Pequenos Contos escrita por Tah Madeira


Capítulo 27
365 Dias (Parte 4)


Notas iniciais do capítulo

Voltei... (meio óbvio né )

Peço desculpas pela demora.... Mas antes tarde do que nunca... Não é mesmo...

Agradeço muitíssimo para todas que acompanham, cometam esses contos... São o estimulo perfeito para a continuação de cada capítulo... Obrigada ❤️

Li que os capítulos estavam curtos demais, então tentei fazer um pouquinho mais longo... Espero que esteja do agrado.


Boa leitura



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os sentidos e volta a correr, chegando no momento em que os joelhos dela tocam o chão.

—Julieta —a chama segurando em seus ombros, ela abaixou a cabeça —Meu amor? —toquei em seu queixo, fazendo-a olhar para mim— O que houve? — a  aflição já tomava conta de mim, ela não me responde, seu olhos vagam sem foca em mim — toquei em sua bochecha, a angústia já estava crescendo e o nervosismo tomando conta, percebo pelas meus dedos que tremem ao tocar em sua pele, mas não era o momento de perder a calma —Julieta, me diga o que está acontecendo. — levei sua mão até meu rosto— Meu amor— consegui sua atenção, enfim ela me olha, pergunto mais uma vez —O que houve? —as lágrimas presa em seu olhar molham o seu rosto, e seus lábios se movem.

— Ela sumiu —apenas isso ela diz, o suficiente para que meu coração por um segundo falhe—Sumiu—Julieta repete, mas para si mesmo do que para mim, respiro fundo, tentando aplacar a aflição que começa a se espalhar por meu corpo.

— Quem sumiu? — era uma pergunta tola a ser feita, meus instintos gritavam saber quem era, mas eu precisava ouvir —Julieta, quem sumiu?

—Isabel, Isabel sumiu — seus olhos fixam os meus meus e sua voz saiu embargada, o controle que ela sempre tem já não existe, a Rainha do Café não estava ali, nem mesmo a minha esposa, somente uma mãe em pânico, seu corpo tombou para a frente e meus braços a acolhem. Sei bem o porquê dela me chamar em desespero, não só por Isabel ter sumido, mas por ela própria estar a deriva. Deixo por uns minutos que ela despeje seu desespero, mas preciso agir, consigo erguer o nosso corpo, mas Julieta não consegue dar um passo então a carrego no colo, entramos em uma sala cheia, Tenória em desespero, meu pai calado, Olegário reunido com alguns funcionários pedido para dar uma busca completa pela fazenda, Rute andando para lá e pra cá sem saber o que fazer. Deixo minha esposa sentada no sofá, Tenória se junta a ela e segurou em sua mão, Rute alcança um copo com água para ela.

—Como foi? Quanto tempo faz? Onde já procuraram? —falei em pé olhando a todos, mas me virei para Olegário que parecia o mais calmo e que tinha tomando para si o controle da situação, porém é a voz fraca de Julieta.

— Eu estava com ela aqui na sala—começou a falar, depositando o copo vazio na mesinha de canto — Tinha acabado de fazer ela dormir, a deixei no carrinho, iria levar ela para o escritório, eu estava analisando uns documentos com Olegário, mas resolvi ir na cozinha deixar a mamadeira e pedir para Rute deixar outra pronta para quando ela acordar —seus olhos percorrem o ambiente, como revivendo a cena— Foi por poucos minutos, foi rápido e quando voltei a sala o carrinho tinha sumido, achei estar no escritório, mas nada, chamei todos, ninguém a viu… —sua voz falha, seus olhos encontraram os meus —Aurélio, eu perdi ela.— suas mãos cobrem o rosto, sentei do outro lado dela, a puxei para um abraço.

—Você não teve culpa de nada—beijei sua testa, a fiz olhar para mim —Nós vamos encontrar ela, prometo a você. —beijei seu rosto, sai do seu lado Tenória segura em sua mão e caminhei até Olegário

— Pedi para eles darem uma volta pela fazenda.

—Procuraram na casa? Em todos os aposentos? —vejo ele me olhar com um ar confuso— Pois bem vamos  fazer isso—olho em volta, vejo meu pai ao lado de Julieta segurando em sua outra mão — Quem pode ter entrado aqui e ter a pego?

—Aurélio não viram ninguém estranho por aqui, mas se for essa suspeita vamos ligar para o delegado.

—Sim vamos mesmo fazer isso, só vamos procurar pela casa primeiro —combinam isso é cada um segue para um lado, ele subiu as escadas procurando minuciosamente em cada quarto, cada peça não encontrou nada, os minutos pareciam ir cada vez mais devagar, tornando aquela procura uma angústia crescente a cada lugar vazio. Por fim desce, Julieta se se encontra na mesma posição, mas seu pai está a beira de uma janela, desviando do olhar triste e aflito da esposa, caminha até o pai. —Papai tudo bem? Está sentindo algo?

—Estou pensando, ninguém estranho entrou na casa, mas algo está errado, não o sumiço da pequena—ele vê o pai olhar todos na sala, e como se uma luz surgisse, seus olhos brilham quando ele indaga —Cada meu neto? —todos olhamos ao redor como quem procura o menino— ele estava comigo no quarto, falei que precisava dormir e ele saiu.

—Meu Deus será se levaram meu filho também? —Tenória levanta assustada, mão no peito, antes que a pergunta, que ninguém tinha resposta fosse respondida um grupo de vozes ecoa no local, Olegário trás a afilhada nos braços, dormindo serenamente, Julieta ao ver a menina, levantou e apressadamente corre até ela, a pegando em seus braços. Todos respiram aliviados.

—Minha filha, minha pequena—distribuído beijos em seu rosto, Isabel resmunga por ter o sono perturbado, quando acho que vai acordar e chorar, Julieta a ajeitou melhor em seus braços e sorrindo subiu as escadas.

—Como?— questionei Olegário, que tirou atrás de si seu sobrinho, Estilingue tinha os olhos arregalados.

—Ele estava com ela.

—Estilingue!! —Tenória solta um grito, caminha em direção ao menino, Olegário se põe novamente na frente do menino..

—Ele não fez por mal, apenas estava passeando com ela no carrinho, achou que estava ajudando, ele disse ter ouvido dona Julieta falar dos inúmeros documentos que nós tínhamos que analisar e quis ajudar.

—Minha filha, ele foi um ser inocente —papai diz, mas minha irmã não estava muito convencida.

—E por conta da sua inocência deixou todos preocupados, Julieta estava um farrapo—mesmo com Olegário na frente do menino ela caminha até eles—Você vai pedir perdão a sua tia, ao seu tio, a todos dessa fazenda.

—Eu irei mamãe —vejo ele caminhar lentamente até mim, cabeça baixa. —Tio Aurélio, me desculpas.

—Eu rapazinho —fui até ele e ergui seu olhar—Sei que foi em prol de uma boa intenção, mas quando for assim avisa um adulto, nós todos, sua tia principalmente, pensou o pior.

—Eu vou pedir desculpas para ela também

— Sim, mas não agora, vem aqui —o puxei para um abraço —Está tudo bem, vou ver como elas estão, depois chamo você. —digo o mais suave que consegui, pois ao abraçá-lo percebi o quando ele tremia. Deixei uma irmã com um olhar furioso sobre o sobrinho, uma Barão tentando ajudar o neto,passei na cozinha e busquei uma mamadeira, logo Isabel iria sentir fome.

Abri a porta do quarto, Julieta estava deitada, nossa filha em seus braços ainda dormia, caminhei até elas.

—Oi —digo sentando na ponta da cama.—Como ela está?

—Como se nada tivesse acontecido —ela diz sem olhar para mim, seus olhos fixos na pequena, seus dedos tocam o rosto dela, traçando  linhas suaves, como quem precisava ter a certeza de que ela estava ali.

—E como você está? — perguntei me aproximando mais, seu olhar encontra o meu, já não está mais aflita, diria que um pouco confusa.

—Como se tivessem tirado o meu ar—seus olhos ficam marejados, deixei a mamadeira de lado, tirei os calçados dela, os meus — Eu achei que a tivesse perdido para sempre, foram poucos os momentos, mas de extremo pânico.—ouço ela falar, enquanto subo na cama e sentei ao seu lado.

—Eu sei—falei passado o meu braço por seus ombros— certa vez eu perdi Ema —ela se ajeitou melhor, deixando Isabel em seu peito suas mãos apoiando as costas dela, Julieta me olha, aproveito e segurei os dedos gorduchos de Isabel. —Estávamos na casa de chá, me distraí com um casal de amigos, quando dei por mim ela tinha sumido, caminhei, corri, gritei, encontramos ela e Elisabeta, sim ela também tinha fugido de dona Ofélia, que tal como eu estava em procura da filha, encontramos as duas em uma antiga fonte que tinha atrás da igreja, tomavam banho —sorri ao lembrar da imagem de sua primogênita toda molhada e com cara de assustada quando o viu.

—Quantos anos ela tinha?

— 5 ou 6 anos, não me recordo bem.

—Foi uma aventura e tanto as delas.

—Se foi, Ema e Elisabeta sempre aprontava juntas.

—Eu preciso falar com Estilingue.

—Sim, ele queria vir aqui, mas preferi ver como você estava. —faço ela olhar de novo para mim—Está tudo bem mesmo? —ela olha para Isabel depois para mim.

—Sim, foi só um susto, agora está tudo bem.

DIA 153

—Mas o que está acontecendo aqui? — a cena seria cômica se eu não estivesse bufando. Aurélio sentando, Isabel de frente para ela, na tradicional pilha de travesseiros, Tenória com a cara assustada ao me ver, Isabel tinha o rosto sujo, não só o rosto, mas toda a roupa, isso era o de menos a questão era que ele estava dando comida para ela. —Aurélio??

— Banana amassada— ele diz levando mais uma colher até a filha —E veja ela está adorando. —e Isabel sorria enquanto comia a fruta.

—Mas ainda não está na época Aurélio.

—Eu disse para ele—Tenória diz antes de sair da sala.

—Ela já tem cinco meses, é fruta, conversei com Rômulo sobre as melhores coisas para ela comer.

—Mas ainda sim, deveria ter falado comigo antes, você não pode tomar esse tipo de decisão sozinho. —ele pousa a colher no prato, Isabel como quem sabendo o que desenrolava entre eles fica olhando de um para outro. Aurélio levantou do seu lugar e caminhou até mim.

—Porque você não aproveita o momento, a nova descoberta dela, veja ela quer mais, vai negar isso a ela? — ele deixa o prato na minha mão beija o meu rosto e sai. Olhei para onde ele saiu, o prato em minha mão, a carinha dela em expectativa, como negar, não me restou mais nada do que ocupar o lugar onde antes Aurélio estava sentado e terminar de dar aquela papinha para ela, que sorriu ao receber de volta a colher cheia de banana.

DIA 172

Estou no batente da porta apenas observando ela lê.

“... “Quem é você?”, disse a Lagarta.

Não era um começo de conversa muito estimulante. Alice respondeu um pouco tímida: “Eu… eu… no momento não sei, minha senhora… pelo menos sei quem eu era quando me levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então”....”

Ela finaliza aquele trecho e ficou olhando para frente, sem ficar nada específico, como pensando nas palavras que acabou de ler. Isabel, em seu colo, dormiu alheia aos pensamentos da mãe.

—Acho que alguém dormiu no meio da história. —falei entrando no quarto, ela me olha, sorri, deixa o livro no braço da poltrona, caminhei mais ficando de frente para ela. —Deixa que eu a coloco no berço. —peguei Isabel, que apenas mexeu levemente, a balancei um pouquinho, dei um beijo em sua testa, e a deixei no berço. Julieta agora que nos observa. Voltei até ela e peguei o livro. — “Alice nos país das maravilhas”, não está cedo para ler histórias para ela? Ela parou para ouvir? — sorri, deixando o livro sobre a estante.

— Ela já estava quase dormindo quando comecei, acho que nunca é cedo para boas histórias.

—Deve ter sido a sua voz quem a cativou, , não o Chapeleiro e ou o Coelho. —beijo sua testa. —Esse trecho que estava lendo, a fez pensar?

—Sim, no quanto nós mudamos, eu mesma, estou muito longe do que um dia fui.

—Muito mais bonita—meus dedos passam por seu rosto— Mais cheirosa —meu nariz afundou na curva do seu pescoço — Vamos para o quarto? —sussurro em seu ouvido, afastei meu rosto do dela no momento que vejo ela ergueu uma sobrancelha, balançar a cabeça, seus braços pousam em meu pescoço e a ergui em meu colo.


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Notas finais do capítulo

Estava com saudades de escrever um drama, e esse do início foi bem leve .

Esse conto são pequenos momentos do cotidiano deles... Se vcs sentem falta de algo, podem dizer aí..

Mais uma vez obrigada



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