Brothers – Chapter Four – Explications

— Desde quando você esconde coisas da gente Sabo? – Ace começou o interrogatório. O loiro suspirou profundamente, massageando a têmpora, aquilo iria ser complicado.
— Olha eu posso explicar... – Falou perdido.
— Seria bom se fizesse isso. – O mais velho sentou num banco ali perto, sendo seguido pelo mais novo. Os dois o olhavam em expectativa, ele diria a verdade ou inventaria alguma desculpa esfarrapada? Ou diria que aquilo nada tem a ver com eles?
— Koala... Nós somos amigos de infância de San Francisco. – Começou.
— Isso a gente já sabe, Luffy me falou. – Ace apontou para o mais novo ao seu lado.
— Mais do que isso, depois de um tempo nós viramos namorados. – Ignorou a interrupção do irmão – Vocês não sabem, mas meus pais eram pessoas importantes lá, por conta disso eles exigiam que eu estudasse bastante para herdar os negócios da família. Eu não tinha liberdade, era sufocante. Um dia eles saíram para um jantar com o prefeito, eu vi nisso a oportunidade de fugir de casa e nunca mais voltar. Conheci Koala por acaso numa praça da cidade, brincávamos juntos. Estava morando na rua, prestava alguns favores em troca de comida, acabei ficando doente e Koala convenceu os pais dela a me abrigarem por um tempo. – Deu uma pausa, tomando fôlego.
— E depois disso? Digo, depois de você melhorar, você continuou lá? – O mais novo dava total atenção ao irmão, um vinco se formou em suas sobrancelhas sem perceber, surpreso com a história.
— Continuei, até ser reconhecido e seguido por um dos serviçais da minha família, eles mandaram seguranças na casa da Koala para me tirar de lá a força. Com a ajuda dela, consegui escapar de lá. – Terminou o pequeno resumo da confusão que era sua vida.
— E como você veio parar em Hollister? – O mais velho perguntou, curioso.
— Depois de sair de San Francisco, eu conheci Ivankov, ele quem me ensinou tudo que eu sei hoje. Inclusive, se hoje eu piloto uma moto é graças a influência dele e de Dragon, outro amigo. O resto é história. – Um sorriso nostálgico se fez no rosto do rapaz.
— E por que escondeu isso da gente esse tempo todo? – Foi a vez de Luffy falar.
— Eu pensei que essa história já estava enterrada, mas, num deslize, há dois anos atrás eu voltei para ver Koala. Depois de tanto tempo eles continuavam vigiando a família dela, conseguiram me pegar. Quando eu achava que não havia mais esperanças, Ivankov e Bartholomew me ajudaram a escapar. Depois disso, eu conheci vocês. – Sorriu largo, não tinha como não se emocionar com todas aquelas lembranças. – Posso pedir mais uma coisa a vocês? – Falou tímido.
— O que? – Os dois falaram em uníssono.
— É que... é... – O loiro gaguejava, a voz falhava, nenhuma frase coerente se formava.
— Fala logo Sabo! – Ace gritou, cansado daquela enrolação.
— A Koala, será que, ela poderia morar com a gente de agora em diante? – Olhou profundamente nos olhos dos irmãos, aqueles segundos nunca pareceram tão longos, estava nervoso. Suas mãos suavam, o medo deles não aceitarem aquela situação era grande. Luffy e Ace se entreolharam, um sorriso grande logo se formou nos lábios daqueles dois.
— Tudo bem seu idiota! – Ace o abraçou, seguido de Luffy. – Ela é importante para você, não é? Você quer protege-la? – Perguntou, recebendo o aceno afirmativo do loiro. – Nós vamos te ajudar com isso. – Depois dessa fala proferida, o aperto do abraço se tornou mais forte. Sabo pensou consigo, que seus irmãos eram as pessoas mais maravilhosas que ele conhecia. Se achava indigno deles no início, mas com o tempo se permitiu viver as mais loucas aventuras ao lado deles. Nada os separaria.

(...)

Era noite, Sabo fora visitar Koala, Luffy estava sentado na cama o olhando com curiosidade. Ace se aprontava para sair, ele começaria hoje no novo emprego como segurança de um clube no centro da cidade. Saori quem havia arranjado esse emprego, já que ele comentou que estava atrás de uma renda extra.
— O que foi Luffy? – Arrumava os cabelos curtos e negros para trás, penteando com os dedos.
— Eu posso ir com você? Vai ser um tédio ficar aqui sozinho. – Luffy se jogou dramaticamente na cama, abrindo os braços. Ace se virou, olhando sério para o irmão mais novo.
— Você me promete que não vai arrumar confusão? – Seu tom de voz era ameaçador.
— Sim! – Se levantou em disparado e foi vestir outra roupa para sair.
Já arrumados, Ace deu a partida na moto, com o irmão na garupa e sentiu a liberdade por entre suas mãos a cada vez que acelerava, o vento frio da noite contra seu rosto lhe fazia sorrir, aquela sensação era indescritível. Era quase como voar. Sentia como se nada pudesse atingi-lo, estava em seu estado de plenitude. Luffy em suas costas gargalhava alto, ele tinha a mesma sensação que ele, lá no fundo Ace sabia disso. Estacionou a moto nos fundos, na garagem para os funcionários e entrou no estabelecimento, olhava tudo com animação, aquele era um ambiente novo para si, estava bem mais arrumado que naquela manhã.
— Ace, você chegou! – A mulher chamada Saori se aproximou. – Você deve ser o Luffy, muito prazer. – Sorriu e apertou a mão do mais novo.
— Você não vai para o bar do Magellan? – Perguntou curioso.
— Hoje meu turno é aqui. Infelizmente meu irmão não está aqui, eu o apresentaria para vocês. – Fez uma cara triste, mas logo sorriu, puxando os dois homens pela mão. – Venham, vou explicar o funcionamento para vocês. – Nunca Ace a viu tão falante quanto aquela noite, prestava atenção a cada feição da mulher, e era como se ela tivesse passado toda a sua vida ali, talvez fosse o caso mesmo. Deixaria as perguntas para o encontro que teriam daqui há alguns dias.
— Você poderia tomar conta do Luffy por mim? – Juntou as mãos numa súplica.
— Gostaria que você ficasse me devendo, mas hoje eu administro esse lugar para meu irmãozinho. Tenho certeza que ele ficará bem sozinho, não é Luffy? – Perguntou, recebendo a afirmativa do rapaz. – Pode pedir o que quiser para beber, é por minha conta, ok? Tchau meninos. – Disse se dirigindo a Luffy, se despediu, subindo os degraus da escada e dando uma vista privilegiada a Ace quando o fez. A noite estava apenas começando.