Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 6
Um Nobre Corvo


Notas iniciais do capítulo

PESSOAL ATENÇÃO!!

Aqui está o link para o tumblr da fanfic:

https://nightshadefanfics.tumblr.com/post/175158340223/memento-mori

O tumblr ainda está em andamento, e conforme eu for postando vou atualizando!

Enfim, ao capítulo!



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"Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,

Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.

Não fez nenhum comprimento, não parou nem um momento,

Mas com um ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais."

— Edgar Allan Poe

 

Era de conhecimento geral que corvos eram aves de costumes sombrios e macabros, e por conta deles levam a reputação de animais sinistros e até mesmo sobrenaturais. Na Idade Média, eles eram vistos como presságio da morte ou algum demônio disfarçado a procura de alimento. Os corvos eram associados a morte em muitas culturas e isso se devia ao fato de que eram vistos sobrevoando os campos de batalhas, onde cadáveres se ajuntavam.

Mau agouro.

Azar.

Morte.

Esse eram as palavras usadas para definir o que você teria em sua vida caso um corvo estivesse próximo de você, e ainda assim Aura Mors se encontrava calmamente apoiada no tronco da grande faia enquanto um corvo repousava mansamente em seu braço. Tom Riddle quase não acreditou no que estava vendo. No orfanato, ele sempre fora tido como um garoto estranho - por ser especial, diferente de todos aqueles trouxas - mas a garota Mors estava se provando ser realmente muito excêntrica. E ela estava ali a apenas dois dias!

Não que ele realmente acreditasse em superstições referentes a pássaros, mas isso juntando ao que Lestrange o narrara na noite anterior apenas o deixava cada vez mais curioso. Aura Mors era mais do que aparentava, com toda certeza.

Ajeitando a gravata do uniforme, atravessou o gramado, decidindo se aproximar de Mors; sabia que tinha dado essa ordem aos garotos, mas a incompetência humana não reconhecia limites, portanto seria melhor que ele também se mostrasse educado e charmoso, afinal, não sabia o que ela poderia ter ouvido falar sobre ele na escola.

Caminhou confiantemente e calmamente até a grande faia, cujas folhas iam a luz do sol que saía por entre as nuvens. Mors continuava a alisar a plumagem negra do pássaro - da mesma cor de seus cabelos - e parecia perdida em pensamentos, embora estivesse com um leve sorriso nos lábios. Logo ela se virou, e mais uma vez o encarou diretamente nos olhos com o olhar tempestuoso. O vento soprou e jogou os cabelos longos e azeviche em seu rosto, fazendo sobressair ainda mais sua palidez. Definitivamente, ela era ainda mais pálida que ele próprio. Se encararam por um momento, até que ela o surpreendeu.

— Olá, Thomas. - ela sorriu novamente aquele maldito sorriso enigmático - Estava me perguntando quando iria vir falar comigo.

Suas palavras o pegaram desprevenido. Poucas pessoas o chamavam de Thomas, e ela ainda o dava a sensação de que lia sua mente. Decidiu por um sorriso educado no rosto e continuar o jogo.

— Parece que já me conhece, senhorita Mors. - falou, com voz suave, a observando - Posso perguntar como?

— Claro que pode perguntar. - ela deu uma risada, que não parecia em nada com a das outras garotas - Você é o Monitor da Sonserina. E tivemos aula de Poções juntos ontem. Professor Slughorn falou seu nome naquele momento. E eu nunca esqueço nenhum nome ou rosto que tenha visto nessa vida. - novamente seu olhar pareceu distraído, mas voltou a si rapidamente - Bem, por que está aqui?

Riddle ergueu uma sobrancelha, embora ainda mantivesse o sorriso simpático.

— Eu poderia lhe fazer a mesma pergunta, senhorita Mors. - ele retrucou - Por que está aqui fora, e com um corvo? - acrescentou o corvo, que ainda estava nos braços da garota, a conversa porque realmente estava curioso.

Ela riu outra vez e, apesar de ser uma risada bonita, o irritou levemente. Era uma risada que aparentava ter um significado secreto, e ele não conseguia desvendar.

— Gosto de ficar ao ar livre, Thomas. - olhou novamente para o corvo em seus braços - Quanto ao corvo, são meus amigos. Sempre foram. São dóceis se você demonstrar confiança. - sorriu - São animais muito inteligentes.

— Dizem lendas que eles trazem a morte. - comentou.

Se Riddle achava os sorrisos anteriores de Aura Mors enigmáticos, esse era o pior de todos. Após ele ter pronunciado essas palavras, Mors o encarou com uma expressão completamente risonha, como se estivesse ouvido algo completamente hilário. O Herdeiro de Slytherin precisou de todo o seu auto controle para não tirar sua varinha das vestes e força-la revelar seus segredos a base da tortura. Claro, ele poderia tentar penetrar em sua mente, mas não queria revelar seu talento particular a ela nesse momento.

— Ah, sim, eu já ouvi falar. - ela respondeu, serenamente - As pessoas geralmente só lembram desse aspecto sobre os corvos. E esquecem que eles simbolizam a astúcia e sabedoria, a cura e a esperança. A magia. - ela o encarou intensamente - E ao mistério. - sorriu - Você teme a morte, Thomas?

Tom Riddle sentiu seu corpo se retesar ao ouvir a pergunta aparentemente inocente. Mas ele sabia, sabia, que Aura Mors não fazia aquela pergunta inocentemente. Havia novamente aquele brilho em seu olhar - o mesmo brilho que tinha quando seus olhos se encontraram pela primeira vez no Salão Principal.

Porém, ela aguardava uma resposta, e ele a deu uma cuidadosamente pensada.

— Bom, suponho que todos temam a morte, não é mesmo? - devolveu a pergunta.

Mors balançou levemente a cabeça, e o olhou como se ele fosse uma criança.

— Thomas, não faz sentido temer a morte. Ela é inevitável. - a garota respondeu - Temer a morte é ao mesmo tempo temer a própria vida, pois nunca seremos livre para viver enquanto temermos a morte. Ela é a única certeza que temos.

Ah, a morte não era a certeza dele. Riddle se controlou para não rir debochadamente.

— Então, você não teme a morte? - indagou.

— Não mesmo. - ela riu, novamente enigmática.

— Então o que você teme? - ele se aproximou mais dela, tentando pelo menos uma vez a intimidar.

Não funcionou, ele odiou admitir. Mors era quase tão alta quanto ele e permaneceu indiferente a sua aproximação, parecendo até mesmo divertida. O olhou novamente com as duas tempestades que tinha no lugar dos olhos.

— Ora, Thomas. - ela respondeu, erguendo o queixo de maneira elegante - O que posso eu temer se não temo a morte?

E então o corvo voou.


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Notas finais do capítulo

E então, pessoal, o que acharam da breve interação de Aura com o Tom??

Shippam Aura e Tom? Ou Aura e Lestrange? Ou não shippam ela com ninguém porque ela é diva demais para eles? kkkkkkk

Não esqueçam de comentar!!!!



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