Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Charlotte ajudou Dona Amélia nas tarefas, mesmo ela dizendo que não precisava se incomodar. Ambas passaram o resto da manhã limpando a cozinha, sala e depois se empenharam nos preparativos para o almoço, tudo fluía bem, Charlotte aprendeu a fazer um cozido delicioso com Dona Amélia. Já o pequeno Oliver dividiu a manhã brincando com o aviãozinho e assistindo desenho animado.

Charlotte decidiu que almoçariam todos juntos, pôs a mesa para quatro pessoas alegando que de agora em diante fariam as refeições juntos. Dona Amélia ficou muito grata sempre gostara muito da menina, não era para menos, afinal acompanhara seu crescimento a cada verão.

Faltavam uns vinte minutos para o meio dia, quando Harry ligou avisando que não iria conseguir vir para o almoço, Charlotte ficou um pouco desapontada ao saber da notícia, no entanto, foi algo momentâneo. Dona Amélia durante o almoço contou que seus netos vieram morar com ela quatro meses após o último verão em que a garota viera passar as férias com seu avô. Disse-lhe que sua filha havia falecido em um acidente de carro, então, os convidou para morar com ela já que morava sozinha. Charlotte lembrava bem do dia em que seu esposo morreu! Isso há 10 anos...

Flashback

— Vovô, onde está Dona Amélia? – perguntou com uma rosa nas mãos. – quero dar essa rosa para ela, foi eu mesma que colhi. – mostrou a rosa. – É linda, não é vovô?

— Sim, minha pequena. – bateu com a mão no lugar vago do sofá. – Sente-se aqui, preciso te contar uma coisa.

— O que? – Perguntou curiosa.

— Dona Amélia não virá trabalhar hoje, – suspirou. – pois seu esposo faleceu hoje pela manhã.

— Oh, Vovô! – disse com os olhinhos cheio d'água. – que triste. – enxugou uma lágrima que escorria em sua bochecha.

Fim do Flashback

Charlotte ficou triste ao saber da morte da única filha daquela bondosa senhora. Não se recordava muito da falecida, pois a tinha visto umas duas vezes, mas lembrava que seus olhos eram tão verdes quanto os de Harry e seus cabelos do mesmo tom dos de Oliver. Este que no momento enfiava as duas mãos dentro do prato para pegar uma coxa de galinha. 

Dona Amélia contou-lhe também que Harry, agora, era órfão, pois seu pai faleceu quando ele tinha 2 aninhos. Já o pequeno Oliver ela não sabia quem era o pai, suspeitava que fosse um homem casado e por esse motivo sua filha não tenha contado. Harry chegou a conversar com ela, mas nada disse, então resolveu não insistir e respeitar a sua decisão.

— No fim acabou levando este segredo consigo. – afirmou olhando para o pequeno que chupava os dedinhos.

Charlotte não sabia o que dizer, apenas permaneceu calada e tocou-lhe uma de suas mãos com um olhar acolhedor. Dona Amélia que tentava segurar as lágrimas, não conseguiu mais contê-las, derramando-as silenciosamente.

Após o almoço, Charlotte limpou a louça enquanto Dona Amélia trocava a roupa de Oliver, que havia se sujado com o molho do frango.

Durante a tarde limparam o resto dos cômodos da casa, Charlotte se sentiu envergonhada quando entrou em seu quarto, não tinha estendido nem a cama e já eram quase quatro da tarde.

Depois de tudo limpo e arrumado, foram tomar uma xícara de chá com biscoitos e com uma torta de limão que haviam feito mais cedo. Estavam conversando distraidamente, quando escutam o ronco de um carro e não demorou muito para Harry entrar pela porta dos fundos.

— Com licença. – disse ao entrar.

— Querido, chegou em boa hora. – Dona Amélia o cumprimentou sorridente.

Oliver que já tinha descido da cadeira para encontrar o mais velho, estava com a boca cheia de biscoitos. Harry pegou-o nos braços, veio até a mesa e as saudou com um boa tarde. Charlotte pergunto-lhe se queria tomar chá de erva-doce, o qual aceitou de bom grado.

— Como foi seu dia? – indagou Dona Amélia.

— Foi corrido, mas consegui resolver tudo. – sorriu.

O quarteto continuou a conversar enquanto bebiam e comiam. As horas passaram rápido e quando viram já estava escurecendo, sem nem se darem conta, a conversa estava tão envolvente. Enquanto a velha senhora foi levar o pequeno no banheiro, Charlotte começou a tirar a mesa com a ajuda de Harry. Logo, tudo estava pronto, então se despediram, Charlotte os observava entrarem do carro, uma caminhonete 4X4, Harry arrumava Oliver na cadeirinha e Dona Amélia acomodava-se no banco. Charlotte permaneceu na varanda, não podendo deixar de notar como ele era cuidadoso com o mais novo. Quando o viu fechar a porta endireitou a postura pronta para dar um aceno com a mão, mas Harry ao invés de entrar no carro veio em sua direção, parando a poucos passos de si:

— Já ia me esquecendo, – colocou a mão no bolso do casaco e dele tirou um celular. – aqui está seu celular. – estendeu o braço em sua direção. – Acho que com o susto acabou deixando cair.

— Ah, sim! – sorriu. – Por incrível que pareça ainda não tinha sentido sua falta. – pegou o aparelho. – Obrigada! – agradeceu.

— Não foi nada. – comprimiu os lábios. – Tenha uma boa noite e, – foi virando devagar, ficando de lado. – se cuida! – deu um sorriso mostrando uma de suas covinhas. Logo virou-se por completo, caminhando até o carro, sem nem ao menos dar tempo de Charlotte lhe dizer algo.

Quando o carro sumiu na penumbra, Charlotte entrou. Sentindo a casa vazia suspirou alto, trancou as portas, subiu para o quarto, pois estava sem fome, tomou um banho demorado e quando foi pegar o seu pijama preferido para vestir não o encontrou.

— Mas que estranho, – falou alto. – onde foi que coloquei? – se perguntou confusa.

Foi neste exato momento que se lembrou que havia passado o dia de pijama, mas que vergonha pensou. Atirou-se sobre a cama de roupão, cobrindo a cabeça com o travesseiro, ainda não acreditando no que tinha acontecido.

Jogou o travesseiro num canto do quarto sentando na cama com pernas de índio e fazendo biquinho com cara de peixe morto.

— Eu devo estar com um problema sério de amnésia. – se lamentou – Que vergonha! – murmurou zangada consigo mesma.

Vestiu outro pijama, deitou-se pronta para dormir, mas antes de pegar no sono murmurou para si mesma:

— Amanhã é um novo dia, ninguém vai lembrar-se disso Charlotte.


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