Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto


Capítulo 2
Cavaletes


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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A primeira aula ia começar.

Todos os alunos caminharam em silêncio e em fila até o estúdio de artes, carregando seus sketchbooks e suas maletas com um kit completo de lápis, tintas e pincéis.

A professora já estava na sala, colocando umas frutas frescas sob uma mesa coberta por uma toalha branca de seda.

—Bom dia, alunos. Sentem-se e arrumem seus cavaletes. - ela disse, com um enorme sorriso no rosto fino. - Hoje vamos desenhar frutas.

—De novo? - um aluno pareceu desapontado.

—A arte é uma forma de expressão! - a professora o ignorou. - Libertem-se.

Lua se sentou próxima a janela, enquanto esperava por Carla, que estava conversando com a professora.

Miya vendo que a garota estava sozinha, se aproximou e sorriu:

—Oi.

—Oi. - Lua disse, friamente.

—Será que posso usar esse? - Miya perguntou, apontando para o cavalete ao seu lado.

—Claro.

—Obrigada!

Miya ia se sentar, quando Lua a interrompeu:

—Pode pegar esse cavalete, querida. E ir para bem longe de mim.

As duas se encararam. Era possível sentir a tensão entre elas.

Um dos colegas que até então as observava, sentiu o atrito entre as meninas e chamou:

—Miya, senta aqui com a gente.

Lua, com um sorriso sarcástico no rosto, falou:

—Vai lá. Ou é surda?

Segurando seu sketchbook com força, Miya virou as costas e foi para o outro lado da sala.

—O que aconteceu? - Carla perguntou, vendo a menina nova se distanciar.

—Chutei aquele saco de estrume pra longe de mim.

—Você sabe que se você chuta um saco de estrume, o saco pode explodir e você ficaria toda cagada?

—Carla! Você tá se ouvindo? Do que você tá falando, pessoa nojenta?

—To falando pra você tomar cuidado. Você não conhece essa menina.

Uuuh, que medinho.

Enquanto isso, Sam estava passando álcool nas mãos, sem se importar ou se interessar no que havia acabado de acontecer. E após limpar sua cadeira com seus lenços umedecidos, se sentou.

—Não gosto de desenhar frutas. - Lucas comentou, ao seu lado. Ele encarava seu sketchbook, sem saber se estava desenhando uma maçã, ou uma fruta alienígena desconhecida pela humanidade.

—E nem as frutas gostam de ser desenhadas por você. - Sam disse, olhando para o trabalho do colega. - Você tem algum talento, Lucas? Ou ser irritante é sua única vocação?

Faltando poucos minutos para o sinal bater, Miya foi a primeira a entregar sua lição à professora.

—Você deve ser a aluna nova? - a professora sorriu, alegremente.

—Sim, senhora. Meu nome é Miya.

—Você é uma ótima artista, mocinha. Fez um trabalho excelente pintando as frutas com tinta aquarela.

A professora chamou a atenção da classe e mostrou a pintura para todos ali presentes, que aplaudiram admirados.

—Obrigada. Tenho trabalhos que estão expostos no museu de artes de Tokyo. - Miya sorriu, e ergueu uma das sobrancelhas, olhando diretamente para Lua.

—Temos uma profissional na sala. - um dos alunos cochichou. - E não estou falando da professora.

—Dá pra ser mais metida? - Lua sussurrou para Carla, enquanto fechava seu sketchbook.

—Acho que você tinha razão. - Carla olhava para a novata, que ainda recebia elogios da professora. - Se ela empinar mais o nariz, é capaz de acertar o teto.

 

• • •

 

Na hora do almoço, os alunos caminharam até o refeitório.

O lugar era luxuoso e impecável.

Sam foi o último a se sentar por levar mais tempo limpando seu assento.

Assim que todos estavam acomodados, inúmeros garçons saíram da cozinha segurando bandejas e se posicionaram atrás de cada aluno. E, em harmonia, serviram o almoço.

Quando olhou para sua refeição, Lua suspirou com certo desgosto.

—O que foi, Lua? - Carla perguntou.

—Sopa, salada, esse risoto sem graça e pudim? Sério?

—Na verdade não é risoto, é blanquette de veau, e a sobremesa é...

—Não importa. Como eu vou conseguir energia pra aula de educação física com essa comida italiana frescurenta?

—É francesa.

—Carla! Vá comer seu risoto! - Lua disse, enfiando uma colher cheia de arroz na boca da amiga.

Em outra mesa, Sam limpou suas mãos com álcool, e pegou seus talheres.

Olhou para o garfo atentamente, depois para a faca e a colher.

—Ótimo. - ele disse. - Pela primeira vez eles limparam os talheres da maneira adequada.

Lucas riu baixo, observando o amigo sentado à sua frente.

Sam abriu seu guardanapo e o colocou no colo.

Começando pela entrada, ele experimentou a salada e depois a sopa.

Franzindo o cenho, ele partiu para o prato principal.

—Não. - Sam limpou os lábios e pediu para que retirassem sua bandeja.

—Você nem tocou na sobremesa. - Lucas sussurrou.

—Não preciso.

—Já é o quarto cozinheiro esse bimestre que não agrada seu paladar refinado.

—E sabe o que é mais desagradável?

—O quê?

—Ver você com os cotovelos sobre a mesa.

Lucas riu e de propósito fez barulho ao tomar a sopa.

Argh! Como você é vulgar. - Sam limpou suas mãos com álcool novamente, ruborizado.


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Notas finais do capítulo

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