Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura!
Estava tudo escuro, ambos estavam caídos no chão em meio a palhas, caixotes e algumas garrafas de vinho quebradas, levantaram-se de vagar já que não conseguiam ver nada.
— O que foi isso? – perguntou Charlotte.
— Não sei te dizer ao certo. – pronunciou enquanto colocava a mão na cabeça, sentindo algo úmido, olhou ao redor e pode ver ao longe uma pequena luz, só podia ser a lanterna, pensou. Caminhou às cegas pelo local, com Charlotte em seu encalço.
Assim que pegou a lanterna, pode ver com mais nitidez sua mão, estava suja de sangue.
— Oh! Meu Deus! – disse a garota vendo o sangue escorrer pela fronte do rapaz. – Vamos, – pegou sua mão. – Precisamos fazer um curativo rápido, dependendo pode até precisar de um médico. – subiram as escadas.
Quando chegaram perto da porta a encontraram-na fechada, Charlotte apavorada tateou as paredes a procura de alguma coisa que pudesse abri-la, por fim tentou empurrá-la já a beira do desespero.
— Ei, pare. – disse-lhe Harry. – Acho que ela só abre do outro lado. – o rapaz estava preocupado, mas não deixou transparecer.
Ambos sabiam que não adiantaria nada gritar por socorro ou chamar alguém, pois estavam sozinhos naquela casa.
O rapaz sentia sua cabeça latejar forte, fechou os olhos com força antes de voltar a abri-los.
— Mas como? Não é possível! – Charlotte estava inconformada.
Harry permaneceu em silêncio, apenas desceu alguns degraus e sentou-se, tirou a mochila dos ombros para de dentro dela retirar uma maletinha de primeiros socorros. Charlotte juntou-se a ele, tomou-lhe a maleta abrindo-a e começou a fazer o curativo. O corte não havia sido fundo, mas por ser na cabeça saia muito sangue.
— Você tem até uma caixa de primeiros socorros na mochila?
— Sim... – sorriu de leve. – Quando se tem uma criança pequena sob sua responsabilidade tem que ser prevenido. – franziu o cenho de leve quando a garota passou a gases no machucado.
— Hum... Oliver é bem travesso mesmo.
— Nem me fale. – disse com o pensamento longe.
— Está com saudades dele?
— Estou, – deu uma pausa. – é a primeira vez que fico longe dele.
A garota terminou o curativo, guardaram a maleta na mochila e ficaram em silêncio por algum tempo.
— O que você acha que pode ter acontecido para a porta ter se fechado?
— Não sei... – começou com o olhar vago. – Para falar a verdade esse porão está meio estranho. – coçou a nuca. – Muito profundo, e bem alto. – olhou para cima. – É úmido, mas não parece ter tanto limo ou mofo. – passou a mão na parede.
— O que significa que tem circulação de uma corrente de ar. – concluíram juntos.
Desceram o restante dos degraus, iluminando as paredes com a lanterna, mas não viram nada de anormal. Voltaram a entrar no primeiro cômodo, observando o local e então notaram que algumas coisas haviam sumido.
— Não tinha uma máquina de escrever, aqui? – perguntou Charlotte.
— Sim... Tinha. – Harry ficou pensativo.
— O que está acontecendo? – falou a garota assustada.
Harry nada disse apenas pegou sua mão e deu meia volta, foram para o segundo cômodo, notaram que as coisas que estavam próximas deles, como os caixotes ou o que tinham dentro deles estavam espalhados, mas o retrato daquela moça muito parecida com Charlotte havia desaparecido também.
— Não tenho certeza. – disse Harry. – Mas precisamos sair daqui o mais rápido possível.
— Por quê? O que está acontecendo Harry? – insistiu a garota.
— Depois te explico. – disse apenas.
A cada segundo Charlotte ficava ainda mais assustada, no entanto, eles continuaram observando o local e mexendo nos caixotes. Até que, de repente, atrás de um deles saiu um rato correndo, a garota gritou de susto, Harry iluminou o rato até o bichano sumir em meio à escuridão. Ao voltaram sua atenção ao local onde o rato havia saído notaram que tinha uma fenda na parede.
— Deve ter alguma saída por aqui! – exclamou a garota.
— Mas onde? – indagou.
Começaram a estudar a parede perto da fenda, mas tinham quatro caixotes os atrapalhando, então, decidiram tirá-los. Tiraram os dois primeiros e por último os de baixo, assim que os mesmos foram arrastados puderam ver uma espécie de alçapão.
— Acho que achamos nossa saída. – comentou Harry.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!