Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Acordou com o relincho de um dos cavalos de seu avô, os bichanos eram uma das paixões dele, tinha três belos puros sangue e um mestiço.

Tateou o criado mudo ao lado a procura do celular, checou às horas e eram apenas 5:00 da manhã. Pensou o que poderia ter acontecido, mas não chegou à conclusão alguma, por isso decidiu levantar e espiar pela janela, no entanto, não enxergou muita coisa, ainda estava escuro demais.

— Ah! Não deve ser nada. – estava voltando para cama quando ouviu o relinchar novamente. Mas, agora eram mais de um.

— O que deve ser? – murmurou, enquanto colocava seu casaco. Desceu as escadas apressada, abriu a porta dos fundos, saiu ligando a lanterna do celular. À medida que ia se aproximando dos estábulos os relinchos ficavam cada vez mais fortes. Quando entrou viu que os cavalos estavam assustados, davam pinotes, mas nada conseguia ver direito, foi adentrado cada vez mais, enquanto se perguntava o que poderia ter assustado os cavalos, aparentemente não tinha nada de anormal. Parou em frente à baía seis, espiou e viu que um dos cavalos estava deitado no chão. Começou a abrir a baía para entrar, mas parou quando sentiu algo serpentear suas pernas, iluminou o local e não pode conter um grito agoniado, em seus pés havia uma cobra.

Derrubou o celular, naquele momento se sentiu paralisada de pavor. Fechou os olhos com força esperando a picada, no entanto, nada aconteceu, apenas sentiu um ventinho perto de seu calcanhar, escutou algo sendo cortado em um golpe preciso, mas não ousou abrir os olhos.

— Você está bem? – soou uma voz desconhecida.

Charlotte abriu os olhos e quando virou a cabeça na direção em que vinha a voz, pode ver parado há poucos passos um rapaz, não conseguia vê-lo direito devido a pouca iluminação, mas ele estava de capuz, em uma das mãos portava uma lanterna e na outra um facão, ao menos era o que parecia ser.

— Sim, estou. – respondeu.

Os cavalos não estavam mais tão agitados, parecia que a presença daquele rapaz de alguma forma os acalmara.

— Você está ferida? – perguntou o jovem.

— Não, foi só um susto mesmo. – olhou para baixo, mais especificamente para o local onde a cobra estava, mas nada viu.

— Não se preocupe, – começou o rapaz. – ela está morta!

— Obrigada! – murmurou.

— Vamos, irei te levar até sua casa. – deram os primeiros passos e Charlotte parou abruptamente.

— O que foi? – pergunta parecendo preocupado.

— O cavalo, – lembrou Charlotte. – quando cheguei ali naquela baia, – apontou com o dedo. – ele estava deitado.

Ambos voltaram para ver como estava o animal, mas não havia nada a ser feito, já estava sem vida!

O rapaz a acompanhou até a porta de sua casa, o caminho foi silencioso. Quando estavam prestes a chegar à porta Charlotte quebrou o silêncio:

— E agora, o que vai fazer?

— Vou enterrá-lo perto do morro.

— Hum... – já tinham chegado à porta. – Obrigada, mais uma vez. – disse se virando, ficando de frente para ele. Agora que estavam na claridade da, podia vê-lo com mais nitidez, aparentava ter vinte e poucos anos, tinha olhos verdes, pele clara, seu cabelo não conseguiu ver, pois vestia um capuz e era mais alto que ela alguns centímetros.

— De nada, – disse sério. – hum... Quando sair de casa e não for ficar nas redondezas, sugiro que coloque botas – apontou para os pés da garota. – é perigoso usar apenas pantufas.

— Oh! – olhou para os próprios pés. – Não tinha me dado conta. – suas bochechas avermelharam-se.

O rapaz deu um pequeno sorriso, o que Charlotte não viu, pois olhava envergonhada para suas pantufas de gatinho.

Os jovens se despediram, tomando direções opostas.

Quando Charlotte entrou e fechou a porta lembrou-se que tinha esquecido de perguntar o nome do moço. Abriu a porta e saiu, mas não viu ninguém, nem mesmo uma silhueta ao longe, somente grama, árvores e a noite virando dia.

Não voltou a dormir, ficou pela sala tomando uma xícara de chá, comendo biscoitos, enquanto assistia a um programa na televisão. Ainda era cedo não passava das 06:30 da manhã. Precisava se distrair, para se recuperar do susto, sempre detestou cobras, naquele momento quase entrou em pânico, na verdade não tinha ideia do que fazer e muito menos do que teria acontecido se aquele rapaz não tivesse aparecido.


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