Emaranhado escrita por FranHyuuga


Capítulo 6
Honestidade


Notas iniciais do capítulo

Tema da rodada 6: Música “Don’t be happy”, de Mamamoo.

Era preciso seguir a essência da música (sobre um amor perdido) ou eleger três versos como tema. Eu escolhi os versos:

Do que você tem medo
Que você não pode ser honesto?
Só pense nos tempos
Que somente você e eu sabemos

*Espero que os avaliadores percebam que não apenas me inspirei nos versos, mas usei o último literalmente no capítulo.



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Honestidade

Capítulo 6

 

Desde a flor, Hinata e Gaara se aproximaram.

As tarefas na Sabaku S.A. continuavam árduas, e Hinata ainda fazia horas extras para dar conta das exigentes demandas, mas o respeito entre ambos os adversários crescia.

Ela previa que Gaara seria eleito para a promoção e, embora isso atrasasse seus planos, não poderia negar seu merecimento. Era fato que ele parecia não se esforçar, mas percebia agora que isso não o tornava menos brilhante. Sua memória e competência eram notáveis. Diferente dela, Gaara pouco precisava fazer para se destacar.

Seria mais fácil odiá-lo se ele fosse um idiota arrogante.

— Você pode usar essa fórmula – explicou Gaara, indicando a planilha.

Sobre seu ombro, Hinata entreabriu os lábios quando o resultado surgiu na tela.

— Que dica valiosa! – disse empolgada, a voz soando diretamente ao ouvido dele. – Onde aprendeu?

Gaara girou na cadeira, a proximidade das faces tornou a troca de olhares ainda mais íntima. Três segundos de silêncio e agitação no peito, antes de Hinata se endireitar e afastar-se dele.

— Desenvolvi essa fórmula sozinho – respondeu o ruivo, finalmente.

Ela o encarou séria, quase como se o estudasse. As palavras dele apenas despertavam sua curiosidade, um monstro faminto por respostas. Gaara não precisava daquele emprego. Não precisava daquele cargo. Poderia bastar-se por si mesmo e gerenciar sua própria empresa. Aquele crachá em seu pescoço nunca seria suficiente para seu enorme talento, era uma coleira.

O que o prendia ali?

— Algum dia, você me dirá o que espero ouvir? – perguntou Hinata.

Talvez lendo as entrelinhas nos olhos pálidos, Gaara levantou-se da cadeira e disse:

— Jante comigo essa noite, Hinata.

Oh, ela nunca pensou que ouvir seu nome na voz grave dele pudesse ser tão sexy... E Gaara certamente notou o efeito causado, pois um pequeno sorriso desenhou-se em seus lábios.

— Por que não? – Ela ajeitou o estreito blazer em suas curvas, desejando não parecer tão agitada pelo convite.

.

.

Se fosse mais jovem, e mais ingênuo, Gaara poderia mentir para si mesmo não saber por que a convidou para jantar. Mas ele não era.

Ele gostava de ouvir Hinata contar sobre sua infância. Sobre Konoha. Sobre flores. Gostava do seu sorriso, do seu olhar, do jeito tímido ao brincar com os próprios dedos.

Ele gostava dela.

E ele a queria.

— Por que decidiu se tornar administradora? – perguntou, antes da sobremesa.

O sorriso dela foi morrendo, a expressão saudosa substituindo o humor.

— Minha mãe. – Hinata desviou o olhar. – Ela morreu sem receber o devido tratamento, porque meu pai foi vítima de um golpe financeiro.

Gaara estreitou o olhar, seu instinto completamente alerta aos sinais.

— A Sabaku S.A. foi a responsável pelo golpe?

Silêncio os envolveu. Hinata hesitava, mas queria confiar nele. Por fim, confessou:

— Sim.

Concluíram o jantar sem voltar ao assunto. A resposta de Hinata mudava tudo.

Destruir a Sabaku S.A. era o que ela queria?

Gaara mal conseguia raciocinar. Seu objetivo era semelhante, mas essencialmente diferente do dela.

Ao deixar Hinata em frente ao prédio onde morava, os olhares se acariciaram. Ela esperava algo, um passo, mas Gaara refreou seus sentimentos.

— Boa noite – disse, dando-lhe as costas.

Hinata, parada, observou-o descer as escadas com decepção.

Quando se virou para a porta de ferro, disposta a abri-la e esconder-se no conforto do seu apartamento, passos apressados se reaproximaram. Ela mal conseguiu reagir às mãos que seguraram seus ombros e aos olhos inquietos que encontraram os seus.

— Eu ainda não posso ser honesto como você, Hinata – declarou Gaara, as mãos escorregando dos ombros aos dedos dela. – Nós dois temos um passado doloroso.

Ele temia dizer que cobiçava se apropriar da Sabaku S.A.

Temia confessar querer liderar justamente a empresa que fez a família dela sofrer.

— Acho que temos lembranças que somente você e eu sabemos quão pesadas são... – Os dedos se entrelaçaram aos dele. – Eu entendo.

Quando Gaara a deixou novamente, não sabia dizer se iniciara ou terminara algo entre eles.

[Continua]


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Notas finais do capítulo

Achei esse tema mais complicado que o anterior (socorrooooo!). A música é totalmente romântica, falando sobre um cara que agora está com outra. A mulher sofre por vê-lo seguir em frente e lhe diz que ele “não pode ser feliz”, pois a abandonou. Enfim, pura dor de cotovelo. E isso não combinava EM NADA com o que Gaara e Hinata viviam...

Enfim, espero ter dado conta de explorar esses versos (rs).

Obrigada pelo apoio, pessoal!
Logo virei responder aos comentários de vocês.
Beijos~



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