Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 9
Insanos e Intelectuais


Notas iniciais do capítulo

A partir deste capítulo, as coisas ficam mais confusas, mas não se preocupem, tudo será explicado no seu devido tempo!:) Porém, aqui também será revelado algumas coisas... bem interessantes!



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"Alguns perdem completamente a mente e se tornam alma, insanos. Alguns perdem completamente a alma e se tornam mente, intelectuais. Alguns perdem ambos e se tornam aceitos."

— Charles Bukowski

 

O golpe mortal não fora desferido.

Seren mal conseguiu conter o suspiro de alívio, mas ainda estava sendo rudemente segurada pelo homem bretão. O cheiro de suor e terra embrulhava seu estômago e precisou se controlar para não vomitar. Sentia o sangue escorrer lentamente, descendo por seu pescoço, derivado do ferimento que a adaga que o homem empunhava havia feito. No chão, a sua frente, Morwenna soluçava com lágrimas escorrendo por seu rosto pálido, enquanto um segundo homem agarrava fortemente seus cachos cor de ouro.

— Não, você não irá morrer. - ele aproximou o rosto do pescoço dela - Sempre gostei de mulheres com belos cabelos dourado.

— Fique longe dela, maldito! - Seren tentou se soltar, mas foi contida rapidamente quando a adaga se enterrou mais fundo em seu pescoço.

Morwenna foi erguida pelos cabelos e o homem caminhou até Seren, com fúria em seus olhos pretos, ainda arrastando Morwenna consigo. Abaixou a cabeça para olhar em seus olhos, que também encaravam os dele.

— Sem dúvida, você é a mais bonita. - ele segurou o queixo de Seren rudemente - Tem o rosto da sua mãe. Eu a conheci quando éramos mais novos, se me entende. E pretendo conhece-la também. Quero muito saber quais outras semelhanças você compartilha com sua mãe. Mas apenas depois, - ele sacudiu Morwenna pelos cabelos e a garota soltou um gemido - que eu terminar com esta aqui.

Você não vai tocar em nós com suas mãos imundas!— Seren gritou, lutando contra as lágrimas - Maldito, não irá tocar em nós! Não sabe quem eu sou? Meu sangue é por vezes mais precioso do que o seu, escória! - acumulou saliva em sua boca e cuspiu em seu rosto.

O homem rosnou, em uma fúria animalesca, segurando o pescoço de Seren e a lançando violentamente no chão, a deixando sem ar. Contudo, não se aproximou. Porém, quando ela voltou a encara-lo, com raiva, ergueu a mão e deixou que batesse fortemente em seu rosto. Sangue escorreu de se lábio inferior, mas ela ainda assim voltou a se levantar.

Eu amaldiçoo você.— ela cuspiu - Pelos poderes do próprio Merlin, eu amaldiçoo você! - gritou - Você não atravessará para o Outro Mundo e não irá banquetear com seus antepassados! Que a própria Morte sirva de testemunha!

Uma adaga desceu em sua direção, ao mesmo tempo que o som de guerreiros se aproximavam e ela ouviu a voz de seu pai - o líder - gritar.

***

Aura Mors ofegou.

Fazia tanto tempo, tanto tempo, que não tinha uma visão tão longa e realista. Sentia o cheiro do sangue rubro e ainda podia sentir a textura do líquido em seus dedos. Podia sentir seu gosto metálico. Impossível. Simplesmente impossível que isso tenha acontecido. Levou a mão ao pescoço e sentiu uma leve dor fantasma; a lâmina a ferira profundamente. Podia sentir uma leve agonia de estar sendo aprisionada por braços rudes e por ver uma pessoa sendo violentada em sua frente, e não poder fazer nada.

— Aura? - a voz de Claire soou por trás dela, havia entrado no dormitório - Aconteceu alguma coisa?

— Não, eu... - parou por um momento - Apenas me lembrei de algumas coisas.

— Quer falar sobre isso? - a garota se aproximou lentamente, deixando a bolsa em sua cama e em seguida se sentando - Temos um tempinho depois do jantar, e podemos aproveitar que as outras garotas não estão aqui.

— Eu agradeço muito, Claire. - Mors sorriu, gentilmente - Realmente, agradeço. Você é uma pessoa muito boa, mas eu realmente não posso falar sobre isso. Não agora e nem ao menos sei se falarei sobre isso algum dia.

— Mas... você está bem? - Claire parecia hesitante, mas seus olhos claros demostravam preocupação genuína.

— Eu estou. - respondeu.

— Então, tudo bem. Não iremos mais falar sobre isso. - a garota loira assentiu, e em seguida sorriu - Como você conseguiu derrotar Tom Riddle em um duelo? Ele é o melhor dessa escola!

— Ora, Claire, eu o derrotei justamente por ele ser o melhor de nossa série. - Mors sentiu seu sorriso alargar ao ver a confusão aparecer no rosto da colega.

— Não entendo. - Claire murmurou.

— Por ele ser o melhor, e saber disso, se posso acrescentar, ele estava confiante demais. - explicou - Ele não acreditava que eu, que nunca estive em uma escola de magia, fosse desarma-lo e derruba-lo do jeito que fiz. E além disso, fará bem a ele ter o ego machucado uma vez ou outra para lembrar que também é morta.

— Por mais que eu tenha apreciado o espetáculo na aula de Defesa, preciso dizer que você é louca! - ela franziu o cenho - Serei sincera com você, Aura, não acho que Tom Riddle seja uma boa pessoa. Ninguém pode ser tão perfeito quanto aparenta e uma pessoa assim é perigosa. Tenha cuidado com ele. Percebi o jeito que você o olha, como se o desafiasse. Não faça isso, a não ser que seja realmente louca.

— Claire, - Mors voltou a sorrir - há tanta diferença entre a sabedoria e a loucura? Não tenho medo de Tom Riddle, Claire. Não há nada que ele possa fazer contra mim, e não há nada que ele comece que eu não possa terminar.

— Você está sendo muito confiante. - Claire repreendeu.

— Não, estou sendo realista. Você me viu duelar, e já convive comigo há dias. Tem alguma dúvida?

— Eu não sei. - ela respondeu - Você parece ser uma bruxa poderosa, Aura, e realmente é cheia de segredos. - ergueu uma sobrancelha - A teoria que eu e as meninas temos é que você é a própria Morgana, que se tornou imortal.

Mors se divertiu.

— Ninguém é imortal, Claire.

— Por que você age dessa forma com Riddle? - a garota voltou a questionar - Por que o encara e por que o desafia?

— Por que alguém precisava fazer isso, Claire. Sempre alguém deve fazer o que é certo. Você está certa, Tom Riddle não é a pessoa que aparenta ser, mas você sabe que ele não tem problemas em intimidar os outros. - Mors foi sincera - Se com crueldade ou com sua superioridade, não cabe a mim julgar. Mas alguém deve se levantar com ele, e mostra-lo que ele é tão humano e mortal quanto o resto do mundo.

— Poético. - Claire sorriu, em uma mistura de admiração e também secura - Mas não sei se é inteligente.

— E quem citou inteligência? - Aura Mors perguntou, serenamente - Eu estou falando de sabedoria.


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Notas finais do capítulo

Bem, gostaram, odiaram? No próximo capítulo teremos o Clube do Slug, pessoal!

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