Odette escrita por Fofura


Capítulo 2
O Incêndio no Palco


Notas iniciais do capítulo

Oi nenéns!
Primeiramente, muito obrigada! Eu fiquei muito feliz com os comentários positivos. Sério, já guardei vocês no meu potinho de arco-íris e glitter forever ♥
Vamos para mais um capítulo dessa historinha ^w^



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Cinco anos na Ópera e finalmente Odette teria a maior oportunidade de sua vida. Corifeus do mundo todo assistiriam sua apresentação do Lago dos Cisnes na Ópera de Paris.

Régine soube disso, pois era o que mais se falava na cidade, então resolveu colocar um plano em prática. Não podia fazer pessoalmente, além de ser perigoso ser pega também tinha que cuidar de sua filha de dois anos. Subornou um dos empregados da Ópera e por ser da família Le Haut — uma das mais respeitadas — usou isso a seu favor. Torceria para que desse certo.

Odette estava feliz, porém nervosa. Nunca havia ficado tão aflita antes de uma apresentação. Por conta disso, Mérante tentava tranquilizá-la.

— Acalme-se Odette, tente apenas se concentrar na emoção. Esqueça a plateia.

Odette suspirou.

— Estou tremendo, Mérante. Entrarei em cinco minutos.

Vendo que Odette não se acalmaria com facilidade por conta da pressão de ver os corifeus, o jovem coreógrafo se aproximou dela e segurou sua mão.

— Já se aqueceu?

— Já.- ela tentou respirar fundo.

— Certo. Você precisa relaxar, não vai querer fazer feio, não é?

Odette sorriu. Admirava a serenidade dele.

Mérante colocou as mãos na cintura da bailarina — a saia rodada dela atrapalhou um pouco, mas isso não foi um problema — e ambos começaram a balançar pra lá e pra cá, suavemente.

— Como é que está a tensão agora?

— Qual tensão?- ela respondeu e deixou um sorriso escapar no canto de seus lábios.

Mérante fez o mesmo e desejou boa sorte a ela que agradeceu.

Ainda nervosa, porém mais relaxada, Odette se colocou ao meio do palco esperando que a cortina se abrisse. Não demorou para a luz revelar seu corpo no palco com todos os olhares sobre ela das milhares de cadeiras que ali haviam.

Ouviu as primeiras notas da música e esqueceu do que havia ao redor, era só ela e a dança. Todo aquele nervosismo sumiu como num passe de mágica.

Tudo ia bem, até que Odette viu fumaça invadir o palco, pensou que fossem parte do número então ignorou, pois nem sentiu o cheiro de queimado nem nada. Até que o palco começou a pegar fogo por causa de uma faísca nos condutores elétricos. Assustada, enquanto todas as pessoas saíam correndo do teatro, ela tentava olhar ao redor, mas não conseguia ver nada, não sabia para onde ir.

— Odette!

Ela ouviu seu nome ser gritado por seu coreógrafo e conseguiu vê-lo indo em sua direção, em meio a fumaça no corredor dos camarins — onde ele estava com ela minutos antes de entrar —,  tentou correr até Mérante, porém muitas caixas de madeira e barris foram ao chão e pra cima dela. Isso fez com que a bailarina perdesse o equilíbrio e caísse do palco perdendo a consciência.

Odette acordou no hospital horas depois, sua perna latejava. Olhou para ela e quase se desesperou. Estava enfaixada. Sua roupa de bailarina estava numa cadeira ao lado da cama, suas sapatilhas vermelhas estavam sobre a roupa.

Tentava se lembrar do que havia acontecido.

Ouviu uma batida na porta e isso a tirou do devaneio. Eram Mérante e o médico.

— Como está, Odette?- perguntou o homem de jaleco.

— Bem. O que aconteceu com a minha perna? Eu quebrei?

— Acalme-se. Você não quebrou a perna, Odette, é somente uma fratura, mas não é uma fratura simples.

— Como assim?

— Você sofreu uma distensão muscular além da pancada. Quando você caiu do palco, sua perna acertou em cheio o braço de uma das cadeiras da plateia.

A expressão da jovem era de assustada, mas com um fundinho de esperança de que aquilo curaria rapidinho.

— Eu... ainda vou poder dançar… não é?

Mérante abaixou a cabeça e o médico suspirou.

— Só o tempo irá dizer, Odette… mas é provável que não.

— O que?- sua voz embargou e lágrimas acumularam em seus olhos. — É o que eu amo fazer, não podem fazer isso comigo!

Mérante sentou-se ao seu lado e a amparou. Odette chorou.

— Eu sinto muito.- disse o médico antes de sair do quarto.

O silêncio que se instalara no quarto, com exceção dos soluços de Odette, fora quebrado poucos minutos depois quando a mesma se acalmou.

Ela se afastou um pouco de Mérante somente o bastante para que conseguisse pegar suas sapatilhas. Uma gota de lágrima caiu sobre uma delas.

— Nunca mais vou poder usá-las...

— Não perca a esperança, Odette.

— Ouviu o médico, Mérante… Acabou pra mim.- fungou.

O coreógrafo suspirou com pesar.

— Pode tentar fazer outra coisa enquanto isso.

— E o que eu faria?- perguntou num tom um tanto óbvio. — Eu provavelmente irei mancar por bastante tempo. Eu sou uma inútil agora.

— Não diga isso, Odette. Você não é uma inútil.

Ela suspirou não acreditando nas palavras dele.

— As coisas vão se resolver.

— Obrigada pelo apoio de sempre, Mérante. Eu nunca vou esquecer tudo o que fez.

Ele tomou aquilo como uma despedida e não ia permitir isso a menos que fosse da vontade dela.

— Não vou abandonar você, Odette.

A jovem sorriu.

Não tão distante dali, outra pessoa sorria, porém não da mesma forma. Régine Le Haut viu quando Odette saiu desacordada do palácio sendo levada numa maca para a ambulância. Seu coração era tão frio e amargo que não conseguiu sentir nenhum remorso pelo que tinha causado a bailarina.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Odette :c
Obrigada por ler, neném! Deixe um comentário pra fazer a autora feliz, tabom? Eu dou algodão doce ^w^
Abraço de urso :3