Maria escrita por Maria Lopes


Capítulo 6
CAPÍTulo 5




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Estou terminando de me arrumar, com aquela preguiça de sempre.

Pedro Veiga
Azul

 

Hã?
O que tem o azul?

 

Minha cor preferida, só para você saber.

 


Fumou algo estragado?

 

 

Kkkkkkkk
Queria apenas puxar assunto

 

NOSSA! Era melhor não ter puxado.

 

Foi tão ruim assim?

 

Foi estranho.

 

Mas serviu para o meu propósito, que era conversa com você.
Me fez rir ao ler isso.

 

Não por muito tempo, vou descer para tomar café e depois vou para o colégio.

 

Até logo, então.

 

Desço mais leve, tomo meu café. Conversamos um pouco. Depois vou pra o colégio, com a Bia, que por sinal, continua estranha comigo, mal falou durante o café. E vai o caminho todo até o colégio em silêncio.

 

 

— Qual foi, Bia?

 

 

— Nada - ela diz dando de ombros.

 

 

— Você não é de ficar calada, e desde ontem que você mal fala.

 

 

— Não quero ser pentelha - Reviro os olhos.

 

 

— Poh! Desculpa, eu não quis te magoar.

 

 

— Mas magoou, foi muito grosseria da sua parte.

 

 

— Desculpa, cara. É porque às vezes você é irritantemente insistente.

 

 

— Ah desculpa - faz aquele ar de vítima.

 

 

— Bia, não faz isso. Eu não suporto quem se faz de vítima.

 

 

— Poxa, Maria. Desde que mãe te levou lá pra asa, eu tento me aproximar e você só me afasta.

 

 

— Eu sou assim, Bia. Sempre fui.

 

 

— Não é porque você é de um jeito que você tem quer do jeito. - disse se enrolando.

 

 

— Hã!

 

 

— Ah! Você entendeu.

 

 

— Não, eu não entendi.

 

 

— Não é porque você sempre teve que se virar só, que agora você não pode dividir.

 

 

— Eu não me virava só, eu tinha o Neco.

 

 

— Quem é o Neco?

 

 

— Um amigo meu lá de Felipe Camarão.

 

 

— Você ainda tem contato com ele?

 

 

— Não - fico triste.

 

 

— Porque?

 

 

— Eu não tinha telefone, ele não tem telefone. É desde que saí de lá que não voltei.

 

 

— Se quiser no final de semana, nós vamos lá.

 

 

— Não da, Bia. Já disse.

 

 

— Poxa Maria, confia em mim. Me diz o porquê não dá. - eu penso um tempo - Poxa, eu mereço o voto de confiança.

 

 

— Eu comecei a trabalhar.

 

 

— Hã? Porquê?

 

 

— Eu não quero depender de sua mãe pra tudo, e eu só trabalho meio período mesmo.

 

 

— E esse segredo todo por causa disso?

 

 

— Eu não quero que sua mãe saiba.

 

 

— Porque?

 

 

— Porque talvez ela não queira que eu trabalhe.

 

 

— Isso é certeza.

 

 

— Mas eu preciso, não gosto de depender dos outros pra tudo. Eu tou juntando uma grana pra pagar o celular e o notebook a sua mãe.

 

 

— Sabe que ela não vai aceitar, né?

 

 

— Eu sei o que tou fazendo.

 

 

— Já que você diz.

 

 

Chegamos ao colégio, o Biel ataca Bia.

 

 

— Tão sabendo da maior farra que vai ter esse fim de semana?

 

 

— Não - respondemos em conjunto.

 

 

— Farra na casa do H, e nós vamos.

 

 

— 1º Você sabe que eu não frequento essas festas, 2º nem fomos convidados - Bia diz.

 

 

— Mas nós vamos dessa vez. - Biel me olha - Vai né Maria?

 

 

— Não vai dá - faço careta

 

 

— Que você tem pra fazer num sábado a noite? - faço careta, levantando as sobrancelhas. Fazendo a Bia rir. - Gata, você é super misteriosa - diz me abraçando e beijando o rosto. Dou-lhe lhe um empurrão de leva.

 

 

— Sai pentelho.

 

 

— Uui, magoou - diz piscando.

 

 

— Olha lá quem vem em nossa direção - de lhamos para a direção em que Bia tá olhando, e Pedro vem chegando.

 

 

— Oi marrenta - Reviro os olhos e respiro fundo. Ele percebe que não vou responder - E aí pessoal, vão pra festa lá no H, né? Todos convidados.

 

 

— Vamos sim - Biel diz animado.

 

 

— Legal - Pedro responde me olhando. O sinal toca.

 

 

— Vamos gente, aula agora. - digo puxando a Bia.

 

 

— Tá bom, Xau Pedro. - Bia diz rindo. Quando já chegamos na sala ela diz - Ele tá tão na tua.

 

 

— Deixa de falar besteira - revirando os olhos.

 

 

— Acho que tenho que concordar com a pimentinha, o Pedro nunca falou com a gente e agora tá nos convidando para a festa na casa do H. E agora temos que ir.

 

 

— Não mesmo - digo - eu não vou, se vocês quiserem vão vocês.

 

 

— Porque você não quer ir?

 

 

— Não gosto deles.

 

 

— Eu também não, mas isso não é desculpa. O pessoal bacana vai tá lá, e dessa vez fomos convidados.

 

 

— E daí? - digo dando de ombros.

 

 

— Ela não vai porque tá trabalhando - Bia diz de supetão. Olho pra ela com raiva e entro na sala me sentando no fundão. O professor entra em seguida, impedindo deles virem conversa comigo.

 

 

A aula corre bem. Adoro trigonometria e álgebra, assim que o sinal bate, eu saio da sala e vou para a biblioteca. Quero evitar a Bia e o Biel. Passo a hora do almoço na biblioteca, enquanto esse tempo recebo mensagens de Bia e Biel, os ignoro. Depois vou para a aula, ignoro os dois e no segundo intervalo do dia sigo novamente para a biblioteca, recebo novamente mensagens deles. Ignoro novamente. Depois das aula, vou ao meu armário e encontro um caramelo colado na porta. Acho estranho, mas pego. Adoro caramelo.

 

 

Na saída Bia apela.

 

 

— Poxa, Maria. Desculpa. Ele ia ficar insistindo.

 

 

— Eu não queria que ninguém soubesse.

 

 

— Eu sei, desculpa. Juro que não conto pra mais ninguém, nem sobe pena de morte - e me faz cara de choro.

 

 

— Tá bom, não precisa chorar.

 

 

— Não tava chorando. - Reviro os olhos, ela me aperta e fala com voz estranha - Tão meiguinha, meu Deus.

 

 

— Para Bia.

 

 

— Tá bom, linda - diz me beijando. - Maria, vamos fazer juntas os exercícios de cálculo?

 

 

— Eu já fiz na biblioteca.

 

 

— Você é muito nerd.

 

 

— Claro que não. Tava sem o que fazer, fui fazer os exercícios.

 

 

— Nossa, se eu não tiver o que fazer eu fico mexendo no celular. - ela para e pensa um pouco - na verdade, mesmo tendo o que fazer, eu fico no celular - diz rindo. - pois deixa eu copiar o seu.

 

 

— Dessa forma você não vai aprender.

 

 

— Ah! Eu aprendo depois.

 

 

— Tu que sabe.

 

 

Chegamos em casa, vamos direto para o banho e depois jantar. A conversa entorno da mesa rola solta, altas gargalhadas com a Babi e o seu Marcos. A comida da Cida tá maravilhosa, e eu me acabo de comer.

 

 

— Deus não é justo - Babi solta - como é que pode, você comer que nem um monstro e ser magra desse jeito? - sorrio para ela - só o cheiro da comida da Cida me engorda. Cida, a partir de hoje, vamos todos entrar de dieta.

 

 

— Amor, você tá linda.

 

 

— É mãe, você tá linda.

 

 

— Dizem isso porque não querem comer alface né, safadinhos. - Seu Marcos rir

 

 

— Claro que não, amor - ele dá uma piscadela pra eu e Bia. - Você sabe que eu gosto de mulher com carne, pra ter onde pegar. Você sempre foi linda, e a cada dia fica cada vez mais linda.

 

 

— Para Marcos, tá me deixando envergonhada - depois ela susurra - continua amor.

 

 

Todos caem na gargalhada.

 

 

— Fiz torta de morango pra sobremesa. - Diz Cida trazendo a torta.

 

 

— Assim não dá. Você não colabora com minha dieta, Cida

 

 

— Não tem pra quê dieta, a comida é a porta da felicidade.

 

 

— Principalmente se for a sua, né Cida - digo sorrindo e ela me sorrir de volta

 

 

— MEU DEUS, para o mundo - Bibi faz aquele espanto - Maria falou no jantar.

 

 

— Acontecimentos histórico - Bia diz rindo.

 

 

— Só Cida para obter esse milagre, Santa Cida.

 

 

— Deixa de coisa, Bibi. Isso é blasfêmia menina. - Cida reclama e todos riem.

 

 

— Maria é que é esperta, fica caladinha só comendo. Vou seguir o exemplo - seu Marcos diz rindo.

 

 

— E eu vou falar com quem, agora?

 

 

— Amor, você sozinha fala por todo mundo. - ela dá um beliscão nele - ai, doida.

 

 

— Me respeite, Sr Marcos Bitencourt, se não vai dormir no sofá.

 

 

— Desculpa amor - diz beijando ela.

 

 

É tão prazeroso comer com eles, dá uma alegria. Não lembro da última vez que eu fiz uma refeição prazerosa com minha mãe. Sei lá, sinto falta dela. Dá mulher que ela era.

 

 

Eu não quis ainda ir vê-la. Me bate uma revolta estarmos passando por essa situação.

 

 

Termino o jantar e vou para o meu quarto. Sento na escrivaninha e começo a estudar.

 

 

TOC TOC

 

 

— Entra! - aparece a cabeça de Bia rindo pra mim.

 

 

— Fazendo o quê? Tu num disse que já fez o exercício de cálculo. - diz entrando e se deitando na cama

 

 

— Já!

 

 

— E então, tá fazendo o quê?

 

 

— Estudando.

 

 

— O quê?

 

 

— Física.

 

 

— E tem atividade de física?

 

 

— Não.

 

 

— E porquê você tá estudando? - me faz rir.

 

 

— Porque o professor já passou o conteúdo, e eu quero revisar.

 

 

— Tu é muito nerd - diz caindo na gargalhada.

 

 

— Fala o que tu quer, Bia.

 

 

— Vim conversa besteira.

 

 

Meu celular vibra.

 

 

Pedro
Você poderia me emprestar um dicionário?

 

Hã?

Franzi as sobrancelhas.

— O que foi, Maria? - Bia pergunta

— O Pedro me pedindo um dicionário emprestado. - o celular vibra novamente.

 

É que quando vi você fiquei sem palavras.

 

Que ridículo


Reviro os olhos
— E agora, o que ele disse? - ela pergunta curiosa. Mostro a tela do celular para ela que começa a rir - que cantada sem noção.

 

Tentando puxar assunto.

 

Não tente.

 

 

Quando o celular vibra, a Bia fica do meu lado olhando tudo.

 

 

— O bixinho, Maria.

 

 

Não posso.

 

 

Porque?

 

 

Converse comigo que você descobre.

 

 

— Eita - Bia diz rindo

 

 

Tou ocupada.

 

 

Sempre ocupada. Não me diga que tá estudando.

 

 

Mas tou.

 

 

Eu pedi pra não dizer

 

 

Bia dá uma gargalhada
— Nunca imaginei o  Pedro fazendo graça.

 

 

Palhaço

 

 

Daria tudo pra tá aí e vê seu sorriso.

 

 

Quem disse que eu tou sorrindo?

 

 

— Tá sim - Bia se intromete, fazendo com que eu desmanche o sorriso que eu tava dando sem perceber.

 

 

Eu sei que tá.
Tá toda boba, porque tá falando comigo.

 

 

— Cara, ele é bom.

 

 

— Cala a boca, Bia.

 

 

Coitado
Se acha.

 

 

Você sabe que é verdade, não adianta tentar mentir.

 

Xau Pedro.

 

 

Ta vendo? Já tá me dispensando, porque sabe que é verdade. Tá caidinha por mim.

 

 

 

 

 

Xau, minha marrenta.
Boa noite
E sonhe comigo

 

 

 

 

 

— Eu nunca vi o Pedro assim? Ele tá muito afim de você.

 

 

— Deixa de falar besteira.

 

 

— É sério.

 

 

— Garotos como ele não fica com garotas como eu.

 

 

— Oxe, como assim.

 

 

— Garotos como ele saem com garotas tipo Maize, você. Garotas vaidosas e essas coisas.

 

 

— Que nada haver, Maria. Isso é preconceito da sua parte.

 

 

— Que seja, eu não quero saber dele.

 

 

— Você quem sabe, mas que ele tá afim de você ele tá.

 

 

— Não era você que tava dizendo que ele era babaca?

 

 

— Ah! - ela dá de ombros - a turma em si, são de babacas. Mas vai que ele seja diferente? Pode ser.

 

 

— não quero saber desse assunto, me deixe estudar.

 

 

— Ah não, María. Vamos conversar. - diz me agarrando.

 

 

— Para pentelha, me deixa estudar. - digo rindo

 

 

— Não, vamos conversar.

 

 

— Eu não vou falar sobre ele.

 

 

— Ai! como você é chata. - diz se levantando - boa noite, sonhe comigo - diz saindo e tirando onda.

 

 

Tento voltar a estudar, mas não consigo.
"Será que ele tá afim de mim?" Balanço a cabeça tentando afastar a ideia. Que bobagem, me deito para dormir. Mas só fico pensando no que a Bia falou. Então, vou na janela da conversa dele e fico lendo e relendo a conversa pra vê se acho algum sinal, mas no final acabo indo dormir rindo da conversa.


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Notas finais do capítulo

*-*-*-*-*-*-*-*-*
Eaê galera, tudo bom com você?
E aí, tão gostando? Dá uma estrela pra ajudar
Bjs Amo vcs!



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