O Sexto Comando escrita por Mitchece


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Vamos dar um play de verdade na história? Vamos!

Gente, queria agradecer MUITO o ~carinho~ que tá rolando nos comentários. Fico extremamente feliz de ver pessoas acompanhando e comentando a história com críticas mega positivas e simplesmente deliciosas de ler.

E, pra melhorar, hoje surgiu uma recomendação que me deixou feliz pra cacete, simplesmente feliz. É muito bom receber esse calorzinho de vocês! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763346/chapter/6

Lince passou um pouco de longe pela ala dos garotos adoecidos para conseguir ver o estado de saúde de Mario, um antigo companheiro de rua. Para a sua alegria, ele já estava até de pé dando alguns passos. Depois, ela saiu do Formigueiro.

Bateu quatro vezes na porta dos fundos repetidamente, e depois mais duas vezes devagar. O guarda do Mentor abriu, analisou a garota e deixou-a entrar. Lince adorava o olhar de desconfiança dos guardas sobre ela. Caminhou até a sala do jovem Mentor que cheirava a salgadinhos. Ele conversava no celular, e, no momento em que viu Lince, desligou-o. Atrás dele estava Capulgo. Lince assustou-se ao vê-lo, mas logo depois o Mentor fez sinal para que ele saísse. Lince estranhou a presença do garoto nojento ali.

— Já tá de volta, princesa?

— Já. E com a sua encomenda – assumiu seu caráter sério de negociações. Retirou o lindo colar dos bolsos e colocou sobre a mesa do Mentor, que ficou espantado ao ver a joia.

— Cê é loco! – ele disse impressionado e pegando o colar nas mãos.  – Cê num brinca em serviço mesmo, hein!

Chegou a gargalhar e cuspir no processo.

— Eu adoro você, Lince! – disse por último. Sua risada era medonha.

— E eu gosto muito de dinheiro – ela respondeu ríspida. Gostou de ver o reconhecimento de suas habilidades.

— Certo, certo... – ele remexeu nas gavetas da sua mesa e levantou-se. Lince nunca o havia visto de pé. Ele não era tão alto e era um pouco rechonchudo, mas corpulento o suficiente para expressar força e violência. Carregava um maço de dinheiro nas mãos, dos grandes. Lince olhou-o se aproximar cada vez mais dela e parar em sua frente. – Está aqui. Três mil.

O coração de Lince chegou até a vacilar. Seus olhos brilhavam fitando o dinheiro. O Mentor estendeu as mãos com o maço para ela pegar, mas recolheu no instante que ela faria.

— Mas antes, Lince, eu preciso te pedir mais uma coisa. Para o seu bem – o jovem adulto disse. Lince ficou com raiva. Só queria o dinheiro de uma vez. – Na verdade, é um aviso.

— Pois diga logo.

— Vou dizer... Sabe, eu já tinha te dito que cê era muito eficiente e blábláblá... Bem, cê demonstrou ser mesmo. Esperava esse colar apenas daqui algumas semanas, confesso, mas já tá em nossas mãos. Eu quero que cê entre no meu melhor time, se é que me entende. Quero cê por perto, pra fazer uns trabalhos melhores e mais lucrativos.

Aquilo soava imensamente interessante.

— Então por isso o aviso – ele continuou - saia do Formigueiro por um tempo. Procure algum lugar pra passar uns dias, dá um rolêzão, aproveita tua grana. Cê vai saber quando voltar - entregou enfim o dinheiro para Lince. Ela arcou as sobrancelhas. Não estava entendendo o aviso do Mentor – Não posso te dar detalhes. Só faz o que tô falando e não conte pra ninguém. Cê sabe que pode contar comigo. Tá do meu lado agora.

— Esse colar – ela não resistiu e disse – não é nada especial para você, não é? Tem outro motivo pra você ter me mandado roubar.

Ele a encarou – Meio óbvio que cê ia perceber. Mas isso não muda nada entre nós dois, nadinha. E não tem motivo pra cê ter que saber de nada. Agora pode ir – e retornou para seu acento.

Um dos guardas pressionou Lince com o olhar para que ela se retirasse e saiu da sala com uma enorme pulga atrás da orelha. Estava em um dilema. Ignorar as intenções do bandido para ter mais dinheiro no futuro ou descobrir os planos dele.

Sua curiosidade foi maior.

Lince saiu pela porta da frente da casa e logo a contornou e ficou a espreita abaixo da janela da sala do Mentor. O sol já estava bem alto. Fechou os olhos e se concentrou na audição. Primeiro colocou a atenção da mente ao ambiente ao seu redor para notar passos ou respirações de guardas do Mentor do lado de fora da casa, mas não notara nada. Depois, colocou-se para ouvir a conversa de dentro da casa. Demorou a conseguir se concentrar, mas por fim ouviu o Mentor rindo e dizendo:

— ... onde já se viu um colarzinho tão pequeno poder causar tanta treta.

— É muito bonito também, chefe – comentou Capulgo e Lince se arrepiou. Então Mentor havia o mandado sair de lá na presença dela e retornar após ela sair. Seja o que Capulgo estivesse fazendo com Mentor tão intimamente.

— Sim, é bonito pra caralho. Mas falta ouro, tá ligado? Uma parada mais pesadona - o Mentor prosseguiu -, e sabe qual a melhor beleza dele? A beleza de poder causar uma treta do caralho... Meu consagrados – ele aumentou voz -, nós vamos ficar muito ricos. Muito ricos!

Sons de comemoração.

— Vamos assistir o oeste e o norte se destruírem enquanto a gente só lucra – voz do Mentor. – Nosso estoque de armamento tá maior do que nunca, e mais caro, obviamente. Vamos explorar esses macacos do oeste...

— Mas o rolê não é usar as formigas, Mentor? – um dos seguranças perguntou.

— Bem, tá nos planos... – ele respondeu. – Se tudo correr certo, isso vai acontecer e a nossa grana multiplica. Tá na hora da gente mandar em mais de um comando, cacete.

Lince gelou. Não sabia bem o que pensar.

— Ei! – gritou um homem do lado de Lince. Fora flagrada. – A garota tava aqui fora ouvindo as conversas ai de dentro! – ele disse alto para alertar todos os guardas.

— Pega ela! – o Mentor gritou de dentro da casa.

Lince levantou-se e correu para o terreno vazio ao lado, enfiando-se no mato. Correu agachada até alcançar a casa da esquerda, pulou para o quintal e foi para a rua. Ouviu os seguranças do Mentor atrás dela. Correu as escuras. Ia se guiando para longe, mas lembrou-se de uma pendência.

Lince cruzou até o Formigueiro tentando não ser vista pelos seguranças. Lá seria o primeiro lugar que eles a procurariam, então tinha que ser rápida. Passou feito maluca entre as crianças procurando por Oliver. Quando o viu, agarrou-o pelo braço e puxou-o para correr com ela.

— O que tá fazendo? – ele perguntou assustado. As crianças do Formigueiro olhavam para os dois com estranheza.

— Você precisa vir comigo. Vamos, corre! – ela disse desesperada.

— Ela tá lá! – um dos seguranças do Mentor gritou na entrada do Formigueiro, para onde Lince estava indo; ele segurava um enorme fuzil e vários seguranças surgiram atrás dele. Ela deu meia volta e correu para a saída de emergência do prédio, ultrapassando-a com força. Estava agora em um beco obstruído dos dois lados. O da rua por seguranças e o outro por uma pilha de carros queimados.

— Espero que seja um bom saltador – ela disse para Oliver e partiu com velocidade para a pilha de carros, escalando-a e saltando feito uma felina. Oliver seguiu-a, mas custou a realizar a proeza. Os seguranças vinham em direção dos dois e atiravam. Uma bala passou raspando pelo ouvido esquerdo de Oliver, mas sua adrenalina estava alta demais para entrar em choque. Os dois adolescentes alcançaram um campo seco e vasto. Correram para a extremidade dele, buscando sempre fugir pela frente de arbustos ou latas enormes de óleo para evitar os tiros dos seguranças.

Entraram no armazém abandonado atrás do Formigueiro. Os tiros atingiam as paredes do local e ameaçavam os dois, mas saíram pelo outro lado em segurança. Após longos e cansativos passos, os dois conseguiram uma boa vantagem de distância dos seguranças e já voltavam para uma área urbanizada. O alívio estava a poucos metros na frente.

— Estamos quase... – Lince disse, mas sua frase fora interrompida por um grito seu. A corrida da garota fora interrompida. Seus pés se atropelaram, fazendo-a dar um salto com o corpo apontado para frente e logo depois rolou pela terra seca. O tiro havia acertado-a no braço esquerdo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que tão esperando da história a partir de agora? :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Sexto Comando" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.