Até a última flor escrita por Rumiha


Capítulo 3
Pétalas




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Chanyeol sentiu novamente aquela frustração com Baekhyun. Ele podia seguir as regras da inimizade deles e fingir que não ligaria para a morte de Chanyeol, pois era isso que ele esperava, contudo, como sempre o Byun era cheio de surpresas, e eram essas surpresas que encantavam mais e mais o Park.

— De você, não quero ajuda de nada. — poderia ter parecido arrogância de Chanyeol ao dizer isso, mas ele sabia que se ficasse perto de Baekhyun a doença avançaria mais rápido, pois ficaria notando cada vez mais coisas atraentes no mais velho, todavia ele queria estar próximo. 

— Idiota! Eu 'tô aqui, querendo te ajudar a viver e 'cê 'tá sendo arrogante. — falou irritado o Byun.

— Eu não disse que quero fazer a cirurgia. E também, você só está querendo ajudar por obrigação, sei bem que para você eu posso muito bem morrer. Já que você me odeia. — pronunciou o mais novo dando os ombros, desinteressado.

—  O que? Não, quem me odeia é você! — retrucou o mais velho. — Você quem está sempre me provocando e me atrapalhando.

— Como se você fosse santo e não fizesse nada para revidar. — debochou o mais novo. — E eu não te odeio... Definitivamente não te odeio... — murmurou no fim com um riso soprado.

A enfermeira chegou segurando uma placa com as informações médicas de Chanyeol.

— Poderiam nos dar licença? — pede a enfermeira.

Junmyeon, Kyungsoo, Tao e Minseok se afastaram assim que foi pedido. Eles sabiam que não eram próximos o suficiente para acompanhar a situação. Mesmo que quisessem estar lá dando apoio necessário.

Baekhyun por sua vez fitou Chanyeol o cenho franzido, como se tentasse saber o que passava na mente do mais novo, todavia, no fim decidiu sair.

E assim que o Byun saiu da enfermaria Chanyeol sentiu-se só, mas sentiu falta de ar, já que o afastamento do outro era quase um sinônimo do sentimento platônico por ele.

— Pode ir galera, vou ficar aqui o Yeol. — falou Sehun.

— Que? ‘Cê endoidou? Não vai ficar só você, já estou achando uma traição você ter descoberto primeiro. — rebateu Chen.

— Por isso não queria dizer a vocês, estão quase descabelando sendo que é eu quem ‘tá morrendo. Calma galera. Eu posso fazer a cirurgia ou ser correspondido, mas por enquanto deixem só o Sehun aqui. — pediu Chanyeol.

— E nós não somos seus amigos? Agora só o Hunnie é seu amigo? — Kai pronunciou-se enciumado e teve como resposta uma risada escandalosa do mais velho.

— Não é por isso que estou pedindo para o Hunnie ficar, estou pedindo para que o Hunnie fique porque ele é meu irmão. E acho que entre nós ele é o menos escandaloso, convenhamos que Kai, você começaria a chorar e o Chen também e ainda seria um choro escandaloso.

— Que? Nem sonhando que vou sair, só me arrastarem, quero saber o que a enfermeira tem a dizer. E ainda temos que resolver o que fazer para você fazer a cirurgia. — reclamou Chen.

— Tudo bem, podem ficar, mas façam silêncio, todos vocês. — ordenou a mulher.

— Pelo seu histórico médico, seus sintomas começaram hoje. Foi por isso que você e o Oh mataram as primeiras aula? — ela recebeu um aceno em confirmação — Foi fazer os exames necessários e preencher a inscrição para a cirurgia? — questionou a mulher gentilmente.

— Sim... — os meninos ficaram atônitos, era por isso que ele estava estranho desde o início do dia.

— Não quero assustá-los ou algo do tipo, mas Park... seu primeiro estágio está avançando rápido. Acho que ficar na lista de espera para cirurgia não é muito aconselhável.

— Pode ser romântico da minha parte, ou até mesmo estúpido, mas queria tentar ser correspondido até meu limite. Sei que se eu conversasse com minha família elas não hesitariam um segundo sequer para me salvar, mas este é meu egoísmo. — o garoto olhou para o teto.

— É muito raro alguém ser correspondido, e não pode ser apenas paixão Chanyeollie, precisa ser real amor. É quase como DC ser melhor que Marvel. — falou Chen. — É bem raro, mas uma história ou outra pode acontecer.

— Posso até compreender seus desejos, mas é totalmente estúpido. A enfermeira acabou de dizer que seu estágio está avançando cada vez mais rápido. — relatou Jongin.

— É eu sei... — Chanyeol riu sem humor — Sei que é bem difícil dele me amar, mas ainda assim quero tentar. Mesmo que perto dele as dores sejam maiores e a probabilidade do estágio se adiantar seja maior.

— É mesmo, quem é ele? — indagou Kim Jongdae e o mais novo ficou pensativo. Chanyeol cogitou dizer quem ou não, eles saberem iria ajudar ou iriam tentar impedi-lo? Iriam surtar ou algo do tipo?

— Sei que a decisão é sua do que fazer com sua vida, mas às vezes é melhor perder o amor do que a vida. Você pode se apaixonar de novo e de novo, mas a vida você tem uma só. Pense com cuidado o que irá fazer. Darei-te toda assistência que precisar. — sorriu a enfermeira — Vou sair um pouquinho, podem ficar aqui até eu voltar. — então a mulher saiu.

— Bem, prometem não surtar? — questionou com um sorriso pequeno.

— Tá, só diz logo, odeio ficar curioso. — comentou Chen.

— Bom, é o... — o Park hesitou.

A porta então foi aberta e o resto do grupo entrou.

— É sério, você tem que fazer a cirurgia. Eu pago. Não quero perder um amigo. — Tao entrou falando.

— Tao tem razão Yeol, é melhor fazer a cirurgia. Você não vai perder nada. — falou Jongin.

— Tirando meu amor por ele e minhas lembranças. É não vou perder nada. — comentou sarcástico.

— Mas você pode se apaixonar de novo. — argumentou Kyungsoo com os lábios franzidos.

— E quem garante que não vou me apaixonar de novo por ele?

Chanyeol estava feliz ao ver que seus amigos desde os mais próximos aos mais distantes como Tao estavam lá por ele, mas ver que o Baekhyun não estava presente apertou seu peito. Era óbvio que o garoto deveria estar aproveitando o tempo com a namorada.

— Onde está o Baekhyun? — intrometeu Sehun.

— Está na sala da Taeyeon.

É, Chanyeol preferia ter ficado sem saber.

— Gente, eu vou dormir. Podemos conversar sobre isso depois?

O grupo aceitou sem problemas, acharam que seria uma boa dar espaço a Chanyeol. Mas realidade, o Park só queria mesmo deitar, enrolar-se na coberta e chorar em posição fetal. Se apaixonar, definitivamente era uma merda.

Após chorar um pouco ele realmente adormeceu. Em seus sonhos, ele estava bem, rindo com os amigos e Baekhyun o abraçando carinhosamente, mas também dentro de seus sonhos ele encontrou com seu pai sorrindo e lhe desejando boas vindas.

 

Quando Park Chanyeol estava acordando ele foi capaz de escutar uma voz dizendo.

— Por que não eu?  Se tivesse se apaixonado por mim não estaria sofrendo...

O Park ficou com medo de abrir os olhos e de descobrir quem era o dono da voz. Só abriu os olhos quando Kai entrou o chamando, junto com o resto do pessoal.

— Decidimos fazer uma festa para arrecadar uma grana para te ajudar. Não vai aceitar de graça, que eu sei, mas se for uma festa com todo mundo colaborando não tem problema tem? — indagou Kim Jongin.

— E, você pode aproveitar para aproximar de sua paixão. — diz Tao romanticamente.

— Galera! Vou ser claro. É tão claro quanto cristal, que eu não vou aceitar isso. Então nem adianta. — falou o Park.

Talvez uma das maiores características de Chanyeol seja sua teimosia. Por isto não foi surpresa sua negação, exatamente pelo mesmo motivo Tao recorreu a Kris.

— Eu disse para o Kris sobre a sua situação. Você está dispensado até ser curado.

O sangue de Chanyeol subiu a cabeça, Tao não tinha tal direito de interferir em seu trabalho. Enfurecido, Chanyeol levantou rápido e empurrou Tao até o armário arrancando do outro um gemido dolorido.

— Você não tem este direito. Pare você... — e então apontou para os outros amigos — Nenhum de vocês tem direito de se meter na minha vida e parem de tentar controlá-la. Inferno!

Puto da vida, o Park saiu da enfermaria sem olhar para trás. Sem nem mesmo prestar atenção saiu do colégio procurando um lugar para se acalmar. E ao sair do colégio seu olhar encontrou com Baekhyun do outro lado da rua acompanhado da linda namorada. Eles parecia ter uma conversa séria.

Chanyeol só notou o quão irritantemente bonitinhos eles eram juntos o deixando mais para baixo.

Chegou a sua casa e dormiu. Dormiu pensando por que ele se recusava tão profundamente a fazer a cirurgia.

Ele passou dias, até semanas saindo o mínimo de casa, deu certo no princípio, as pessoas em sua volta lhe deram tempo. Esperaram ele se acalmar, esperaram ele decidir, esperaram ele pedir ajuda.

Todavia, bom, ele nunca foi pedir ajuda a ninguém.

 


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