Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Algumas informações para este capítulo foram retiradas dos seguintes sites:
* https://www.viajenaviagem.com/2012/11/chegando-em-londres-transporte-depara-seus-5-aeroportos/
* http://www.brasileirossemlondres.co.uk/principais-pontos-turisticos-de-londres/

Boa Leitura!



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Com o olhar vago Charlotte fitava as gotas de chuva que escorriam pelo vidro da janela do avião. O pensamento voava longe... Ainda não acreditava que estava indo para Londres, mas desta vez era diferente! Seu avô não estaria lá para recebê-la com um abraço caloroso e tão pouco ouviria sua voz...

Charlotte suspirou alto fechando os olhos esperando o sono vir. Enquanto a chuva fina continuava caindo lá fora.

Não se sabe quanto tempo passou, mas, Charlotte acordou com o chamado da aeromoça, lhe dizendo que o avião já havia pousado.

Ainda meio sonolenta agradeceu a moça. Assim que ela lhe deu as costas espreguiçou-se lentamente pegou sua mochila e desembarcou. O ar gélido da manhã lhe feriu as bochechas. Colocou o capuz, arrumou a mochila nos ombros e entrou no salão do aeroporto. Com o olhar atento procurou sua mala e assim que a encontrou, saiu a procura de um táxi.

Foi fácil encontrar um, pois haviam vários parados. Poucos minutos após passar o endereço ao motorista, já podia ver a torre do Palácio de Westminster e do Big Ben. Isto trouxe-lhe lembranças da sua primeira vez em Londres, quando passou as férias de verão com o avô. Tinha 7 anos, era uma garotinha miúda, usava óculos, vestia uma jardineira e estava com duas trancinhas. Mal conseguia conter a sua felicidade, o tempo todo fazia perguntas ao seu avô.

Flashback

— Vovô como é grande aqui! – olhava admirada. – Nossa quantas pessoas.

— Vovô... Vovô! – o chamava impressionada. – O que é aquilo? É um castelo? Tem príncipe lá? Quem mora lá? – bombardeava-o com tantas perguntas.

Seu avô sorriu e disse:

— Acalme–se minha pequena. – afagou seus cabelos. – Aquilo – apontou para a torre que tinha a bandeira. – é o Palácio de Westminster ali alguns anos atrás morava a família real, mas hoje quem fica ali é o parlamento. E aquela outra torre que tem o sino – apontou. – é o relógio do parlamento britânico, mais conhecido como relógio do Big Ben.

Charlotte escutava tudo atentamente, quase nem piscava, pois queria deixar os olhos bem abertos para não deixar nada passar despercebido.

Fim do Flashback

Ao longo do caminho ia saboreando as lembranças que lhe vinham a mente. Desse modo nem viu o tempo passar, quando se deu conta já estavam entrando em uma rua muito conhecida por ela. As mesmas casas e jardins que sempre via todo verão em suas férias. Aos poucos surge a copa da casa de seu avô e quando viu já estavam parados em frente. Desceu do carro com os olhos fixos na porta de entrada, com esperança de vê-la se abrir e dali seu avô surgir.

— Moça, está tudo bem? – soa a voz do taxista, enquanto a olhava preocupado, já tinha descido sua mala, fazia alguns segundos.

Neste momento Charlotte desvia o olhar e murmura:

— Ah! Sim, estou! – retira do bolso o dinheiro entregando a ele. – Obrigada, senhor.

Com um aceno de cabeça o taxista, um homem já de meia idade com cabelos grisalhos, se afasta e entra no carro seguindo seu caminho novamente. Charlotte o observa até sumir...

Após pegar sua mala, caminha até o portão empurrando-o até que ele se abra com um ranger. Segue em direção ao hall de entrada parando em frente à porta enquanto procura as chaves no bolso da mochila. Mas não foi preciso usá–las porque a porta se abriu de supetão e de depende Charlotte estava sentada no chão com os olhos arregalados de susto. Em sua frente havia um menino com roupas surradas e um pouco sujas. Ambos caíram devido ao impacto, pois o menino saía correndo da casa.

— Oliver! – ouviram. – Oliver... Aí meu Deus. – murmurou à senhora que surgiu pela porta. – Olha o que você fez! Derrubou a moça, já tinha lhe dito para não ficar de correria.

Enquanto ajudava Charlotte a se levantar, pedia desculpas pelos maus modos de seu neto. Pelo jeito Dona Amélia continuava a mesma, só que agora possuía algumas rugas a mais e cabelos ainda mais brancos. Dona Amélia, uma senhora bondosa, é responsável pela organização da casa de seu avô, ou pelo menos era...

— Imagine, não foi nada, ele não tem culpa – começou Charlotte. – não tinha como imaginar que teria alguém enfrente a porta. – concluiu com um sorriso.

— Oh! Minha menina, vamos entrar, você deve estar faminta.

Os três entraram na residência, Dona Amélia contava que seu pai havia ligado para avisar sobre sua chegada, então ela correu para dar uma limpada na casa, arrumar o quarto e trazer alguns alimentos prontos. Pois como não havia mais moradores ela costumava limpar e abrir a casa apenas a cada quinze dias. Disse ainda, que quem frequentava mais a casa era seu neto mais velho, por ser o responsável pelos cuidados do quintal e dos cavalos.

Charlotte escutava tudo, enquanto comia o terceiro pedaço de bolo e tomava uma xícara de chá que a velha senhora havia preparado. O garotinho brincava com um ioiô e cantarolava uma musiquinha.

Dona Amélia, ao levá-la até o quarto, lhe informou que assim que o almoço estivesse pronto iria chamá-la. Charlotte por sua vez agradeceu a senhora e esperou a porte se fechar para se atirar na cama, recém arrumada. Acabou por adormecer...

Acordou algumas horas depois com uma batida na porta, era Dona Amélia, avisando que o almoço estava pronto. Charlotte desceu alguns minutos depois, a mesa estava posta para uma pessoa. Sentiu um vazio ao olhar para mesa! Dona Amélia tagarelante como sempre, contava que tinha pedido para Harry, seu neto mais velho, ir ao mercado e fazer as compras. Perguntou se queria que ela posasse ali, Charlotte acabou recusando e afirmou que ficaria bem sozinha.

As duas passaram a tarde conversando e quando viram já estava anoitecendo, assim Dona Amélia e o pequeno Oliver se despediram e partiram. Charlotte pode ver pela janela de seu quarto os dois saindo da casa e entrando em um carro preto, não conseguiu ver quem era o motorista, mas suspeitava ser Harry.

Fechou as cortinas e começou a desfazer as malas. Iria morar ali, como havia planejado há três verões. Depois de tudo arrumado desceu para jantar, enquanto seu jantar aquecia, trancou as portas e fechou as cortinas. Jantou ao som da nona sinfonia de Bethoven, após, limpou a louça e tirou a mesa em silêncio.

De volta ao quarto entrou nas suas redes sociais, respondeu algumas mensagens e ligou para os pais. Conversaram por alguns minutos, não tinham muito assunto, na verdade não eram muito próximos. Seu pai por ser um homem muito ocupado, passa horas no trabalho, é raro quando está em casa. Sua mãe só pensa em suas rugas e vive no SPA. Por esse motivo colocaram-na em um internato desde muito cedo. Por isso seu refúgio nas férias passou a ser Londres, mais especificamente, a casa de seu avô.


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