Prodígio de Titânio - Livro 2 escrita por Jojs


Capítulo 8
Mas não tinham nos rejeitado?!




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Os passos eram pesados e rápidos, a cada corredor virado parecia que a ameaça estava mais perto, não adiantava o tanto que ela corresse, nunca parecia realmente suficiente, a energia que surgia das suas mãos parecia falha, pois os portais não se abriam com facilidade, era o mesmo sonho noite após noite, que Lila não conseguia sair, sempre terminava do mesmo jeito com ela em um beco e as sombras cada vez mais próximas até consumí-la e ela acordar assustada em sua cama, mas dessa vez era diferente, a energia era mais forte, talvez o desfecho fosse diferente enfim.

— Vamos lá, pegue! — Ela gritava enquanto corria pelos corredores. — As faíscas entre os dedos não ajudavam em nada a propagar o portal. — Isso que dá não treinar.

A reclamação dela era pertinente, os seus portais nunca eram certos, a faziam se sentir um pouco mal e também bem tonta, mesmo estando ciente de que aquilo era um sonho ela não hesitou, continuou a correr e olhar para trás para ver as sombras tomando o corredor, sombras que chamavam seu nome e expeliam uma fumaça turva que por pouco não chegava nela, uma fumaça abafada e que parecia emanar um calor, as faíscas pareciam aumentar mais e mais, o sorriso no rosto de Lila sumiu ao ver as sombras tão perto, mas voltou a surgir quando esticou as mãos a frente e o portal se abriu, a única coisa que ela foi capaz foi pular dentro dele.

O impacto assustou Lila, quando ela abriu os olhos estava sob a mesa da cozinha de algum apartamento, ainda agitada ela olhou em volta a procura de alguma coisa, estava com seus cobertores, inclusive metade dele estava pendurado no teto, saindo da parede como se ela tivesse o atravessado, estava de pijama e olhava estática para tudo a sua volta. Os olhos de Lila miraram em alguém quando a luz se acendeu e um alívio percorreu-lhe pelo corpo quando viu Angélica em pé ali tão assustada quanto ela.

— Como você … — Angélica olhou o teto e viu a coberta da sobrinha presa no mesmo, ela apenas suspirou. — Venha, vamos deitar lá no meu quarto.

— Obrigada. — A jovem falou esticando a mão para tia.

Lila desceu com cuidado, duas costas doíam e ela agradeceu por ser uma mesa de madeira e por estar vazia ou poderia ter se machucado seriamente ao cair. Ela seguiu abraçada a tia até o quarto, deitou-se na cama e ainda estava um pouco atônita com o que tinha acontecido, ela não sabia bem como tinha parado ali, aqueles sonhos eram tão reais, mas ela imaginou que fossem só isso, sonhos, não achou que seu portal fosse jogá-la em algum lugar, com sorte foi na casa de sua tia e não em um lugar mais perigoso.

— Quer me contar alguma coisa? — Angélica perguntou organizando os travesseiros para sobrinha. — Você sabe que pode me contar qualquer coisa não é?

— Eu não lido bem com os portais e eu estava tendo aquele sonho de novo, só que dessa vez foi diferente. — Lila levava as mãos ao rosto tentando conter a tremedeira ainda presente. — Geralmente as sombras me pegam, dessa vez eu consegui abrir o portal, mas do que adiantou fugir se eu realmente abri um, sorte que vim parar aqui.

— Calma, calma. — A mulher mais velha abraçou a mais jovem para acalmá-la. — O sonho é só algo da sua mente, e de forma inconsciente ativou o seu poder, mas tem que haver algum motivo pra parar aqui.

— Eu pensei nela tia. — Lila sorriu de forma grandiosa. — Eu pensei na minha mãe, queria estar em um lugar que eu soubesse que ela gostaria de estar, com alguém que ela amasse e me sentir segura, de alguma forma eu vim até você.

— Isso é ótimo, mas agora eu preciso que você durma. — Angélica falou beijando a testa dela. — Eu vou ligar pro seu pai e avisar que você está aqui, ok?

— Ok. — Lila sorriu se ajeitando no travesseiro.

Angelica chegou a abrir a boca pra falar de Samantha e como a ligação de mãe e filha era forte mesmo com o passar dos anos, quando Sam ainda era viva ela costumava ir a aquele apartamento para se sentir segura, era de uma tia delas que acabou ficando de herança para Angelica quando a mesma morreu, a promessa que tinha feito a Tony sobre manter tudo sobre Sam o máximo de distante possível ainda era vigente, então ela só deixou a sobrinha dormir um pouco e foi comunicar ao pai da mesma sobre onde ela estava.

Os dias passaram e os pesadelos aos poucos sumiram, toda vez que Lila tinha algum tipo de sonho ruim ela pensava na mãe e parecia que as coisas se aliviavam, também havia todo o projeto da nova torre Stark que a deixava animada, seu pai, Pepper e ela tinham planejado tudo aquilo, as mulheres assumiram a maior parte criativa do projeto e Tony ficava com a mão na massa, um trabalho de família pode-se assim dizer.

Naquela noite estava tudo pronto para fazer da torre Stark auto sustentável, Tony tinha partido com a armadura para só ajustes finais enquanto Lila e Pepper olhavam a tela que mostrava todas as estatísticas e informações, a mais jovem sorria ao ver o projeto que a ruiva tinha idealizado ganhar forma de uma maneira tão positiva, ela estavam em aparente silêncio e Tony também, isso era estranho.

— Pai? Como está aí? — Lila perguntou a tela. — Conseguiu encontrar o que queria?

— Sim, tudo certo. — O Stark respondeu. — Já que está tudo bem a folga é por conta de vocês. Pepper? Está aí?

— Sim, estou. — A ruiva respondeu encarando a dela concentrada. — Desconectou a transmissão? Estamos auto suficientes?

— A Torre Stark está prestes a ser mais um exemplo de energia auto suficiente. — Tony se gabou do trabalho que tinha acabado de fazer. — Lila está tudo como pensamos? Cada cálculo?

— Eu estou envolvida no projeto, claro que está tudo certo, eu não erro um cálculo.  — Lila revirou os olhos saindo de perto da bancada e chegando no sofá. — Vai dar certo, gente.

— Bom, está assumindo que o reator Arc Realmente vai funcionar. — Peper comentou olhando para Lila.

— Eu assumo, ligue agora. — Tony respondeu do outro lado da linha.

Peppper estava temerosa, aquele era de fato o projeto da sua vida, meses de pesquisas, cada cálculo feito e refeito muitas vezes, para gênios como Tony e Lila era extremamente fácil, mas pra ela ainda era complicado algumas coisas, se esforçava cada dia mais para ser parte do mundo deles. Olhou uma última vez o painel para ter certeza que estava tudo perfeito, era só ligar, vamos Pepper, porque sua mão está tremendo? Era o que ela se perguntava.

— Como está? — A ruiva perguntou a Tony.

— Que nem o Natal, mas com mais de … — Ele fez uma pausa. — Mim!

— Lembre-o que o nome da torre também é meu. — Lila reclamou se levantando e se aproximando de Pepper.

— A campanha de conscientização tem que ser extensa, precisamos falar com a mídia. — Pepper já tomava nota no celular do que tinha que fazer. — Amanhã vou a Washington cuidar dos outros três prédios.

— Pepper está acabando comigo, o momento lembra, aproveita o momento. — Tony resmungou do outro lado da linha e Lila balançou com a cabeça.

— O Connor está louco mandando mensagem, diz que consegue ver do prédio do Sr. Fairchild a fachada e está incrível. — Lila mostrava a Pepper as mensagens.

— Garotas, estou indo. — Tony anunciou.

— Ah! Vem cá pra eu aproveitar. — A ruiva falou com um sorriso sacana no rosto que levou a Lila a fazer uma careta. — O que?

— Vocês dois são nojentos. — A mais jovem mantinha a careta voltando para o sofá de antes.

A viagem por cima dos prédios era ótima, mas Tony tinha duas mulheres incríveis esperando por ele na torre, a mulher que ele estava amando e queria ser feliz ao seu lado, mesmo que tivesse pensado por anos que ser feliz com uma pessoa só fosse impossível. A outra era sua filha, a que ele levou muito tempo para finalmente conseguir conquistar, com quem passou altos e baixos e agora lá estavam eles, mais juntos que nunca.

— Sr. o Agente Coulson da SHIELD está na linha. — JARVIS anunciou assim que Tony pousou na entrada da torre e a armadura já estava sendo tirada do seu corpo.

— Diz que eu não tô. — Ele respondeu de imediato. — Aliás eu tô fora.

— Tio Phil? — Lila perguntou se levantando. — Permita a entrada dele.

— Sr. sinto muito, mais ele insiste. — JARVIS respondeu.

— Sem estresse JARVIS, tenho um encontro. E você … — Ele apontou para a filha no sofá. — Podia descer lá e despachar ele não acha?

— Podia? — Lila perguntou movendo as sobrancelhas. — Ele não viria a toa.

— Não importa. — Tony respondeu quase em sussurro a Lila que riu.

A jovem Stark voltou a olhar para o celular e pouco depois se levantou para ir em direção ao elevador, se Phil queria alguma coisa ela mesma poderia resolver, talvez fosse só vê-la e nada mais, então ela parou de conversar com Connor sobre um jantar ou algo do tipo e foi ver o que o agente tanto queria. Pepper e Tony ficaram então sozinhos, o Stark queria aproveitar, mas a ruiva estava bastante focada no projeto, o que para Tony a deixava extremamente sexy diga-se de passagem.

— Os níveis estão ok. — Pepper comentou baixo um pouco temerosa. — Eu acho.

— Claro que estão, eu participei diretamente. — Tony comentou com um sorriso levando a mão ao queixo em seguida. — O que me leva a próxima pergunta: Como é ser um gênio?

— Sei lá, Tony, como eu posso saber? — Pepper riu deixando a cabeça inclinar pra trás, mesmo anos ao lado dele ainda não a faziam ficar imune as piadas

— Como assim? Tudo isso veio de você. — Ele gesticulou falando do prédio inteiro.

—Não. — Ele ao censurou de imediato apontando para o objeto no peito dele, o reator Arc. — Tudo isso veio disso.

— Dê um pouco de crédito a você, a torre Stark é seu projeto, fique … — Ele parou para pensar um pouco. — ... com 12% do crédito.

— 12%? — Pepper pareceu indignada e só riu se afastando dele.

— Eu não achei ele, será que já subiu? — A figura de Lila apareceu vindo do elevador ainda com celular em mãos e vendo algum vídeo que parecia ser de gatinho. — O que eu perdi?

— É, a gente pode chegar a 15. — Tony tentou negociar segurando a ruiva pelos ombros que logo se separou dele.

— 12% do meu projeto? — Ela riu olhando para Lila. — Seu pai quer me dar apenas 12% do prédio.

— Eu espero ganhar pelo menos 25%, já que Stark também é meu nome. — Lila falou erguendo e abaixando as sobrancelhas. — E eu ajudei para caramba.

— É, mas eu fiquei com o trabalho pesado, literalmente eu peguei no pesado. — Tony tentou mais uma vez falar com a dupla, Lila estava de braços cruzados e Pepper enchia uma taça de vinho. — Está A. Stark na escritura, não L. Stark.

— Ah! — Pepper pensou em falar algo mas desistiu em seguida.

— Eu desisto dele. — Lila ponderou com a cabeça vendo seu celular piscar para mais uma mensagem de Connor.

Lizandra estava passando por dias bons desde o ocorrido na casa de sua tia Angélica, estudar com Connor como nos velhos tempos era bom, o projeto da torre Stark a manteve elétrica e ativa por mais tempo possível e ela queria ajudar no das outras torres, Tony também gostava de vê-la assim feliz, na sua melhor forma, mesmo que ficasse com os dois olhos abertos para a presença de Connor, mesmo que eles se conhecessem desde crianças, nem mesmo Steve Rogers parecia ser capaz de vigiar a sua filha, maldito idoso, dizia Tony.

Pepper divagava como a relação entre Starks tinha melhorado, era como ela e Happy conversavam as vezes e até como ela mesmo tinha dito a Angélica uma vez, eles só precisavam de tempo juntos, assim resolveria tudo, o projeto por mais que fosse dela também era dos dois, Lizandra e Tony, Lila inclusive muito mais que o pai, Tony deu uma recuada e deixou que ela tomasse a dianteira ao lado da ruiva

— Desculpa, mas o problema com a segurança foi culpa sua não foi? O meu elevador …

— O nosso elevador você quer dizer. — Pepper riu olhando para Lila em seguida.

— Ele nunca se lembra. — Ela nem se deu ao trabalho de olhar pra ruiva ou pro pai para responder.

— Estava cheio de operários suados. — Tony comprimiu os lábios por um momento. — Depois eu vou pagar pelo comentário dos 12% de uma maneira sutil né?

— Não vai ser tão sutil. — Pepper confirmou.

— E meus 25%? — Dessa vez foi a voz de Lizandra a chamar a atenção da dupla.

— Vamos negociar 8% e olha lá. — Tony comentou encarando a filha. — Olha só … No próximo prédio vai estar escrito Potts na torre.

— Na escritura. — Pepper sorriu dando mais um gancho que Lila fez questão de parar o que fazia para observar.

— Ai! — Tony afastou a taça de Pepper fazer uma careta. — Liga pra sua mãe e dorme comigo.

Então os três riram daquela situação, tudo a seu tempo, Lila sabia que no fim das contas a sua porcentagem não importava, ela ainda era a única herdeira daquele império e a não ser que estivesse disposta a cuidar de cada número depois da vírgula ela não se arriscaria em pedir algo maior do que 8% ou insistir nesse número que já sabia que era grande por natureza, mas obviamente alguém não concordava.

O relacionamento com Tony foi natural, era cumplicidade que eles tinham e que havia se tornado algo muito mais forte com o passar dos anos com certeza, Lila via isso, Tony sentia e Pepper sabia, mas ela queria crescer com ele, ter o seu próprio império, mesmo que fosse atrelado ao sobrenome Stark que ela fosse virar Virgínia Potts Stark um dia, queria que seu nome fosse conhecido, todos eles sabiam disso e tinham uma noção de como ela se sentia.

— Senhor, telefone. — JARVIS interrompeu a conversa do trio. — Receio que meus protocolos estejam sendo ativados manualmente.

— Stark, precisamos conversar. — Phil insistiu

— Você não disse que ele não estava lá embaixo mais? —  Tony resmungou olhando para Lila.

— Eu disse que não achei. — Ela comentou se aproximando do pai. — Vê o que o tio Phil quer logo.

— Ele não é seu tio e não. — Tony sentia um pouco de ciúme da relação da filha com o agente da SHIELD, mas nunca ia assumir. — Aqui quem fala é um modelo de vida artificial Tony Stark por favor deixe um recado.

— É urgente. — Coulson insistiu, Lila e Pepper só riam.

— Então deixe urgentemente. — Tony respondeu desligando a chamada.

Pouco tempo depois as portas se abriram, como se Phil Coulson ignorasse totalmente o que Tony Stark tinha acabado de lhe dizer, Lizandra foi a primeira a se dirigir ao agente com um sorriso no rosto e braços abertos, não via Phil com constância, então aproveitar as visitas rápidas dele era o que ela mais poderia fazer quando o via, bem queria a jovem Stark que fosse como nos velhos tempos, já Tony revirou os olhos e encarou Pepper.

— Invasão, sua culpa. — Tony falou olhando para Pepper. — Ou sua. — Dessa vez para Lila.

— Ele sabe entrar em lugares. — Lila falou encarnando Phil.

— Sr. Stark. — O agente falou formalmente.

— Phil, pode entrar. — Pepper respondeu com um sorriso vindo recebê-lo.

— Phil? — Tony torceu o nariz vendo a intimidade da amada com Phil Coulson.

— Não posso ficar. — Phil receou em dizer olhando para Lila em seguida. — Desculpe querida, quem sabe outro dia tomamos um café.

— Agentes podem não ter outro dia. — Ela respondeu usando uma frase do próprio Coulson e se afastando para perto do pai.

— O primeiro nome dele é agente. — Tony ainda protestava pela intimidade de Pepper com Coulson.

— Entre, estamos comemorando. — A ruiva sorria e Lila confirmava erguendo uma taça de champanhe que tinha acabado de encher.

— Por isso ele não pode ficar. — Na verdade Tony pedia mentalmente a Lila para que levasse Phil dali e fosse com ele.

— Você é nojento. — Ela resmungou bebericando da taça e olhando o pai.

— Precisa dar uma olhada nisso, assim que possível. — Coulson esticou uma pasta para Tony, Lila ficou na ponta dos pés de forma involuntária para ver o que era.

— Não gosto que me entreguem coisas. — Tony respondeu, com todos os dias do mundo ele tinha que escolher logo aquele? — Não mesmo.

— Adoro que me entreguem coisas, vamos trocar, brigada. — Já Pepper sorria, sabia que Phil não iria lá a toa.

Pepper foi a primeira a pegar a pasta da mão de Phil e entregar-lhe a sua taça, em seguida fez o mesmo com Tony, tomando a taça de suas mãos e dando ao Stark a pasta que antes estava com Coulson, ela ainda aproveitou para bebericar na taça que antes era do amado. Em seu encalço estava Lila, curiosa com toda a situação, poderia ler mentes, mas definitivamente não sem uma boa razão, as coisas se esclareceram naturalmente ali.

— Oficialmente o horário de consultoria é de 8 às 17h todas as quintas. — Tony declarou tentando devolver a pasta, mas Pepper impediu com o braço.

— Olha, eu faço consultoria fora do horário, pra você é de graça dessa vez. — Ela piscou tomando a pasta das mãos do pai e depois o vendo tomar de volta. — Ei!

— Isso não é pra você. Ou melhor … Só pra você. — Phil já se corrigia e não gostava nada da ideia de meter Lila nisso. — Isso também não é consultoria.

—  É sobre os vingadores? — Pepper perguntou levando as mãos a boca ao receber olhares indelicados da dupla Stark. — Eu não sei nada sobre isso.

— Ah! Achei que a iniciativa vingadores tinha ido pro lixo. — Tony resmungou se afastando com a pasta e tendo Lila em seu encalço.

— Eu nem sabia disso também. — Pepper continuou parada a frente de Phil e balançou a cabeça de forma positiva.

— Aparentemente eu sou volátil, egocêntrico e não trabalho bem em equipe. — Tony reclamou ainda resistente a ideia de ver aquilo.

— E eu era vista como intransigente, com estresse pós-traumático e incapaz de seguir ordens que contrariem a minha vontade pessoal. — Lila parecia muito mais ofendida que o pai com a situação.

— Isso eu sabia. — Pepper confirmou com a cabeça, era a mais pura verdade.

A dupla já se aproximava da bancada e Tony abria a pasta enquanto Lila conectava as informações de um pequeno aparelho tecnológico na grande tela projetada a frente que antes aparecia os dados sobre a torre, a jovem Stark via as cenas a sua frente sobre outras pessoas, não havia só seu pai e ela ali, havia também Steve, Bruce, a agente Romanoff e outras pessoas também, o seu olhar percorreu a sala até encontrar Phil novamente.

Já Tony olhava sério pra aquilo, obviamente não havia o chamado para apenas um Stark, havia para dois e sua cabeça doía por causa disso, tudo que ele menos queria era envolver sua filha em algo como a Iniciativa Vingadores, com a SHIELD, ele prometeu a si mesmo e ao holograma de Samantha que iria manter sua filha longe disso, mas aparentemente Phil não concordava, ou talvez fosse só diferente de Lila e seguisse ordens  que passavam por cima de sua vontade pessoal.

— Não se trata mais de perfis de personalidade. — Phil anunciou vendo a cara dos Stark ao olhar o material.

—Tanto faz. — Tony respondeu maneando a mão. — Srta Potts, pode dar um pulinho aqui?

— Já volto. — Pepper ergueu o indicador para Phil se afastando.

Tudo que Tony menos queria era se envolver naquele tipo de coisa, enquanto via Pepper caminhar em sua direção os seus olhos encaravam os de Lila e ela não precisava usar nenhum poder para saber o que o pai tinha visto ali ou o que ele achava, a severidade estampada em sua feição contava tudo que ela precisava saber, mas Tony também era ciente que a sua filha seria irredutível, Lila não era um soldado, não era uma agente da SHIELD, ela só era uma garota inteligente e nesse ponto ele também era, não poderia meter os dois nisso.

— Eu achei que fôssemos aproveitar o momento. — Tony falou segurando Pepper pelos ombros.

— Só 12% do momento. — A ruiva respondeu.

— Ou 8% dele. — Lila sorriu se virando para os dois.

— Isso tá parecendo sério, ele ta nervoso. — Pepper se virou por um instante para ver Phil que estava sério esperando uma resposta.

— Como é que você sabia … Que negócio é esse de Phil? — O Stark fez uma careta olhando para ela.

— E o que é tudo isso? — Ela perguntou virando-se para Lila como se perguntasse a mais jovem.

— Isso é … Isso! — A tela se expandiu e mais e mais imagens estavam expostas para a visão dos três, deixando bem claro do que se tratava.

Era mais sério, MUITO mais sério, do que pensavam, o cruzar de braços de Lila acompanhou o olhar de Tony para a tela, os punhos dele tocaram a mesa e ele só conseguia ver imagens do Homem de Ferro, de outras pessoas e Lila na SHIELD, maldita hora que a deixou ir naquele lugar, agora sabia que ela o olhava lendo sua mente e balançava a cabeça de forma positiva como se não concordasse com a posição do pai, sempre teimosa como a mãe, isso vai acabar matando-a ainda, sob aquele pensamento ela riu e desviou o olhar, Tony odiava quando ela entrava em sua mente sem permissão.

— Vou pegar o jato pra Washington hoje. — Pepper anunciou

— Amanhã. — Tony queria aproveitar a noite.

— Nós temos muito pra fazer, muito trabalho mesmo. — Lila indicou com a cabeça para Tony e Peper concordou.

— Mas e se não tivéssemos? — Tony perguntou olhando a filha e depois a Srta. Potts

— Se não tivesse? Quer dizer quando acabar? Bom, aí eu … — Ela ficou na ponta dos pés para falar algo que Lila queria não ter ouvido.

— Eu ainda vou vomitar perto de vocês. — Ela fez uma cara de nojo olhando a tela novamente. — Vou mesmo.

— Fechado, boa viagem. — Tony sorriu beijando Pepper e depois se virando para Lila. — Espero que não planeje dormir essa noite.

— Não planejo. — Lila não exibia um sorriso no rosto e isso preocupava Tony. — Queria que fosse só diversão, como nos velhos tempos.

— Será depois que isso acabar, prometo. — Tony comentou colocando a mão sob o ombro da filha. — Agente eu só tenho uma condição, ela não vai a campo, de modo algum.

— Pai … — Lila encarou Tony como estivesse o repreendendo com o olhar. — Você sabe que eu …

— Não! Você e seus poderes vão ficar fora de ação. — O olhar de Tony voltou para Phil que até mesmo agradecia mentalmente aquele pedido. — Estamos de acordo?

— Estamos. — O agente respondeu com um menear de cabeça.

— Agora enfim podemos nos dedicar a isso. — Tony encarou Lila que ainda estava com uma feição pouco amigável. — Vamos?

— Vamos! — Dessa vez um curso sorriso.

— Bom trabalho aos dois. — Pepper comentou com um sorriso e já se afastando.

Pepper e Phil saíram juntos pelo elevador comentando sobre alguma coisa da vida dele e sobre pegarem um jato juntos para Washington, unido o útil ao agradável, já Lila e Tony ficaram olhando a tela e vendo as informações que precisavam saber, a Iniciativa Vingadores havia os rejeitado, mas agora estava ali precisando deles, era complicado, o ego de Tony e seu bom senso diziam para negar, mas ele sabia que o mundo precisava dele, mas do que isso, que sua filha precisava.


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