Let me love you | Dramione escrita por Imysinger


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Estava muito ansiosa para postar de novo, então decidi postar um capítulo extra pra vocês na semana!

Terça estarei de volta normalmente!

Espero que gostem! ❤️



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Meus pensamentos estavam perdidos nas últimas palavras do Milorde. “Você precisa fazer isso” “você precisa fazer”. A vida da minha família estava em jogo se eu recusasse tal comando, eu não conseguiria, mas tinha que fazer. Eu fui obrigado a fazer.

Não sentia fome durante o jantar, Pansy tentava me chamar atenção com suas carícias e mãos bobas, mas minha mente só conseguia reproduzir o mesmo som como uma fita em reprodução. “Você precisa fazer, é uma ordem.”

Blaise e Nott conversavam animadamente sobre quadribol e como estavam dispostos a entrar no time esse ano como titulares, enfrentando tudo e todos para conseguirem suas vagas, mas minha mente ainda era preenchida pela voz arrastada. “Você precisa fazer, é uma ordem. Ou eu matarei sua mãe.

Meu estômago se contorcia como um nó. Eu não suportaria ver minha mãe caída, dura, gelada na minha frente. Um cadáver. Eu não tinha escolha, eu fui o escolhido, eu precisava fazer. Senão isso demonstraria toda a minha fraqueza que há anos havia escondido. E isso o mestre não permitiria.

Ele estava lá, conversando no meio dos professores, sorrindo como era de seu habitual. Sua barba branca reluzia diante das inúmeras velas que pendiam sob o salão. As conversas animadas dos alunos invadiam o recinto, os fantasmas sobrevoavam animadamente sob as mesas e pirraça atormentava desenfreadamente o zelador Filch. Mas eu não estava prestando atenção em nada disso, meus olhos fixavam apenas em Alvo Dumbledore. Eu não conseguiria, não tinha coragem. Mas eu precisava.

Me levantei da mesa recebendo vários olhares confusos e fui em direção a sala precisa, precisava saber se realmente o plano daria certo ou eu precisaria me planejar para fazer com que tudo ocorra como deveria.

Mentalizei a sala nitidamente no fundo da minha mente e assim que abri os olhos, a porta em mármore jazia na minha frente. Respirei fundo obtendo o máximo de oxigênio para os pulmões. Entrei e vi o grande pano que cobria o armário de madeira escura. O par perfeito da Borgin e Burkes.

O armário sumidouro.

Retirei o pano que o escondia rapidamente, levantando poeira sobre toda a sala e o analisei. Infelizmente estava quebrado o que sugeria que eu precisava arrumar para que conseguissem utilizar. Isso levaria tempo, mas até o plano ser colocado em prática eu conseguiria. Tinha que conseguir.

Os passos firmes pelos corredores informava que o jantar havia acabado, eu precisava sair dali. Sem levantar suspeitas, claro. Lancei-me um feitiço de desilusão e cuidadosamente sai da sala e fui em direção ao banheiro mais próximo.

Desfiz o feitiço e entrei em um box para pensar. Sentei-me no chão com as costas apoiadas na porta e deixei minha cabeça cair de encontro com os joelhos. O que eu estava fazendo? Isso era errado, eu sabia. Se não fosse pelo meu pai, por toda política furada que ele insistia tanto em seguir.

Bati a cabeça com força na porta na tentativa de afastar os pensamentos que tanto predominavam para facilitar a minha própria loucura. Eu só podia estar louco.

A marca escura que preenchia meu braço esquerdo pulsava e se contorcia fortemente a fazendo arder, a escondi com os dedos e deixei com que algumas lágrimas se permitissem a cair. Eu estava perdido, eu não sabia o que fazer e agora não tinha mais nada o que ser feito. Eu havia acabado com a minha vida, com a minha chance de se redimir.

Minha vida passava como um filme pela minha cabeça, embora todos achassem que eu era um menino frio e calculista, meus grandes amigos sabiam que não era assim. Nós éramos o trio de serpentes. Uma cópia ridícula do famoso trio de ouro, mas era nosso. Nós brincávamos, se divertíamos, e acima de tudo éramos amigos de verdade. Blaise sempre estava do meu lado quando eu precisava de apoio – o que me estava fazendo falta agora, ele nunca me perdoaria se soubesse o que fiz – e Nott era sempre o brincalhão que nos divertia quando o clima ficava muito pesado – ele certamente iria tentar apaziguar as coisas tentando aliviar a situação – mas nada disso importava. Eu estava completamente perdido. Sem reação.

Ouvi passos vindo em direção aos box's, não percebi que o banheiro era feminino então provavelmente seria alguma garota, porém, nenhum box foi fechado, nenhuma voz feminina surgiu acompanhada de outras atrás. Soltei um soluço sem querer por conta do choro e rapidamente tapei a boca com a mão.

Infelizmente não foi o suficiente e agora Granger estava parada na minha frente, me olhando com ar questionado e pelo que me pareceu uma pontada de preocupação. Ficamos parados, um olhando para o outro, como se pudéssemos conversar apenas com o contato visual.

— Você está bem Malfoy? — Ela quebrou o silêncio enquanto sentava-se do meu lado. Não era a melhor companhia mas dava para amenizar o peso sob os ombros que tanto me cansavam durante os últimos meses.

— Não. — Disse simplesmente desviando o olhar e disfarçadamente abaixei a manga da blusa para esconder a marca. Ela não precisava ver isso, e eu não podia confiar em sua pessoa, ela ainda era Hermione Granger, seguidora do Potter.

— Quer conversar? — Ela tinha a voz doce e calma quando se dirigiu de volta para mim, até parecia que sentia pena. Eu era um Malfoy. Não precisava de pena. Isso me fez retornar aos meus instintos naturais e refiz minha máscara de desdém.

— Não preciso da sua ajuda sangue ruim. — Minha voz saiu ríspida e como um estrondo fazendo-a recuar. Perfeito. Soltei um sorriso de canto e voltei a encara-la. — Sai daqui, está me atrapalhando.

Ela me olhou com raiva e girou nos calcanhares batendo a grande porta com força.

Deixei de novo a cabeça cair sob os joelhos e passei as mãos pelos cabelos. Eu estava suado com tamanha adrenalina. Precisava de espaço.

Além de tudo, precisava agir como se nada estivesse acontecendo.

Ouvi passos vindo em minha direção novamente e como num gesto automático revirei os olhos. Sério que ela tinha voltado?

— Já disse que não preciso da sua companhia Granger. — Disse me levantando mas para a minha surpresa não era ela. Sorri tristemente ao reconhecer o rosto familiar. E com uma voz baixa ele se pronunciou.

— Eu já sei. — Blaise disse calmamente e abriu os braços para que eu me confortasse diante da situação.

E sem mais nenhuma palavra eu me depus a chorar, molhando sua camisa por inteira, mas ele não se importava. Ele sabia que eu precisava.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Queria mostrar para vocês um lado do Draco que ninguém nunca notou.

A pressão de ter que fazer coisas contra sua vontade para proteger a família, se tornar algo que não era do seu desejo para impedir a morte da sua mãe.

Enfim, me contem o que acharam e se o novo Draco os agradaram. Ficarei muito feliz com reviews.

Até terça meus amores. Beijinhos!