Meu Gêmeo Favorito escrita por The Joker


Capítulo 12
Percy, o Arrependido


Notas iniciais do capítulo

Hello people, tudo certinho?
Aqui estou eu trazendo mais um capítulo para vocês
Boa leitura!



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Pov. Duncan.

Acordei num lugar que parecia ser uma enfermaria.

Eu definitivamente estava visitando mais enfermarias essa semana do que queria visitar.

Sentei-me lentamente e dei de cara uma Annabeth preocupada olhando diretamente para mim. Seus olhos estavam levemente vermelhos. Ela havia chorado. Por quê?

— Como você está? – perguntou ela.

— Um pouquinho tonto. E tive um sonho esquisito em que o Minotauro aparecia e... – ela me cortou antes de continuar.

— Duncan, não foi um sonho.

Aquelas palavras caíram como uma lâmina fria em meu coração.

Foi tudo real. Não podia acreditar. Eles estavam mortos.

Só percebi que estava chorando quando Annabeth me abraçou forte. Retribuí a intensidade do abraço e enterrei meu rosto em seu ombro, encharcando sua camiseta. Permiti-me chorar feito uma criança por longos minutos. Quando me acalmei, Annabeth me entregou uma caixinha.

— É o que seus pais queriam te entregar. – disse ela.

— Onde o Percy está? – perguntei

— Na praia. Por quê?

— Só pra saber onde eu não devo ir. – falei – Vou até o chalé 3.

Cheguei ao chalé de Poseidon e me sentei em minha cama.

Abri a caixinha e peguei o papel que estava em cima.

“Coloque em seu celular” — reconheci como a caligrafia de meu pai.

Arranquei meu celular de minha mochila e coloquei o dispositivo rapidamente. Abri o único arquivo que continha. Um vídeo.

*Vídeo ON*

— Oi gente, tudo certo? – falou meu pai.

— Leon, você não é youtuber de moda. – minha mãe disse divertida.

— Ah! É mesmo. – Consegui dar um mínimo sorriso com o atrapalhado do meu pai. - Então filho, nós queríamos esclarecer algumas coisas para você.

— Sabemos que você acabou de descobrir toda a sua origem semideusa, mas precisamos falar algumas coisas importantes.

— Nós vamos chegar ao Acampamento Meio-Sangue em breve.

Não. Não vão chegar – pensei triste

— Por favor veja o resto do conteúdo da caixa. – pediu meu pai.

Tirei da caixa meu Nintendo 3DS azul e uma arma. Sim, uma arma de verdade. Toda preta com alguns detalhes do que me parecia ser o tal do bronze celestial.

— Eu vi que você tinha deixado o 3DS em casa e o Leon resolveu mandar para você jogar quando estiver entediado. – disse minha mãe

— A arma era minha. – disse meu pai.

Desde quando meu pai tinha uma arma em casa? Aquele homem era tão... Sei lá... Inofensivo? Isso. Inofensivo para portar uma arma.

— Eu a usei por um tempo quando frequentava o Acampamento Meio-Sangue.

O quê?

— Nós somos semideuses Duncan. – esclareceu minha mãe.

— Filho de Atena – falou meu pai

— Filha de Apolo – essa foi minha mãe. – Nós nos apaixonamos aí no Acampamento e quando atingimos dezoito anos, resolvemos morar em São Francisco. Era arriscado, mas era o único lugar que aceitava nossas condições financeiras.

— Depois de nos casarmos descobrimos um orfanato só de semideuses. Outro dia fomos até lá e descobrimos você. Estava com semanas. A mulher, que era uma fúria, explicou toda a história entre você, Hades e Poseidon. Mas mesmo assim quisemos adotar você.

— Então você teve a vida que teve. E sempre tentamos criar você como uma criança normal, normal quanto uma estrela famosa pode ser. Para não passar pelo que todo semideus passa. Infelizmente só conseguimos “te esconder” até agora.

— Como eu disse, - falou meu pai – a arma é minha. Agora quero que fique com ela. Dentro da caixa tem um saquinho com balas feitas de bronze celestial, fatal para monstros. Se precisar de mais é só falar com o seu antigo professor de história.

— E não se preocupe com sua carreira. – Putz. Ainda tinha mais isso para me virar. – Estamos segurando as pontas para você.

— Eu sei que o senhor é teimoso e não vai abandonar seus fãs. – Meu pai disse. Mas não tenho tanta certeza de que continuarei meu trabalho depois de hoje.

Eles continuaram a falar muitas mais coisas. Nesse ponto já estava chorando novamente.

— Era isso o que queríamos te dizer filho. – disse meu pai.

— Se tudo der tudo certo, já estamos a caminho do Acampamento. E lembre-se: Você nunca vai estar sozinho, mesmo que acontecer a pior tragédia.

Se der tudo certo. Deu tudo errado.

— Nós te amamos. – disseram ao mesmo tempo.

*Vídeo OFF*

Deixei meu celular de lado e chorei feito um bebê. Tremia e soluçava muito. Até que baixei meu olhar para a arma em meus pés. A peguei e vi se estava carregada. Estava.

Eu não era nada sem eles.

Matar-me não seria uma opção tão ruim. Se eu desse sorte eu até pudia ver eles de novo. Eu não teria nada a perder mesmo. Acabei de conhecer todo mundo. Não iria fazer falta. Talvez Peter e a família dele fossem se importar, afinal somos amigos de longa data. Mas fora eles não havia mais ninguém. Reyna iria encontrar outra pessoa. Jason tem a Piper e o Leo. Annabeth e Sally têm o Percy. E por sua vez, Percy me odeia.

Apontei a arma para minha cabeça, respirei fundo e, finalmente, apertei o gatilho. Mas infelizmente a bala atingiu a parede, pois segundos antes, Percy e Annabeth agilmente pularam em mim e conseguiram dar um tapa em minha mão.

Pov. Percy

— O que você pensa que está fazendo? – grita Annabeth.

— Tentando me matar? – responde Duncan.

— Por quê? – pergunta Annie juntando a arma do chão.

— Eu perdi toda a minha família, que se resumia a meu pai e minha mãe. Quem sabe se eu morresse não me encontraria com eles? – respondeu ele com o olhar fixo no chão - E além do mais, ninguém iria sentir falta.

— Como ninguém iria sentir falta? E quanto a mim, Sally, Jason, Reyna e Percy? Fora todos os seus fãs? – indagou Annie se sentando ao lado de Duncan. – Como nós nos sentiríamos?

— Vocês acabaram de me conhecer, logo iriam superar. Quanto aos fãs, ficariam tristes por alguns dias, mas logo surgiria outro cantor melhor pra substituir-me. Pode me dar a arma agora e me deixar acabar com a minha existência insignificante?

— Não – respondeu.

— Por favor, Loirinha – suplicou ele.

— Não Punk Doido. – consegui dar um mínimo sorriso pelo apelido dos dois.

— Por quê? Por favor, eu não sou mais útil aqui.

— Você não vai e ponto. – Falei.

— Por quê? Você não me quer por perto, se pudesse você já teria me matado, deveria estar feliz aproveitando o momento, pois se eu sumisse, seus “problemas” acabariam. Então, por quê, se você me odeia? Por quê? – indagou Duncan.

— Porque você é meu irmão, – respondi – e me sinto um idiota por ter te tratado daquela forma e só ter me tocado agora.

— Eu sempre quis ter um irmão... – sussurrou Duncan.

— Agora você tem. – afirmou Annabeth.

— Eu não posso perder você agora. – falei – Não agora que estou me acertando com você.

— Mesmo que eu continue vivo, minha vida não vai ter mais sentido. Eles... Eles eram tudo pra mim. – disse Duncan em prantos.

Fiz uma coisa que deveria ter feito há muito tempo. Eu o abracei.

No começo ele ficou surpreso, mas depois me apertou com toda sua força e eu retribuí. Ficamos um tempo ali, abraçados.

— Fica forte cara. – falei quando nos separamos.

— É difícil. Não sei se vou conseguir continuar. Provavelmente vou ficar todos os dias, trancado no escuro, encolhido e chorando.

— Não senhor – começou Annabeth. – Você tem milhões de pessoas esperando por uma nova música sua.

— Vou abandonar tudo Annabeth, não consigo. – após uma longa inspirada continuou – Simplesmente não dá.

— Dá sim. E amanhã mesmo, você vai terminar a canção de que me falou hoje. – ordenou ela.

— Annabeth, não dá. Como? Não é simples assim. Minha carreira já era. Principalmente sendo um semideus.

— Você não pode. Não passou pela sua cabeça que existem várias crianças, adolescentes e até mesmo adultos que dependem de você? – perguntou Annabeth – Como você mesmo já disse em várias entrevistas, enquanto você estiver fazendo bem para pessoas você não iria parar. Ah! E Paul McCartney era um semideus... 

— Não é mais a mesma coisa. – respondeu ele.

— Como não? Tenho certeza que você já deve ter recebido várias cartinhas de fãs pedindo ajuda com problemas, ou agradecendo por você melhorar o dia dele com seu jeito divertido e carismático, com músicas incentivadoras, ou IMPLORANDO para você NUNCA PARAR de cantar. Estou certa ou não?

— Tinha uma menina... – lembrou Duncan – Ela não se suicidou por mim...

— Viu só. Eu sei que é difícil, mas depois de um tempo, as feridas vão fechar. – Falei.

— Mesmo? – perguntou ele – Tenho medo dessas feridas ficarem abertas o resto da minha vida. E se eu não superar?

— Você vai. Eu prometo.

— Pode pelo menos me devolver am arma Annabeth? Era do meu pai.

— Não vai fazer nada certo? – ela pergunta preocupada.

— Não, só quero guardá-la.

— Eu fico de olho nele. – falei.

— Tudo bem. – Disse ela entregando a arma para Duncan.

Após de ele guardar a arma numa caixinha e colocá-la debaixo da cama, Annabeth diz:

— Está meio tarde, eu acho que vou pro meu chalé, vocês vão ficar bem?

— Pode ir. – Respondo.

Depois de dar um beijo na testa de Duncan, Annabeth me dá um selinho demorado e fala:

— Cuida bem dele.

— Pode deixar. – Com isso, ela saiu pela porta. – Me desculpa?

— Pelo quê? – pergunta ele.

— Por tudo o que eu fiz, e o que eu não fiz também.

— Claro. – o abraço novamente.

— Que tal tomar um banho? – perguntei

— Não, eu só quero me encolher e chorar o resto da noite.

— Tudo bem, mas amanhã você não foge, está sujo de sangue e não está cheirando nada bem.

— Obrigado – respondeu ele ironicamente.

— Quero ficar do teu lado o resto da noite. – falei – Deita na minha cama, ela é de casal, pra quando Annabeth vem aqui de vez em quando. – murmurei está última parte.

— Não quero nem saber o que vocês fazem nessa cama.

— Dormimos. – respondi e se não estivesse à situação que estava Duncan estaria gargalhando agora – Sério cara, não fizemos nada ainda.

— Acredito em você, de verdade. – falou ele deitando e se cobrindo até o pescoço.

—Vou deitar junto, têm problema? – perguntei

— Não. Sem problema. – respondeu.

Em seguida, apaguei a luz e me deitei ao seu lado, vi que ele estava agarrado ao cobertor e tive uma ideia.

— Se quiser me abraçar tudo bem, isso soa meio gay e vai ser engraçado porque você é bem maior que eu, mas ajuda.

Ele não respondeu nada, somente se virou e deitou a cabeça em meu ombro. Passei um de meus braços por seus ombros. Se não fossemos gêmeos, provavelmente seria uma cena muito mais viada do que já estava parecendo.

Quando percebi que ele havia parado de chorar e já estava dormindo, resolvi tentar pregar os olhos.

E meu último pensamento foi como eu amava Duncan e nem tinha percebido antes.


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Notas finais do capítulo

Gente, papo sério, ando meio desanimado por aqui, não tenho quase comentários... Vou continuar postando obviamente, mas os comentários fazer uma puta diferença, deixem suas opiniões, o que gostam o que não... É importante.
Até amanhã.



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