Contos de uma rosa escrita por Rosa


Capítulo 2
Dia 14 de um mês e ano qualquer


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Aqui vai o primeiro conto dessa história! Xoxo.



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Okay. Como meu primeiro conto, eu gostaria de narrar um acontecimento que me traz ótimas lembranças. É uma lembrança tão, mais tão boa que eu me recordo de todos os detalhes, como se tivesse acontecido ontem. Ou não. Quem sabe.

“Finalmente. Minha linda e confortável casa. Hoje foi um dia péssimo, fiquei na aula o dia inteirinho e não via a hora de chegar em casa e descansar. Troquei de roupa, peguei meu computador e entrei em uma rede social qualquer. Estava um dia lindo lá fora, quente. Mas, eu não estava nem um pouco afim de suar. Estava distraída quando recebi uma mensagem. Sabe quando aquela pessoa tem o poder de fazer seu coração bater mais forte só por causa de uma mensagem? Pois é, ele era essa pessoa. Mas ele não sabia disso, é claro. Eu já sentia meu rosto quente quando cliquei em ABRIR.

VOCÊSABEQUEM: Oi!!

LAVIDAEMROSA: Oie!

VOCÊSABEQUEM: Tubo bem com vc?

LAVIDAEMROSA: Tudo sim e com vc?

VOCÊSABEQUEM: Tudo bem tb

Aquele momento que você não sabe nem mais o porquê da sua existência.

LAVIDAEMROSA: Que bom!

Sempre achei que falar ‘que bom’ soava meio grosseiro, mas era o que tínhamos no momento. Lembrando que as mãos estavam suando nessa hora.

LAVIDAEMROSA: Novis?

Me arrependi no momento em que escrevi.

VOCÊSABEQUEM: Não

VOCÊSABEQUEM: E vc?

LAVIDAEMROSA: Tb não

Ótimo papo galera, é só isso por hoje mesmo. Beijos.

VOCÊSABEQUEM: Vai fazer alguma coisa hj?

AI MEU DEUS. Será que isso é um pedido para sair? Será? Eu sou a iludida em pessoa.

LAVIDAEMROSA: Estudar só

Mentira.

VOCÊSABEQUEM: Atah

LAVIDAEMROSA: pq?

A curiosa, mais conhecida como Rosa. Rimou.

VOCÊSABEQUEM: Topa andar de patins hj?

Ótimo, a pessoa menos esportiva da face da Terra é chamada para esse tipo de coisa. É claro que eu nã...

LAVIDAEMROSA: Topo!

...não deixaria de ir, óbvio.

LAVIDAEMROSA: Mas vou te falar, sou péssima em patins. Vou precisar da sua ajuda.

Esperta? Sempre.

VOCÊSABEQUEM: Fica tranquila, eu te ajudo.

E lá estávamos nós. Em uma linda tarde com um lindo pôr do sol e uma - nem um pouco bonita - Rosa se matando para pegar o jeito nos patins. Não era uma cena romântica. Não era aquelas cenas de filmes de romance que é tão lindo que chega a ser bobo. Não era. A coisa estava vergonhosa. Mas, é claro que para mim naquele dia tudo estava lindo. Nós demoramos para nos encontrarmos pois assim que avisei minha mãe que eu ia andar de patins com ele, ela quis saber todos os detalhes que não existiam. Depois de conseguir sair e fugir da conversa, fui caminhando para um parque próximo de onde morava. Avistei um banco qualquer e me sentei. Peguei meu celular para ver a hora e estava bem adiantada, como sempre. Não sei o que acontece comigo que eu sempre chego antes do combinado. Mas assim, eu chego bem antes mesmo. Sempre fico ansiosa para encontrar com alguém, não importa a pessoa. Não importa o compromisso. Eu olhei para frente e o vi vindo em minha direção.

Ele era alto e já estava de patins. Parecia que o mundo tinha virado uma grande câmera lenta. Assim que eu o vi, ele soltou um sorriso enorme. Eu amo sorrisos, mas aquele sorriso era o meu favorito. Sempre vai ser. Ainda em câmera lenta, eu pude reparar em seus cabelos enrolados voando com o vento. Eu também consegui ver na câmera lenta uma pedra. Uma pedra, sabe? Não muito grande, mas daquele tipo de pedra que você sabe que pode causar um dano bem interessante se jogar na cabeça de alguém. Ou aquele tipo que pode causar um ralado de leve no seu joelho se você tropeçar e cair. Ou até mesmo aquele tipo de pedra que se você passar com os patins em uma certa velocidade, pode se espatifar no chão fazendo com que você caia bem aos pés de alguém. Nos meus pés, no caso. Eu achei bem irônico. É óbvio que eu estava séria por fora e rindo por dentro. Sabe aquele riso que você não sabe se solta porque não tem intimidade com a pessoa ainda? Então. Era bem isso. Eu o ajudei a levantar e ele sentou do meu lado, não sabendo aonde enfiava a cara. Assim que ele se sentou, apesar de todo o suor de um dia quente, eu consegui sentir seu perfume. Não era a primeira vez que eu sentia, já tinha ocorrido um outro momento constrangedor em que eu tive a chance de sentir, mas eu nunca me cansava. Um cheiro fresco, refrescante e forte ao mesmo tempo. Um perfume que me traz inúmeras lembranças. Voltando,

Naquele momento eu decidi que não queria mais ir embora. Ele se ajeitou e eu percebi que seu braço estava levemente ralado. Peguei com cuidado para me certificar do que tinha visto e senti um leve desconforto da parte dele. Um certo nervosismo vindo do meu toque. Ótimo, bom saber que eu não era a única.

Coloquei meus patins com o apoio da sua ajuda e consegui levantar. Na minha primeira tentativa eu coloquei meu impulso para frente tentando pelo menos andar para frente, mas o máximo que consegui foi me desequilibrar e, se não fosse por ele, eu teria caído de cara no chão. Ele me segurou pelos meus antebraços e foi aí que eu olhei diretamente nos seus olhos pela primeira vez. Verdes escuros. Interessante.

— Você pode se segurar em mim, se quiser. — Eu não ia perder essa oportunidade.

— Claro, obrigada. — Segurei firme em seu braço e ele me ajudou a andar para frente. Depois de alguns minutos eu já estava bem e foi aí que sem querer eu deslizei minhas mãos indo de encontro com as suas. Andaríamos de mãos dadas a partir daquele momento. (c/a: Sem querer?) Lá vem a enxerida. Continuando,

Depois de andarmos mais um pouco decidimos sentar novamente. Eu tentei puxar assunto com ele, e descobrimos que tínhamos muito em comum.

— Qual a sua série de filme favorita? — eu perguntei.

— Harry Potter. — Nesse momento eu já tinha escolhido os nomes dos filhos. Brincadeira. Rindo de nervoso. Mas, falando sério, era surreal. Claro, tínhamos nossas diferenças, mas em relação aos gostos eram todos iguais. O mesmo gosto para músicas, filmes, livros, matérias escolares, sonhos...”

Eu sempre fui muito sonhadora. E eu vejo isso como um problema, e não uma solução. Nesse pequeno acontecimento que acabei de narrar eu já tinha inventado e visto mil sonhos diferentes. E sim, isso era um problema. Eu já perdi a conta do número de vezes que eu sonhei com essa lembrança. Essa lembrança sempre me traz um ensinamento diferente toda a vez. Nós, eu e o menino do perfume, tínhamos sonhos parecidos. Sonhos imaturos, mas iguais. Por esse único motivo, minha cabeça já tinha imaginado milhares de possibilidades. E foi aí que eu errei. O erro em ser muito sonhadora e sempre imaginar inúmeras possibilidades é se desiludir. E desilusão, meus anjos, é frustrante. Chega até doer.

Eu não tenho mais contato com o menino do perfume. Ele é meu passado. Ou será que é meu presente? Eu não sei, mas gostaria de saber o seu palpite. Ah, e não esqueçam de me contar o motivo de suas respostas. Estou ansiosa para ler.

Boa noite, xoxo.


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Notas finais do capítulo

Prontinho! Aqui está o primeiro acontecimento! Até a próxima! Não esqueçam de opinar! Beijos, xoxo.



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