A nossa personagem principal apenas desligou a chama da boca do fogão para prevenir acidentes e foi ver o que estava acontecendo, o que havia causado aquele barulho. Saiu da cozinha, passou pela sala de jantar e chegou na sala de estar. Estranhou que seus pais não estavam em nenhum lugar a vista, e nem podia ouvi-los em lugar nenhum da casa.

“Ué, mas que coisa doida.” – Pensou nossa personagem se aproximando da janela da sala para ver se havia algo de suspeito na rua. Quando ela olhou pra fora, viu algo muito estranho e inesperado. Bem na frente da sua janela, no quintal de sua casa, havia um ser de luz. Um homem alto, musculoso e com um sorriso escancarado no rosto. Duas coisas passaram pela cabeça da menina naquele momento:

AHHHHHHHHHHHHH (sim, isso foi um grito)“Por que é que ele está sorrindo?”

Não, não houve nenhum pensamento com relação a invasão de sua propriedade ou daquela ser uma situação potencialmente perigosa.

Depois de alguns segundos o estranho ser de luz a viu, e erguendo a mão para acenar pra ela, disse:

“Saudações terráquea, meu nome é Noriba...”

“Noriba? Mas que nome escroto é esse?”  - Pensou nossa menina, e a partir daí ela não ouviu mais nada do que o ser interestelar disse, pois além de estar focada no fato de seu nome ser Noriba, ela tinha déficit de atenção, que tornava muito difícil focar em coisas chatas.

“Pois bem,” – Continuou falando o ser Noriba – “depois de toda essa explicação de onde eu vim e quem sou, preciso de um acompanhante para minha viagem intergaláctica para salvar o pobre povo de Blogspit, aquele planetinha pequeno e gelado que logo vai esfriar tanto que nenhuma vida vai ser possível, gostaria de me acompanhar?”

Nossa menina não entendeu nada. Então um ser intergaláctico chegou no quintal dela e queria que ela o acompanhasse numa missão pra salvar um planeta?

“Não lembro de ter usado drogas hoje” – Pensou ela, meneando a cabeça e se apressando em responder ao ser de luz em sua frente.

“Olha moço, Noriba né? Eu no momento não estou interessada em sair pelo universo salvando planetas. Além disso, tenho um TCC pra fazer e você me atrapalhou a fazer o jantar, meu ovo frito está lá na frigideira em cima do fogão esfriando. E cadê meus pais? Eles estavam aqui antes de você chegar.”

A personagem percebeu que Noriba não ficou muito contente com a resposta. Ele franziu as sobrancelhas e seu sorriso sumiu. Ela ficou com um pouco de medo, pois ele era muito musculoso (parecia que tomava bomba) e poderia machuca-la.

“Mas como não quer?” – Ele quase gritou, se aproximando da janela – “Essa é uma honra concedida a poucos e você trata isso assim? Como se não fosse nada? Que tipo de pessoa você é?”

“Eu sou uma pessoa com fome e com sono. Minhas prioridades nesse momento são comer e dormir, se não se importa.”

Ela cruzou os braços e olhou de forma desafiadora para o homem a sua frente.

“Você disse que estava fazendo um ovo frito?” – Perguntou Noriba.

“Sim... Por que?”

“Os ovos acabaram no meu planeta a anos, tenho muita saudade de comer ovos fritos, será que poderia fazer um pra mim?”

A menina olhou perplexa, crente que tinha apagado enquanto digitava o TCC e aquilo tudo era só um sonho maluco. Já que era um sonho nada de mal poderia acontecer se ela deixasse aquele cara brilhoso e musculoso entrar na sua casa, não é?

Ela destrancou a porta e o deixou entrar, indo pra cozinha preparar mais um ovo frito.