Prodígio de Titânio - Livro 2 escrita por Jojs


Capítulo 5
Fluxo Asgardiano




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Lila olhava para a tela do computador a mais de vinte minutos sem ter uma só ideia, o que pra ela era algo difícil, ela sempre estava pensando em alguma coisa, ela tinha dito a Bruce que teria algo para respondê-lo, mas passado algumas semanas ela ainda não tinha nada para dizer pra ele, se bem que Bruce vinha evitando as suas ligações então até mesmo ele deveria estar com algum tipo de preocupação.

A garota Stark deslizou o seu olhar pelo quarto até encontrar Connor deitado sobre a cama olhando algum dos livros sobre direito, Connor tinha entrado para faculdade assim como seu pai e seu avô, não que aquilo fosse realmente o que ele queria, mas era confortável para ele, era uma posição que tinha ciência que poderia crescer na vida e sabia que de fato não era ruim. Lila se deitou do lado dele olhando o livro, pela face de Connor ele estava com dificuldade em entender alguma coisa, mas ao ver que ela o olhava o garoto fechou o livro.

— Nem pense nisso. — Ele suspirou. — Eu posso fazer sozinho.

— Você tem medo que eu te machuque? — Ela riu quase em tom de deboche do amigo e tomou um travesseiro na cara. — Ora seu …

— Você que não pense que vou pegar leve com você só porque tem poderzinho. — Ele mostrou a língua em tom de deboche. — Pra mim você ainda é a mesmo Lila de sempre.

— Mas eu sempre fui a mesma Lila, bobão. — Ela ocupou um lugar ao pé da cama. — Então onde nós …

A garota iria perguntar sobre onde eles iriam jantar naquela noite, mas uma dor de cabeça fortíssima atingiu-lhe de imediato, Lila nunca tinha sentido algo como aquilo, aquela dor era diferente, mesmo que não fosse a mais forte que ela sentiu, mas ela latejava de uma maneira anormal, mas o pior eram as vozes! Ah! As vozes … Lila tinha se livrado daquele mal de ouvir vozes alheias a semanas, ela conseguia controlar, mas não aquela voz.

— Aquele que empunhar este martelo, se for digno … — A voz dela repetia junto com a outra na sua cabeça. — Receberá então o poder de …

— Lila? — Connor a sacudiu e foi como se a conexão fosse rompida. — Fala comigo!

— Connor? — Ela estava ofegante, bastante ofegante, como se tivesse corrido uma maratona inteira em pouco minutos. — Você ouviu aquela voz?

— Eu ouvi você falando algo estranho. — Ele estava visivelmente preocupado. — Ta tudo bem?

— Ta sim, vamos sair pra comer. — Ela se levantou ainda com a mão na cabeça, Connor queria intervir, mas até ele entendia que ambos precisavam de um pouco de ar.

Os dias após aquilo passaram devagar, Lila tentava estudar um pouco o que Bruce tinha mandado em seu aniversário, mas as dores de cabeça eram frequentes, aquela voz não havia entrado em sua mente da mesma forma que o homem roxo, na primeira vez ele falava só com ela, ela o via também, como uma interação direta, mas agora com aqueles poderes e a nova interação ela só ouvia uma nova voz, o final ainda batucava em sua cabeça, os poderes de quem ele se referia?

As noites de sono eram mais e mais curtas, sem nenhuma imagem, era apenas um breu em que sua mente entrava sem que ela pudesse, pelo menos, desconfiar do que significava. Em alguma vezes ela ouvia uma voz, um homem que gritava e dizia para não irem atrás de Thor, que ele estava perdido, que o pai de todos estava em um leito profundo no momento, que Asgard estava em novas mãos, ela não sabia o que isso significava.

Tentou falar com Bruce, ele estava na Malásia a última vez que atendeu seu telefonema, tirou dúvidas de Lila, mas ela não falou com ele sobre os seus sonhos, Lila ajudava seu pai no laboratório, mas Tony também desconhecia todo e qualquer fato sobre os sonhos estranhos, ela não queria acreditar que tinha alguma relação, não poderia ter, naquele momento no laboratório eles riam juntos sobre um relatório que Fury tinha passado a Tony, sobre a Iniciativa Vingadores, os nomes de Lila e Tony estavam juntos e grifados em vermelho em um relatório assinado por Natasha Romanoff.

— Então esse é o nome dela? — Lila perguntou com uma risada enquanto Tony calibrava uma das armaduras. — Vamos ver o que ela diz sobre você.

— Eu não tenho a mínima curiosidade. — Tony revirou os olhos. — Na realidade eu já sei o que tem aí, o Fury me mostrou.

— O Sr. Stark apresenta comportamento compulsivo. — Lila lia e olhava para o pai. — Completamente verdade.

— Em minha defesa isso foi semana passada. — Ele estreitou os olhos e encarou a filha.

— Essa manhã. — Ela falou entre risos e Tony abriu a boca para responder e fechou. — Com tendência a ser auto destrutivo, ela também tem razão e não vem com essa desculpa de que você estava morrendo.

— Para de ler minha mente e leia o relatório. — Tony apontou pra ela com uma chave de fenda. — A parte do narcisista eu até concordo.

— Não tem como discordar também. — Ela virou a página para ler mais. — Relatório para Recrutamento da Iniciativa Vingadores, Homem de Ferro aprovado, Tony Stark reprovado?

— Esse absurdo aí mesmo que você leu. — Os olhos de Tony reviraram lembrando da conversa com Fury. — No fim das contas seria só como consultor, mas olhe o resto, tem sua ficha também.

Lila também segurava a risada, não é como se seu pai quisesse mesmo fazer aquilo e ser um herói, não era do feitio de Tony, mas olhando ali nos olhos dele ela via que ele não ficou nada feliz em receber um não, ninguém dizia não para um Stark, foi o que Pepper disse umas três ou quatro vezes, mesmo que Happy afirmasse que isso só elevava o nosso ego, bom … Talvez fosse só isso que Tony queria com a Iniciativa Vingadores, algo para elevar o seu ego.

— Estavam pensando em mim para a Iniciativa Vingadores? — Os olhos de Lila até brilharam passando as páginas.

— Não se anima. — Tony já olhava para a armadura enquanto respondia.

— A Srta. Stark possui altos níveis de instabilidade emocional. — Tony segurou a risada enquanto Lila lia o papel. — É incapaz de estar em uma missão sem se envolver emocionalmente até com as plantas do lugar, WOW! Isso é mentira!

— Claro que não é. — Tony não aguentou e riu. — Essa aí é falsa, a última do relatório é a verdadeira, mas amei sua cara.

— Engraçadinho. — Lila revirou os olhos. — Srta. Stark apresenta um quadro de estresse pós-traumático que foi agravado pelos meses em que passou em coma, isso é exagero da parte dela.

— É mesmo? — Tony continuava cuidando da armadura. — Você dorme mal, não se alimente bem, teve dois ataques de pânico nesse mês, está usando o laboratório como escape para seus problemas.

— Pai. — Ela e Tony se olharam por alguns minutos. — Sua personalidade tem traços narcisistas e egoístas, pouco compatível para conduta em grupo, apesar do aparente brilhantismo em caráter particular.

— Uma patada camuflada de elogio. — Tony torceu os lábios. — Eu adoro o que vem a seguir quando ela diz que isso é …

— Um traço genético dos Stark. — Eles falaram juntos.

— Que idiotice. — Lila jogou a pasta sobre a bancada. — O que isso significa?

— Não é óbvio? Você também não foi aceita. — Dessa vez Tony segurou o riso. — É melhor assim, isso de grupo é muito coisa de super amigos, ultrapassado.

— É tipo essa sua armadura. — Lila resmungou se levantando de onde estava e saindo do laboratório.

Tony riu a vendo sair do laboratório, Lizandra nunca lidou muito bem com a negação, na verdade ela sempre teve tudo que quis e isso só se agravou quando a relação dela e de Tony melhorou no passar dos anos, ela realmente não tinha a palavra não no seu dicionário. O que o Stark tinha dito não era errado ou precipitado, Natasha tinha razão no relatório dela e Lizandra sabia disso, tanto sabia que achou melhor cochilar um pouco depois daquela conversa e até mesmo tentou colocar o sono em dia nos dias que tardaram, não que isso fosse fácil.

Em uma das noites ela dormia tranquilamente até que aquele sonho aconteceu de novo, sobre alguém que não era digno, as mesmas palavras que ouvira quando Connor estava com ela em seu quarto, mas dessa vez não foi como antes, a última palavra havia sido dita e ela acordou de supetão, assustada, suada e trêmula, ela procurava o celular enquanto repetia o nome mais de uma vez para fixar e não se esquecer, ela não sabia porque precisava ligar para aquele número, mas ela só precisava ligar e quanto ele atendeu com uma voz sonolenta ela sabia que era a pessoa certa.

— Thor. — Ela soltou ainda ofegante. — O nome dele é Thor e o martelo é o Mjölnir.

— Lizandra? — Phil olhou para o telefone e viu a hora, eram quase quatro da manhã. — O que você está falando? Se acalme.

— Eu não sei porque estou te ligando tio Phil, eu só sei que eu tive um sonho estranho e meu poderes … — A garganta estava seca. — Esse nome lhe é familiar? Thor?

—… — O silêncio pairou do outro lado da linha e Phil sabia que não poderia esconder a verdade dela. — Liz eu vou pedir um agente para entrar em contato com você amanhã, você precisa ver uma coisa.


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