Brothers – Chapter Ten – The beginning of the mystery

— Ace, acorda... - Uma voz feminina, meio rouca invadia seus pensamentos. Ainda sonolento, foi despertando de seu torpor aos poucos. Mirou a face suave e sorridente da mulher ao seu lado, ela o olhava com um olhar admirado. - Bom dia... - Sussurrou, beijando sua bochecha.

— Bom dia. - Respondeu, dando meio sorriso antes de pegar a mulher num abraço surpresa.

— Temos que ir, eu prometi ao Shanks que estaria em casa cedo. Ele tem algo para resolver fora da cidade. - Saori levantou-se, passando a mão pela roupa amassada e pelo rosto inchado pelo sono.

—. Tudo bem... Podemos apenas passar em casa primeiro? Quero ver como o Luffy está. - Recolheu rapidamente a toalha no chão, guardando-a na cesta. Assim tomaram seu rumo, subiram na moto, sentindo o vento frio da manhã os despertarem, a liberdade de sempre os invadir e a felicidade de saber que eram correspondidos.

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Pilotar sua moto lhe trazia uma sensação de paz, mas agora Ace estava num estado pleno, onde nada seria capaz de lhe atingir enquanto tivesse ela agarrada daquele jeito ao seu corpo, enquanto ria com o vento matutino fazendo cócegas no seu rosto era uma das melhores sensações que já experimentara na vida! Finalmente entendia o que era estar apaixonado.

Os dois estacionaram ao lado da cabana, desceram da moto, as mãos entrelaçadas acusando um relacionamento recém-iniciado.

— Luffy, eu cheguei, espero que tenha se comportado. – Gritou, abrindo a porta da e se deparando com o lugar vazio. O coração acelerou, não conseguia descrever o que sentia naquele momento, um desespero enorme tomava conta de si.

— Ace... – Saori chamou, acenando em frente aos seus olhos para que ele despertasse de seu torpor, nada surtia efeito.

— Você chegou! – Uma voz conhecida soou aos seus ouvidos e logo pôde respirar aliviado mais uma vez.

— Você me assustou! – Gritou irritado, dando um soco na cabeça do mais novo, mas, logo depois o envolveu num abraço – Nunca mais faça isso. – Sussurrou.

— Você chegou cedo. Ainda bem! Vamos no Baratie hoje? – Luffy, com seu bom humor de sempre, tratou de mudar de assunto. Era incrível essa sua capacidade.

— Sim, eu vou me arrumar. O Sabo apareceu essa noite? – Perguntou enquanto pegava seus itens de higiene pessoal e uma troca de roupa.

— Não, eu estou começando a ficar preocupado. – Mesmo que o tom do mais novo fosse tranquilo, ainda sim, era de grande surpresa que ele se preocupasse. Não que Luffy não se importasse, ele confiava plenamente nos irmãos.

Algo lhe dizia que aquela situação era estranha demais, algo mais profundo e obscuro, que eles teriam que ter cuidado.

— Oh, me desculpa ser tão desligado – Disse, se desculpando com a mulher - Você lembra da Saori né? – Apontou.

— Sim! Claro! Então, vocês estão namorando? – A pergunta inesperada fez os dois tossirem teatralmente, um leve rubor colorir as bochechas de ambos.

— Eu não sei, a gente tá vendo isso ainda. – O mais velho respondeu, sussurrando, o mais novo assentiu rindo. – Você pode me esperar? Prometo que não demoro. – Dizendo isso saiu sem nem esperar pela resposta.

Realmente, ele não demorou a tornar, logo que adentrou a residência Saori e Luffy engajavam uma conversa animada. Ela era defensora dos carros, logo Ace se envolveu na discussão que durou alguns minutos.

— Cada um é bom do seu jeito? Ok! Vamos encerrar a discussão aqui. – A mulher disse, revirando os olhos teatralmente.

— Ela ficou brava. – Sussurrou baixinho para seu irmão, que concordou e sorriu.

Os três subiram na moto e depois de deixar Saori em casa, os irmãos rumaram para o Baratie atrás de alguma notícia de Sabo.

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— Até que enfim vocês deram as caras, seus moleques. – O chef Zeff falou assim que os viu passar pela porta. – Vão pra cozinha, temos muito trabalho hoje e Sanji não vai dar conta sozinho.

Cumprimentaram o velho como de costume e se juntaram a Sanji na cozinha. Assim que começaram a trabalhar, não tardou a Sanji tocar no assunto.

— Vocês tem visto o Sabo? – Perguntou curioso. Além de curiosidade, aquela voz continha mais alguma coisa que os irmãos não sabiam dizer.

— Não o vemos tem alguns dias... – Disse Luffy vagamente, enquanto lia os quadrinhos do jornal que pegou do velho.

— Ah... – Sanji ficou levemente surpreso, mas logo continuou – Eu o vi outro dia sabe? Quando sai tarde do Baratie, ele falava com alguém num telefone público.

— E você ouviu o que ele disse? – A alteração na voz de Ace era visível, a ansiedade tomava conta de si e o sangue fluindo pelo seu corpo parecia arder em suas veias. Não iria mentir, estava preocupado com o irmão, apesar de Sabo já ser adulto e ter noção do que era melhor para ele, Ace não conseguia não se sentir responsável caso algo acontecesse a qualquer um de seus irmãos.

— Ele disse algo sobre San Francisco e Dragon... O que quer que fosse, não parecia ser bom. – Alertou, desconfiado. Os dois irmãos trocaram um olhar significativo, que não passou despercebido pelo cozinheiro – Vocês vão atrás dele, não é?

— Sim. – Ace encerrou a conversa, voltando aos seus afazeres.

O tempo se arrastava, lentamente, os dois apenas ocupavam sua mente arquitetando um plano de como encontrariam Sabo. O que sabiam dele e do passado dele? Apenas o que ele queria que soubessem. Seria difícil sem ter nada concreto, era difícil saber com o que o irmão havia se metido. Primeiro uma namorada de outra cidade surge de repente, procurando-o, depois ele some sem deixar rastros. Se isso não era suspeito ao extremo, já desconheciam o significado da palavra. O que Sabo escondia atrás daquele bom humor e sorriso típicos que ele sequer havia contado aos irmãos? 

Apesar de tudo, não desconfiaria do irmão, não podia, o laço que os unia e a promessa que fizeram um ao outro aquele dia permaneciam gravadas em seu coração. Sua única certeza era que pegariam o dinheiro guardado e adiariam a viagem tão ansiada. A ensolarada e calorosa San Francisco os aguardava, eles iriam de encontro a esse mistério.