Brothers – Chapter Nine – What Is Love?

Ele penteava os cabelos para trás, totalmente confiante, dando uma olhada no pequeno espelho na parede. Piscou para seu próprio reflexo, depois, borrifou um pouco de perfume em seu pescoço e pulsos. Hoje seria o dia de seu grande encontro, estava um pouco nervoso, não iria negar, mas em sua cabeça já havia planejado tudo para impressioná-la. Havia uma cesta com salada, sanduíches, suco e frutas picadas em cima da mesa, até uma sobremesa para complementar!
— Luffy? – Chamou o mais novo, recebendo um resmungo em resposta. – Eu vou sair agora, se comporta. É perigoso sair só, espere o Sabo chegar. – Alertou preocupado. O irmão havia saído com Koala e ainda não chegara em casa, e por mais que estivesse temeroso, confiava que Sabo sabia o que estava fazendo.
Pegou os dois capacetes, a cesta, deu uma última olhada no espelho e sorriu. Era um homem bonito, isso não se podia negar. Os cabelos negros e lisos estavam perfeitamente penteados para trás. Os estreitos orbes negros brilhavam mais do que nunca, seu sorriso era sincero e radiante, mas claro, ele sabia que aquilo não era importante. O que importava estava dentro de si mesmo, o que ele era de verdade. Como o cavalheiro que era faria com que ela se sentisse bem, confortável, mas como faria isso? Ace se considerava totalmente leigo quando se tratava desses assuntos do coração.
Mais cedo havia passado no Baratie para ver se Sabo estava lá, o colega Sanji não parou de lhe dar conselhos amorosos quando ele lhe contou sobre o encontro. Alguns eram totalmente ridículos, mas ele tentara absorver o máximo de coisas úteis que lhe falaram.

“ - Ace, Ace... Você tem que dizer que ela está linda, mesmo que não esteja! Elogie-a. Mulheres gostam disso. – O loiro dizia enquanto cortava alguns vegetais e folhas. – Leve ela para um lugar especial, é um encontro! Você não vai levar ela para um bar vai? Damas tem que ser bem tratadas, não levadas a um bar qualquer. – Repreendeu, como se estivesse lendo seus pensamentos.
— E o que eu faço então? – Perguntou confuso.
— Eu vou te ajudar, você vai ficar me devendo essa. – O homem sorriu largo, recebendo a afirmativa de Ace. – Se ela tiver uma linda amiga, lembre-se de mim. -“

As palavras do colega não saiam de sua cabeça enquanto o vento da noite sacudia suas roupas, finalmente estacionou no local de encontro, esperando-a lá. Minutos depois ela apareceu, sorriu assim que o viu. Ela parecia diferente do que se lembrava, parecia mais delicada naquela roupa, mesmo que soubesse que a mulher não tinha nada de delicada. Era forte, decidida, destemida. Por isso se encantou desde que se cruzaram pela primeira vez.
— Desculpa a demora. Shanks me prendeu por mais tempo que o previsto. – Pegou o capacete, ajustando-o na cabeça.
— Espero que ele não seja do tipo de irmão superprotetor. – Um arrepio incômodo percorreu sua espinha.
— Ele não é, fica tranquilo. – Riu diante da cara de espanto do homem.
— Se segura. – Dito isso, Saori enlaçou os braços na cintura de Ace, este acelerou, os levando para longe dali.

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— Nossa! Aqui é impressionante! – A mulher falou, genuinamente admirada.
— Eu venho aqui com meus irmãos as vezes, para fugir um pouco sabe? – Explicou, enquanto terminava de arrumar tudo. Nada os alcançaria ali, nada interromperia aquele momento que estavam tendo. – Você não está com fome? – Perguntou, atraindo o olhar curioso da mulher.
— Você quem fez isso tudo? – Riu, se sentando ao lado do rapaz.
— Não, eu tive a ajuda de um colega. – Coçou a bochecha, envergonhado.
— Esse seu colega com certeza sabe como tratar uma mulher. – Dito isso, os dois atacaram a salada primeiro, se deliciando com cada garfada. Sanji era mesmo um ótimo cozinheiro! Deveria lembrar de agradecê-lo depois. Depois de terem apreciado o jantar, eles se deitaram na toalha estendida abaixo deles, olhando para as estrelas.
— Você parece ser muito ligado aos seus irmãos... – Saori disse, após um breve silêncio.
— Sim... Eles são a única família que eu tenho. Meus pais faleceram quando eu era muito novo, um tio distante cuidou de mim até eu ter idade suficiente para me virar por conta própria. O que não demorou a acontecer. – Sorriu nostálgico.
— Você tem sorte de tê-los por perto. Shanks quase nunca está em casa, ele viaja muito, então na maior parte do tempo eu me sinto muito sozinha. – Confessou, agora Ace mirava a face triste da mulher – Mas ele é um ótimo irmão! Cuidou de mim quando minha mãe me abandonou, nem sei o que seria de mim, caso ele não tivesse aparecido. – O momento pareceu congelar, a troca de olhares era intensa, os dois desviaram, constrangidos.
— Eu gosto de você... – Ace sussurrou, enquanto tentava formular algo condizente em seu cérebro. – Eu sabia que... Você tem algo que me intriga, mas não é só isso, você é uma mulher forte, independente. É isso... – Finalizou, se xingando por não ser bom com as palavras. A mão da mulher repousou na sua, ela enlaçou seus dedos ao dele.
— Eu também gosto de você. – Ele a olhou, surpreso. – Posso sentir a sua confusão daqui. – Zombou, lançando um sorriso de desafio ao homem.
— O que fazemos agora? Eu não sou bom com isso de relacionamento. – Falou nervoso.
— Calma, tudo no seu tempo. – Ela riu, a inexperiência dele era fofa. Se aproximou com cuidado do homem, ficando mais perto do corpo dele.
Ele não tinha experiência, mas sabia o que queria fazer naquele momento. Num movimento tímido e incerto, ele virou o rosto dela para si, repousando ambos os lábios suavemente. As borboletas no seu estômago não paravam, essa era a sensação de estar apaixonado então? Era bom, Ace queria mais.
Repousou uma das mãos na cintura de Saori, aproximando mais os corpos, o beijo ia ficando mais necessitado, mais apaixonado, mais intenso. O mundo estava mudo, só o barulho de seus lábios se chocando era ouvido. Nada existia naquele momento.
Encerraram o beijo, os corpos não se desgrudaram, permaneceram ali, emaranhados. O homem depositou um beijo cálido na testa da mulher.
— É... Eu gosto mesmo de você. – Confessou, afirmando com mais afinco o que havia dito antes, apertando-a contra si, sentindo o cheiro dela para que se lembrasse daquela noite para sempre. A mente de Ace divagava, com certeza esse era o sentimento que Sabo lhe descrevera alguns dias atrás. A calmaria em sua mente, a loucura em seu coração, o desejo de nunca mais a deixar ir embora. Aquilo que seria o amor?