Série Paradise - Serena(Degustação) escrita por moni


Capítulo 3
capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!!! Hoje a meia noite começa a pré-venda de Um amor como vingança. Dá para acreditar? Vocês são demais. Estou muito emocionada hoje.



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Serena

   Assumir meu posto? Qual é meu posto? Parece que ele quer muito mais uma mãe do que uma babá. Quando subi pelo elevador elegante eu tinha certeza que seria escorraçada, não passou pela minha cabeça ser contratada. Mexicana, jovem, com um currículo de duas linhas, nome e endereço.

   O homem é bonito feito o diabo, tem um tom arrogante, cínico, mas não estou aqui para ser sua babá, então ele pode ser como quiser. Me ergo sem saber direito como agir, posso ir até lá fora e dispensar a candidata, mas não sei o que fazer depois disso.

   Me recuso a perguntar a ele, não vou dar esse gostinho ao homem a minha frente. Ele parece esperar por uma Serena desesperada, não sou eu. Penso no salário, mil dólares? Mil dólares é muito dinheiro. Nunca ganhei tanto assim na vida, acho que nunca juntei mil dólares.

   — Com licença. – Digo a ele que me olha de um modo petulante. Deixo seu escritório. A sala é elegante, tudo o grande apartamento é fino e discreto. Nada colorido, não consigo pensar em uma criança vivendo em um lugar tão sem cor.

   — Senhora. – Digo a mulher que me olha de modo distante. Não é nada divertido dispensar alguém. – Quero agradece-la por ter vindo, infelizmente a vaga foi preenchida, mas ficamos com seu telefone, para o caso de alguma necessidade.

   Estendo a mão, ela aperta desanimada, meu coração dói um pouco, me sinto meio culpada, como se estivesse roubando sua oportunidade, mas essa sou eu, a garota que deu todas as economias para o namorado se casar com outra.

   — Obrigada por me receber. – Ela diz um tanto confusa. Alfred surge como que por milagre. Acompanha a mulher até a saída, o pequeno Andrew continua absorto. Sua atenção toda no cavalinho de plástico, um brinquedo tão simples para um garotinho tão rico.

    Precisamos conhecer a casa e organizar espaços, tenho que buscar minhas coisas e entregar meu velho quartinho. Contar as meninas e fazer esse pequeno sorrir e quem sabe comer um pouco, ele parece tão magrinho.

   — Alfred, eu vou trabalhar aqui agora. – Aviso ao homem de terno e ar austero. Ele apenas balança a cabeça uma única vez, como se tal frase não merecesse um comentário. – Já que vou ficar, podia me dizer seu nome.

   —Alfred, senhorita.

    —Mesmo? Seu nome é esse? Não é uma brincadeira? Por que todo mordomo de filme se chama Alfred, até o mais famoso, sabe qual? O do Batman.

   — Não, senhorita, não conheço.

   —Jurava que era uma piada. – Digo a ele.

   — Não fazemos piada por aqui, senhorita.

   —Bem, quem sabe me ajuda a conhecer a casa, me mostra o quarto dele e o meu, me dá umas dicas de como tudo funciona por aqui.

   —Sinto senhorita, mas não trabalho para o senhor Fitzalan, trabalho para a senhora Brigitte Fitzalan, mãe dele, foi apenas um empréstimo de emergência.

   — Você foi emprestado? – Só mesmo nesse mundo de milionários é que se vê coisas como emprestar pessoas. – Ele que não se atreva a me emprestar para ninguém.

   — Fique tranquila senhorita. Não está em meus planos abrir mão de você. – O homem surge na sala, a voz ecoa pelo ambiente firme, ele é o tipo que ocupa espaço, que não passa despercebido. – Pode ir, Alfred, obrigado pela ajuda, boas férias. – O homem meneia a cabeça e desaparece. – Estou indo para o escritório. – Sou comunicada.

   — Precisa ficar com ele um pouco, não posso começar agora, preciso buscar minhas coisas...

   —Eu disse que podia sair desde que o levasse. – Ele avisa.

   —Não pode me deixar sair sozinha por aí com seu filho, não me conhece. Precisa protege-lo. – Fico indignada.

   — Você tem um motorista particular, o meu, que estou “emprestando” a você. – Ele ri. – Eddy está na garagem, fica a sua disposição.

   — E você... o senhor, confia nele? E se formos uma dupla de trapaceiros mancomunados?

   Sua gargalhada explode me irritando, Andrew olha para o pai um tanto surpreso.

   — Tem uma imaginação fértil senhorita. Eddy tem três vezes sua idade, possivelmente. Pelo menos o pequeno vai se divertir com suas histórias, as minhas babás nunca tiveram imaginação. Divirtam-se.

   Ele caminha para a porta. Vai mesmo me deixar sozinha com seu filho, me conhece a uma hora e vai me largar sozinha com seu filho. Ele é péssimo.

   — Não vai se despedir dele? – Questiono inconformada. Ele para de costas, com a mão na maçaneta, vai me mandar para o inferno no próximo segundo. Theodor Fitzalan, se volta lentamente. Os olhos em mim, firmes, cheios de um desdém que me perturba.

   — Tem alguns anos que nenhuma babá me põe de castigo por ser um menino mau, faça seu trabalho e eu faço o meu.

   Pretendia responder, mas a porta bate antes que articule uma resposta. Insensível. Volto meu olhar para o garotinho. Sorrio fingindo estar despreocupada. Me sento no sofá.

   —Andrew, que quer fazer agora?

   Ele não sabe responder, fica me olhando completamente desconfortável. Que mundo ordinário esse em que um pequeno adorável como esse fica jogado sem amor. Acaricio seus cabelos.

   — Está com fome? – Ele balança a cabeça afirmando. – Ótimo, eu também. Vamos conhecer a cozinha.

   O apartamento é gigantesco, portas e corredores, piso de madeira impecável e o mesmo tom monótono por todos os ambientes. Do bege ao marrom escuro, a cozinha é muito elegante, preta e prata, olho para Andrew que me acompanha a cada passo.

   — Que belo apartamento esse seu, meu pequeno. – Ele não parece compreender e não deveria. – Vamos olhar o que tem nessa geladeira.

   Para minha triste surpresa, a geladeira que é maior que meu quarto não tem nada demais. Aspargos, caviar, queijo brie, água, vinho e espaço. Muito espaço.

   — Nada para reles mortais como nós, quem vive de caviar e queijo brie?

   Abro alguns armários, tem louça, louça de cristal e porcelana, todo tipo de utensílio domésticos, de fazer inveja a qualquer chef de cozinha famoso, só não tem ingredientes. Parece uma cozinha cenográfica. Coloco as mãos na cintura sem saber como resolver isso. Andrew não pode ficar sem comer.

   O telefone pendurado na parede perto da pia toca e primeiro salto de susto, depois corro para atender.

   — Alô.

   — Esqueci de deixar o telefone da minha assistente para você. Alisson, caso precise de algo.

   —Eu preciso, preciso de comida para crianças, não tem comida nenhuma aqui. Você come caviar puro toda noite?

   — Não faço refeições em casa. Levo o garoto ao McDonalds, tem um na esquina. Tem um em todas as esquinas.

   —Disse comida de criança. McDonalds não é comida de criança.

   — Não? E por que eles têm um palhaço fazendo propaganda?

   —Marketing, não tenho que explicar, o senhor é bem rico, deve saber como se faz isso.

   —Eles me pegaram de jeito, eu jurava que era comida de criança. Tem certeza? Por que aquele palhaço de calças curtas é bem estúpido para tentar atrair adultos.

   — Senhor, podemos resolver a questão comida de criança?

   —Vá com o Eddy ao mercado e compre o que quiser, devolvo o dinheiro quando chegar.

   — Senhor Fitzalan, eu tenho trinta dólares na vida, não no bolso apenas, mas em toda minha vida. Não posso emprestar dinheiro para nenhum milionário.

   — Entendi. Bem, anote o telefone da Alisson, depois desça e vá com o Eddy ao mercado, ele pode emprestar dinheiro a milionários. Pago a ele depois.

   —Ótimo, senhor. – Meu tom é um tanto ríspido, ele me tira do sério, é o filho dele, como pode ser tão displicente. Aposto que é crime.

   Ele me dita os números, anoto em um bloco sobre a pia, duvido que algum dia essa torneira tenha sido ligada. A pia está imaculada e seca a ponto de ter papel e caneta sobre ela.

   Assim que termino de anotar os números, ele desliga, simplesmente desliga o telefone na minha cara. Grosso.

   — Que pai mais insuportavelmente irritante esse seu Andrew. – Não posso ficar falando mal do pai do menino para o menino, péssimo isso. Encaro o garotinho sentado a me observar curioso. – Brincadeira, o papai é bem legal. Eeeee que papai legal o Andy tem. – Bato palmas, mas ele só continua a me olhar. – Vamos passear?

   Ele afirma, desce da cadeira e deixamos a cozinha de mãos dadas, mas Andrew solta minha mão e volta correndo, pega seu cavalinho.

   —Claro, nada de esquecer o Corcel.

   Eddy me espera de uniforme e ar severo. Faço careta ninguém parece natural nesse mundo em que o pequeno Andrew foi atirado.

   — Senhorita. – Ele abre a porta educado, nos sentamos eu e Andrew. Andrew é tão sério e formal, chega disso, é só um garotinho. Andy, é isso, é assim que vou chama-lo. Andy. – Para o supermercado senhorita, ou vai primeiro apanhar suas coisas. O senhor Fitzalan me avisou.

   —Minhas coisas primeiro. – Não vamos ficar com compras no carro. Andy vai ter que aguentar um pouquinho.

   O homem dirige seguindo minhas instruções, não diz uma palavra, nem Andy diz e é bem chato esse silencio. Levo o pequeno comigo, ele entra no quartinho atrás da farmácia, se senta na cama enquanto junto coisas, não tenho muito, vim de longe com o mínimo possível, cabe tudo em uma mochila de viajante. Pesada, mas apenas uma mochila. Antes de partir decido ligar para Dominique e agradecer.

   —“Chérie” e então?

   — Consegui o emprego, acredita? Incrível, nem sei como agradecer.

   — Não precisa, estou feliz. O que achou dele?

   —Nem reparei que ele é absolutamente lindo e insuportavelmente atraente, ah! Ele também é detestável.

   —Agora uma novidade.

   —Mil dólares por semana.

   —Só? Theodor não sabe nada sobre babás de milionários. Devia negociar.

   — Nem pensar, está ótimo. O Andy é tão lindo. Um amorzinho, tão quietinho que me dá agonia, mas eu vou fazer de tudo para ajuda-lo a ser mais feliz.

   —Espero que consiga. Estou indo ao Paradise. Nos encontre lá.

   —Não posso. Estou com ele, o pequeno ainda nem comeu. Tadinho. Naquela casa só tinha caviar e bebida.

   — Entra pelos fundos e escondemos ele atrás do balcão espelhado. – Ela brinca rindo. Acabo por rir também.

   — Não. Nem pensar.

   —Então amanhã vamos todas para casa da Savannah, antes dela ir para o bar. Quero saber detalhes. Ela está louca para falar com você.

   — Certo. Anote o telefone do apartamento. Não tenho um celular ainda, mas quando receber meu salário compro um.

   — Isso é tão obsoleto. Estamos em dois mil e onze, acho que deve ser a única pessoa que não tem um celular.

   — Dominique você é tão esnobe.

   — Eu sei. – Ela ri. – Me passe o número. Dito enquanto ela anota. – Ótimo, vou enviar as meninas também. Nos vemos amanhã.

   — Sim, mais uma vez obrigada. Mudou minha vida.

   —Só dei uma dica, ouvi mamãe e a Brigitte conversando. Não achei que daria certo. Estou feliz que conseguiu.

   —Tenho que ir. Andy precisa se alimentar. Eles são péssimos com o menino. Não posso falar mal do pai dele na frente dele, amanhã temos que achar um jeito de falar pelas costas dele.

   — Vamos pensar em um codinome para o Theodor. Oh! Eu já sei. – Ela tem um acesso de riso. – Espera. Não consigo.

   — Diga logo Dominique.

   — Esquilo, como aquele desenho que lançaram no cinema tem um tempo. Adoro desenhos. Um deles se chama...

    —Theodor. – Completo rindo mais do que ela. – É isso, o esquilo é péssimo pai, o esquilo é arrogante e irresponsável.

   —Libertador?

   —Muito. Te vejo amanhã.

   — Beijo.

   Quando desligo, Andy está brincando com seu cavalinho sobre a cama.

   Convido Eddy a pagar a conta da farmácia, não parece boa ideia ficar sozinha com ele sem um termômetro e alguns apetrechos como remédio para uma febre e anticéptico para um corte. Depois supermercado. Comida para dez dias.

   Legumes, verduras, frutas, leite, carnes, uma refeição saudável e brincadeiras. É disso que um garotinho precisa.

   Ele vai sentadinho dentro do carrinho enquanto vou fazendo compras e não para de sorrir. Acho a coisa mais linda do mundo. Ele é frágil, mas tão doce. Seu olhar me pede tantas coisas, Andy precisa muito do pai.

   — Gosta disso? – Balanço uma barra de chocolate, um doce para de vez em quando por que ninguém é de ferro. Para minha surpresa, Andy não parece reconhecer o doce. – Chocolate, Andy, não quer?

   — Não sei. – Ele responde.

   — Já comeu chocolate? – ele nega. – Então hoje vai comer. Presente para o garotinho mais lindo do mundo todo.

   —Eu?

   — Você. – Beijo seu rosto e ele simplesmente me abraça, no meio do supermercado, envolve meu pescoço em um abraço não programado e me derreto, não consigo evitar as lágrimas, é um misto de carinho, afeto e pena de ver um lindo garotinho tão carente de afeto.

   Evito mostrar a ele minha emoção. Desisto de deixa-lo no carrinho e ele fica em meu colo enquanto o carrancudo Eddy empurra o carrinho. É o mesmo Eddy a levar tudo até a cozinha do apartamento. Andy fica me olhando guardar tudo e depois começar a cozinhar, quando finalmente nos sentamos para comer. Passa das duas.

   — Vamos organizar horários Andy, não é certo comer tarde assim. – Ele balança a cabeça, leva uma colherada a boca e derrama pela lateral, não sabe como comer direito. Aos quatro anos, era para ser mais preparado. – Ajudo você. – Ofereço vendo seu olharzinho de decepção. Não demora e ele está devorando as colheradas muito animado.

   — Mais um. – Ele pede. Se demoro já fica ansioso. Fico pensando o que ele comia com a mãe. Quem cuidava dele. Como era essa relação. Acho que o pai devia investigar. Tem qualquer coisa nele que me assusta. Ele não pede a mãe, pelo que entendi, foi atirado nos braços do pai que é apenas um estranho tem umas horas e não pede por ninguém. Não sente falta, não chora. – Mais.

   — Que fome. – Digo levando mais uma colherada a sua boca e afastando os cabelos do rosto suave. Andy parece tão cansado no fim da refeição, os olhinhos pesam. – Pequeno, sabe o que vamos fazer?

   — Não sei.

   — Escolher um quarto. Dois quartos. Pelo visto é nossa escolha.

   Ele balança a cabeça afirmando. Enquanto ando com ele abrindo portas de suítes vejo o máster quarto do dono da casa. É muito luxo, as mesmas cores, mas elegante e cheio de espaço, fecho a porta em seguida, não tenho planos de voltar a esse lugar. Quem será que arruma? Está impecável e ele não tem empregados.

   Na porta seguinte, sobre a cama, duas malas fechadas, as roupas de Andy, esse deve ser o novo quarto do garotinho.

   — Seu papai vai ter que fazer uma reforma por aqui, não acha? Quer brinquedos e um pouco de colorido, aposto. – Ele aponta a televisão. – Uhm, gosta de televisão?

   — Sim.

   —Então vamos assistir um pouquinho enquanto arrumo suas coisas.

   Ele sobe na cama, se deita e dez minutos em um desenho para o pequeno apagar e aproveito para arrumar suas coisas. São roupas caras, meia dúzia de brinquedos, nada mais.

   Deixo que durma enquanto levo minha mala para a ala dos empregados. Não sei bem como vou poder olha-lo durante a noite estando do outro lado do apartamento. O telefone toca quando arrasto minha mala pela cozinha.

   —Alô.

   —Esqueci de avisar, ache um quarto para você perto do quarto dele.

   —Eu... – Ele desliga. Homem abominável. Além de insuportável é vidente. Arrasto a mala para o quarto ao lado do quarto de Andy.

   Limpo a bagunça da cozinha e quando termino, vou acorda-lo. Vamos organizar para que ele não troque o dia pela noite.

   Depois de tomar banho, levo Andy para cozinha, preparo o jantar tentando ensinar a ele uma música antiga que cantava na infância. É em espanhol e ele não entende nada, mas fica curioso, até ri quando faço alguns gestos para acompanhar a música.

   Passa um pouco das sete quando escuto a porta bater, estou colocando a mesa. Andy me olha.

   —Papai chegou! – Digo fingindo entusiasmo.

   Outra porta bate. Papai mal-educado que não vem dar oi para eu garotinho.

   —Com fome?

   —Sim. Aquela lá. – Ele aponta panelas sobre o fogão. – Leite não.

   Acho que esse pequeno vivia de leite. Está tão claro que ele não foi prioridade para ninguém até agora. Encaro seu rostinho, muda, faço uma promessa, vou fazer o que for preciso para que ele seja prioridade do pai.

   Me sento a seu lado, o pratinho diante dele, a colher pequena, ajudo ele a segura-la, melhor ele ir treinando ainda que faça sujeira.

   — Boa noite. – A voz poderosa nos desperta. Nos voltamos os dois. Theodor é lindo de terno e gravata, mas com roupa esporte fica terrivelmente melhor. Não é nada justo. Meu dia foi tão corrido, ainda não consegui tirar a roupa que coloquei essa manhã para a entrevista.

   —Boa noite. Mais uma Andy. – Digo ao garotinho que tenta levar a colher a boca sozinho. Ele consegue, me faz sorrir enquanto ele mastiga de boca cheia e ar distraído. – Que lindo. Parabéns, já sabe comer sozinho.

   Theodor continua parado na cozinha, ele me deixou falando sozinha pela manhã, e desligou o telefone na minha cara meia dúzia de vezes, não vou mover um dedo por ele.

   —Suco. – Andy diz tão lindo, quero aperta-lo. Fico feito boba sorrindo. Levo o copinho infantil com canudo e bem fechado para não acontecer um acidente até ele. O garotinho toma uns goles, depois volta para a colher.

   — Boa noite. – Theodor repete.

   —Boa noite. – Digo mais uma vez. Me forço a não olhar para ele.

   —Cozinha? – Ele me questiona.

   —Sim. O Andy precisa de comida saudável.

   —Andy! Por que as pessoas têm mania de diminuir os nomes, criar apelidos, tanto esforço para escolher um nome e acaba.... Andy.

   — Você escolheu o nome? – Ele pensa um momento.

   — Andy é ótimo. Considerando que aquela maluca escolheu o nome dele.

   Quero dizer que é bem infantil falar mal da ex, mas me controlo.

   —Comeu tudo! Que lindo. – Entrego um potinho com gelatina, acho que agora ele vai precisar de ajuda.

   — Ele aprende rápido. – Theodor me diz e balanço a cabeça concordando.

   —Deve ter percebido ontem, quando ficou com ele, que o Andy, não sabe comer sozinho e fiquei pensando... acho que ele andava comendo... u melhor, se alimentando de mamadeira.

   — Não gosto desse. – Andy me avisa.

   —Acho que acertou. Emily não é o tipo maternal, acho que tinha pessoas para cuidar dele. – Theodor vai até as panelas sobre o fogão. Are as tampas e aspira. – Não jantei. Normalmente estou em algum restaurante, mas achei melhor chegar cedo hoje.

   — Tem o bastante se quiser. – Aviso. Ele leva um tempo abrindo portas até encontrar um prato e depois gavetas até achar talheres e então se serve, encara a mesa, em duvida até que se decide e senta.

   Andy termina a gelatina muito rápido. Está com sono, precisa descansar. Amanhã vou cedo com ele ao parque, o garotinho precisa de sol, calor, amigos.

   Eu ando pela cozinha, recolho a louça e lavo enquanto Theodor saboreia a comida e encara seu celular. Discretamente eu o observo pelo reflexo da geladeira de metal. Ele está fingindo prestar atenção no aparelho, mas olha vez por outra para seu pequeno. É um pai, tem que estar no mínimo curioso sobre o filho.

   — Senhor Fitzalan. – Volto a me sentar. Ele ergue os olhos, me encara. – Preciso de coisas. O quarto dele é tão triste, sem cor, ele quase não tem brinquedos, quero fazer alguns passeios com ele.

   — Dinheiro?

   —É e autorização.

   —Tem os dois, amanhã minha assistente cuida disso.

   — Obrigada. Vamos Andy? – O garotinho me estende os braços no mesmo instante. Eu o pego no colo. – Boa noite senhor, vou coloca-lo na cama.

   — Estou no meu escritório se precisar de algo.

   Coloco Andy no chão diante do pai, eles precisam criar alguma relação, isso tudo é tão triste.

   —Andy, o abraço do papai de boa noite. – Ideia ruim, muito ruim, pai e filho parecem não entender uma palavra do que disse, o garotinho não se move, confuso, um tanto assustado, procura minha mão, já o pai, fica imóvel como se eu tivesse pedido algo absurdo. Olha para o filho, mas não consigo compreender o que ele vê. Theodor ergue a mão, toca os cabelos do filho um tanto sem jeito.

   — Boa noite, Andrew. Andy. – ele se corrige. Em seguida, se volta para o celular. Acho que é um caminho longo a ser percorrido, um caminho difícil. Por mim tudo bem. Andy precisa disso. Acho que o arrogante Theodor precisa ainda mais.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSS

pré-venda
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