensar disso? Ele nunca mais ia olhar na minha cara…

Não, eu estava fazendo isso por Harry. Não devia me preocupar com o que meu pai iria achar ou não, ele sequer se importava. Tinha que parar de querer me justificar para ele e tentar ser uma filha perfeita.

— Certo, para onde nós vamos? — perguntei em voz baixa, nunca tinha entrado ali, só ouvia falar alguns rumores sobre o Departamento de Mistérios.

Harry foi andando na frente, indicando o caminho, que nós seguíamos.

— No meu sonho… — ele começou a murmurar tentando-se lembrar de onde tinha visto Sirius aprisionado.

Entramos em algumas salas, sem saber exatamente onde procurar por Sirius. Eu já estava ficando com medo daquela situação, não tinha parado para pensar até então que iríamos encarar Voldemort e os Comensais da Morte…

— É aqui! — ele exclamou, e eu estremeci indo em direção a porta.

Era um lugar extremamente bizarro, o pé direito era enorme, havia diversas prateleiras empoeiradas com bolas de cristal empilhadas. Macabro. 

— Disse que era no beco noventa e sete. — Hermione disse e Harry concordou.

Preparei a minha varinha, enquanto caminhávamos por aquele lugar que nenhum de nós fazia a mínima ideia do que era. Quando finalmente chegamos no tal beco noventa e sete, não havia nada.

— Hm, onde Sirius está? — murmurei olhando em volta. O lugar permanecia silencioso e assustador, como sempre.

— Harry, tem o seu nome aqui. — Neville comentou, chamando a atenção de todo mundo para uma prateleira.

Hermione insistiu para que Harry não pegasse a bola de cristal, mas mesmo assim ele a segurou, alegando que tinha o nome dele ali.

Novamente, algo no meu pescoço começou a esquentar, franzi o cenho e quando coloquei a mão na região percebi que era o meu medalhão. Mamãe tinha falado que ela usaria ele para saber se eu estava em perigo.

— Muito bem Potter. Agora vire-se devagar e dê isto para mim. — uma voz arrastada falou, e enquanto eu me virava, estremeci, eu sabia muito bem de quem aquela voz era.

 


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