Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 12
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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— O que? – perguntou a garota. – Como assim?

— Está escrito, ali. – apontou com o dedo.

— Mas que língua é essa? Não entendo nada! – chegou mais perto tentando ler.

— É latim.

— Latim. – repetiu. – Você sabe ler latim? – perguntou perplexa.

— Desde os 10 anos. – falou. – Aprendi com um senhor, que havia estudado para ser padre, mas ele acabou largando a batina para se casar.

— Ual! – disse. – E por que nunca me contou?

— Não achei que seria importante. – deu de ombros.

A garota mostrou-lhe a língua em um gesto infantil e logo perguntou:

— Mas porque alguém escreveria isso em uma pintura?

— Deveria ser um presente. – começou. – Ou uma homenagem... – deixou a frase no ar.

— Hum... Faz sentido! – disse pensativa.

Os jovens observaram o restante do pequeno cômodo e perceberam que havia algumas caixas no final do mesmo, chegaram mais perto olhando-as, eram pequenos caixotes com palha dentro, uma delas tinha garrafas de vinho.

— Minha nossa! – exclamou olhando a data que tinha em uma das garrafas de vinho. – 1860, que velho.

— Esse é dos bons. – pronunciou Harry sorrindo.

— Meu avô dizia – olhou para a garrafa. – Que o vinho quanto mais velho, melhor.

— Sim, é verdade! – concordou. – Eu gosto de um bom vinho. – continuou. – Mas o mais velho que experimentei, era de 1930.

— Hum... – largou a garrafa. – Eu costumava tomar uma taça com meu avô nos domingos, durante o almoço... – parou de falar. – Mas nunca prestei atenção nas datas dos vinhos.

Charlotte ficou pensativa, esses vinhos costumam ser caros, como será que Harry havia experimentado um desses. Mordeu o lábio inferior, tentando segurar a curiosidade, mas como não conseguiu acabou por perguntar:

— Deve ter sido caro. – começou. – O vinho.

— Ah! Sim, deve ter sido. – respondeu-me. – Como não fui eu quem pagou não sei te dizer quanto era.

— Hum... Foi em um jantar romântico. – disse sem pensar, o que fez o rapaz parar de remexer as palhas para olha-la.

— O quê? – perguntou Charlotte com as bochechas vermelhas de vergonha.

Harry a estudava em meio a pouca iluminação, com um meio sorriso nos lábios e uma cara de safado.

— Então está interessada nos meus encontros amorosos? – perguntou divertido.

— Não foi isso que eu disse. – colocou uma mecha dos cabelos atrás da orelha.

— Sei... – disse sem tirar os olhos da garota. – Mas como sou bonzinho vou te contar como foi.

— Aí! – mostrou-se zangada. – Me poupe dos detalhes. – completou ao virar na direção oposta.

— Ei! – chamou pegando seu braço, fazendo-a virar em sua direção. – Aonde vai? Está escuro.

Estavam tão pertos, que podiam sentir a respiração um do outro.

— Quando eu estava no colegial joguei no time de basquete da escola. – parou um pouco. – acabei me destacando nos jogos. – soltou o braço da garota. – Então recebi um convite para jogar no Boston Celtics, nos Estados Unidos. – voltou a mexer em algumas palhas na caixa. – Daí fomos a um restaurante, foi aí que tomei o vinho.

— Ah! – Charlotte até pensou em perguntar mais a respeito, mas preferiu se calar.

Ficaram em silêncio por algum tempo, enquanto Harry continuava revirando as palhas, mas desta vez de um caixote ao lado, em pouco tempo uma fivela ficou visível e depois uma espécie de livro, ao menos parecia ser. Harry pediu para Charlotte segurar a lanterna, enquanto ele retirava o livro de dentro da caixa, o mesmo era pesado e grosso, com a capa dura parecendo aço, ou algo do tipo.

— Que livro diferente. – espantou-se.

Harry nada disse apenas abriu a mochila, colocando-o dentro, enquanto a arrumava nos ombros algo brilhoso chamou a atenção de Charlotte, que aproximou a lanterna para enxergar melhor, estava enterrado em meio às palhas.

Com o cenho franzido, esticou a mão para pegá-lo, no entanto por não conseguir alcançá-lo, chegou mais perto e ao se inclinar por cima dos outros caixotes desequilibrou-se, quase caindo, mas conseguiu pegar o objeto, enquanto Harry a segurava pela cintura em um movimento rápido.

Assim que seus dedos tocaram e se fecharam em volta daquele material sólido e liso, ambos sentiram o chão tremer, algumas coisas caíram ao seu redor e um forte vento surgiu os cercando, nada conseguiam ver. Harry apertou ainda mais seus braços em volta da cintura de Charlotte e tudo ficou escuro.


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