Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Charlotte e a família Evans estão cada vez mais próximas! O pequeno Oliver que fez três aninhos na última semana ganhou uma festinha de aniversário, com balões, presentes e muitas guloseimas. Não teve convidados de fora, foi uma comemoração entre eles, mas Oliver ficou radiante e com um sorriso gigante estampado do rosto por horas.

Dona Amélia se sentia feliz com tudo que vinha acontecendo nos últimos seis meses. Era bom ver Harry sorrindo novamente, ele se tornara mais sério desde a morte de sua mãe. Não é que não sorria, mas seus sorrisos eram discretos, diferentes do que costumavam ser, agora já volta a mostrar um pouco daquele rapaz alegre e cativante. Pensava enquanto espiava pela janela em uma brecha da cortina Harry e Charlotte lavando o Cadilaque que era do senhor Shmit, na verdade eles mais implicavam e molhavam um ao outro do que lavavam o carro, mas era divertido de vê-los.

Deixando os jovens de lado Dona Amélia foi ver o que Oliver queria, o pequeno estava a chamando porque tinha feito um desenho e queria mostrar-lhe. Em uma folha estavam quatro bonequinhos palitos meio tortos, contou-lhe:

— Esse daqui é Leuli. – um boneco cabeçudo. – Esse é Chalote. – um boneco que tinha um olho maior que o outro. – Esse aqui é a vovó. – apontou para um boneco que tinha três fios de cabelo.

Dona Amélia olhava com vontade rir, mas achou muito interessante saber que Charlotte fazia parte dos desenhos do menino.

— E esse aqui quem é? – apontou para um bonequinho pequeno com uma boca  grande.

— Esse é Oliver, vovó. – disse alegre.

— Hum... E quem é Oliver? – perguntou ao garotinho.

— Sô eu! – bateu com a mãozinha no peito.

Dona Amélia sorriu para o menino o abraçando. Então, depois arrumou a mamadeira para o pequeno e agora desenformava o segundo bolo feito horas antes.  Quando surge o garoto na cozinha.

— Vovó – o pequeno a chamou. – tomei tudo. – entregou-lhe a mamadeira.

— Oliver, vai já colocar os tênis. – disse pegando a mamadeira. – Se não vai ficar resfriado, garoto.

Continuou os afazeres e logo foi para chamar Charlotte que havia subido fazia cerca de meia hora para tomar um banho, deixando Harry terminando de lustrar o carro. Enquanto isso, Oliver correu para sala calçar os sapatos, colocou os tênis, mas como não sabia amarrar os cadarços saiu com os mesmos desamarrados. Abriu a porta dos fundos, com dificuldade, saindo correndo, como sempre, a procura de Harry, mas no meio do caminho pisou em um dos cadarços e caiu.

Só se ouviu o choro do garoto, o mais velho parou o que estava fazendo e correu para acudir o caçula.

— Ei, campeão. – disse com carinho pegando-o no colo.

O levou até uma cadeira de balanço que tinha na varanda, sentou-se com o garoto em seu colo, amarrou os seus cadarços, ergueu a perna de suas calças viu que os joelhos estavam esfolados, assim como as palmas das mãos. Acalmou o menino e entrou para dentro com o mesmo nos braços para passar o remédio em seus machucados.

Quando Dona Amélia os viu entrar, assustou-se:

— Meu Deus o que aconteceu? – perguntou preocupada, olhando para eles.

Harry explicou o que aconteceu para ambas, Dona Amélia apressada foi buscar a maleta de primeiros socorros, enquanto Harry sentou-se no sofá com Oliver em seu colo, Charlotte apenas ficou observando de longe. A velha senhora estava preocupada com o mais novo, ficou em pé perto deles roendo as unhas, enquanto o rapaz cuidava dos machucados do caçula.

Depois do ocorrido Oliver não queria sair do colo de Harry, assim, tomaram chá e comeram o bolo em silêncio, mas vez ou outra podia-se observar Harry e Charlotte trocando olhares. Ao terminarem o rapaz ficou sentado na sala com o mais novo dormindo em seu colo, enquanto as duas limpavam a louça. Depois de tudo pronto foram para sala, Dona Amélia esperta e percebendo a troca de olhares dos jovens, tratou logo de achar alguma coisa para fazer.

— Minha nossa! – exclamou fingindo lembrar-se de algo. – Me esqueci de colocar a água do balde fora. – estava se levantando quando Charlotte a interrompeu:

— Eu faço isso para a senhora.

— Imagine minha querida, faço isso rapidinho. – sorriu. – Não se preocupe, já volto.

O silêncio reinava entre os jovens na sala, a garota não sabendo o que fazer ficou sentada olhando para um quadro pendurado na sala. Harry ao seguir seu olhar viu que observava o belo quadro na parede.

— É lindo. – pronunciou, chamando atenção de Charlotte.

— Sim, este quadro meu avô comprou em um leilão, – começou. – isso já faz quase trinta anos. – sorriu.

— Quem pintou é muito bom. – elogiou. – Dá para ver que misturou duas técnicas. – completou pensativo.

— Sim. – disse surpresa com o garoto. – Ele usou as técnic...– começou a falar, mas parou quando escutaram um barulho vindo do lado de fora, Harry acomodou Oliver cuidadosamente no sofá e levantou-se ficando alerta. Não demorou muito escutaram novamente, parecia algo sendo derrubado, Charlotte estava assustada, ambos se olharam quando escutaram pela terceira vez, o rapaz colocou o dedo indicador nos lábios em sinal de silêncio e saiu da sala.

Charlotte apreensiva por vê-lo sair caminhou na ponta dos pés para o sofá onde Oliver dormia tranquilamente ficando encolhidinha perto do menino.

Harry armou-se com a vassoura antes de abriu a porta rapidamente e saltar para fora. Viu alguns dos vasos de flor virados, observou atentamente o local e notando que tinha alguma coisa atrás do arbusto, caminhou em sua direção e deu uma vassourada na folhagem, dela saiu como foguete um gato alaranjado que se sumiu em meio a penumbra da noite. Juntou os vasos e colocou-os no lugar, depois voltou para dentro, fechou a porta e guardou a vassoura no lugar. Assim que entrou na sala Charlotte o olhou aliviada, Harry sentou ao seu lado antes de dizer:

— Era um gato. – Charlotte que observava seus lábios durante sua fala foi subindo o olhar até chegar a seus olhos. Ambos ficaram se olhando, estavam tão perto que podiam sentir a respiração um do outro. Nada disseram ou fizeram, permanecendo dessa forma até Dona Amélia surgir na porta fingindo espirrar, gesto que chamou a atenção dos jovens.

— Acho que peguei um resfriado. – disse fungando. – Então, vamos querido?

— Sim. – Afirmou levantando, a velha senhora que já pegava Oliver no colo, despediu-se rapidamente de Charlotte e saiu os deixando a sós.

— É... – coçou a nuca. – Até amanhã. – esperou.

— Até... – pronunciou um pouco sem jeito. – Tenha uma boa noite Harry.

— Você, também. – saiu com as mãos no bolso do casaco.


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