A Voz da Luxúria escrita por Juu Seikou


Capítulo 3
Quem Entra, Quem Sai


Notas iniciais do capítulo

Rodada
3
Tema
Cheguei, bitch!



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Na cozinha, divertiram-se falando um pouco da vida alheia, sobre como os amigos dele estavam sendo folgados demais nos trabalhos daquele semestre e de como um deles já tinha deixado o grupo em má situação no semestre anterior por não ter feito a parte dele que era essencial. A velha dizia o tempo todo que ele precisava ser mais firme com as pessoas ou não conseguiriam terminar o trabalho até a data da entrega. Aquele grupo claramente precisava que alguém tomasse as rédeas e tinha de ser Roberval. E, depois desse, outros assuntos vieram, como o fato de Suzana estar bastante sumida nos últimos tempos, a festa que ele tinha ido na última sexta-feira e inclusive o preço do alho que estava absurdamente absurdo naqueles tempos.  Até que chegaram a um assunto particularmente interessante.

— Ah, você tem certeza disso? — os olhos da velha quase pareciam ansiosos para saltar da cabeça dela de tamanho espanto em que estava.

— Infelizmente, sim — o sorriso de Roberval era maldoso. — Eu, de verdade, queria dizer que era só uma mentira. Ou qualquer dessas brincadeiras estúpidas. Mas, pelo visto, não.

— E o que ela fez lá?

— Ela disse que ficou horrorizada de ser arrastada e tentou tudo o que pôde para escapar, mas que acabou sendo forçada por um dos homens lá. — Mexia na xícara vazia, rodando ela pela alça em cima do pires, de modo que o barulho agudo enchia todo o ambiente. — Eu não sei a senhora, mas eu não acredito.

— Podia até bem ser verdade, não é como se fosse impossível. Se arrastam as pessoas até pra dentro das igrejas… Mas conhecendo ela como nós conhecemos? — sua voz, nessa última frase, ficou mais aguda que a louça que se chocava nas mãos do rapaz.  — Duvido. Ela é muito bem do tipo que...

A campainha tocou. A frase parou no meio. Os dois ficaram atentos. Um sorriso sarcástico e um barulho contrariado saíram dos lábios dele. Ambos se olharam.

— Há, só podia ser. Depois de ontem… Só pode ser ela. Vindo confessar os tais "pecados". — Roberval pronunciava cada palavra com desprezo, mexendo na ponta do zíper de seu casaco, quase a ponto da arrancá-lo. — Eu devia foder ela agora mesmo.

A senhora olhou para o garoto com um quê de escárnio.

— Você não consegue nem fazer um grupo de cinco idiotas funcionar. E você mesmo é um dos cinco; pule logo a janela quando ela entrar que eu dou um jeito nessa pessoa que você chama de namorada.

Ele grunhiu. Não se mexeu enquanto ela lhe dava as costas, se arrastando para a porta da frente. Mas finalmente caminhou até janela quando as primeiras palavras foram ditas:

— Oh, querida. Mal te esperava a essas horas, o que te traz aqui logo de noite? Entre, vamos. — Ele podia ouvir um leve fungado vindo da porta.

Enquanto Luciana entrava com a dona da casa e imediatamente se dirigia até o grande sofá, Roberval saía pela janela lateral pensando na tremenda sorte que era a casa daquela velha ser justamente de esquina. E que sorte mesmo era da Luciana. Se a velha não tivesse mandado ele embora, ele teria seriamente a agredido de tanta raiva.

Mas, pudera, aquela maldita se fazendo de coitada, dizendo que tinha sido arrastada para uma orgia e violada! Como se fosse. Quem é que se deixa arrastar pra uma orgia? Quem? Só quem queria foder mesmo. Devia estar com fogo entre as pernas e deu pra todo mundo quando viu um bando de homem duro na frente dela. Ah, se ela queria ser violada, ela ia ser. Ela ia ser, mas de verdade. Ela que esperasse. Na primeira hora em que ficassem sozinhos. Na primeira.

E foi andando de volta para casa, pensando em tudo isso e em como podia se vingar; estava tentando se decidir se valia mais a pena trair ela de volta ou realmente dar-lhe um castigo decente.


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Notas finais do capítulo

Fodeu.



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