Yes, Sir escrita por Asynjurr


Capítulo 4
Third


Notas iniciais do capítulo

ESPERO QUE GOSTEM.
BOA LEITURA!!!



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T H I R D

Yes, Sir


Cambridge, Cambridgeshire
23 de março de 2016;

 

I.

22h:46min PM;

Não crédulo do que ouvira, vou a sua procura. A conversa só acaba quando eu quiser, eu dito as regras nessa casa. Subo as escadas de três em três degraus, ainda que minha agilidade não se compare a dela.

Sem pedir licença adentro ao seu quarto e começo a encará-la com fúria. Ninna praticamente bufa irritada, mas isso não me intimida contrariamente, encoraja-me bem mais. Sei que respeito não deve ser imposto, mas conquistado, todavia, ela precisa aprender a se controlar, ao começar por agora.

— Saia daqui, por favor saia desse quarto, sr. Herondale. — pronuncia aos berros, sem me olhar. Ninna está sentada na cama com as pernas dobradas e de costas para mim, algo irritante em demasiado.

— Sei que não deveria ter te agarrado daquele jeito primitivo, Ninna, mas você me provocou e sabe como eu reajo a provocações e mesmo que negue, sei que gostou de ser beijada por mim. — murmuro com uma ligeira irritação e ordeno em seguida: — Olhe para mim quando eu estiver falando com você! — estou elevando a voz e mesmo contrariada, ela me obedece e merda, por que ela está chorando? — Não quero dormir com esse peso na consciência... — resmungo, incapaz de manter meu olhar sobre ela, eu lhe dou as costas. — Mais um. — torno a resmungar.

Ok, isso está se tornando insuportável.

— Não quero falar com você, saia e me deixe em paz, por favor. — o embargo da voz faz meu corpo estremecer. Seu olhar de repreensão recai sobre mim e o peso é maior do que eu posso suportar.

— Tudo bem e tenha uma boa noite. — pronuncio sem paciência de aturar essa situação por mais tempo, então saio do quarto batendo a porta com mais força do que gostaria.

Ao longo do corredor até meu quarto, divago sobre nossa conversa e decido dar um voto de confiança a Ninna e se for esperta saberá usá-lo da melhor forma possível. Pesco o celular do bolso e envio uma mensagem para Niall. Já no quarto, sigo em direção ao box e sem me importar em deixar a água aquecer, vou para debaixo do chuveiro, com roupa e tudo.

Estou cansado de segurar o mundo nas costas e fingir que não me importo. Ainda pouco a beijei e senti que ela estava gostando, se entregando a mim, mas não, tudo que ela sente é repulsa e me sinto idiota por querer tê-la à força. Trazê-la para cá foi um erro e estou pagando por isso. Me sento sobre a cerâmica branca e enlaço os braços em volta dos joelhos. Jogando a cabeça para trás, deixo a água atingir meu rosto diretamente e o choque me faz querer reagir, no entanto, não consigo fazer com que as coisas mudem e perder as rédeas da situação não pode ser uma opção.

II.

23h:45min PM;

— Freddie já descobriu o que pedi sobre Edwin Trier? — questiono enquanto Niall está ultrapassando a porta entreaberta do quarto, seguimos até a sala contígua, onde ele se senta na poltrona em formato de U, ao meu lado.

— Até agora, o pouco que se sabe é que o homem é considerado foragido da justiça francesa, senhor. — pronuncia velozmente, após um bom tempo e sei que não está sendo sincero, pelo menos, não totalmente.

— Isso significa que todos os esforços para pegá-lo foram em vão! — deduzo frustado e ele assente com a cabeça, algo que me deixa ainda mais frustado. A sensação de impotência parece está batendo a minha porta novamente. — Que homem escorregadio da porra! — admito sem ânimo e sigo até as janelas para respirar e esse olhar submisso de Rupert não me ajuda a pensar em nada para deter Edwin Trier, então decido abortar o assunto e parto para o seguinte: — LithWood a partir de amanhã ficará encarregado de levar e trazer a srta. Griezmann da Universidade. — lhe dou as instruções e uma folha com os horários das aulas para que o desastrado não se atrapalhe e por um momento sinto que ele percebeu que estou com problemas, mas ele toma a sábia decisão de não me questionar a respeito. — São os horários das aulas e pelo menos dessa vez faça seu trabalho direito. Fique sempre atento a qualquer movimentação suspeita em torno dela, estamos agindo conforme a Europol nos instruiu, leve Dylan com você, se achar necessário e me mantenha sempre informado sobre cada passo dela, as possíveis amizades, qualquer fato significativo. Entendeu as instruções? — minha voz pinga com sarcasmo destacando-se através das poucas palavras.

— Sim, sr. Herondale. — e então seus lábios se enrolam num sorriso despretensioso, bem é o que parece e minha cabeça inclinada em direção a porta do quarto não parece ser o suficiente para que ele se vá. Se ele não fosse tão discreto já estaria fora do meu quadro de funcionários.

— Agora saia, se precisar de você lhe chamarei. — ordeno com as sobrancelhas erguidas para ele, enquanto manuseio o IPhone, discando o número de Madame Lars, a mãe de Ninna na tela do aparelho, quando me dou conta já estou sozinho no cômodo. Menos mau. — Madame, acredito que terei que quebrar nosso acordo, sua filha está irredutível e me despreza como se eu fosse o pior dos homens e eu não suporto esse tratamento torpe. — me queixo sem ao menos cumprimetá-la e volto a me sentar na poltrona, exausto.

— Gosto quando me chama de Maia. — Sério? Desde quando? Ouço seu sorriso ruidoso do outro lado da linha e reviro os olhos, ainda bem que não estamos em uma videochamada. — Não achei que você fosse desistir tão fácil, sr. Herondale. — me provoca e tenho vontade de rir, ela só pode está brincando comigo ou bebeu muito vinho branco, sua bebida favorita pelo que me lembro. — Não pode deixá-la voltar para Cannes e você bem sabe.

Me convença do contrário, madame.

— Isso significa que tenho que aturar as tentativas de fuga e todos os insultos? — retruco ressentido com nossa conversa de mais cedo e acrescento: — Acha mesmo que eu posso fazer isso, Maia?

Sei que estou perto de alcançar meu limite, mas isso é como um estímulo a mais para continuar a seguir em frente nessa situação onde eu me meti por conta própria e não dá pra voltar atrás. Maldito sentimento de impotência. Acostumado a controlar tudo e todos a minha volta, essa é a primeira vez que me vejo de mãos atadas, distraindo-me de minhas divagações, ouço madame pronunciar:

— Ninna é uma mulher mimada, admito que a criei mal, entretanto, sei que é capaz de amansá-la. — sua voz está rouca, provavelmente está ponderando acerca do assunto e como grande sábia que é, sei que está montando uma estratégia brilhante para me fazer mudar de ideia. — Você comanda uma das maiores empresas farmacêuticas da Inglaterra à punhos de ferro e se acha incapaz de conquistar uma mulher?

Hey, assim você me ofende!

— Fala da própria filha como se ela fosse um animal e isso é a coisa mais fodida que já me deparei. — sou obrigado a confessar, faço isso de forma involuntária, a situação é realmente tosca. — Até parece que quer se livrar da Ninna. — insinuo no auge de minha perspicácia e dou o xeque-mate: — Mas só estou enganado, não é mesmo?

— Você sabe que estou fazendo o que qualquer mãe zelosa faria e eu preciso desligar. — sinto que atingi seu ponto fraco, ela está fugindo e madame nunca foge de uma conversa, algo está errado, algo que descobrirei em breve, com ou sem sua ajuda.

— Tudo bem, Maia, mas adianto que não serei tolerante com Ninna e não pretendo mantê-la aqui se não for por sua própria vontade, ela acha que eu sou um monstro, ela mesmo me disse isso ainda pouco e sabemos que não é bem assim, madame. — argumento, ultrapassando a porta da sala contígua, agora estou em frente ao espelho, vendo o quão abatido estou. Há quanto tempo não durmo direito?

— Apenas tenha paciência, sr. Herondale e ela será sua como tanto deseja. — ela replica, como já era de se esperar, com toda sua astúcia e sem me dar chances de qualquer argumento a mais, encerra a chamada.

Me sentindo culpado, decido verificar se Ninna está bem. Ao longo do correrdor, a voz do meu subconsciente, aquela que mais atrapalha do que ajuda, me ordena que eu volte para meu quarto, entretanto, já estou a um passo de estar no quarto, não dá pra voltar atrás.

Ela está dormindo, felizmente, ao menos não tentou fugir. Está frio e embora o aquecedor esteja no máximo, não deve ser o suficiente para que ela fique bem aquecida. A cubro com um lenço branco de chenile e saio do quarto em seguida, estranhamente tranquilo, me preparando para o dia que virá e sinto que os problemas só estão começando.

III.

05h:23min AM;

Desbloqueio a tela do celular para ver se há novos e-mails de Freddie e para minha frustação, não há nada na caixa de mensagens, pelo menos nenhuma que seja dele. Empurro o lençol para longe e coloco o celular no carregador em cima da cômoda.

Sempre o maldito sonho a perseguir-me. Atordoado pelo pesadelo que tivera a instantes anteriores, decido tomar um banho e faço uma anotação mental de ligar para minha psiquiatra mais tarde e marcar uma seção.

Ainda é cedo, entretanto, não vou conseguir dormir, nem com muito esforço. Banho-me em águas mornas e me visto rapidamente, me atropalhando com essa maldita gravata. Minha mente está a mil, preciso desabafar com minha médica, do contrário vou enlouquecer, logo depois direciono-me ao espelho para estar frente a frente comigo mesmo e não gosto do que vejo, não mesmo.

Veloz como o vento, deslizo rapidamente pelas escadas e ao me direcionar a porta de saída da mansão, me deparo com a Sra. Minnetti. A mulher cresce os olhos em minha direção e caminha rapidamente até mim, trazendo consigo o seu melhor sorriso.

— Bom dia, sr. Herondale. — ela me saúda com a sua reverência de sempre e com pressa me aproximo para cumprimentá-la corretamente. — Acordado... tão cedo senhor? — indagou descrente de minha mudança de hábitos e sinto que essa mulher pode enchegar através de mim e isso me incomoda.

A Sra. Minnetti, Cara Minnetti é uma espécie de segunda mãe para mim, minha babá desde os 3 anos, pelo que eu sei e me conhece como poucos, uma grande amiga. Vasculho minha mente buscando uma explicação plausível e não encontro nenhuma desculpa. Tentando aparentar-me normal, lhe dou o meu melhor sorriso e curvo-me para beijar sua mão, fugindo do assunto, para minha sorte ela é discreta demais para insistir nessa conversa que não vai nos levar a nada.

— A srta. Herondale, ela já acordou? — indago com meu olhar varrendo o cômodo e sigo com a senhora até a mesa para o café da manhã, de repente estou com fome.

— Ela...

— Bom dia, sra. Minnetti. — Ninna surgiu na sala como mágica ou talvez já estivesse aqui e eu não me dei conta.

Ela passa reto por mim, sem me cumprimentar, acredito que ainda está magoada com aquele beijo que roubei, se é que eu roubei. Me sento na cadeira central e ela na segunda cadeira, à esquerda, olhando na direção contrária.

— Arrume-se, vamos sair em 1h. — a informo, despejando um pouco de café na xícara. Sua carranca para mim me faz perder toda a fome, então acabo deixando as torradas de lado e todo o resto da comida.

— Nao quero sair, sr. Herondale. — murmura entre os goles do suco e encara os ovos mexidos do prato, segura os talheres, mas desiste de comer. Parece que também não está com fome, ao menos é o que parece. Sua negligência alimentar é uma dos defeitos que precisamos trabalhar e farei isso, mesmo que ela me odeie mais.

— Saímos em 1h, Ninna e coma. — insisto e sinalizo com os olhos em direção ao prato razo, ela revira os olhos, porém obedece e para incentivá-la, volto a pegar as torradas e minha geleia de pêssego, empurrando a comida para dentro da boca aos oucos, apreciando o gosto agridoce que tanto gosto.

Nossa refeição durou minutos e foi o mais silenciosa possível. Dois estranhos dividindo uma casa gigante. Odeio ter que esperar e sei que sua demora é proposital, ela adora me chatear, porém, hoje não vai conseguir me tirar do sério, mas talvez eu a faça perder a linha.

Olho a hora pela quarta vez no relógio de pulso e começo a gastar o chão da salar de estar, Ninna só pode estar testando minha paciência, se trancou naquele quarto há uma hora, com o andar da carruagem chegarei atrasado na empresa. Me lembro de enviar um e-mail para Julia Harris, minha secretária, ordenando um agendamento com a Dra. Martha, a dermatologista mais conceituada da cidade, para Ninna depois das tentativas de fuga, algumas cicatrizes marcaram seu corpo e não gosto de pensar que são minha culpa. E-mail enviado, hora de me concentrar em lhe dar as instruções de comportamento. Ameaço subir as escadas para apressá-la, mas antes que eu faça isso, Ninna dar o ar de sua graça.

Caralho, ela está maravilhosa!

— Onde vamos? — questiona, à medida que desce as escadas e está maravilhosa, reafirmo, com dos looks que Rick Davis, seu personal stylist deve ter lhe obrigado a comprar, já que ela é péssima para se vestir.

— Adorei a chemisier, querida, te deixa sexy, Ricky Davis é realmente incrível. — comento boquiaberto, observando a peça de roupa perfeitamente alinhada ao seu corpo, tirando o Ray-Ban por um momento e ela ignora o elogio, como já era de se esperar. — Não queria tanto ir para Universidade, então você e irá. — murmuro entre um sorriso de lado e sigo ao seu encontro. — Deve usar esse anel e para todos os sentidos somos noivos. — segurando sua mão direita, busco seu dedo anelar e coloco um anel de noivado que Rick me ajudou a comprar na semana passada, estava esperando para entregá-lo quando ela aceitasse meu pedido, contudo, decidi me adiantar.

— Isso realmente é necessário, sr. Herondale? — indaga com ironia, fitando o anel e seu olhar reprovador recaindo sobre mim me faz querer lhe contar toda a verdade, entretanto, me abstenho de tentar fazê-lo.

— Não me chame de senhor em público e sim, é necessário. — afirmo e seguro sua mão esquerda, sem resistência, enquanto ultrapassamos a porta de entrada da mansão. — A partir de amanhã, LightWood fica encarregado de levá-la e também virá te buscar. — lhe informo, abrindo a porta para ela que inala forte, porém, não se opõe e me livro de ter que discutir esse assunto com ela.

O percurso até a Universidade de Cambridge é curto, já que moramos nas proximidades da instituição e como já era de se esperar, nenhuma palavra foi trocada entre nós dois, apenas Louis e eu conversamos sobre assuntos restritos à empresa.

Desço e abro a porta para ela. Estou arrependido por não ter ido direto para a empresa, me sinto tão desnecessário e sei que ela também gostaria que eu estivesse bem longe daqui e não a cupo. Volto a segurar sua mão e caminhamos até a Universidade logo a frente, em silêncio. Ao longo do caminho sinto alguns olhares femininos me perseguindo e isso inflama meu ego. Ao menos algumas notam meus atributos físicos, já que esta aguerrida aqui parece não me enxergar como eu sou realmente. Sorrio para mim mesmo e aperto sua mão com mais força, entrelaçando nossos dedos e Ninna não se opõe. Oh, sim, isso está começando a melhorar.

— Você está fazendo sucesso entre as universitárias, Harry. — murmura com sarcasmo e se não fosse ela, àquela-que-me-odeia, até pensaria que está com ciúmes, entretanto, me conformo com a ideia de que ela está sendo cínica, apenas.

— Nossa, ela sabe pronunciar meu nome! — paro de caminhar e deslizando para sua frente, seguro seus ombros com as mãos abertas e a trago para mim, desço as mãos até as suas e a faço girar, de modo que fique em minha frente. — Saiba que nenhuma outra me interessa, querida. — sussurro lentamente em seu ouvido e sinto seu corpo se contraindo em frente ao meu, mas para meu azar, noto que alguém caminha até nós, mais precisamente: Erin Steele.

— Harry Herondale! — meu nome é acariciado pela língua habilidosa da filha do meu principal sócio e pelo sorriso que ela está me dando, acredito que Erin ainda não virou a página e isso é frustrante. — Admito que esse era o último lugar onde imaginei te encontrar, meu querido, Herondale.

— Srta. Steele, quanto tempo, querida! — pronuncio singelamente, por mera educação e sou puxado para os braços da louca.

— Senti sua falta. — ela me sussurra, apertando os braços em volta de mim com força, parece até que quer me partir em dois, mas é sempre bom se sentir desejado e Erin não é de se jogar fora. — Você sumiu, querido. — a sensualidade das palavras me animam ainda mais.

— Essa é uma completa vadia. — ouço, Ninna resmungar com seu velho sarcasmo e não detenho um riso debochado. Será que Erin ouviu? Espero que não.

— Disse algo, garota?

Ah, ela ouviu.

— Não, só estava pensando em voz alta que se não me adiantar, chegarei atrasada no primeiro dia de aulas. — Ninna continua a destilar seu sarcasmo e por um momento acredito que Erin vai avançar contra ela, mas não se atreve, talvez esteja se tratando como eu.

— Quem é essa, Harry? — me questiona com os braços cruzados e seu tom de exigência quase me faz rir, afinal, quem ela pensa que é pra me exigir algo? Para o inferno com isso, Erin.

— Essa é Ninna Griezmann minha adorável noiva, Ninna, essa é Erin Steele, minha ex-namorada. — apresentações feitas, puxo ela para meus braços e sigo com ela até a reitoria, deixando a outra incrédula para trás.

— HARRY HERONDALE


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Notas finais do capítulo

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I SEE YOU
KISSES HONEY
XXGEHXX



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