A garota que eu costumava ser escrita por Elise Caroline Gouveia


Capítulo 3
Infortúnio


Notas iniciais do capítulo

UFC Fanfics, rodada 3.
Tema: Meme “surprise bitch”.



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 Infortúnio

(O mesmo que:  ‘catástrofe’, ’revés’, ’problema’, ’desgosto’.)

...

Amnésia.

A palavra continuava rodando na cabeça de Eliza.

Como ela podia ter amnésia? Lembrava-se de várias coisas...

Sabia o nome dos seus familiares. Lembrava-se de Phillip. Do seu cachorro, Ruffles. A única coisa que parecia haver esquecido era o estranho homem que estava em seu quarto quando acordou; bem, isso e o que aconteceu com ela.

Seguindo o que o médico havia recomendado, Phillip não lhe disse nada. Deveriam esperar 48 horas para ver se a memória dela retornaria. Eliza estava brava pela falta de resposta das pessoas. Sua mãe, que tinha ido para casa colocar os irmãos pequenos na cama, falou com ela pelo telefone para dizer que estava retornando ao hospital, mas se recusou a responder qualquer pergunta que ela fez, como Phillip havia pré-recomendado.

Eliza tinha captado entre conversas que o trauma na sua cabeça era resultado de um acidente de carro, só não sabia como exatamente. O que mais a incomodava em não saber, no entanto, era sobre o homem misterioso. Mais precisamente, o fato de que ele parecia ser importante para ela e ela nem sequer saber seu nome. O viu em vislumbres do lado de fora do quarto, mas ele não chegou a entrar novamente.

Eliza tinha conseguido permissão médica para se levantar da cama, prometendo ficar no quarto. Phillip, por algum motivo estranho, lhe instruiu a não chegar muito perto das janelas. Eliza questionou, mas ele apenas encolheu os ombros e disse: — é complicado, Elle — fazendo ela revirar os olhos.

— Eu sinto muito — Phillip declarou de onde estava, atrás dela.

Eliza suspirou e olhou um pouco mais o céu, dez passos de distancia da janela, como foi exigido dela.

— Tudo isso é muito esquisito, Phill.

— Eu sei — respondeu calmamente. — Qual a ultima coisa que você se lembra?

Eliza pensou.

— É um pouco confuso. O senso de tempo fica embaralhado depois de dormir por três dias, eu acho — disse em uma fraca tentativa de alivio cômico. — Eu me lembro de estar sentada com você no balanço que fica no quintal de casa, eu estava reclamado sobre o novo hábito do meu pai de ficar nos observando. Você disse que ele estava apenas começando a se adaptar ao fato de que estávamos finalmente namorando...

Phillip inalou bruscamente e engasgou. Eliza franziu a testa e desviou a atenção do céu para olhar para ele, querendo saber qual o problema. De repende, Phillip parecia três tons mais pálido do que já era.

— O que? — Eliza perguntou alarmada.

Phillip se limitou a responder com — Porcaria!

— Phillip, o que foi?

— Isso é pior do que eu pensava, Elle — Phillip respondeu levando as mãos aos cabelos em exasperação.

Eliza se perguntava como isso podia ficar qualquer coisa pior. Mas, como era a nova regra, Phillip não ia explicar a ela.

Parecendo ter virado um hábito ruim, a porta do quarto se abriu, interrompendo Eliza de conseguir respostas. Uma garota loira, muito bonita, brilhante e saltitante entrou. Tudo nela exalava animação, como se ela tivesse comido muito açúcar no café da manhã.

A garota sorriu, um grande sorriso exagerado.

— É tão bom ver você acordada, Elle! — Exclamou em uma voz tão alegre que fez Eliza se sentir mal por não ter conseguido associar seu rosto a um nome.

Essa coisa se amnésia ficava mais e mais estranha a cada segundo.

Phillip abriu a boca, como se fosse interrompê-la, mas a garota apenas continuou, parecendo não notar. — Estávamos morrendo de preocupação, não é, querido?

Querido?

Como assim “querido”? Eliza pensou, um pouco de ciúmes começando a inflamar suas veias.

A garota então colocou as mãos sobre Phillip, num gesto bastante intimo, e foi então que Eliza entendeu o quando a situação podia ser pior. Pousado no dedo anelar dela estava o anel que Eliza cobiçou por tanto tempo quanto podia se lembrar.

O anel que Phillip daria a sua futura esposa.


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