Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Charlotte olhou curiosa para o rapaz a sua frente, tentava adivinhar os seus pensamentos, Harry a encarou, depois desviou o olhar. Abriu a boca para dizer alguma coisa, mas nada disse, Charlotte olhou para seus lábios, depois para seus olhos, por um instante ficaram se encarando, Harry desviou o olhar coçando a nuca. Estava visivelmente embaraçado, passou a língua nos lábios umedecendo-os a procura das palavras, gesto que não passou despercebido por Charlotte. O rapaz cravou os olhos nos seus e disse:

— Eu... – parou um pouco. – Não sei como fazer isso. – A garota neste momento se inclinou em sua direção colando seus lábios nos dele. Harry ficou surpreso, tocou-lhe o ombro com a mão esquerda gentilmente ao mesmo tempo em que a garota deslizara a mão em seu peito.

— Char... – Começou, mas não conseguiu terminar, a garota lhe deu um pequeno beijo. Harry, então, acabou cedendo, subiu a mão que estava em seu ombro segurando-lhe o maxilar e a nuca, por fim retribuindo o beijo.

 Charlotte havia entendido mal as intenções do rapaz, na verdade ele apenas queria conversar com ela, contar-lhe tudo que fora lhe pedido, mas não sabia como começar, estava visivelmente nervoso, pois temia sua reação a tantas revelações.

Estavam imersos em um beijo lento, saboreavam cada toque, não tinham pressa, mas tiveram que parar, pois Harry sentiu uma mãozinha bater em sua coxa. Parou o beijo e ao olhar para o lado encontrou Oliver, parado a poucos centímetros dos dois, com um ursinho de pelúcia em mãos, estava com uma perna de suas calças erguida na altura da canela.

— Tô com fomi. – disse o garotinho, o mais velho apenas sorriu, ajeitou-se no sofá se desvencilhando de Charlotte, arrumou a perna das calças do pijama do menino pegando lhe no colo, colocando-o sentado no sofá em seu lugar e foi até a cozinha.

Oliver olhou para Charlotte curioso e soltou uma pergunta que deixou a garota sem resposta.

— O que tavam fazendu?

— É... – Apenas conseguiu dizer. – É... – Repetiu novamente.

Harry voltou para sala com uma tigela em mãos, entregou ao menino assim que se sentou. Parecia estar tranquilo, mas na verdade estava ainda mais preocupado com a situação em que se encontravam.

O pequeno ficou olhando a garota com a tigela em mãos, esperando a sua resposta. Charlotte olhou para Harry com um olhar que lhe pedia socorro.

— O que foi? – perguntou.

— Oliver queria saber o que estávamos fazendo. – explicou sem jeito.

— Ah! – disse, vendo o pequeno encará-lo. – Bom nós estávamos... – parou. – estávamos... – não concluiu a frase e para distraí-lo começou a lhe fazer cócegas.

—Ai, ai! – dizia entre risos. – Pala, pala Harry. – se contorcia de tanto rir. A sorte que Charlotte pegou a tigela e ficou segurando-a para que não virasse.

Harry ria junto com o garoto, Charlotte os olhava com um sorriso pendendo nos lábios, era muito divertido vê-los assim, tão descontraídos. Por fim, Harry enrolou o mais novo, estava tão entretido em se desvencilhar do ataque de cócegas que se esqueceu do que havia perguntado. Oliver comeu seu cereal e depois foram todos dormir.

No dia seguinte, após o café da manhã foram buscar Dona Amélia na casa de sua amiga. A velha senhora, ficou surpresa ao ver que Charlotte viera junto, mas nada perguntou a respeito. Foram para a casa de Charlotte, precisavam retomar seus afazeres rotineiros, Dona Amélia apesar de estar de férias foi junto, conversando animadamente.

 ...

Dois dias se passaram e a curiosidade de Charlotte aumentava cada vez mais para saber o que havia naquele lugar secreto. Mas não teve coragem de ir sozinha e tão pouco de convidar Harry para ir junto, ainda se sentia estranha perto dele, depois do que havia acontecido entre eles.

Dona Amélia e Oliver foram para Itália, a velha senhora queria ter ido viajar para este país já fazia tempo, mas não queria deixar os garotos sozinhos. Então, decidiu conversar com Harry para ver se o mesmo autorizava levar Oliver junto, afinal, é o rapaz quem mantém a guarda do caçula. Aquela senhora bondosa, queria dar uns dias de folga para seu neto mais velho, que já havia desistido de muitas coisas para cuidar de seu irmão. Era para o rapaz estar quase se formando em medicina, mas trancou a faculdade, depois que sua mãe morrera, assim teria mais tempo para cuidar do mais novo. Harry não se queixava de nada a respeito de tudo que vinha acontecendo em sua vida, parecia contente, mas ela não poderia dizer com certeza que realmente estes eram os sentimentos do rapaz.

Harry havia terminado de tratar os cavalos, caminhou para casa, entrou encontrando-a silenciosa, nenhum sinal de Charlotte, pensou em chamá-la, mas decidiu não o fazer. Já sabia onde encontrá-la, pegou sua mochila e arrumou-a nos ombros caminhando até a biblioteca, assim que entrou viu a garota parada em frente a uma estante de livros que ambos sabiam muito bem se tratar do local onde ficava a passagem secreta, esta que levava para algum lugar desconhecido.

Charlotte sentiu a fragrância do seu perfume, quando o rapaz entrou na biblioteca, virou-se em sua direção encarando-o.

— Curiosa para saber o que tem lá embaixo? – indagou indo para a estante que tinha a coleção de livros suecos. Parou assim que chegou esperando sua resposta.


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