Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 9
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764342/chapter/9

Harry havia saído fazia alguns minutos e Charlotte já estava agoniada olhando fixamente para porta esperando-o surgir. A garota estava encolhida no sofá e em suas pernas repousava a cabecinha do pequeno garoto que dormia suspirando uma vez ou outra.

Escutou um barulho vindo da direção da biblioteca e um arrepio percorreu sua espinha, sentiu vontade de gritar, estava assustada e com medo. Queria chorar, mas não conseguia, na verdade estava entrando em pânico.

Viu que alguém vinha, pois escutava passos lentos se aproximarem, arregalou os olhos, na torcida que fosse Harry voltando. Assim que viu sua figura conhecida, soltou uma lufada de ar que havia segurado, Harry entrou na sala e disse:

— Fechei a porta. – sentou-se.

— Por que demorou? – indagou.

— É que derrubei uma pilha de livros que estavam em cima da cadeira. – respondeu. – Daí demorei porque tive que juntar os livros. – completou olhando-a.

Charlotte lembrou-se da pilha de livros, tinha feito enquanto procurava o tal livro na escrivaninha e não os tinha colocado no lugar.

— Não saiu nada daquela porta? – perguntou amedrontada.

Harry a olhou curioso e com vontade de rir, mas se conteve e apenas respondeu:

— Não que eu tenha visto. – fitou-a travesso.

— Seu bobo. – atirou-lhe uma almofada, Harry apenas riu com vontade da atitude da garota.

O sol já havia se posto fazia algumas horas, Harry antes de ir até a biblioteca falar com Charlotte, tinha terminado de escovar os cavalos, colocado para dentro e os tratado, no mesmo horário que sempre costumava fazer.

— Bom, – começou. – já vou indo para casa.

— É... Mas é cedo ainda... – a garota estava com medo de ficar sozinha naquele casarão.

Harry percebeu, mas nada disse apenas se despediu pegando Oliver, quando ia pegar o resto de suas coisas Charlotte se prontificou em levá-las para ele até o carro. Harry disse que ela podia colocá-las no porta-malas, a garota teve de se conter para não pular dentro ela mesma e ficar ali escondida, estava com tanto medo! O rapaz arrumou o caçula na cadeirinha, ao terminar, fechou a porta ficando de frente para Charlotte e olhou fixamente em seus olhos ao perguntar:

— Quer ir junto? – a garota piscou algumas vezes não acreditando no que escutara, Harry já estava ficando desenxavido quando, enfim, ouviu a resposta:

—Sim! – Já foi fazendo a volta no carro e entrando no lado do passageiro.

Harry observava a cena divertido, chacoalhou a cabeça como se disse não, não, não silenciosamente, entrou na casa apagou as luzes e trancou a porta.

O caminho foi silencioso, Charlotte observava a paisagem iluminada pelas luzes dos postes e das casas. Não demorou muito, viu-se chegando a uma casa com dois andares de tijolos a vista. Ao entrar viu que a casa era aconchegante, não era grande como a de seu avô, mas do tamanho ideal para que uma família vivesse bem e com conforto. O ambiente era simples, mas havia gostado de cada detalhe: o tapetinho de entrada com a escrita "Bem-Vindos", do vaso de flores que enfeitava a mesa de jantar, da tapeçaria pendurada na parede da sala, da folhagem ao canto do sofá perto da janela, do corredor, que levava aos quartos, com alguns quadros pendurados na parede com fotos de família, dos quartos que não tinham mais que camas, guarda-roupas e criados mudos na cabeceira com um abajur em cima. Estava encantada com tamanha beleza daquela pequena casa.   

Harry havia lhe dito para ficar a vontade, então, largou as mochilas no sofá enquanto observava tudo ao seu redor, caminhou pelo andar de baixo e depois foi para o andar de cima, encontrou Harry saindo do banheiro, ele tinha ido dar banho em Oliver.

— O que achou – entrou no quarto – da casa? – colocou o irmão na cama o cobrindo.

— Gostei bastante! – Afirmou alegre.

Harry apenas sorriu antes de descer para arrumar a mamadeira para o mais novo. Charlotte ficou no quarto, com o garotinho olhando-a com seus grandes olhos esverdeados.

— Você vai domi aqui? – perguntou curioso.

— Sim, vou dormir aqui– respondeu sorrindo e logo depois tocou seu nariz com o dedo dizendo. – Pibi–ii. – O garotinho riu alto.

Depois de mais alguns minutos Harry voltou com a mamadeira para o garoto, que a pegou com os olhinhos brilhando, gostava de tomar o leitinho morno daquela forma. Harry informou a Charlotte que iria fazer o jantar e perguntou-lhe se cuidava de Oliver enquanto isso.

— Claro, pode ficar tranquilo. – sorriu enquanto fazia um certinho para o rapaz.

A garota ficou sentada na beira da cama do mais novo observando-o tomar a mamadeira e coçar os olhinhos com as costas de uma de suas mãos. Quando terminou de tomar entregou a mamadeira para Charlotte.

—Nossa! Tomou tudo. – pronunciou a garota.

— Chim. – respondeu.

— Chalote deita aqui. – convidou-a.

— Mas é claro. – largou a mamadeira no criado mudo e deitou ao lado do garoto, que se virou em sua direção.

— Chalote, conta uma histolinha? – pediu.

— Mas é claro. – Charlotte começou a contar uma história de três porquinhos.

Depois de contar a história disse:

— Então, vamos descer para ver se Harry já terminou?

— Chim... – levantou da cama e começou a pular, enquanto ria alto.

— Oliver, para! Assim vai cair. – dizia a garota apavorada.

— Não, não vo não! – continuava a pular.

Charlotte demorou um pouco para convencer o menino a parar. Mas enfim, quando conseguiu desceram, Oliver segurava a mão da garota.

— Quem era o mocinho que estava pulando de novo na cama, – ralhou Harry sério enquanto o olhava. – Eim Oliver?

O garotinho se encolheu um pouquinho e deu de ombros, dizendo:

— Era Chalote.

— Mais que feio, – Harry franziu o cenho – está mentindo agora?

— Ah! Tá bom, era Olivi. – olhou para baixo.

Charlotte lavava a mamadeira de Oliver em silêncio, enquanto escutava os garotos. O jantar estava  pronto, o rapaz cozinhava bem, fazia cada comida deliciosa.

Após o jantar e de limparem tudo, foram para sala, Harry sabia que seu dia ainda não tinha terminado, precisava fazer o que tinha em mente desde a noite passada. Mas antes colocou o mais novo para dormir. E depois desceu indo para sala onde se sentou meio de lado, perto de Charlotte, ficando de frente para a mesma com o braço direito apoiado no encosto do sofá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Histórias Cruzadas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.