Prodígio de Titânio - Livro 2 escrita por Jojs


Capítulo 12
O Diário Póstumo de Phil Coulson




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Todos estavam exaustivamente cansados, costas doendo, corpos em uma velocidade parecendo diferente do normal, haviam perdido o Dr. Banner, Thor, Natasha estava ainda com o olhar meio confuso e Clint na enfermaria com um enorme galo na cabeça, mas o que deixava Nick mais encucado ainda era outra coisa, ele andava de um lado a outro esperando que os que sobraram chegassem para se reunir, Tony, Steve, Hill, Natasha e Lila, apesar da agente saber o que houve, ela havia ficado em silêncio sobre Coulson.

As figuras ocuparam lugares distintos em torno da mesa, todos calados e quietos, Lila com uma blusa muito maior que ela, a garota puxava às mangas e Nick se arrependia por não ter a expulsado na hora que a viu na nave, aquele definitivamente não era um lugar para uma garota como ela, fosse a idade que ela tivesse, Lizandra era tão instável quanto possível, então mantê-la ali era pedir pelo caos.

— Loki levou o cetro, matou parte da nossa tripulação e quase nos jogou no chão.  — A voz rouca de Nick dizia tudo, fora um fracasso. — Temos que nos reorganizar.

— Não temos que fazer nada. — A voz de Tony foi categórica. — Olha como ficamos, olha como minha filha está. Não é a nossa responsabilidade salvar o dia, não somos nenhum tipo de super equipe de heróis, Bruce tinha razão, somos uma bomba relógio.

— Nós começamos isso, temos que terminar. — Steve se pronunciou apoiando-se na mesa.

— E quem vai nos obrigar a isso? — Tony respondeu com um rio sarcástico.

— Sr. Stark, nó… — Steve começou.

— Cala a boca vocês dois! — Lila gritou tapando os ouvidos. — Discutir não vai adiantar nada, Nick tem razão, temos que nos reorganizar.

— Você vai embora pra casa, o pai do Connor vai mandá-lo para Washington, você vai naquele avião com eles, não é uma opção, você deveria estar em casa e não nesse estado. — Em um momento aquilo virou uma discussão de pai e filha. — Dá para não se meter uma vez?

— É minha família, como eu não vou me meter. — Ela respondeu de pronto e todos ficaram em silêncio. — Falando em família, onde está o tio Phil?

O silêncio pairou, os olhos foram em Nick Fury, inclusive os de Maria Hill, ele queria que ela olhasse qualquer lugar, menos pra ele, ela sabia a resposta, então porque precisava que Fury dissesse, mas um troca de olhares entre ambos dizia a verdade, ela não precisava, mas os outros sentados em torno da mesa próxima sim, principalmente a garota que tinha sentido a falta do homem, conhecendo Lizandra como conhecia Nick temia o pior, mas era inevitável não?

— O agente … — Ele fez uma pausa longa e dramática, limpando a garganta em seguida. — Não sobreviveu ao ataque.

O interior de Lila parecia queimar em chamas, de primeira ela ficou paralisada, com olhos arregalados e um nó na garganta, não sabia o que dizer, como proceder, foi como pane no sistema, as reações das pessoas se restringiram a mãos no rosto, olhares trocados e na maioria em direção a garota, como se esperassem que ela reagisse e estivessem preparados para contê-la, esperando só um só sinal.

O ranger baixo da cadeira foi o único sinal ouvido, todos ainda a encaravam, o coração de Lila estava a mil, os olhos agora arregalados não sabiam muito bem o que ver, pareciam meio borrados. As lágrimas dela caíram como um rio sob a mesa, as mãos contraíram-se em punhos cerrados quando ela já estava de pé, em prantos e sem se mover, a mão de Tony tocou o ombro da filha, mas ela empurrou-o fuzilando-o com o olhar.

— Ele vai pagar por isso. — A voz chorosa dela era mais assustadora que comovente. — Vou esmagar o Loki como uma formiga.

— Liz … — Tony tocou a filha novamente. — Não é assim que as coisas são feitas, não podemos agir por puro impulso. Temos que bolar um …

— Plano?! — A risada torpe vinha em meio às lágrimas, o que assustava.

Tony, que novamente tinha recolhido a mão, tentou abraçar a filha, ela estava sofrendo com o luto, precisava de conforto, de segurança, mas ao tentar fazer isso é jogado com força para trás, apesar de ser o principal alvo e se chocar contra uma das paredes, todos os outros sentiram o impacto da energia emanada pelos poderes dela, Lizandra no entanto não gostou nada do que fez.

Ela olhou para as próprias mãos, tremendo e temendo, seus poderes não costumava ser assim tão voláteis, ela viu Thor ajudando Tony a se levantar, Hill ficou receosa em se aproximar, via Lila com medo do que poderia fazer com os outros, os sentimentos pareciam mudar rápido dentro dela, já que rapidamente ela identificou Nick a uma certa distância e o medo pareceu diminuir para dar lugar a raiva.

— Cansei dos seus planos, eu vou acabar com isso! — Resmunguei. — Você asgardiano, a culpa também é sua, se você tivesse contido a porra do seu irmão nada disso teria acontecido, ele tem alguma fraqueza? Tem que ter, FALE!

 

— Não é bem assim, Loki é maluco, mas é de Asgard, a mente dele está além da compreensão. — Thor ergueu as mãos tentando amenizar a situação. — Ele será julgado pela justiça asgardiana.

— Você não entendeu, você VAI falar, loiro! — Ela trincou os dentes e as coisas levemente flutuavam. — Ou eu vou te fazer falar.

— Liz … — Tony interveio entrando em meio a filha e o guerreiro de Asgard. — Se acalme, seus poderes podem ser um perigo para você e todos nós.

A garota voltou a olhar as mãos, ainda trêmula, desde que tinha acordado esses poderes variavam de acordo com seu humor, haviam dias bons em que tudo era ótimo, em que usava-os para ajudar o pai, para aprender o que queria, mas também haviam dias ruins em que só queria lidar com às próprias emoções como uma pessoal normal e não como uma que poderia fazer tudo explodir com um toque. Stark tentou se aproximar de Lila, ignorando que poderia se machucar, dando-lhe um abraço, mas o susto e a tensão fizeram com que seus poderes vissem Tony como uma ameaça, o jogando para trás.

A sorte do Stark era ter Thor por perto, o loiro asgardiano segurou Tony, mas era óbvio que ele sentira a dor ao bater com força no maior. Lila esticou a mão na direção do pai, mas via o medo em Tony, mesmo que visse o amor, a sensação de perder Phil doía muito, ele foi a primeira figura paterna que ela teve, a pessoa pelo qual ela mataria e morreria antes de todos, seu amor por Tony era forte, mas por Phil também era, ali ela sentiu o misto de luto, por perder um ente querido e o medo de perder outro por sua própria causa, além de uma quantidade razoável de raiva embebida no meio disse tudo.

— Você precisa se acalmar Lila. — Nick ergue a mão tentando intervir, haviam bloqueadores de poderes em um pequeno dispositivo entre seus dedos. — Os Vingadores e a SHIELD vão resolver isso, vamos honrar o Phil.

— Vingadores?  SHIELD? — O rosto da jovem virou-se lentamente na direção de Nick, de forma que o assustava. — Não, a SHIELD fez isso comigo Diretor Fury, me fez ter medo de mim, de onde eu ia acordar, eu não quero ajudar a SHIELD e não quero ser parte dessa sua equipe de falsos heróis.

— Querida … — Hill até então calada tentou intervir em meio a uma Lila em prantos. 

— Não Maria … — A jovem Stark foi categórica a agente que tinha um certo carinho. — Eu sei onde o Loki está, eu estive na mente dele. Vou terminar isso, pelo tio Phil.

Os presentes se mantinham calados e se não fosse por Thor, Tony tinha pulado dentro do portal que Lila tinha criado e desaparecido para onde ele não fazia a mínima de onde dava, não dera tempo de ver. Aos que sobraram na sala a raiva, muito forte, por Phil Coulson, por Lila Stark e também por Clint Barton, já que ele seguia na enfermaria depois do ocorrido, ainda zonzo por causa do efeito de Loki contra si, o que preocupava Natasha, sua amiga próxima.

Aos poucos todos eles se dispersaram, cada um para um canto, Tony olhava às turbinas de um dos lados da nave da SHIELD, tentando pensar onde encontraria a filha, Lizandra era inteligente e sabia quando não ser localizada, da mesma forma que ele sabia fazer isso, havia ensinado algumas coisas a ela e a garota aprendia muito melhor do que ele. Tony nem mesmo viu Steve Rogers chegar, ele ainda era temeroso a presença do Capitão América, cresceu ouvindo às histórias de perfeição do homem, mas não sabia ao certo se via tudo aquilo que seu pai dizia ver nele.

— Sabe onde achá-la? — A voz rouca de Rogers fez Stark virar o rosto. — Algum localizador?

— Não, ela sabe como se esconder quando quer. — E Tony odiava isso. — Se acharmos o Loki, achamos a Lila.

— E como sabe disso? — Steve a achava brilhante, como todo Stark que se preze, mas ela ainda é jovem e com poderes delicados. 

— Ela é uma Stark e ser um gênio é o que somos.  — A Tony não cabia a modéstia.

A história deles passava em sua mente uma, duas, até três vezes. Como se recapitular em tópicos o que tinha passado com Lilae tentasse montar o que ela poderia ter visto em Loki, às últimas lembranças da Torre Stark e os comentários dela vinham a sua mente, sobre o nome da Torre, na escritura e em tudo mais que pudessem imaginar, naquele instante o estalo na mente de Tony foi quase ouvido por Steve.

— Filho da puta! — Ele resmungou. — Eu sei pra onde ele foi, mas que …

— Tony? — Steve estava confuso. 

— Loki é uma diva, ele quer que todos vejam o que ele pode fazer, que destaque, grandiosidade, só há um lugar tão grandioso e brilhante na cidade …

— A Torre Stark. — Steve completou rindo.

— Sim! — Tony apertava os dedos. — E ela sabia disso. — Agora havia um sorriso no rosto dele, misto de orgulho e preocupação.

— Vou avisar ao diretor Fury. — Steve completou se retirando.

Em outro canto da cidade a figura da jovem Stark decaía sob o chão duro, o portal atrás de si era volátil e a jogou para o topo da Torre Stark, como Tony mesmo havia imaginado, ela estava fraca, cansada e exausta, aquela era uma viagem complicada. Ela se deitou de barriga para cima, olhando o céu azulado, ali mesmo desmaiou, já perdendo suas forças.


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