Os Guerreiros Do Reino Após Os Muros escrita por _milenayamamoto


Capítulo 16
Encarar Seus Medos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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Miya deu um pouco de água para Sam, que ainda estava sem entender o que realmente havia acontecido.

—O que houve? - Sam perguntou. - Como voltamos para a floresta?

—Nós nunca saímos daqui. - Lua falou.

—Como não? Eu estive no nosso colégio! Com você, Lua!

—Não, não estivemos.

Miya explicou:

—Quando Lua abriu a porta, uma luz muito forte nos cegou, e depois o vento nos empurrou em direção a ela. Você foi o primeiro a voar para "dentro" da porta. Lua e eu fomos jogadas logo em seguida, e então a luz sumiu.

—Não havia nada do outro lado. Apenas o chão da floresta. - Lua comentou. - Miya e eu nos levantamos, mas você permaneceu caído.

—Achamos que você tinha batido a cabeça, e perdido a consciência.

—Eu fiz uma fogueira, te colocamos em uma posição confortável próximo do fogo. E ficamos esperando você acordar.

—Um pouco antes de você se levantar, a porta de espelho se quebrou em pedacinhos. Levamos o maior susto.

Sam olhou para as meninas, elas pareciam estar tão aliviadas.

—Então, eu... eu acho que... matei o monstro da floresta. - Sam falou, com a voz fraca.

—Como assim? - Miya perguntou.

Sam explicou para elas sobre o "sonho" que teve. Sobre ele ter enfrentado e destruído seu medo do fracasso.

—Quer dizer que... você matou o monstro num sonho? - Miya perguntou. - Com um caco de vidro?

—Pra falar a verdade, não acho que tenha sido um sonho... Foi tão real. - Sam disse, encarando a palma de sua mão. - Ainda posso sentir minha mão arder, mesmo ela estando inteira.

—Eu acho que você destruiu o seu monstro. - Lua olhava para Sam, ele estava com a aparência péssima, exausto.

—O meu monstro?

—É. O seu medo queria te prender no meio de uma tempestade, prometendo te dar tudo que quisesse. Se você tivesse escolhido ficar, talvez não teria acordado nunca mais.

—Mas... Por que ele falou que vocês duas morreram?

—Para que você se sentisse sozinho, provavelmente.

Sam ficou pensativo por um momento. Ele realmente havia se sentido sozinho e perdido naquele sonho, ele quase havia desistido.

—Tem certeza que você não esteve dentro do meu sonho, Lua? - Sam perguntou.

—Olha, Sam. Eu fico lisonjeada que você tenha sonhado comigo. - Lua riu. - Mas a Lua que estava com você era a parte inteligente da sua cabeça, muito bem representada, que queria que você percebesse que havia algo errado com aquele lugar. Pra falar a verdade, esse sonho já estava todo errado desde o começo. Dava realmente pra notar os furos. E se eu estivesse lá com você, de verdade, teríamos acordado bem antes.

—Como assim?

—Pra começar, por que eu não fui até o dormitório feminino procurar pela Miya?

—Porque...

—Porque você não sabia que ela estava hospedada lá e você nunca esteve no dormitório. Não fomos procurar por ela lá, porque você não saberia como criar o dormitório dentro da sua mente.

—As fotos no site do museu estavam borradas... Porque eu não conheço as pinturas da Miya...

—E você sonhou que eu estava bebendo chá em uma das fotos. - Miya falou. - E eu não gosto de chá.

—Eu não sabia disso também. - Sam sorriu aliviado. - Então... A Lua e a Miya do meu sonho eram apenas cópias de vocês?

—E umas cópias bem mal feitas heim, Sam. Fala sério. - Lua riu.

Cansados, sem saber o que fazer em seguida, e com fome, eles repartiram um pouco de comida.

—Desde que pulamos o muro do colégio, eu me perguntei porquê Purga pareceu tão orgulhoso de Miya, quando ela se espatifou no chão... - Lua disse, dando uma mordida no seu pão.

Todos temos fraquezas. É necessário muita coragem para encarar seus medos.— Miya repetiu as palavras de Purga.

—Encarar seus medos... Foi exatamente o que Sam fez... - Lua continuou. - Quando estávamos no quarto da Rainha, Miya perguntou o que aconteceria se os sacrifícios não fossem à floresta.

—E Purga interrompeu a explicação da Rainha, dizendo que seria o fim de Litari. - Sam respirou lentamente. - Ele pareceu...

—Estar querendo esconder algo? Sim. Eu tenho certeza que ele tinha mais informações.

—Por que diz isso?

—... Intuição.

Miya, comendo uma maçã, perguntou:

—Você quer dizer que ele estava escondendo a verdade sobre o que existe nessa floresta?

—Se ele sabia o que iríamos encontrar aqui, por que esconder? - Sam parecia confuso.

—Eu ainda não sei, mas vou descobrir. Pois acredito que tem muito mais do que Litari em jogo nessa nossa caça ao monstro. - Lua disse, atirando alguns galhos secos na fogueira.

 

• • •

 

Acendendo uma tocha, Miya foi verificar os restos da porta de espelho que havia se quebrado em pedaços, a poucos metros de onde eles estavam sentados.

Ela aproximou o fogo do chão, onde os estilhaços deveriam estar, mas não havia mais nada lá.

—Sam, Lua. - ela chamou. - Venham cá.

Os dois foram rapidamente até a colega.

—O que foi? Encontrou alguma coisa? - Lua perguntou.

Miya, aproximando a tocha novamente do chão, mostrou que a trilha de pedras agora possuía continuação.

—Isso não estava aqui antes. - Sam disse, surpreso.

Lua voltou até a fogueira e jogou um pouco de terra em cima dela, a apagando.

—Vamos continuar pela trilha. - Lua disse, pegando suas coisas.

—É, parece que temos ainda um longo caminho pela frente. - Sam também pegou sua bolsa e a colocou nas costas.

Lua segurou a tocha, para que Miya pudesse colocar sua bolsa e arrumar seu manto.

—Vamos juntos até o fim. - Miya disse quando Lua lhe devolveu a tocha.

Ela respirou fundo, tomando coragem e deu um passo a frente, iluminando o caminho para Lua e Sam.

 


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Notas finais do capítulo

E a missão dos nossos guerreiros continua ♡
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