Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Charlotte nem percebeu, mas tinha adormecido toda torta no sofá, a televisão que continuava ligada, agora passava uma propaganda de ração para cães. Acordou assustada com uma batida, demorou alguns segundo para perceber que a batida vinha da porta dos fundos. Espreguiçou-se, calçou as pantufas e foi até a porta abrindo-a enquanto bocejava, surpresa, piscou os olhos algumas vezes, ali estava ele.

— Ah! Desculpe por ter te acordado. – coçou a nuca.

Agora estava sem capuz, mas usava um boné azul, sua camiseta estava um pouco suja de terra, provavelmente por causa do enterro do cavalo.

— Não foi nada, entre. – o deu passagem.

— Com licença, – disse quando estava entrando. – não vou demorar.

— Fique a vontade. – indicou a cadeira. – Quer tomar chá?

— Obrigado. – sentou-se. – É chá de quê? – perguntou.

— Camomila – disse enquanto colocava água na chaleira elétrica.

— Chá de camomila, – repetiu. – para acalmar os nervos. – completou olhando-a com um meio sorriso.

— É... – o encarou. – Precisava me acalmar, depois do que aconteceu. – a chaleira apitou avisando que a água já estava quente.

Charlotte se virou para pegá-la enquanto dizia:

— Tem chá verde também. – largou a chaleira em cima da mesa. – Quer? – perguntou, pegando as xícaras e as colocando na mesa.

— Sim, – começou. – vou ficar com o chá verde, pois o dia vai ser longo hoje. – se inclinou para frente apoiando um dos antebraços sobre a mesa.

Charlotte serviu as xícaras de chá e em um prato colocou alguns pedaços de bolo.

— Então precisa estar com bastante energia, para encarar o dia. – disse, após bebericar o chá.

— Sim... – pegou um pedaço de bolo. – Então, – começou. – conhece os benefícios dos chás?

— Mas é claro, aprendi com o melhor – se gabou, com um olhar travesso, fazendo-o sorrir. – E, – disse mudando de assunto. – conseguiu enterrar o cavalo?

— Sim, pedi ajuda para alguns amigos. – deu mais uma mordida no bolo.

— Hum... – murmurou enquanto o observava comer. – Qual dos cavalos que morreu?

— Foi um puro sangue Inglês, bom de montaria. – tomou um gole do chá. – o preferido de seu avô. – mencionou com cautela.

— O Boris! – falou espantada. – Que pena! – afirmou com tristeza.

Ficaram em silêncio, por um momento, Charlotte cabisbaixa perdida em lembranças...

Flashback

— Vovô! – demonstrava admiração em seus olhos. – Que lindo! Que lindo! – pulava de alegria. – Já escolheu o nome para ele?

— Ainda não. – disse enquanto escovava seus pelos.

— Posso escolher? – pendeu a cabeça para o lado com os olhinhos pidões.

— Mas é claro. – disse alegremente. – Qual vai ser o nome?

— Hum... – pensou um pouco. – Boris. – fez um carinho em seu lombo.

Fim do Flashblack

Foi despertada de seus devaneios, com um estalar de dedos do rapaz em sua frente que a olhava curioso, fez menção de falar algo, mas se deteve ao escutar passos apressados vindo da sala. Ambos fitaram aquela direção silenciosamente.

De lá surge um menino correndo com um aviãozinho em uma das mãos, este subia e descia enquanto o garotinho fazia os barulhos de um avião com a boca. Quando nos viu, parou abrindo um largo sorriso e gritou alegremente:

— Leuli! – soltou o aviãozinho no chão, correu em direção ao rapaz com os bracinhos abertos e se jogou nos seus braços. O rapaz em um movimento rápido segurou o garotinho e o trouxe para seu colo.

Ficou observando a cena, mas nada disse, não sabia qual era a relação deles, mas eram bem chegados.

— Ah! – começou Dona Amélia. – Te achei seu garoto travesso! – continuou esbaforida. – Este sapequinha fujão me deu um susto danado, saiu correndo na frente – puxou uma cadeira para se sentar um pouco.

Charlotte entregou um copo com água para a velha senhora, gesto que não passou despercebido aos olhos verdes do rapaz.

— A senhora está se sentindo bem? – questionou Charlotte.

— Sim, minha pequena. – tomou um gole de sua água. – Não se preocupe ainda estou melhor que um bagaço. – terminou, fazendo-os gargalharem.

O pequeno Oliver, alheio ao que se passava, naquele momento estava entretido em abocanhar o seu segundo pedaço de bolo, amava bolos de chocolate! Suas mãos e boca estavam sujas de chocolate, mas não se importava com isso, saboreava com vontade aquela delícia.

Oliver, um garotinho encantador com grandes olhos esverdeados e cabelos castanho claro, parece-se muito com Harry, dá para dizer que são irmãos ou até mesmo pai e filho.

— Pelo jeito vocês já se conheceram. – falou Dona Amélia, enquanto os olhava. Charlotte ergueu suas sobrancelhas em sinal de confusão, o rapaz por sua vez pareceu tranquilo enquanto limpava a boca e as mãos do pequeno.

Dona Amélia sorriu antes de começar:

— Minha querida, este é Harry meu neto mais velho. – Charlotte ficou espantada por um momento, então pensou um pouco assimilando o que tinha escutado e foi ai que se deu conta, mas é claro que este rapaz só podia ser o outro neto de Dona Amélia.

— Ah, sim! Muito prazer Harry. – pronunciou deixando os pensamentos de lado.

— O prazer é meu. – fixou os olhos nela com um sorriso de canto.

Charlotte sentiu as bochechas esquentarem e de fato sabia que estava ficando vermelha. Harry percebeu o embaraço da garota, pigarreou e se levantando com Oliver nos braços disse:

— Bom, preciso ir, tenho muitas coisas para resolver na cidade. – colocou o mais novo no chão e bagunçou seus cabelos. – Nós vemos depois campeão. – sorriu para o garotinho, caminhou até sua avó e deu-lhe um beijo na testa. – Até mais, Charlotte – acenou com a mão exibindo um sorriso nos lábios.

Harry saiu pela mesma porta que havia entrado, não demorou muito para ouviram o rugir do motor do carro. Oliver voltou a brincar com o aviãozinho, Dona Amélia começou a tirar as xícaras da mesa e Charlotte por sua vez se ofereceu para lavar a louça, pois não tinha nada para fazer no momento.


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