Obliviate escrita por Downpour


Capítulo 19
Capítulo 19 - Malfoys don't hangout with halfbloods




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Capítulo 19 - Malfoys don't hangout with halfbloods 

 

CAMILLA SCHMIDT



— FELIZ ANIVERSÁRIO! — acordei com Sabrina pulando em cima de mim, fiquei tão assustada que quase caí da cama. Coloquei as minhas mãos no meu peito, a olhando estarrecida.

— Não faça isso de novo, eu quase tive um ataque cardíaco. — sussurrei ainda grogue por ter sido despertada bruscamente, contudo a menina apenas sorriu me dando um abraço de urso.

— Vá se arrumar, espero que não demore, temos que ir logo para o Salão Principal!

Assenti dando um pequeno sorriso ao perceber que ela estava mais animada com o meu aniversário do que a própria aniversariante. Tomei um banho rápido, vesti uma saia e um moletom cinza, coloquei a capa por cima e deixei meus cabelos soltos.

Sabrina me arrastou até o Salão Principal, sem deixar que eu levasse um livro para estudar, dizendo que hoje seria o meu dia de folga. 

Arregalei os meus olhos ao ver que na mesa da Corvinal havia um enorme bolo de morango e cheio de chantili, olhei para minha amiga sorrindo surpresa. A garota apenas me empurrou até um lugar próximo do bolo, pude perceber que na mesa estavam Harry, Gina, Hermione, Luna, Rony, Ernesto e Neville.

— Gente isso é…

— Feliz aniversário. — disseram com sorrisos no rosto.

— Uau, e-eu… — gaguejei olhando surpresa para cada rostinho ali — muito obrigada por lembrarem de mim.

Naquela manhã eu mal pude falar, fui entupida de mimos e presentes por parte de meus amigos. Passamos boa tarde do dia conversando, rindo e comendo bolo debaixo de uma árvore próxima ao lago de Hogwarts. Ao fim do dia, eu estava extremamente feliz, tinha esquecido completamente o porquê estava tão tensa nos dias anteriores.

— Você é a Camilla Schmidt, certo? — um garoto com vestes da Sonserina se aproximou de mim enquanto eu andava sozinha pelos corredores da escola.

— Ah sim, e você seria? — perguntei cruzando os meus braços, o garoto não parecia ter más intenções, mas mesmo assim não conseguia confiar em alguém que fosse daquela casa.

— Blasio Zabini — disse com um breve sorriso.

Zabini, aquele sobrenome me era familiar, ah sim, ele era filho da mulher que teve diversos maridos que morreram misteriosamente.

— Eu estive reparando e você me parece ter alguma proximidade com o Draco.

Olhei para aquele garoto incrédula, erguendo a minha sobrancelha. Ótimo, agora um garoto completamente aleatório da Sonserina iria estragar o meu dia, era literalmente, só o que me faltava.

— Você realmente saiu das masmorras para falar comigo sobre Draco Malfoy? — tentei dizer a fala da maneira mais neutra possível, mas acabei sendo ríspida sem querer. Me surpreendi ao perceber um meio sorriso no rosto do garoto.

— Vocês são bem parecidos, — disse balançando a cabeça — enfim, não precisa de toda essa pose de durona sabe? Eu vim em missão de paz.

Mordi os meus lábios e acabei dando um suspiro.

— Certo, tudo bem, — disse me rendendo — o que tem sobre o Malfoy?

O garoto sorriu para mim, como se eu finalmente estivesse falando o que ele queria ouvir.

— Eu assisti a cena de vocês dois na Dedosdemel e no corredor alguns dias atras, — ele comentou é então ergueu a sobrancelha — apenas queria saber se vocês dois já se conhecem, já que Draco nunca reagiu assim perto de alguma outra garota…

Senti o meu rosto corar, estava tão nervosa que nem percebi que ele falava aquilo tentando arrancar alguma informação de mim. Novamente a palavra “Malfoy” estava afetando o funcionamento do meu cérebro, em uma ocasião diferente eu teria mandado ele falar com Malfoy já que os dois eram da mesma casa.

— Não que eu me recorde, — falei apressada com o rosto ficando extremamente vermelho, ignorando por completo o que eu tinha ouvido de Dobby — os Malfoy não gostam de andar com pessoas mestiças.

Zabini me analisou, percebendo que até eu não parecia acreditar muito no que estava falando.

— ZABINI! — a voz rude de Draco Malfoy fez meu corpo congelar onde eu estava — Posso saber por que você está conversando com a Schmidt? 

O loiro fuzilou o garoto com o olhar, e logo desviou o olhar para mim.

— O que eu te falei de ficar procurando por respostas Camilla? — disse em um tom autoritário, que eu fiz questão de ignorar. De onde ele tinha tirado intimidade para me chamar pelo primeiro nome?

— Mas eu não fiz nada. — exclamei olhando para os sonserinos incrédula que ele ia discutir no meio do corredor — Ah eu realmente não quero ouvir esse monólogo de novo, tenho matéria para revisar. Fiquem a vontade. — disse me virando, prestes a sair andando, até sentir uma mão segurar o meu pulso.

Quase bufei de descontentamento, eu só queria um momento de paz, era o meu aniversário…

Quando olhei para trás Zabini não estava mais lá, era apenas Malfoy e eu em um corredor isolado da escola, e certamente naquele momento ninguém passaria por ali, já que os alunos estavam ocupados revisando em suas respectivas salas comunais.

— Você não veio procurar Zabini atrás de respostas, certo? — perguntou com uma preocupação mais do que suspeita. Queria jogar na cara dele que eu tinha sim conseguido respostas, mas não estava com cabeça de pensar sobre o que eu tinha descoberto.

— Não. — respondi secamente — Por quê você se importa Malfoy? Por quê você simplesmente não me deixa em paz e finge que eu não existo? Porque sinceramente eu não entendo, de verdade. O seu pai me odeia a todo custo, ele provavelmente deve ter te falado que eu sou uma mestiça nojenta. Mas aqui está você, insistindo em conversar com a mestiça que te ensinaram a abominar.

Meus olhos faiscavam, já estava ficando desconfortável com aquela situação, com as piadinhas dele e as tentativas de parecer preocupado comigo. Contudo, para a minha surpresa os olhos dele ficaram distantes, como se eu tivesse o feito lembrar de uma memória dolorosa.

— Não faço a mínima ideia do que se passa na sua cabeça, e na verdade eu nem quero saber. Mas pra quê fingir que você se preocupa com o que eu faço? Por que você se dá o trab-

O garoto me interrompeu, me empurrando gentilmente para a parede, ele parecia triste com as minhas palavras.

Ah, era só o que me faltava.

— Eu me importo com você,— ele sussurrou depois de longos momentos em silêncio. — enão dou a mínima para o seu sangue. — admitiu em um tom tão baixo que eu quase não escutei.

Senti o meu rosto ficar vermelho de vergonha, queria muito sair dali, o que as pessoas iriam pensar se me vissem assim de novo com ele sozinha? Contudo, mesmo que eu quisesse ir embora, eu não consegui. Me vi cativada por aqueles malditos olhos cinza.

— Não você não se importa. — falei no mesmo tom.

Meu coração batia acelerado por um motivo que eu desconhecia, não estava com medo, tinha a minha varinha por perto, poderia azarar ele a qualquer momento. Então por que…?

A expressão no rosto dele era ilegível, me peguei tentando adivinhar o que ele pensava, e quando voltei para a realidade percebi que seus lábios estavam pressionados contra os meus.

De repente, toda a atmosfera do corredor parecia ter mudado de forma drástica. A raiva que eu sentia tinha se dissipado, fiquei em choque por alguns momentos e pelo calor do momento me vi correspondendo. Permiti que seus lábios se juntassem aos meus, e que nossas línguas se encontrassem. Deixei que suas mãos repousassem em minha cintura, me dando calafrios.

Aquele beijo era diferente de tudo que eu já tinha provado, tinha perdido por completo a capacidade de raciocinar o que estava acontecendo ali, eu só queria mais. Não queria pensar sobre quem eu estava beijando, apenas que ele era muito bom no que fazia.

O medo de alguém nos ver ali no corredor se dissipou, no momento eu sentia adrenalina, como se fosse divertido fazer aquilo sendo que nós não deveríamos ou que Filch poderia nos encontrar ali a qualquer momento.

Passei meus braços ao redor do pescoço dele, sentindo o contraste da temperatura da pele dele contra a minha. O puxei para mais perto, sem descolar a minha boca da dele, e mesmo quando paramos para respirar, logo estávamos se beijando novamente. Eu só conseguia pensar em como eu não queria que aquele momento acabasse…

— Espero que ainda tenha algum pudim no Salão! —  a voz distante de Luna me assustou, com os olhos arregalados eu empurrei Draco Malfoy para longe de mim. Fiquei alguns instantes olhando para a boca inchada dele, me dando conta do que eu tinha acabado de fazer.

Malfoy não parecia muito diferente de mim, a cara de espanto era a mesma enquanto ele arrumava a gravata que estava afrouxada.

— Oh, olá Camilla. — ela sorriu para mim e então se virou para um loiro parecendo um pimentão. Se Luna percebeu o que tinha acontecido ali - coisa que eu tinha certeza que ela percebeu -, não demonstrou, apenas sorriu e saltitou para longe de nós.

Novamente estávamos sozinhos.

— Camilla… — Malfoy começou a falar mas parou, como se não achasse as palavras certas para se expressar.

Balancei a minha cabeça negativamente.

— Eu estou ficando louca. — disse levando minha mão a testa, dei uma última olhada para o garoto e fui embora, incapaz de dar uma palavra sequer para ele.

Meu coração ainda estava acelerado, minhas bochechas estavam completamente vermelhas e o meu corpo estava muito quente. Levei minhas mãos até os meus lábios sem acreditar no que tinha acontecido no corredor.

Eram os exames, pensei, no período de provas nós costumamos ficar mais tensos e acabamos toman-

Argh, não estou conseguindo sequer pensar direito.

Resolvi que a melhor coisa que eu poderia fazer era ir para a cama mais cedo e ignorar o jantar completamente, não queria ver o rosto do Malfoy pelo resto do meu ano letivo (que felizmente já estava chegando no fim). Fui direto para o dormitório feminino da Corvinal e me sentei em minha cama com a respiração ofegante.

Olhei para meu travesseiro e um enorme sorriso apareceu em meu rosto.

Era um presente.

Abri a embalagem apressada, querendo saber do que se tratava, e me surpreendi ao ver um vestido enorme vermelho. Quando peguei o vestido, achei também um enorme bilhete e uma outra pequena embalagem que continha torta de abóbora, o meu doce predileto.



“Feliz aniversário filha!



Mal posso acreditar que você já tem dezesseis anos, sabe, me lembro bem de quando você ainda era uma criança indefesa de quatro anos, e agora você já é uma mulher. Não consigo expressar em palavras o quão orgulhosa eu estou de você. Posso não ter sido a melhor mãe, ou a mais presente, mas te garanto que eu te amo muito, e aprecio muito a forma em como você me vê como modelo para seguir.

Queria te presentear com algo que fosse muito importante, então lhe dei esse vestido. Não sei se você sabe, mas só o usei em ocasiões importantes, como na festa de noivado minha e do seu pai. O vestido ainda está bem novo, e convenhamos que não serve mais para mim, então resolvi te dar algo simbólico. Espero que você goste.

Sinto muito por não poder estar com você no seu aniversário, espero que você esteja em segurança e esteja tendo ótimos estudos para os N.O.M.s, lembre-se que eu acredito no seu potencial e sei que você irá se sair bem.

—E”

 



Pela primeira, eu dormi abraçada com um pedaço de pergaminho e com um sorriso sereno no meu rosto.




(...)





A semana dos N.O.M.s tinha finalmente chegado, e eu tinha um motivo para evitar a presença de Draco Malfoy a todo momento, já que eu passava o dia todo estudando na biblioteca ou no Salão Comunal, revisando o conteúdo com o maior quantidade de pessoas possíveis. Apesar da ansiedade com os exames, estar cercada de livros e de um ambiente silencioso me confortava e diminuía o meu stress.

Era tanta coisa para revisar que eu mal tinha tempo para me lembrar do beijo, mas claro que em um momento ou outro a minha mente se dispersou, voltando para a cena do corredor…

— Camilla? — Hermione me chamou me tirando de meus devaneios.

— S-Sim? — gaguejei sentindo o meu rosto corar, a grifinória apenas estreitou os olhos para mim.

— Qual a Terceira Lei de Gamp?

— A comida não pode ser criada do nada. — respondi rapidamente, e logo quis bater a minha cabeça contra um livro de Trato das Criaturas Mágicas, tinha acabado de confundir a terceira lei com a segunda.

— Você está distraída. — Hermione observou — Quer conversar sobre?

— Hermione, — quase supliquei com as bochechas fervendo — tudo o que eu mais preciso é revisar o conteúdo e ir bem nos N.O.M.s, depois eu te falo o que foi, agora não, por favor.

— Se você diz. — ela disse com os olhos estreitados,e eu tinha a plena certeza de que assim que os N.O.M.s acabassem ela iria me perguntar o que estava se passando na minha cabeça.

Como a Grifinória tinha ganhado a Taça Quadribol, já que a casa tinha derrotado a Corvinal no jogo passado, os jogos e treinos de quadribol tinha acabado, dando espaço somente para aulas que visavam revisar o conteúdo dos exames e revisões que iam até o mais tardar possível. A maioria dos alunos ficavam até tarde em suas salas comunais revisando em grupo, e era basicamente a mesma coisa que eu vinha fazendo a semana inteira.

Esperava ansiosamente para terminar os exames e que o ano letivo acabasse por fim, mal podia esperar para ver minha mãe novamente e a abraçar agradecendo pelo presente.


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