A Voz da Luxúria escrita por Juu Seikou


Capítulo 4
Senhor e Senhora Sorriso


Notas iniciais do capítulo

Rodada
4
Tema
Personagens Históricos
Martinho Lutero

Desculpa, esse capítulo tá bem... bem, bem, se é que me entende.



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Os dois estavam abraçados, sorrindo levemente, mas com visível tensão. Era a segunda vez deles ali no sofá, ela entendia que se sentissem assim. As pessoas costumavam ficar mais tranquilas só depois da quarta ou quinta vez. Mas eles se saíam bem, bastava a conversa pegar ritmo que se soltavam com facilidade. Jovens. Jovens são sempre assim.

— Pois bem, como vai meu casal preferido? — seu sorriso era bastante meigo. — Conseguiram dar uma melhorada nos problemas desde segunda-feira?

— Ah, quase lá, quase lá, senhora — o garoto respondeu. — Na verdade, a gente ainda está um pouco complicado em relação ao que já te dissemos, hoje é só sexta, afinal de contas. — Olhou para a sua namorada. — A faculdade tem sido um saco, né?

A garota bufou e relaxou o corpo.

— Se tem. Eu estou é podre, me sentindo o próprio Martinho Lutero esses tempos.

— Ué, como assim?

— Ah, aquele que fez a Reforma Protestante, você diz? — a velha colocou um dedo no queixo, pensativa. — Mas por quê?

— Os trabalhos, minha senhora, a culpa é dos trabalhos! — ela tirou o braço de detrás do namorado e apoiou os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. — Eu não aguento mais escrever, não aguento. E os caras ainda pedem tudo à mão! — Levantou o corpo e olhou para os dois, que ainda estavam com cara de confusos. — Ué, gente, vocês não lembram? Martinho Lutero foi o cara que traduziu a bíblia em dois meses e um pouquinho, duas semanas se eu não me engano. — Os dois abriram um pouco a boca, ficando surpresos com a informação que claramente não sabiam. — Um tempo absurdamente rápido, eu nem posso imaginar o trabalho que deve ter tido! Ou melhor, não poderia se não tivesse resolvido fazer Letras.

— Eu não leria a Bíblia em dois meses! Mas… à mão, querida? Você tem certeza de que eles pedem para fazer tudo à mão? Porque hoje em dia é tão comum pedirem até para mandarem por e-mail! — a senhorinha estava espantada.

— À mão mesmo. Nada digitado, datilografado ou o que seja. — Balançava a cabeça, incrédula, enquanto a mulher à sua frente piscava rapidamente, como se não pudesse entender o que ela dizia.

— Bom, se é assim mesmo… então é melhor só se conformar, né? — Ela continuava com o dedo no queixo. — Não dá pra pegar os professores pelo pescoço e fazê-los mudar as coisas, isso só ia garantir notas mais baixas. — Seu tom mudou para um mais animado instantaneamente: — De toda forma! Fora o seu cansaço, Leila, o que mais tem acontecido?

Ela lançou um olhar ao namorado, esfregando a mão na perna dele, num espécie de carinho.

— Ainda estamos com aquele estresse todo, né, amor?

— Nem me lembre disso. A senhora se recorda que a Luciana estava me acusando de ter roubado o celular dela? — a velha assentiu. — Bom, ela continua e agora deu de ficar falando isso para todo mundo da turma. E o pior é que está todo mundo acreditando!

— Nossa, Jeremias. Você tem uma fama assim tão ruim?

— Não tinha… mas pelo visto estou começando a ter.

— Ela deve estar inventando algum tipo de história… — o dedo dela voltou para o queixo. E se abaixou segundos depois. — Você chegou a ouvir alguém comentando ou alguém veio falar pra você o que ela tem dito?

— Não, ainda não. Eu estou só deixando ela falar o que quiser, eu sei que não fiz e pra mim é o suficiente. Só que é complicado, sabe, até o Roberto começou a se afastar de mim depois disso tudo. Ele não disse nada. Mas sabe como é.

— Sei, sei. Ah, Jeremias, você acha realmente que é o melhor a se fazer? Deixar ela falar e só?

Leila jogou as mãos para cima, dizendo:

— Eu já tentei convencer ele, mas ele não me escuta.

Ele olhou para as duas, nos olhos. Bufou.

— Tá bom, ok. O que é que seria melhor fazer?


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Notas finais do capítulo

Tá complicado.



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