Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 19
Em Seu Silêncio


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!! Quero agradecer a todos os comentários que estou recebendo; todos me deixaram muito feliz!!!

Gostaria também de avisar mais uma vez: não se preocupem caso achem um ou outro capítulo confuso; a explicação dos fatos sempre virá, mais cedo ou mais tarde! Não vou deixar nada sem explicação, mas preciso que confiem em mim!!!

A partir de agora, o tamanho dos capítulos irão oscilar, para ser mostrado vários períodos do tempo e também pensamentos de diferentes personagens.

Agora, aproveitem o capítulo!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762725/chapter/19

"É melhor ser rei em teu silêncio do que escravos de tuas palavras."

— William Shakespeare

 

 

Era a noite do Samhaim, o início do inverno para os celtas. As lareiras foram limpas e seus fogos acesos; pães e leite foram deixados nas mesas após as refeições de cada família, que aguardavam a passagens de seus antepassados, há muito já mortos, em busca do fogo quente e de refeição. Uma névoa suave parecia se alastrar pelo horizonte, já escurecido.

O nevoeiro mágico, Seren pensou, sentada no chão do grande Salão de Merlim, está se dispersando. A fronteira entre o Outro Mundo e o mundo mortal estava desaparecendo.

Será que ela veria Dian?

Sabia que poucos conseguiam ter uma visão perfeita dos mortos, mesmo em Samhain, mas ela vira Ankou e vira a irmã da amiga perfeitamente antes que partissem. Deveria ser um final, não é?

A mão de seu pai pousou em seu ombro, gentil e reconfortante, e ele sorria quando Seren ergueu os olhos para olha-lo. Arthur não era um homem escancaradamente bonito, mas suas feições eram tão serenas e segura que se tornavam acima da média. Ele era um homem bom; dava para confiar em Arthur assim que o visse pela primeira vez. Lutava pela justiça, e acreditava que os mais fortes deveriam sempre defender e ajudar os mais fracos; era bom em tudo o que fazia, porém não era ambicioso. Tudo o que queria era a paz na Britania. Talvez esses fossem os motivos que levavam o povo a desejar que Arthur fosse seu verdadeiro rei.

— Uma bela noite, não? - ele perguntou, com um sorriso estreitando seus olhos cinzentos.

— Sim. - Seren retribuiu o sorriso de seu pai - A névoa está se afastando. O mundo da magia poderá ser visto por todos.

— Todos que possuem a visão sensível. - Arthur a corrigiu, em seguida suspirou - Seren, tem algo que preciso lhe dizer.

— Sim, pai? - ela se virou completamente para ele.

— Na verdade, um ensinamento. Conselhos. Quando seu irmão tiver idade suficiente, terei essa mesma conversa com ele.

Esse era mais um motivo pelo qual Seren amava tanto o pai: ele não fazia distinção entre ela e o irmão, pelo fato de ela ter nascido uma garota. Educava os dois da mesma forma.

— Se o destino permitir, você terá uma longa vida pela frente. - ele deu um sorriso, mas este não chegou aos seus olhos - Enfrentará suas próprias batalhas e desafios, então precisará se lembrar de algumas coisas. Primeiro, nunca deixe ninguém dominar seu corpo ou sua mente. Tenha cuidado para que seus pensamentos permaneçam livres, Seren, para que não seja escravizada. Escute a todos, mas nunca dê seu coração. Respeite sempre os que estão no poder, mas não siga a ninguém cegamente. Julgue situações com razão e bondade, mas nunca faça comentários. - a olhou nos olhos - Nunca considere ninguém superior a você, não importa em que posição estejam. Trate a todos sempre com justiça, mas não seja implacável. Julgue sempre com amor.

— E o que é amor, pai? - ela perguntou, pensativa. Quando conversara com Galahad, julgava o amor uma loucura, mas agora queria a resposta de Arthur - Seria o mais próximo sentimento de loucura? Uma loucura sã?

— O amor não é um sentimento, é algo muito maior que isso. - os olhos cinza-tempestade de seu pai brilharam - O amor se remete ao sacrifício, filha, o amor é uma escolha. É a escolha que fazemos de nos colocar em uma situação difícil, até mesmo de vida ou morte, por outra pessoa. É a escolha de nos doarmos ao próximo. E não falo apenas romanticamente. O amor é mais poderoso do que qualquer magia, sabe por quê?

— Por que? - Seren perguntou.

— Porque ele é o único que pode vencer a morte. - Arthur respondeu - Consegue compreender?

— Sim. - ela sorriu, ao encarar o rosto gentil do pai - Acredito que nunca mais irei esquecer de nossa conversa.

***

Aura Mors sabia que agora deveria ter cuidado ao se aproximar de Tom Riddle; ele estava intrigado demais com ela, mas caso se sentisse ameaçado, iria se afastar. Ele era, as vezes, como um animalzinho com medo: se erguia em desafio, querendo se mostrar mais forte, porém se percebesse que não tinha chance de vencer naquele momento, se retiraria. De qualquer forma, sua decisão correria bem, e ela não precisaria tomar atitudes mais drásticas.

Aura fechou os olhos por um momento, tentando clarear a mente; não sabia muito bem o que estava acontecendo desde que colocara os pés em Hogwarts - na verdade, tinha uma ideia, mas nada concreto... seria impossível. Não se lembrava de ter se sentido tão cansada em tanto tempo.

Tinha tantas preocupações... tanto o que fazer... Não podia deixar que acontecesse novamente o mesmo que havia acontecido quando estivera com Riddle. Nada de visões inoportunas e nada de transes.

Ergueu a mão, levando a palma até a altura do rosto e encarou a cicatriz que havia ali. Fora feita a tanto tempo, mas ainda se lembrava daquele juramento de sangue a qual estava presa. Mas não era algo ruim. Não era ruim nunca esquecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários???



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Memento Mori" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.