Emaranhado escrita por FranHyuuga


Capítulo 5
Decepção


Notas iniciais do capítulo

Tema da rodada 5: Decepção.



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Decepção

Capítulo 5

 

Hinata encarava o lírio branco sobre seu teclado. A flor estava no apogeu da beleza, exalando perfume às suas narinas sensíveis. Pegou-a com delicadeza, encantada com a suavidade das pétalas.

— Gostou? – perguntou Gaara aparecendo ao seu lado, surpreendendo-a.

— Foi você...? – Ela o observou por sobre as pétalas, a flor ainda próximo da face.

— Não quis subestimar você, senhorita Hyuuga, desculpe se foi o que pareceu.

Ela mal podia crer nas palavras dele. O coração agitou-se pela gentileza do gesto.

— Por que escolheu essa flor? – indagou curiosa.

— Minha irmã disse que flores brancas significam reconciliação. – Ele deu de ombros.

Hinata abriu um largo sorriso, seus olhos pálidos brilhando divertidos.

— O que foi? – perguntou Gaara, repentinamente muito consciente de como a expressão dela o agradava.

— Nada – respondeu, também dando de ombros. – Obrigada.

Ele assentiu e voltou para sua mesa, ainda se virando para vê-la se acomodar na cadeira com a flor em mãos.

Sentindo-se estranhamente feliz, Hinata posicionou a flor de um modo que pudesse vê-la enquanto trabalhava. Era engraçado que Gaara não soubesse que lírios brancos representavam matrimônio.

.

.

Poucos dias depois, exausta, ela desembarcava do trem-bala na pacata Konoha, a 130 quilômetros de Tóquio. Era onde sua irmã e seu pai moravam. Graças ao rápido transporte, podia ir e voltar no mesmo dia, por isso Hinata aproveitava o feriado para vê-los.

Caminhou por longas quadras, cumprimentando algumas pessoas, até chegar ao modesto restaurante de Hyuuga Hiashi, seu pai. O lugar servia lámen de diferentes sabores.

Ela arrastou a porta de vidro, que protestou com um barulho seco, e entrou. Ainda não havia clientes, mas seu pai já cortava legumes e preparava ingredientes para o almoço.

— Pai? – chamou Hinata, esperando-o elevar a face.

Ele não fez.

— O restaurante, hm... – recomeçou ela, forçando-se a superar o silêncio. – O lugar está aconchegante.

As mãos dele, hábeis em picar a cebolinha, pararam de repente. Expectativa a encheu, mas logo seu pai retomou o movimento e nada respondeu.

Hinata suspirou e colocou na bancada o engradado de um saquê especial, o preferido dele.

— Hanabi veio me ver no escritório, há alguns dias – disse, insegura.

Seu pai interrompeu o que fazia e secou as mãos em um pano. O olhar dele, quando a encontrou, era pura decepção.

— Como acha que me sinto sabendo que Hanabi esteve naquele lugar? – perguntou.

— Pai, não...

— Como acha que me sinto sabendo que você, minha primogênita, sobrevive do salário pago pela empresa que matou sua mãe? – cortou ele.

Lágrimas vieram aos olhos, mas Hinata não permitiu que caíssem. Seria hipócrita se chorasse. Não se arrependia de sua escolha, embora doesse saber que seu pai esperava mais dela.

— Eu também tenho uma pergunta, pai. – Fungou magoada. – Como a-acha que me sinto sabendo que a empresa responsável pela morte da mamãe segue impune?

Hiashi manteve-se ereto enquanto a mirava. Sua postura imponente lembrava Hinata de quando ele era um exímio gerente de produção. Firme, resoluto, confiável. O homem de negócios ainda existia no comum cozinheiro daquele restaurante.

— Você traz nas mãos o mesmo dom da sua mãe – disse Hiashi, quase como se anunciasse uma heresia. – E, no entanto, quis aprender a agir como eles.

Não havia acusação nas palavras do pai, apenas uma decepcionada constatação. Ele acreditava que Hinata devia se tornar uma floricultora como a falecida esposa.

— Fiz isso por ela – expressou Hinata, a voz embargada. – Ela entenderia.

— Não ouse usá-la como justificativa para um objetivo claramente seu! – Hiashi lhe deu as costas, voltando às tarefas do restaurante. – Sua irmã está no quarto.

Para o pai, a conversa estava encerrada. E isso a feria mais do que as palavras magoadas que trocaram.

Desde os fracassos judiciais e as irreparáveis perdas financeiras, Hiashi não apenas aceitou a derrota, mas aprendeu da pior maneira que a justiça nem sempre compensa. Ver a filha seguir seus passos enchia-o de decepção.

Hinata, mais do que qualquer pessoa, devia saber o preço que ainda pagavam.

[Continua]


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Notas finais do capítulo

Eu confesso que esse é o capítulo do qual menos gostei. Achei o tema dificílimo, porque guardava "decepção" para algo intenso entre Gaara e Hinata. Tenho apenas outros cinco capítulos à frente, e não sei como proceder (rs). Tudo depende do próximo tema. Que desespero!

Espero que vocês estejam gostando, porque já não estou tão certa do caminhar de tudo (rs). Obrigada por lerem!

Beijos~

P.S. Estou com meu tempo muito limitado, mal consigo participar do UFC Fanfics, mas leio cada comentário com carinho. Assim que sobrar um tempinho, venho responder to-dos. Obrigada pela paciência!



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