Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 18
Bondade


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero muito agradecer à linda Carlotakuy pela maravilhosa recomendação! Obrigada, flor, me deixou muito feliz!!!!

Agradeço também a todos que comentaram e a todos que estão acompanhando a fic, muito obrigada!!!!!



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"A bondade é uma língua que os surdos podem ouvir e os cegos podem ver."

— Mark Twain

 

 

Durante as duas semanas que se seguiram o episódio na sala de aula vazia, Tom Riddle decidiu não se aproximar mais de Aura Mors; daria um tempo para colocar os pensamentos no lugar. Cada vez que aquela garota abria a boca, parecia  que mil enigmas saiam dela. Aliás, Mors era uma incógnita e não uma garota, garotas costumavam ser mais simples. Aura não tinha as risadinhas e nem os rostos corados; ela não observava os garotos e nem ao menos abaixava a cabeça de forma tímida. Ela sabia de tudo, e mesmo assim não participava de alguma corrente de fofoca. Ela sabia das Horcruxes, sabia que ele havia matado os Riddle, e mesmo assim não contou para ninguém. Não que alguém fosse acreditar nela caso contasse - talvez Dumbledore - mas , mesmo assim...

Riddle detestava a sensação de impotência que sentia que sentia sempre que Mors se aproximava, e tudo piorara após aquele maldito sonho. Era como se seu subconsciente o avisasse para ter cuidado com ela. Por que Aura Mors não podia ser como as outras garotas? E agora estava ali, na sala de aula já vazia, tentando terminar a redação que Binns havia pedido que fizessem. Bruxaria na Idade Média, mas não algo nível terceiro ano, precisava ser bem acurado; não seria um problema para ela, mas naquele momento, não conseguia raciocinar.

— Você não estava no jantar. - ouvir aquela voz o fez gelar. Estava tão distraído com seus pensamentos que não ouviu a porta ser aberta.

— Isso não é problema seu, Mors. - decidiu não erguer os olhos do pergaminho à sua frente.

Esperou que Aura fosse embora. Ledo engano.

Ela se aproximou, a passos lentos, e colocou sobre a mesa ao seu lado um prato com o jantar e um copo de suco de abóbora. Aquilo o deixou surpreso; a garota havia o procurado até o encontrar apenas para que ele não ficasse sem jantar?

— Oh, está terminando a redação. - ela comentou, estranhamente jovial, enquanto sentava-se ao seu lado - Não está citando os fundadores de Hogwarts, está?

— Na verdade, eu estou sim. - retrucou rispidamente. Tinha citado as grades contribuições de Salazar Slytherin - Algum problema com isso?

— Sim, ficaria muito melhor se você fugisse desse senso comum. - ela respondeu, sem se abalar - Acredito que muitos alunos irão citar os quatro. Você poderia tentar criar teorias sobre outros bruxos menos conhecidos dessa época. Teorias que façam sentido, é claro. - aconselhou.

O Herdeiro de Slytherin se inclinou na cadeira, observando Mors com atenção. Como ela podia chegar até ele do nada e sair ajudando-o em História da Magia. Como se ele precisasse de ajuda... E, afinal, teria ela se esquecido das vezes anteriores em que estiveram sozinhos? Por outro lado - mesmo que não quisesse admitir - queria ver até onde a garota chegaria.

— Quer que eu fale sobre Morgana? - ele questionou - Ou sobre, - ele folheou seu livro, até encontrar o nome que procurava se lembrar - o tal de Galahad? Era de uma linhagem mágica e gostava de viver como trouxa. - terminou, com nojo na voz.

Um barulho de metal colidindo com o chão o fez seguir o som com os olhões, e percebeu que a pequena moeda que Mors girava entre os dedos havia caído de sua mão e ela ofegava. Parecia ter levado um choque elétrico. Seus olhos estavam desfocados.

— Mors? Mors!— ele sacudiu seus ombros de leve - Aura!

— Me desculpe, eu só... - ela piscou os olhos de maneira muito rápida e em seguida pigarreou - Bem, era apenas isso. Só quis lhe dar uma opinião, mas você pode fazer do jeito que quiser.

— Você está bem? - ele se viu perguntando, por curiosidade.

— Claro. - sua voz voltou a ficar firme - Vou deixa-lo para terminar a redação. Não esqueça de jantar. - ela apontou para a comina na mesa ao lado - Tenha uma boa noite.

Mors não esperou nenhuma resposta por parte dele, e elegantemente - como sempre - saiu da sala com a capa do uniforme farfalhando nos tornozelos.

Com um suspiro e fechando momentaneamente os olhos em exasperação, Tom Riddle rasgou o pergaminho em que estava escrevendo. Faria de outro jeito. Aura Mors poderia ser qualquer coisa, menos burra. Pegou um novo pergaminho, mas acabou por sentir seu pé chutar algo. Era a moeda prateada de Mors.

Se abaixou e a pegou, guardando no bolso em seguida. Era estranhamente fria e pesada.

***

— Você parece dispersa. - Claire Wood comentou, assim que Aura se sentou na cadeira da escrivaninha - Aconteceu alguma coisa? E onde foi depois do jantar?

Na verdade, Claire tinha uma boa ideia de onde Aura poderia ter ido, mas, como apenas as duas estavam no dormitório, ela queria ouvir a amiga dizer. Mors estava aparentando uma palidez doentia, diferente do mármore que sempre parecia.

— Você estava com Tom Riddle? - ela voltou a questionar.

Isso pareceu despertá-la.

— Sim. - respondeu - Sim, eu estava. Mas eu não fiz nenhum desafio, caso esteja se preocupando. Fui bem boazinha, aliás.

Claire tentou evitar que uma careta tomasse conta de seu rosto.

— Eu não acho que Tom Riddle seja confiável, Aura. - disse e a outra garota a olhou.

— Eu também não acho. Não por enquanto.


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Notas finais do capítulo

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