Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto


Capítulo 3
Campeã Da Sala


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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A última aula do dia era educação física.

Os alunos foram para o campo aberto onde praticavam arquearia.

—Você parece a personagem de Jogos Vorazes, Lua. Só que com um arco olímpico. - Carla disse para a amiga, que carregava seu arco recurvo profissional em uma mão, e as flechas vermelhas na outra.

—Ela não é boa como eu. - Lua riu.

Todos estavam em duplas, posicionados a 30 metros dos alvos.

—Onde está a novata? - um dos colegas perguntou.

Ao longe, viram a professora de arquearia acompanhada de Miya, que diferente dos demais colegas que estavam com seus uniformes do colégio, estava usando vestes tradicionais japonesas, e carregava um arco com cerca de 2 metros.

—O que ela está vestindo? - alguém perguntou.

—Eu acho que o nome daquela roupa é kyudogi... - outro respondeu. - Eu já vi animes sobre isso...

—Boa tarde, alunos. - a professora falou ao se aproximar. - Acabei de conhecer Miya, e tenho algo muito interessante para lhes ensinar.

A aluna nova se posicionou a frente da classe, segurando seu arco.

—Miya pratica a arte marcial japonesa Kyudo, tiro com arco. - a professora continuou. - O Kyudo é praticado como uma forma de desenvolvimento físico e mental. Possuí três princípios: a estabilidade do corpo, a estabilidade da mente, e a estabilidade do arco. Por isso, dedicar-se e concentrar-se completamente no tiro é um objetivo que está para além do mero acertar o alvo.

Após uma breve explicação sobre os arcos yumi e as flechas ya, sobre as vestes e técnicas, a professora sorriu para a aluna nova:

—Miya, por favor.

A garota caminhou pelo gramado e se posicionou.

Os colegas deram espaço, estavam todos ansiosos para vê-la atirar.

Miya abriu lentamente as pernas, deslizando os pés pelo chão. Corrigiu sua postura, alinhando seu corpo, e colocou a flecha na corda do arco.

Inspirando suavemente, ela se concentrou no alvo e elevou o arco, mantendo-o na posição vertical, perfeitamente centrado com seu corpo, com a flecha paralela ao chão.

Ela abriu o arco como se deslizasse ao longo da flecha e olhou para o alvo de forma envolvente, de olhos semicerrados, permanecendo naquela posição por certo tempo.

E então, a flecha voou, como se tivesse se libertado sozinha. O arco rodou dentro de sua mão esquerda e a corda tocou o lado exterior de seu braço.

Miya fitou o alvo, a flecha acertou seu centro e, respirando calmamente demonstrando equilíbrio, voltou a primeira posição.

Ela afastou o olhar do alvo e juntou os pés, deslizando primeiro o direito para o centro e depois o esquerdo.

A professora foi a primeira a aplaudir a demonstração, e logo o resto da turma começou a bater palmas e elogiar a colega.

—Isso foi... lindo. - alguém suspirou, encantado com a demonstração.

—Você viu que postura perfeita?! - outro disse, sorridente.

—Muito obrigada, Miya. - a professora falou. - Agora, vão praticar.

Todos voltaram para seus lugares, em pares.

Enquanto os colegas começavam a praticar, Miya conversava com a professora.
Lua, acertou seu alvo na mosca várias vezes seguidas.

—A Lua é ótima! - um colega sussurrou.

—Sabe o que seria de mais? Ver uma disputa entre a campeã da sala, Lua, e a novata! - alguém sugeriu.

—Isso seria incrível!

—A menina nova não é párea para a Lua.

Carla, escutando os colegas cochichando, falou no ouvido da melhor amiga:

—Querem uma competição entre a novata e você.

Acertando sua última flecha no centro de seu alvo, Lua se virou para Carla e sorriu:

—Faz tempo que não atiro pra valer! Seria uma ótima oportunidade.

—Lua, é pra acertar o alvo, e não o coração da guria, entendeu!? - Carla riu.

—Ué, e o alvo não pode ser ela não?

Após a professora se distanciar para ajudar uma aluna que estava tendo dificuldade, Miya ficou sozinha. Ela escutou o que os colegas estavam comentando e, aproveitando o momento, se aproximou de Lua.

—Querem nos ver competir. - Miya falou.

—E por que eu competiria com você? - Lua perguntou, sarcasticamente.

—Eu apenas achei que seria divertido. Não faço kyudo para mostrar que sou ou não melhor que alguém.

—Você não fez outra coisa a não ser mostrar que é melhor em tudo, desde que chegou aqui.

Miya, ruborizada, falou:

—Com licença, a aula já vai acabar. Vou recolher minha flecha. - e virou as costas.

Carla, não aguentando ver a atitude da novata, falou:

—Tem pano de chão aqui se achando edredom.

Miya parou por um momento, ainda de costas e falou para Lua:

—Nem todo mundo merece estar estudando nesse colégio. - e então, se distanciou.

—Ah loca! O que ela quis dizer com isso? - Carla perguntou, ainda irritada. - Não somos boas o suficiente para estudar aqui?

—Deixa. A menina é doida.


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Notas finais do capítulo

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