Back to Love escrita por Raykel


Capítulo 5
Capítulo 5 - Especial The Kids


Notas iniciais do capítulo

O capítulo especial chegou
Eu fiquei muito feliz em escrever ele, e demorei, pois queria que cada detalhe dele ficasse especial. Já peço desculpas pq ele ficou enorme (foram 11 paginas no Word), mas espero que cada palavra tenha valido a pena.
Preparem-se para muita fofura, enquanto ouvem os pensamentos desses pequenos.
Por favor, leiam as notas final, coisas importantes lá embaixo.
PS.: Fiz essa montagem pra mostrar exatamente como eu estava imaginando as crianças, mas não necessariamente eles estão com essas roupas, mas esse é o estilo deles.
Boa Leitura...



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Peter Thomas Snow Merlyn

Eu não gosto desse lugar. Não gosto daqueles homens maus. Não gosto de ficar longe da minha mãe. Mas me sinto bem por estar perto do tio Olie, ele é meu padrinho, e sempre disse que sempre me protegeria de tudo. Mas me sinto melhor ainda por estar finalmente perto do meu pai.

Eu tinha medo de perguntar sobre ele pra minha mãe. Não fazia sentido todos terem um pai, menos eu. Mas quando finalmente tive coragem de perguntar, eu entendi. Entendi que ele não estava perto de mim, que ninguém sabia onde ele estava, entendi até que as pessoas iriam me dizer que ele estava no céu, mas que na verdade, ele estava vivo em algum lugar.

Minha mãe diz que eu sou especial, que eu sou seu herói e que a salvei de algo. Os heróis sempre precisam salvar quem está em perigo ou quem está perdido, e como meu pai estava perdido eu sabia que apenas eu poderia salva-lo. Eu queria crescer e ser um detetive, e descobrir onde meu pai estava, mas como eu já o encontrei, agora eu vou crescer e ser um médico, assim como ele.

Estou sentado no chão de uma sala vazia, onde os homens maus nos colocaram. Aqui é assustador, principalmente por não saber o que vai acontecer quando os homens maus voltarem.

Ouvimos um barulho muito alto, vindo do lado de fora da sala. A lâmpada que está no meio do teto se apaga e tio Olie levanta.

— Deve ser uma queda de energia – Tio Olie diz olhando para meu pai – Parece que a câmera também desligou – Ele vai até a porta e tanta abrir, mas nada acontece.

— Deve ser trancada manualmente – Meu pai diz quando também se levanta.

Os dois parecem conversar algo, mas eu não consigo ouvir. Provavelmente eles querem sair daqui, porque é isso que eu quero agora.

— Peter, vem aqui - Tio Olie me chama.

Não sei o que ele quer, mas eu obedeço.

— O que vai fazer? – Meu pai pergunta, justamente o que eu também quero saber.

Tio Olie me guia para ficar na sua frente, estamos virados para uma das paredes. Olho para trás querendo saber o que ele vai fazer. Ele me segura por debaixo dos braços, e me coloca de pé em cima dos seus ombros.

— Se apoia na parede para não cair – Ele diz quando já estou no alto, e segura firme meus tornozelos – Consegue ver do lado de fora da janela?

— Sim – Respondo quando apoio minhas mãos no concreto.

— E o que você vê? – Ouço a voz do meu pai vindo lá de baixo. Me sinto tão grande, é divertido estar aqui em cima, vou pedir para o tio Olie fazer isso mais vezes.

 - Muros. E algumas árvores atrás dos muros.

— Tem certeza que não consegue ver nada que esteja mais longe que as árvores? – Meu pai pergunta.

— Tem um prédio bem alto, ele tem várias coisas em cima dele.

— Como várias torres finas? – Tio Olie pergunta.

— Isso – Digo animado por ele ter entendido, já que eu não sei bem o nome daquilo.

— Antenas, talvez – Tio Olie diz, mas acho que ele não está falando comigo, agora.

— Provavelmente – Meu pai responde. É, ele não estava falando comigo mesmo – Deve ser o Willis Tower, é o maior prédio da cidade. Peter – Agora, sim, eles estão falando comigo – De que lado desse prédio o sol está?

— Do lado... – Tento lembrar o nome, ainda não consegui aprender a diferença entre direito e esquerdo – Desse lado – Decido levantar a mão.

— O lado direito. Oliver, você sabe?

— Quando saímos da casa da Thea já ia dar meio dia – Tio Olie diz me colocando no chão. Uma pena, porque eu já estava me acostumando – A essa hora já é de tarde, então estamos ao norte desse prédio. Mandou bem, garoto – Ele diz me entendendo a mão fechada em punho. Eu sorrio e bato minha mão na dele três vezes antes de juntos, fazermos um sinal de explosão. Esse é o nosso toque especial. Começo a pensar em criar um toque especial para eu usar apenas com o papai.

— O endereço que você me deu, da casa da Thea, é mais ou menos a noroeste desse prédio – Ouço meu pai dizer, embora não esteja prestando muita atenção, já que não estou entendendo. Encontro um fio solto dentro do bolso da minha calça, e começo a brincar com ele em meus dedos – Isso quer dizer que não estamos muito longe de lá.

Um botão da minha camisa, que estava quase solto, cai e rola até perto da porta. Eles continuam conversando, parecem discutir sobre querer fugir daqui. Eu vou até onde o botão parou, eu amo essa camisa, talvez mamãe possa colocar o botão no lugar se eu o guardar no bolso. Quando me agacho para pegar o botão ouço vozes do outro lado da porta, mas como meu pai e meu tio estão conversando aqui dentro, não consigo entender o que dizem lá fora, então fico encarando a porta fechada.

— Peter, está tudo bem? – Ouço tio Olie perguntar.

— Lá fora – Digo bem baixo, como se fosse um segredo, enquanto aponto para a porta.

Tio Olie vem até onde estou para tentar entender o que eu disse, provavelmente ele não ouviu. Mas acho que ele entendeu, já que colocou a cabeça encostada na porta, e me fez um sinal pedindo silencio.

— Estamos sozinhos, agora – Tio Olie diz, depois de ficar um tempo ouvindo atrás da porta. Mamãe diz que é errado ouvir atrás da porta, e que eu nunca deveria ouvir a conversa dos outros assim, mas talvez fazer isso agora não seja errado, vou perguntar pra ela depois – Um cara disse que os fusíveis do local estão com problema, por isso a falta de energia – Ele continua, e eu presto atenção, mas acho que eu não vou entender muito bem – Parece que o tal “chefe” teve um problema e eles terão que ir ajuda-lo – Ele balança os dedos no ar de forma engraça, mas só eu dou risada – Um outro cara confirmou que ficaríamos aqui sozinhos por apenas 20 minutos.

— Legal – Meu pai diz depois que tio Olie termina a explicação, da qual eu só entendi que os caras maus saíram e voltam em 20 minutos – Mas não podemos sair, a porta está trancada.

— Mas tem a janela – Tio Olie diz indo até o local a baixo da janela, ele me chama e me coloca no alto como antes – Peter, tente abrir a janela.

Eu faço o que ele pede, e deslizo uma parte do vidro para a lateral.

— Oliver, essa janela é muito pequena para nós dois – Ouço mais uma vez a voz do meu pai vindo de baixo.

— Peter, os muros estão muito longe de nós? – Tio Olie pergunta, acho que ele ignorou meu pai. Também é errado ignorar as pessoas.

— Um pouco – Eu respondo – Estão do outro lado da rua.

— E tem uma grade, ou uma cerca entre nós e a rua?

— Não, só a grama e a calçada.

— Oliver – Meu pai diz – Eu sei o que está pensando, e é muito perigoso pra ele ir sozinho.

— Olhe para os lados – Tio Olie ignorou meu pai outra vez, talvez mamãe deva ensinar ele a ser mais educado – Está vendo alguma coisa nessa parede do lado de fora?

— Tem uma escada grudada na parede.

— Está muito longe?

— Estou tocando nela – Digo mostrando que está perto, pois nem coloquei todo o meu braço para o lado de fora.

— Tudo bem – Ele diz me colocando no chão – Tommy, é o único jeito, nossa única chance.

— Oliver, é muito perigoso. Ele não conhece a cidade, nem eu posso afirmar corretamente onde estamos.

— Peter – Tio Olie diz se agachando na minha altura – Se você estiver na rua daquele mercadinho onde estávamos indo, acha que consegue reconhecer a casa da tia Thea?

— Sim – Digo animado – É uma casa muito bonita.

— Tommy? – Tio Olie pergunta olhando para meu pai, não entendo porque eles estão nervosos – Nosso tempo está passando.

— Tudo bem – Meu pai suspira, vem e também se agacha na minha frente – Filho, você vai precisar ser muito corajoso, agora. Seu tio vai te ajudar a passar pela janela, você vai descer a escada e vai andar na direção do sol, até encontrar aquela rua, ou encontrar um carro de polícia. Acha que consegue fazer isso sozinho?

— Eu vou poder andar na rua sozinho? – Pergunto me lembrando que mamãe disse que sou muito novo para isso.

— Você só vai andar pela calçada, e vai olhar para os dois lados da rua antes de atravessar, entendeu?

— Sim – Digo sorrindo e balançando a cabeça – Eu consigo fazer isso.

Meu pai me abraça forte, e eu passo meus braços pelo seu pescoço, ele beija minha testa e manda eu tomar cuidado.

— Lembre-se – Tio Olie diz e eu presto atenção – Encontre a casa da tia Thea, ou encontre um carro de polícia e mande eles te levarem até sua mãe, eles vão saber o que fazer.

Eu balanço a cabeça mostrando que entendi tudo. Tio Olie me levanta novamente, ele me segura até que eu tenha conseguido sair pela janela segurando na escada. Desço bem devagar.

Quando chego no chão olho para o céu e vejo o sol. Começo a andar em sua direção, sempre pela calçada.

Está calor, então tiro minha camisa azul, ficando apenas com a camiseta branca que estava por baixo, coloco a camisa na cabeça para proteger meus olhos do sol. Acho que perdi meus óculos escuros, eu amava eles.

Ando por muito tempo, não sei quanto. Então vejo do outro lado da rua o beco onde encontramos meu pai. Começo a correr, pois sei que estou bem perto da casa da tia Thea, paro para olhar para os lados antes de atravessar as esquinas. Já consigo ver a casa dela, e começo a correr mais rápido, estou muito cansado, mas também estou com saudade da mamãe, então eu corro o mais rápido que posso.

Molly Smoak Queen

Acordo ouvindo a campainha tocar. Abro os olhos e vejo Mike dormindo na cama ao lado. Estou com muita preguiça então continuo deitada.

Continuo olhando pro Mike e pensando. Papai uma vez nos explicou que o sobrenome da nossa família significa realeza. Então, o papai é o rei, a mamãe é a rainha, eu sou a princesa e Mike é o príncipe. As vezes imagino que nossa casa é um enorme castelo. O grande prédio onde a mamãe e o papai trabalham é a torre que protege a cidade. Nosso carro é a carruagem real. E Bob, nosso cachorro, é o grande guarda real. Mas também me lembro que mamãe e papai ensinaram que não somos melhores que ninguém, todos devem ser tratados do mesmo jeito. Então acho que somos uma família real muito legal, não como a Rainha Má da Branca de Neve, porque somos uma família real do tipo boa.

Me sinto cansada de ficar deitada e decido ver o que os adultos estão fazendo. Eu gosto de observar os adultos, acho eles interessantes. Ouço eles conversando na sala e decido não interromper, então sento no topo da escada, de onde nem posso vê-los, apenas ouvir o que dizem.

— Você tem certeza que era Ricardo Diaz? – Ouço uma voz, mas não tenho certeza de quem é – Ele é o dono do hospital, mas ele morreu a dez anos.

Não sei de quem é essa voz, e também não sei quem é Ricardo Diaz, mas sinto muito que ele tenha morrido, espero que ele tenha sido uma boa pessoa, e que esteja no céu agora.

— Espera um pouco – Essa voz eu conheço, é a tia Caitlin – Está dizendo que um homem morto é o responsável pelo sequestro do meu marido?

— E será que ele também está envolvido no sumiço do Oliver e do Peter? – Ouço minha mãe perguntar. O Que será que aconteceu com o papai?

— Provavelmente – Não conheço essa voz, é um homem, mas é diferente do outro que também não conhecia – Eu sinto muito, pessoal. Eu devia ter desconfiado de alguma coisa.

— Para de se desculpar tanto, Noah – Agora é uma mulher que diz, também não a conheço – Acho que eles já entenderam que você está arrependido do que fez.

— Ela tem razão – Essa é a tia Thea – Nós já entendemos, certo?

Fica tudo em silencio por alguns segundos.

— Sim – Ouço a voz da minha mãe, tia Caitlin, tia Sara e tio Roy.

— Então – Tia Caitlin diz – Um cara morto a dez anos, é o responsável pelo sequestro do meu filho, meu marido e meu amigo.

Me assusto ao ouvir o que tia Caitlin disse. Ouço minha mãe dizer que iria pesquisar sobre algo, mas não presto atenção, já estou levantando e voltando correndo para o quarto.

— Mike, acorda – Digo balançando Mike – Acorda, Mike.

— O que aconteceu? – Ele diz ainda de olhos fechados.

— Papai, tio Tommy e Peter foram sequestrados por um cara morto.

— Como? – Ele diz, abrindo os olhos – Tipo um zumbi?

— Eu não sei se ele se tornou um zumbi, só sei que ele está morto.

— E como você sabe disso? – Ele pergunta se levantando da cama.

— Ouvi os adultos falarem isso lá em baixo.

— Não foi você quem provou que nossas cabeças são muito pequenas pra entendermos os assuntos dos adultos? – Mike coloca as mãos na cintura me encarando.

— Eu disse isso, mas eu sei o que eu ouvi, tá legal?

— Pois eu duvido – Ele levanta a cabeça e cruza os braços.

— Então vai perguntar pra mamãe e pra tia Caitlin, elas que disseram isso.

Ele não me responde, apenas sai andando em direção ao corredor que dá nas escadas. É claro que eu sigo ele. Mike desce as escadas correndo e eu vou atrás dele. Quando chegamos na sala vejo aquele homem ruivo, acho que o nome dele é Will, e uma mulher e um homem ao seu lado, devem ser os donos das vozes que eu não reconheci.

— Mamãe – Mike diz e todos nos olham, finalmente notando nossa presença – Zumbis existem, ou apenas nos filmes?

— Apenas nos filmes, meu amor – Mamãe responde colocando o notebook que estava no seu colo, na mesa de centro – Você teve um pesadelo com zumbis?

— Não – Mike responde quando mamãe toca em seu rosto – A Molly disse que o papai está com um zumbi.

— Eu não disse que ele era um zumbi – Digo cruzando os braços e o encarando, nervosa – Eu disse que ele está morto.

— Pessoas mortas não podem fazer nada, esqueceu disso? – Mike diz me encarando também nervoso.

— Eu só repeti o que a tia Caitlin disse, você que nunca acredita em mim.

— Já chega, vocês dois – Mamãe grita quando se levanta – O que conversamos sobre vocês pararem de brigar, principalmente durante essa viagem?

— Que não iriamos mais fazer isso – Mike quem responde. Ele sempre reponde primeiro, pra parecer ser melhor.

— E que essa seria a melhor viagem de todas por isso – Eu digo, pra mostrar que também me lembro dessa conversa.

— Isso – Mamãe suspira, ela parece cansada. Noto agora que eu acho que ela estava chorando – Sentem aqui, crianças – Ela indica o sofá onde estava sentada antes.

— Você estava chorando, mamãe? – Eu digo tocando sua bochecha quando ela se aproxima.

— Cadê o papai? – Mike pergunta e mamãe parece ficar mais triste ainda – Ele sempre te abraça quando você está triste.

— É sobre o papai que eu preciso conversar com vocês.

— Ele saiu com o Peter e não voltou ainda? – Mike pergunta. E só agora me lembro realmente que o papai saiu com o Peter.

— É, eles ainda não voltaram – Mamãe olha para baixo, e quando volta a nos olhar está chorando – Lembra quando dissemos que o tio Tommy está em perigo?

Eu e Mike balançamos a cabeça. Todos na sala nos olham, eles parecem tristes, não entendo porque.

— Um homem muito mau – Mamãe continua a dizer – Ele levou o tio Tommy pra um lugar, e estamos procurando por ele.

— E o papai? – Pergunto começando a chorar também. Se a mamãe está chorando, deve ser algo triste.

— Quando o papai e o Peter saíram e não voltaram – Mamãe respira fundo – Provavelmente esse homem mau também pegou eles.

— Então precisamos achar eles – Mike diz ficando de pé.

— Nós estamos fazendo de tudo para encontra-los, filho.

— Mamãe – Quase não consigo dizer, por causa do choro – Eu estou com medo.

Mamãe me abraça forte. Mike parece muito irritado, mas quando ele nos olha se abraçando, ele fica mais calmo e se junta a mim nos braços da mamãe.

— Que droga – Tia Sara quem diz – Agora eu estou chorando também.

— Olha a boca na frente das crianças, Sara – Mamãe diz quando nos solta e encara tia Sara.

— Desculpa.

— E agora? – Tia Thea pergunta.

— Eu vou continuar procurando na internet sobre isso – Mamãe pega o notebook e senta em uma poltrona digitando coisas nele – Encontrei vários artigos falando da morte de Ricardo Diaz, na época. Parece que ele teve um infarto, dentro do próprio hospital. Eu fui mais a fundo e hackeei o sistema da polícia, descobri que Ricardo Diaz é filho de um traficante que foi morto em Starling City, quando ele tinha 10 anos. Então ele foi adotado por uma família rica daqui de Chicago, os Rhodes.

Eu olho pro Mike e ele dá de ombros, mostrando que também não está entendendo nada, mas assim como eu, decide continuar ouvindo.

— Realmente os Rhodes eram muito ricos – O homem ruivo, Will diz – Mas eles morreram num acidente de carro, e não deixaram nenhum herdeiro.

— Esse não é o nome que o Tommy está usando aqui? – Tio Roy pergunta.

— Sim – Will responde – Aqui nós o conhecemos como Connor Rhodes.

— Mas será que tem alguma ligação? – Tia Caitlin pergunta.

— Provavelmente – Mamãe diz – Se Ricardo Diaz fingiu a própria morte, e depois causou a morte da sua família adotiva.

— E por algum motivo – Tia Sara continua dizendo – Chantageou Tommy, o fazendo vir para Chicago e trabalhar em seu hospital, o forçando a manter distância da sua família. Mas que motivo seria esse?

Eles falavam tudo tão rápido, que eu nem sei se realmente ouvi tudo que diziam, mas definitivamente não estava entendendo. Fico até um pouco aliviada quando todos ficam quietos e ouvimos alguém bater muito rápido na porta da frente.

— Eu vejo quem é – Tio Roy diz quando vai andando em direção a porta.

Peter passa pela porta assim que tio Roy a abre.

— Mamãe – Ele diz pulando nos braços da tia Caitlin.

Peter Thomas Snow Merlyn

Quando chego na varanda da casa da tia Thea estou muito cansado. Paro para pegar um pouco de ar. A campainha é muito alta, tento pular para toca-la, mas não adianta. Então decido bater na porta, e bato várias vezes bem rápido, para ter certeza de que alguém vai ouvir.

Tio Roy abre a porta e a primeira pessoa que vejo lá dentro, no meio da sala, é a minha mãe. Não consigo aguentar, então corro até seus braços. Ela me abraça forte, e me dá vários beijos no rosto, antes de voltar a me abraçar.

— Mamãe – Digo tentando respirar – Está me apertando.

Ela me solta e murmura um ‘desculpa’, enquanto começa a arrumar minhas roupas e tirar minha camisa que eu amarrei na cabeça para não cair.

— O que aconteceu, filho? – Ela pergunta alisando meu rosto – E cadê seu tio?

— Tio Olie está com o papai.

— Peter – Tia Fel me interrompe – Onde está o Oliver?

— Com o papai, e os homens maus, na sala vazia, do outro lado do sol – Falo tudo de uma vez antes que alguém me interrompa de novo.

— Calma, filho – Mamãe diz me colocando sentado no sofá ao lado de Mike e Molly.

— O que aconteceu com você? – Molly pergunta, quase pulando em cima de Mike para me ver.

— Eu e tio Olie encontramos o papai machucado no beco – Digo respirando fundo, e mamãe assente, pedindo que eu continue a contar – Mas aí, uns caras maus apareceram, bateram muito no papai e no tio Olie, e nos trancaram numa sala vazia.

— Eles te machucaram? – Mamãe pergunta tocando em minhas pernas e braços.

— Não – Respondo, e ela se acalma, e sinaliza que eu continue a contar – Depois, o tio Olie me levantou pra eu ver o que tinha do outro lado da janela. Eles conversaram umas coisas que eu não entendi, parece que os homens maus saíram e iam voltar em 20 minutos, eu acho – Paro de falar e tento me lembrar se era isso mesmo.

— E o que aconteceu depois? – Ouço tia Fel perguntar.

— Papai mandou eu ser corajoso, e andar na direção do sol, indo apenas pela calçada. Ai o tio Olie me ajudou a passar pela janela. E eu fiz o que eles mandaram, eu andei na direção do sol até chegar naquele beco, então me lembrei dessa rua e corri até sua casa, tia – Termino de contar olhando pra tia Thea.

— Você foi mesmo muito corajoso, filho – Mamãe diz me abraçando – Estou orgulhosa de você.

Estão todos em pé na sala olhando pra mim. Tem um homem e uma mulher que eu não conheço. Mike parece nervoso, ele está parecendo o tio Olie quando os homens maus chegaram no beco. Molly parece que estava chorando, não gosto quando ela chora, ela é muito fofa pra isso.

— Peter – Tia Felicity diz olhando pra mim com o notebook no colo – O que exatamente você viu quando olhou pela janela?

— Um muro, árvores, e um prédio bem grande no fundo com várias torres fininhas em cima dele – Digo devagar para que ela entenda – E o sol estava desse lado – Levanto a mesma mão que levantei para indicar ao meu pai.

Tia Felicity começa a digitar no notebook e mamãe volta a me abraçar.

— Acho que sei onde eles estão – Ela diz depois de um tempo – Tinha dois prédios ao lado de onde você saiu, e um gramado na frente? – Ela me pergunta.

— Sim – Respondo me lembrando de ver isso depois que desci as escadas.

— Então vamos – Tia Sara diz.

— Eu conheço alguém que pode ajudar – Will, o homem ruivo, amigo do meu pai, diz.

— Tudo bem – Tia Felicity diz se levantando – Caitlin...

— Eu fico aqui com as crianças – Minha mãe interrompe tia Fel. Porque todos estão interrompendo os outros hoje? – Thea, você pode ficar também? – Vejo ela concordar

— Acho melhor vocês ficarem aqui também – Will diz, apontando para o casal que eu não conheço – Tem algum problema?

— Não – Tia Thea responde – Eles podem ficar aqui com a gente.

Vejo Will, tia Felicity, tio Roy e tia Sara saírem pela porta. Não entendi muito bem, mas acho que estão indo buscar meu pai e meu tio. Espero que consigam trazer eles.

Mike Smoak Queen

Estou nervoso, muito nervoso. Papai sempre disse que quando ele não está, eu sou o homem da casa, e minha função é proteger minha mãe e minha irmã. Mas na primeira vez que preciso agir como o homem da casa, eu não posso fazer nada.

— Eu tô tão feliz que você tá bem – Molly diz quando levanta e abraça Peter.

— Eles são tão fofos – Ouço tia Thea dizer perto da tia Cait – Talvez eles se casem um dia.

Ela falou tão baixo que eu acho que Molly e Peter não ouviram.

Me encosto no sofá cruzando os braços acima do peito. Eu ainda estou nervoso.

— O que foi, Mike? – Tia Thea pergunta se aproximando de mim – Está preocupado com seu pai?

— Também – Digo sem a olhar – Eu tô chateado porque não pude fazer nada pra ajudar meu pai. Era pra eu ser o homem da casa.

— Seu pai vai ficar muito feliz quando ele voltar, e ver que você está em segurança – Ela diz tocando em meu ombro.

— Mas talvez ele ficasse mais feliz, se eu pelo menos tivesse feito alguma coisa.

— Eu posso? – A mulher que eu não conheço pergunta tocando no ombro da minha tia, e ela concorda se afastando.

— Oi garoto – Ela diz se agachando na minha frente – Eu sou a Dra. Sarah, mas você pode me chamar de Reese, percebi que você tem uma tia com meu nome. E qual seu nome?

— Mike – Digo depois de decidir olhar para ela – Mike Queen.

— Muito prazer, Mike – Ela diz apertando minha mão e depois sentando no chão com as pernas cruzadas – Então você é o homem da casa?

— Sim, eu sou – Respondo de imediato.

— E o que exatamente o homem da casa tem que fazer?

— Meu pai disse que eu tenho que cuidar da minha irmã e minha mãe quando ele não está.

— Sua mãe foi buscar o seu pai, certo? – Eu concordo com a cabeça – E essa é sua irmã?

Molly, que estava conversando com Peter percebe que a Dra. Reese está falando dela.

— Sim, essa sou eu – Molly responde levantando a mão, antes de voltar a conversar com Peter.

— Eu tenho certeza, que quando sua mãe encontrar seu pai ele vai cuidar dela – Dra. Reese continua – E o que você está fazendo aqui perto da sua irmã?

— Não estou fazendo nada – Respondo, pensei que ela já tinha percebido o óbvio.

— Tem certeza? – Ela faz uma careta e coloca a mão no queixo – Percebi que vocês dois são bem próximos, ela sempre te segue, e você não costuma sair do lado dela. Por que você faz isso?

— Por que tenho que cuidar dela.

— Então, você está cuidando dela agora?

Eu olho para Molly, ela está perto de mim, sentada ao lado de Peter. Começo a entender o que a Dra. Reese quer dizer.

— Eu estou cuidando dela, até meu pai voltar – Digo ainda olhando para Molly, que nem percebe que eu falo dela.

— Mike – Dra. Reese chama minha atenção – Você está agindo como o melhor homem da casa que já conheci. Seu pai vai ficar orgulhoso.

Sorrio para ela enquanto a vejo se levantar. Gostei dela, sabia exatamente o que dizer para me fazer ficar melhor.

— Ela é psiquiatra, ótima com crianças, e é minha namorada – Ouço o homem que não conheço dizer para tia Thea e tia Cait, que estavam apenas observando tudo.

— Calado Noah – Dra. Reese diz batendo em seu braço, me fazendo rir.

Não estou mais nervoso, agora estou apenas preocupado com meu pai e tio Tommy, espero que mamãe os encontre. Mas eu vou continuar aqui, cuidando da Molly, sendo o homem da casa, até o papai voltar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capitulo.
Eu quero avisar que na próxima segunda eu volta as aulas, e como eu estudo o dia inteiro, vai ficar dificil postar com muita frequencial. meu tentar postar mais um capitulo nesse final de semana, mas não prometo que vou conseguir. A partir da semana que vem, estarei postando um capitulo por semana, mas nao terei um dia definido. Então, por favor, confiem em mim e não abandonem Back to Love.
Muito obg a todos que comentaram.
Bjs e vejo vocês no próximo capitulo.



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