Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura ♡
A última aula do dia era educação física.
Os alunos foram para o campo aberto onde praticavam arquearia.
—Você parece a personagem de Jogos Vorazes, Lua. Só que com um arco olímpico. - Carla disse para a amiga, que carregava seu arco recurvo profissional em uma mão, e as flechas vermelhas na outra.
—Ela não é boa como eu. - Lua riu.
Todos estavam em duplas, posicionados a 30 metros dos alvos.
—Onde está a novata? - um dos colegas perguntou.
Ao longe, viram a professora de arquearia acompanhada de Miya, que diferente dos demais colegas que estavam com seus uniformes do colégio, estava usando vestes tradicionais japonesas, e carregava um arco com cerca de 2 metros.
—O que ela está vestindo? - alguém perguntou.
—Eu acho que o nome daquela roupa é kyudogi... - outro respondeu. - Eu já vi animes sobre isso...
—Boa tarde, alunos. - a professora falou ao se aproximar. - Acabei de conhecer Miya, e tenho algo muito interessante para lhes ensinar.
A aluna nova se posicionou a frente da classe, segurando seu arco.
—Miya pratica a arte marcial japonesa Kyudo, tiro com arco. - a professora continuou. - O Kyudo é praticado como uma forma de desenvolvimento físico e mental. Possuí três princípios: a estabilidade do corpo, a estabilidade da mente, e a estabilidade do arco. Por isso, dedicar-se e concentrar-se completamente no tiro é um objetivo que está para além do mero acertar o alvo.
Após uma breve explicação sobre os arcos yumi e as flechas ya, sobre as vestes e técnicas, a professora sorriu para a aluna nova:
—Miya, por favor.
A garota caminhou pelo gramado e se posicionou.
Os colegas deram espaço, estavam todos ansiosos para vê-la atirar.
Miya abriu lentamente as pernas, deslizando os pés pelo chão. Corrigiu sua postura, alinhando seu corpo, e colocou a flecha na corda do arco.
Inspirando suavemente, ela se concentrou no alvo e elevou o arco, mantendo-o na posição vertical, perfeitamente centrado com seu corpo, com a flecha paralela ao chão.
Ela abriu o arco como se deslizasse ao longo da flecha e olhou para o alvo de forma envolvente, de olhos semicerrados, permanecendo naquela posição por certo tempo.
E então, a flecha voou, como se tivesse se libertado sozinha. O arco rodou dentro de sua mão esquerda e a corda tocou o lado exterior de seu braço.
Miya fitou o alvo, a flecha acertou seu centro e, respirando calmamente demonstrando equilíbrio, voltou a primeira posição.
Ela afastou o olhar do alvo e juntou os pés, deslizando primeiro o direito para o centro e depois o esquerdo.
A professora foi a primeira a aplaudir a demonstração, e logo o resto da turma começou a bater palmas e elogiar a colega.
—Isso foi... lindo. - alguém suspirou, encantado com a demonstração.
—Você viu que postura perfeita?! - outro disse, sorridente.
—Muito obrigada, Miya. - a professora falou. - Agora, vão praticar.
Todos voltaram para seus lugares, em pares.
Enquanto os colegas começavam a praticar, Miya conversava com a professora.
Lua, acertou seu alvo na mosca várias vezes seguidas.
—A Lua é ótima! - um colega sussurrou.
—Sabe o que seria de mais? Ver uma disputa entre a campeã da sala, Lua, e a novata! - alguém sugeriu.
—Isso seria incrível!
—A menina nova não é párea para a Lua.
Carla, escutando os colegas cochichando, falou no ouvido da melhor amiga:
—Querem uma competição entre a novata e você.
Acertando sua última flecha no centro de seu alvo, Lua se virou para Carla e sorriu:
—Faz tempo que não atiro pra valer! Seria uma ótima oportunidade.
—Lua, é pra acertar o alvo, e não o coração da guria, entendeu!? - Carla riu.
—Ué, e o alvo não pode ser ela não?
Após a professora se distanciar para ajudar uma aluna que estava tendo dificuldade, Miya ficou sozinha. Ela escutou o que os colegas estavam comentando e, aproveitando o momento, se aproximou de Lua.
—Querem nos ver competir. - Miya falou.
—E por que eu competiria com você? - Lua perguntou, sarcasticamente.
—Eu apenas achei que seria divertido. Não faço kyudo para mostrar que sou ou não melhor que alguém.
—Você não fez outra coisa a não ser mostrar que é melhor em tudo, desde que chegou aqui.
Miya, ruborizada, falou:
—Com licença, a aula já vai acabar. Vou recolher minha flecha. - e virou as costas.
Carla, não aguentando ver a atitude da novata, falou:
—Tem pano de chão aqui se achando edredom.
Miya parou por um momento, ainda de costas e falou para Lua:
—Nem todo mundo merece estar estudando nesse colégio. - e então, se distanciou.
—Ah loca! O que ela quis dizer com isso? - Carla perguntou, ainda irritada. - Não somos boas o suficiente para estudar aqui?
—Deixa. A menina é doida.
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