Meu maior tesouro. escrita por Myu94


Capítulo 9
9°Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, espero que gostem, capítulo emocionante...



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9°Capítulo.

Milena.

Minhas mãos tremiam e, eu pensei que seus pulmões iriam explodir dada a quantidade de ar que eu colocava para dentro deles, as lágrimas não romperão a barreira dos olhos, mas os mesmos ardiam.. empurrei o meu carrinho para a fila do açougue ainda atônita, me lembrar como fui protegida por Gabriel me fez sorri, sinto uma mão pesada no meu ombro e um arrepio sobe pela minha nuca, ao me virar pensando ser Gustavo dou de encontro com o peitoral duro de Augusto que me enlaça pela cintura e esconde o seu rosto com um abraço.

—Eu sei como dói ser forte, então vou esconder seu rosto até você estar mais calma ok? –Sinto a vibração do seu corpo quando ele fala, seu coração bate calmamente e seu perfume cítrico me faz querer chorar de alivio por não estar sozinha naquela situação humilhante, sinto ser abraçada por uma outra pessoa, olho para baixo e vejo Gabriel com o nariz vermelho e uma expressão séria, o que é uma explosão de fofura!

Passo a mão sobre os cabelos de Gabriel e lhe oferecendo um sorriso tranquilizador, enxugo minhas lágrimas e olho para cima e sorrio para Augusto também, eu olho em volta e percebo vários pares de olhos nos fitam com curiosidade. –Que vergonha... –Enterro meu rosto novamente em seu peito.

—Não é preciso sentir vergonha Mi, somos amigos e se as pessoas não conseguem distinguir isso é porque elas tem problemas. –Ele acaricia meus cabelos com sua mão grande me fazendo sentir mais calma.

—É tia Mi, sabe como pode esquecer aquele moço e a bruxa? –Gabriel puxa minha atenção de forma graciosa.

—Não sei Gabriel, como posso esquecer o moço e a bruxa? –Pergunto apertando sua bochecha gostosa.

—Fazendo um bolo gostoso pra gente comer vendo o Goku salvar o planeta... –Ele sorri esperto, sempre estamos assistindo esses desenhos juntos quando volto do trabalho.

—Nossa como você é esperto Biel, agora seja um menino esperto e ajude seu pai a escolher os tomates ali, lembra como eu te ensinei? Você sabe que seu pai é péssimo nisso –Pergunto querendo mudar de assunto, afinal estávamos ali pra comprar comida e, não para eles sentirem pena de mim.

—Ei! Eu sei sim, nunca mais eu peguei um tomate com bichinho dentro! Foi só uma vez, quando você vai esquecer Milena?! –Ele coloca as mãos na cintura indignado, mas ele ainda continua grudado em mim assim como o Gabriel.

—Pode deixar comigo! Vamos coroa, vou te ensinar a comprar as coisas como a tia ensinou. –Diz ele todo confiante se achando “O adulto” por saber comprar tomates maduros e frescos.

Vejo eles ire escolher os legumes e frutas, Gabriel explica ao pai gesticulando suas mãos pequenas de forma enérgica o que me faz sorrir vendo a interação entre eles. Chega a minha vez eu pego praticamente um boi inteiro, tirando as linguiças de frango para um churrasco no prédio que vai haver no domingo à noite, cada morador vai contribuir com uma coisa. Sinto dedos tocarem minhas costas o que me faz virar para ver quem é e me deparo com uma senhora que estava atrás de mim na fila.

—Linda Família a sua mocinha, me lembra eu e o meu Jorge e o nosso filho Junior a muitos anos atrás.... é raro ver um casal tão amoroso em tempos como este. –Ela sorri docemente para mim, então era assim que as pessoas olhavam para nós?! Um sentimento aquecido toma conta do meu peito, mas esse mesmo sentimento esfria ao lembrar que essa “Família” não é minha..

—Não senhora.. eu... sou apenas uma amiga.. –Constrangida explico o que eu consigo contar, mais que isso me faria chorar novamente.

—Família nem sempre é de sangue querida, família é o lugar onde você pode chamar de lar... –Sua voz tremida e doce me faz olhar minha situação por outro ângulo, podem não ser meus parentes, mas são amigos queridos. –Ops.. olha lá é a minha vez, foi um prazer querida! –De forma marota ela segue para o atendimento, Augusto volta a mim cheio de sacolas e com uma cara emburrada, um homem de quase trinta agindo como se tivesse dez.

—Mi, ele está passando muito tempo com você, olha a quantidade de coisas que ele falou que você precisa, nem precisei conferir a lista... mentira eu dei uma olhadinha e, estava tudo certinho.. –Ele estava orgulhoso de seu pequeno prodígio que faria cinco anos na próxima semana, me abaixei em frente a Gabriel que sorria para mim completamente orgulhoso de se lembrar das coisas das quais eu precisava.

—Então, eu tenho uma coisa pra te perguntar.. daqui a uma semana é seu aniversário, eu sei que você vai comemorar na sala com os seus amigos, então achei que eu poderia fazer seu bolo.. o que Acha? –Eu tinha ouvido uma conversa de Augusto com a mãe dele, por causa da separação ele não gostaria de ter que lidar com a sogra e com os outros parentes da ex-mulher que recentemente descobri ser chamar Maria Emília, largou tudo para seguir o amante para o Canadá, a família dela não acredita ela largou tudo por uma aventura, mas sim que ele não era um bom marido e que ela se refugiou nos braços de outro homem.

—Um bolo? É claro que eu quero tia! Pode ser do Dragon Ball? Com o Goku na frente? Com as esfera do dragão e com .. com. –Ele gaguejava e embolava as perguntas, eu fico feliz em ver como ele está feliz com a ideia.

—Calma filho! Então você vai fazer o bolo eu vou comprar a decoração para pôr na sala, será que existe quite de festa para a sala de aula? –Fico muito impressionada como ele quer se inteirar dessas pequenas coisas..

—Tem sim, eu conheço uma loja de festa que e recomenda as vezes para casamentos e formatura que fornece esse tipo de quite, é só escolher o tema e eles criam até um cartaz personalizado. –Gabriel estende seus braços para que eu o pegue. –Então mocinho... está feliz?

—Você é minha melhor amiga tia, muito obrigo! –Ele me dá um beijo molhado de deixando muito mais feliz, o que alimenta mais ainda minha necessidade de ser mãe, será que eu conseguiria adotar mesmo estando divorciada?

—Você está com aquela cara de que está queimando seu cérebro, ainda pensando no Gustavo e na Joana? –Seu olhar de preocupação é igual a de momentos atrás, Augusto é um livro muito fácil de se ler, ele transparece tudo.

—Não e, sim... eu estava pensando sobre meu sonho de ser mãe.. mas vamos mudar de assunto que ainda não compramos nem metade da lista, ainda me pergunto como a santa da sua mãe sempre vem sozinha fazer as suas compras?... tadinha dela. –Ele tem um olhar delicado ao ouvir sobre o sonho distante de maternidade e, quando eu mudo de assunto ele fecha a cara na mesma hora.

—Não mude de assunto assim Milena, um dia vamos sentar e ter uma conversa de adulto da qual você precisa ter e, a respeito da minha “Santa mãe” ... ela me bate todas as vezes que a dispensa estava vazia, mas acho que ela ficou feliz por eu finalmente ter uma rotina, graças a você..

—Não diga besteiras, só precisava de um puxão de orelha mais violento. –Eu escondo meu rosto em Gabriel que se prendeu no meu pescoço. –Biel você é muito pesado, então você vai dentro do carrinho.

—Milena, eu vou pegar um outro carrinho, eu sei que esse ai não vai dar pra tudo. –Eu assinto com a cabeça e ele sai por dentre as pessoas.

Nós compramos muitas coisas e realmente deu dois carrinhos e duas cestas de compra, passamos quase duas horas dentro do mercado, Gabriel não aguentou e acabou capotando, mas quando o colocamos dentro do carro que ele despertou por alguns segundos e depois voltou a dormir até chegarmos ao prédio, deixamos Gabriel deitado no sofá e, depois de arrumar as compras fomos cozinhar alguma coisa fácil para comer. –Nossa, ainda bem que não fomos pela manhã.. estaríamos o estaríamos piores de cansados.

—Verdade, pena que não dá mais para ver a novela das seis, eu vou tomar um banho pode ir se servindo, acho que tem uma garrafa aberta de refrigerante, mas também tem uma jarra de suco de maracujá então você decide do que vai tomar. –Me levando para ir ao banheiro e sinto a mão dele segurar meu pulso. –O que foi?

—Eu só queria agradecer por se oferecer para fazer o bolo, eu ia comprar na sua mão ... –Ele mais uma vez tem seu pescoço e orelhas vermelhas de vergonha.

—Não me agradeça ou me pague, é um presente, Gabriel nesse curto espaço de tempo se tornou alguém muito especial para mim e, quero fazer ele feliz ele anda meio tristinho desde que soube de a mãe não vem para o aniversario dele.. –Digo segurando sua mão transmitindo minha gratidão por estarem ao meu lado esse tempo.

—Milena.. sua amizade com o meu filho também é muito importante para ele, tento quanto é para mim, você uma pessoa incrível, nunca deixe que alguém te diga o contrário.. ok?! –Ele se levanta a me abraça, é tão confortável e seguro os seus braços, mas toda a mágica do momentos se vai quando sentimos um fedor de feijão estragado com ovo choco e, então ouvimos o som de um bum, e outro ... sim, Gabriel estava se soltando enquanto dormia... como um garotinho tão pequeno tinha tamanho poder de fogo? O cheiro empesteou a sala e nos fez rir com a situação. –Oh Batman o que temos aqui?

—Tal pai, tal filho bebe, só rindo da dupla que são vocês.. –Digo indo em direção ao banheiro, Gustavo estava de boca aberta com a minha gracinha, eu estava zoando ele pelo fato de ele ter peidado na minha frente sem querer enquanto estava vendo uma serie e ele achou que eu estava dormindo..

—Hey! Você disse que nunca mais ia falar disso Milena! –Seu grito acorda Gabriel que senta em um pulo por causa do susto. –Desculpa filho..

—Oxi pai! Me deu um sustão o senhor!! Nossa pai você peidou foi? –Eu me acabo de dar risada com esses dois.

***

O resto da semana passou bem, a social do prédio foi muito legal, Melissa já chegou fazendo amigos e bebendo além da conta, Gabriel me ajudou a cozinhar algumas coisas e comeu como um leão, Augusto me apresentou a alguns outros moradores que eu ainda não havia conhecido, naquele momento com aquelas pessoas eu me senti normal novamente, era como reviver os meus dias de casada com os meus “amigos” do bairro, eu e Melissa pagamos mico dançando juntas, Gabriel se juntou a nos duas e foi maravilhoso.

Mas o sábado veio e tudo me veio à mente como um pata forte no rosto me lembrando de quem eu sou e o porquê de eu finalmente ter que me encontrar com Gustavo novamente. Era quase meio dia e Gabriel se recusava sair da minha casa, ele disse que era para evitar que eu chorasse novamente. –Não! Eu não vou deixar, fala para ela não ir pai!

Seu olhar demonstra que concorda com o filho, mas que entende porque eu devo ir, ele respira longamente e depois olha para o filho determinado a acabar com aquele show. –Gabriel, a Milena é uma mulher adulta eu não posso impedir ela de ir para qualquer lugar que for, se ela precisar de ajuda é só ligar para nós, mas agora ela precisa ir.

Me aproximo de Gabriel que está com as bochechas cheias de ar e de braços cruzados em protesto bem em frente à minha porta. –Gabe, Biel amorzinho, eu vou almoçar e depois eu volto para gente maratonar aquele desenho que eu disse que assistia quando era criança, lembra? O Yu-gi-oh, agora seja um bom menino e me dê um beijo e diga “até mais tarde” para mim ok?!

Ele desfaz aquela cara de emburrado e me abraça e me beija. –Só não quero que chore de novo tia, até mais tarde.

Eu beijo sua testa e nos três saímos do meu apartamento e vejo eles entrarem no apartamento deles. Já no meu carro vou em direção ao restaurante do Alex, o mesmo lugar onde recebi a notícia de que meu marido ia ser pai e, que eu não era a mãe... tem noites em que eu sonho com aquele momento, e acordo pensando que era apenas um pesadelo, mas quando olho para o lado me deparo com a verdade, sempre sozinha em uma cama que não é a minha.

Estaciono em frente ao De’ Silva, que estava Cheio como de costume, sou recebida por David que ficou surpreso por me ver ali, já faz tempo que não nos vemos, somente o João que faz as encomendas de pão na minha mão que me viu com frequência esse mês, disse que os meninos sentem saudade.. E é claro das minhas gorjetas generosas. –Dona Milena, mas quanto tempo... Está linda!

—São seus olhos querido, estou tão simples.. Onde está o Alex? –Digo enquanto ele me conduz até uma mesa perto de uma janela, um lugar iluminado e fresco.

—Ele está preparando uma sobremesa nova para o cardápio, é uma torna de morango com massa de nozes, a senhora deseja provar antes do almoço? –David sempre me sugere um doce antes de comer, vinha aqui quase todo final de semana.

—Quero sim, Gustavo devi estar chegando então quero comer alguma coisa doce antes que eu não consiga comer mais nada.. –Disse em intenção de desabafar, mas meus pensamentos sempre me fogem a boca. –Ops, eu disse isso muito alto?

—Disse e, eu sinto muito pela senhora, aquilo foi muito difícil de assistir, achei até que nunca mais voltaria ao nosso restaurante.. –Ele toca minha mão por alguns segundos, mas se dá conta que está em serviço e tira a mão de mim rapidamente. –Desculpe-me pelo atrevimento.

Seguro a sua mão mais uma vez e lhe ofereço um sorriso tranquilizador. –Não á o que se desculpar, muito obrigada por se importar, agora vá me trazer logo essa delicia, quero ver se roubo a receita para a minha padaria.

Seu sorriso é largo e, ele me pede licença e vai para as entre portas que dão acesso a cozinha, observo o ambiente ao meu redor e vejo como todos comem e conversam descontraídos igual àquela noite, chega a ser engraçado o fato de eu ter chegado primeiro como todas as outras vezes. Nem percebo quando um par de olhos verdes me fitam bem a minha frente. –Sempre distraída docinho. –Alex diz com um tom cômico, assustada coloco minha mão no peito.

—Cristo senhor! Homem quer me matar do coração? –Sua risada grave e contagiante me atinge, me fazendo rir também.

—Sempre assustada docinho, espero que goste da minha ais nova criação, eu adaptei uma receita antiga da minha avó e deixei ela um pouco mais gourmet. –Nem tinha notado a bela fatia de torna na minha frente, os morangos cristalizados com uma camada de caramelo, apoiados por uma massa escura e deliciosa.

—Me parece delicioso, como tudo o que você faz. –Seus olhos sorriam para mim me incentivando a comer o primeiro pedaço, eu esqueço do mundo ao sentir o gosto azedo do morango e o doce do creme e a crocância da massa que por sua vez derreteu na boca quando umedecida com a suculência do morango, não pude conter minha satisfação fechando os meus olhos e aproveitando aquela sensação maravilhosa. –Dessa vez você se superou... algo tão simples e tão gostoso..

—É sempre bom ver você comer docinho, ninguém é tão sincera quanto você é em relação a comida, eu estive pensando em te fazer uma visita lá na sua padaria, sei que está passando por um período difícil na sua vida e queria lhe dar meu apoio, mas fiquei mais tranquilo quando comecei a ver os seus vídeos, você é uma ótima professora. –Fico constrangida com as suas palavras, mas me deixa feliz ver que as pessoas me acham bom no que eu faço.

Ele segura minha mão gentilmente transmitindo seu apoio a mim, mas somos interrompidos com uma voz grave ao meu lado.

—Atrapalho algo?! –Um olhar sério, maxilar travado postura tensa, era assim que Gustavo estava ao olhar para a mão de Alex sobre a minha, o que fez com que eu e ele nos afastarmos.

—Não, nunca .. depois eu passo lá na Pão de mel para comer uma sobremesa sua e, é sempre bom te ver Gustavo, com sua licença. –Alex sai sem esperar uma resposta de Gustavo e, o mesmo não faz questão de responder, ele apenas o observa entrar na cozinha para olhar para mim.

—Você está bonita Milena.. –Ainda com sua postura tensa, porém menos distante ele me oferece um sorriso de canto.

—Obrigada, tenho tirado um tempo para cuidar mais de mim, notei que estava ficando mais desleixada, você também é ótimo.. –Sim, eu estava mentindo, não tinha tirado tempo para mim, mas estando em convívio com uma criança me obriga a comer melhor, sem falar que Gabriel me obriga a jogar games de dança o tempo livre que tenho.

—Eu... eu, olha.. eu não sei por onde começar, mas só para que você saiba nada está acontecendo entre eu e Joana, vou assumir meu filho, dar a ele tudo o que for necessário como um pai tem que prover, mas eu e ela é passado.. algo que nunca mais vai acontecer... mesmo que você não volte para mim. –Sua sobrancelhas estavam úmidas como aquela seriedade que ele sempre transmitia quando queria ser levado a sério, mas suas palavras ainda surtiam o mesmo som de incerteza e insegurança que passou a ter desde aquele fatídico dia.

—Que bom que vai fazer a coisa certa, eu nunca duvidei disso em relação a você, mas em relação a sua situação com a Joana não faz diferença para mim. –Ele suspira por ter previsto que seriam essas as minhas palavras.

—Não vai mudar de ideia né, eu realmente sou passado pra você? –Seus ombros caídos se apoiam na cadeira. –Você vai me torturar até quando? Vai me castigar esfregando sua felicidade com aquele seu amigo até quando?

Seu olhar ao se dar conta do que disse era de angustia e arrependimento, mas ele não se desculpou, o que demonstra que ele sente que está sendo vítima de um castigo.

—É isso que pensa que estou fazendo com você? Castigando? –Indignada ao ouvir suas palavras tento manter minha postura para não chorar. –Não estou te castigando, eu estou me curando, colando os caquinhos de quem eu fui..

—Como quer que eu fique ao ver um homem que sou eu tocar em você com tanta intimidade e, ainda por cima se sente livre o bastante para te dar um apelido ridículo? Como está colando caquinhos se nos vídeos parece tão confortável em falar sorridente para aquele cara?

Suas palavras me ferem profundamente, é tão agressivo, até parece que foi eu que o trai por dois anos com um de seus amigos. –Você é um idiota egoísta, eu estive só todas as noites e todas as manhãs ao acordar, isso quando eu dormia... esse mês inteiro eu só chorei na minha cama vazia ou quando eu estava sozinha, ele “O cara” que você disse que estava cheio de intimidade... é incrível, gentil, doce .. mas somente um amigo, nunca olhei para homem nenhum enquanto casados e, não me sentiria eu mesmo se me permitisse sair com outra pessoa enquanto ainda estamos nos separando porque eu ainda me sinto casada.. –Suspiro tentando diminuir o nó na minha garganta ao confessar que não faria o mesmo que ele.

—Mas eu não posso deixar de sentir medo, eu estava me corroendo de ciúmes só de ver como ele te defendeu de mim... ele te defendeu de mim, eu senti inveja dele segurar sua mão, de ver como se tocaram com tanta naturalidade enquanto eu passo todas as noites sentindo seu cheiro apenas nos lençóis, eu tento manter minha sanidade e esperar que me dê uma chance de voltarmos, mas eu só consigo pensar que quanto mais tempo passarmos distantes você vai esquecer de seu amor por mim e ficar com outra pessoa. –Ele se projeta para frente gesticulando energicamente com as mão, como sempre faz quando está nervoso.

—Tudo o que eu ouço é apenas a palavra “Eu”, tudo é sobre você... você não me ama, é ridículo sabia? “Eu sinto” “Eu estava” “Eu tento”... mas e eu? Você nem me perguntou como eu me sentia depois desse tempo longe.. –Então eu chorei, não me importa que veja como eu estou ferida e desiludida, apenas queria que ele visse o que fez.

—Amor.. eu me importo sim, eu só..

—Ai de novo.. “Eu”, quantas vezes me coloquei em segundo lugar para suprir suas necessidades? Quantas vezes você quis saber de meus sentimentos ou inseguranças? Como eu me sentia inútil por não poder te dar um filho... e eu pensava em como eu era sortuda por este “Homem Maravilhoso” estar ao meu lado.. –Sorri sem vontade ao ver sua expressão cair, ele estava surpreso.

—Você nunca me disse isso, eu só pensava que era forte e que superava as coisas... eu nunca imaginei que se sentia dessa forma.. eu só

—Só nunca quis lidar com os meus sentimentos se os seus já estavam em pauta. –Sim, sempre os dele.

O silencio causados por aquelas palavras era tão afiado que qualquer movimento que faríamos dali por diante seria doloroso.

—Tive você por sete anos, anos muitos felizes e que fui cego e displicente com você.. eu jurei diante de Deus e da nossa família que te protegeria e que seria fiel, acredite nunca quis te machucar .. não peço que volte, mas que não me afaste, quero te ouvir como agora, quero saber da sua felicidade como também da sua tristeza... dos seus medos e..

Suas palavras me surpreenderam, mas ainda soavam vazias para mim..

—Ainda é cedo.. para tentarmos e, muito tarde para tentar entender o que já passou..


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Notas finais do capítulo

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